(Versão Caroline)

Estava na aula com Chris, quando meu celular vibrou indicando que tinha chegado mensagem. Olhei. Era da Marie e dizia assim:

M.F.: Lizy está muito mal. Olha o que a vadia da Rebheka mandou para todo mundo.

Olhei. Tinha um novo vídeo. Apertei play e vi a cena de Lizy beijando John.

Na hora minha boca caiu. Fiquei tão surpresa que acabei soltando um gritinho. Chris olhou para mim e fez um gesto com a boca, perguntando o que tinha acontecido.

— Olha no seu celular. – Respondi sussurrando para ninguém ouvir.

Ele pegou seu celular. Passados uns segundos ele me olhou. Estava com os olhos arregalados, balançando a cabeça em sinal de negação.

— Algum problema aqui senhorita Peterson? – Perguntou a professora aparecendo atrás de mim.

— Não professora, imagina está tudo bem. – Respondi escondendo o celular.

— Parece que você e o senhor Jones estão bem ocupados. Não querem conversar lá fora?

— Desculpa Bonnie. Não vai se repetir. – Chris disse enquanto guardava o celular.

— Assim espero.

(...)

— Nossa aleluia. Achei que a aula nunca ia terminar. Vou falar com a Lizy, ela está muito mal. – Falei olhando para Chris.

— E eu vou ver John. Até depois. - Ele disse e começou a correr na direção oposta pela qual eu estava indo.

Comecei a andar até o refeitório. Elas só podiam estar lá.

— Lizy?! – Perguntei me aproximando.

— Oi! – Ela respondeu me olhando.

— Você está bem? – Perguntei lhe dando um abraço.

— Estou sim. Já melhorei. Decidi que não vou ficar mais assim por coisas bobas. – Ela falou se soltando do meu abraço.

Lhe dei um sorriso de canto enquanto me sentava a mesa onde estava Marie e Clary junto com ela.

— Eu acho que vai ter mais uma pessoa que vai chegar com o olho roxo em casa. – Falou Belle que estava chegando junto com Alice.

— Como assim mais uma pessoa?

— Quem vai chegar com o olho roxo em casa?

Perguntou Marie e Clary juntas.

— Dei um soco em James hoje – Falou Belle. – Só que tem o John. Falei que se ele fizesse qualquer coisa com a Lizy, ele sairia da escola com uma parte do corpo fraturada. – Isabelle terminou de falar enquanto se sentava na mesa.

— Não. Ninguém vai bater nele. A culpa não é dele. Foi Rebheka que gravou o vídeo. E eu que o beijei. – Falou Lizy olhando para todas nós.

— Você está apaixonada por ele? – Perguntou Alice toda empolgada com a ideia de ter um casal no grupo.

— Não sei... quer dizer, sim...

(Versão Chris)

Fui até o jardim. John estava lá.

— Eaí? – Falei me aproximando.

— Oi – John respondeu levantando a cabeça para me olhar.

Luke, Henry e Toni também chegaram logo em seguida.

— Vocês viram o vídeo? – Perguntou John.

— Claro que a gente viu. – Respondeu Henry.

— Você tem pegada hein meu amigo. Quase engoliu a menina. – Allan disse assim que chegou, dando uma batidinha no ombro de John.

Todos nós rimos.

— Ah cala a boca cara! – Falou John ainda sorrindo e posso jurar que vi suas bochechas corarem.

— Espera, espera. Será que ela conseguiu mexer com esse seu coraçãozinho? – Perguntou Luke num tom irônico.

— E se tiver?!

— Se tiver, você está com grandes problemas meu caro amigo. – Falei fazendo drama.

— Ah e você com a Peterson? – Perguntou Allan dando um sorriso malicioso.

— Somos amigos, mais nada. – Respondi enquanto bufava.

— Sei, amigos. Só ser for amizade colorida! – Terminou Henry, dando um de seus sorrisos maliciosos.

— Você não pode falar muita coisa Henry. Acha que não ficamos sabendo do seu ato com a Fray? E eu estou falando da morena! – Falou Toni com um sorriso de canto.

— Só ajudei a menina. Não ia deixar Robert machucá-la.

— Primeiro foi uma ajuda, depois o que vai ser? Um beijo? Uma noite na sua casa? – Perguntou John com ironia.

— Não cara. Ela não é desse tipo de menina que aceita sua ajuda e daqui um tempo vai pra cama com você! Ela é diferente.

— Ainda bem que você sabe isso. – Falou Luke.

— Só te aviso uma coisa. Toma cuidado para não se apaixonar. – Alertou John. – Muito cuidado. Porque isso traz medidas e sacrifícios drásticos.

— Pode deixar amigo, pode deixar.

Mais tarde o sinal bateu, o que indicava que era hora de ir embora, hora de liberdade.

— Nossa que dia comprido, não aguento mais. Tchau pra vocês, até amanhã. – Falou Toni caminhando até seu carro, que já tinha voltado do concerto.

Link carro.

— Também vou. – Falou Luke indo até seu carro. – Até amanhã.

Link carro.

Me despedi dos que ainda estavam ali e fui para casa.

Link carro.

(...)

(Versão Clary)

— Vamos suas lerdas. Todo mundo já saiu, só tá a gente aqui na escola. – Falei olhando para trás e apresando as meninas.

— Afinal por que você se atrasou mesmo? – Perguntou Alice para Belle.

— Já falei. Allan veio falar comigo, confirmar o encontro de amanhã. – Respondeu Isabelle pela milionésima vez.

— Nossa esse ai está desesperado para sair com você! – Falou Marie exagerando no tom da voz.

— Xiiiiu – Falou Lizy. – Calem a boca. Ousam!

— ... não podemos, já não te falei Rebheka, vai dar muito na cara. Melhor a gente esperar um pouco, depois a gente vê se dá certo.

— O que James estava planejando com a Rebheka que não podem fazer se não vai dar muito na cara? – Perguntou Alice desconfiada.

— Eu não sei, mas é melhor a gente ficar fora dessa. –  Belle disse recompondo os passos.

— Belle querendo ficar fora de uma confusão? Quem é você e o que fez com Isabelle Daddario? – Perguntou ironicamente Lizy colocando a mão na testa de Belle.

— Ah não enche! Só to afim de ir embora o mais rápido possível.

(...)

Chegamos todas em casa, ou melhor na minha casa. Sim aquele bando de meninas foram lá pra casa. Imagina o que ia virar, merda, garanto.

Link casa.

— Vamos lá pro meu quarto deixar as coisas lá. Depois a gente resolve o vamos fazer. – Falou Marie.

Link quarto.

— Gente vamos no karaokê? – Perguntou Care se jogando na cama.

— Ah não Care. Você sabe que a única de nós aqui que sabe cantar bem, é você. – Falou Belle fazendo cara de desanimo.

— Ah vamos, Belle. – Caroline pediu se aproximando dela e fazendo biquinho.

— Por que você sempre usa essa sua tática contra mim? – Belle perguntou revirando os olhos.

— Ahh – Care deu um gritinho – Porque eu sei que você sempre cai nela.

— Ok, vamos ao karaokê!! – Isabelle disse se rendendo.

— Isso!! Ah Belle, quem sabe você encontra um gatinho lá! – Care falou forçando um sorriso em Belle.

— A não gente, ela não pode. Não vamos nos esquecer do Allan. – Falei sarcasticamente.

— Nossa, como vocês amam encher minha vida.

— Claro que a gente ama. É um máximo te ver irritada. – Falou Marie sorrindo.

— Tá, não vamos demorar mais. Vamos logo de uma vez. – falou Alice, começando a ficar impaciente.

(...)

— Quer cantar essa comigo Alice? – Perguntou Care empolgada.

— Quero! Vamos lá.

Musica.

Enquanto elas cantavam, nós escolhemos uma mesa e sentamos.

— Vocês vão querer beber ou comer alguma coisa? – Era o garçom.

— Ah eu quero água tônica com limão. – Falou Belle.

— Eu quero um suco de pêssego. – Respondeu Lizy.

— Queremos cerveja. – Marie e eu falamos juntas. Talvez fosse a habilidade de irmãs gêmeas. 

— Tá pode deixar que já vou trazer.

(...)

— O que tanto meche nesse celular Lizy? – Perguntei depois de um tempo. 

— Estou falando com John. Ele falou que está aqui perto, numa pizzaria.

Depois que Elizabeth e John se entenderam e tudo mais, é mais normal do que parece ver Lizy mexendo no celular. Às vezes ela até solta um sorriso bobo.

— Ah. Ele vai vim aqui? – Marie perguntou enquanto o garçom deixava o pedido na mesa.

— Não, ele vai pra casa do Henry depois.

— Gente olha isso. O garçom deixou um papel aqui, ele está pedindo o número da nossa amiga loira. A Care. – Marie falou levantando as sobrancelhas.

— Oi gente. O que eu perdi? – Perguntou Caroline chegando por trás.

— Nada. Só o garçom loiro, lindo de olhos azuis pedindo o número do seu celular. – Falei naturalmente enquanto tomava um pouco da minha bebida.

— Sério?! – Care olhou descrença.

— Você vai dar? ( malícia off)

— Aqui também está falando que o expediente dele acaba daqui vinte minutos. – Marie terminou de ler no bilhete.

— Não seja boba, vai falar com ele! – Lizy exclamou dando um sorriso para Care.

— Não, você acha que ele também já não deu em cima de outras clientes? Com certeza não sou a primeira.

— Você está certa! – Concordei. – E além do mais, tem o Chris gente, não podemos esquecer dele.

— Ah fica quieta! Somos amigos, já falei.

(...)

— Belle vamos cantar uma comigo? – Lizy chamou.

— Tem certeza que quer uma ajuda para ser vaiada? Sabe que não canto muito bem.

— Uma menina que dá um soco em um garoto, está com medo de encarar um palco e cantar uma música? Você não faz esse tipo. – Falou Alice, encorajando a amiga.

Belle aceitou.

Musica.

Quando elas saíram da mesa, ficamos conversando até que Julie cruzou a porta de entrada com um menino ruivo, um que eu nunca tinha visto na vida. Eles entraram direto e foram para uma portinha que tinha no final do recinto.

— Vocês viram a Julie entrar com aquele menino ruivo? – Marie perguntou para ninguém em particular.

— Sim a gente viu. Mas essa não é a pergunta, e sim: O que eles foram fazer lá? – Alice disse, olhando para a porta como se pudesse ver através dela. 

— A gente podia entrar lá pra descobrir, o que acha? – Caroline sugeriu, fazendo cara de super ninja.

— Tá louca? Não podemos fazer isso. – Falou Marie arregalando os olhos. - Não somos treinadas para entrar em lugares e espionar pessoas.

— Marie tem razão, ficaria estranho entrar lá assim. Julie poderia nos ver. – Alice falou.

— A curiosidade vai ser eterna? – Perguntou Care exagerando.

— Vai! – Respondi enquanto Caroline cruzava os braços e fazia cara de criança quando não ganha o brinquedo que queria.

Depois de passar algumas horas lá catando, dançando e bebendo, resolvemos que estava muito tarde e tínhamos que ir embora. Antes de irmos, Care acabou dando seu número para o garçom. Fomos até a minha casa para elas pegarem suas coisas, e depois fizemos toda a cena de despedida e elas foram embora.

(...)

— Anda logo sua tartaruga!! – Disse Marie buzinando para o carro da frente.

Sim, a gente estava indo para mais um dia de aula.

— Não adiante você buzinar, estamos num engarrafamento, não tem como andar, sua lerda. – Falei revirando os olhos.

— Quantas horas?

— Ainda falta meia-hora. Por sorte acordamos mais cedo hoje. – Respondi olhando para o relógio.

— Pelo menos não vamos chegar tão atrasadas na escola.

(...)

— Vocês atrasaram. Onde estavam? – Perguntou Belle assim que nos viu cruzar o portão de entrada.

— Pegamos um engarrafamento. – Marie respondeu enquanto guardava as chaves na bolsa.

— Tá, tudo bem então. Vamos entrar. Lizy e Alice estão no jardim com os meninos.

Quando falo os meninos, quero dizer todos eles, John, Allan e companhia.

— Vamos! – Care e Chris apareceu atrás de nós nos apresando.

(...)

— Oi gente. – Falei abanando a mão para todo mundo.

Eles retribuíram com um oi.

— Ontem vimos James conversar com Rebheka na saída. Ouvimos ele dizer alguma coisa que não podiam fazer aquilo porque ia dar muito na cara. Eles estão aprontando alguma. – Falou Belle.

— James é um babaca, não podemos levar tudo o que ele fala e faz em consideração. – Henry respondeu, fazendo cara de desinteressado.

— Mas isso não quer dizer que devemos ignorá-lo. – Terminou Alice.

— Boa coisa que não é! – Falou Caroline encerrando o assunto.

Care estava conversando com Chris, Lizy estava mostrando alguma coisa no celular para John e eu e Belle estávamos falando sobre um trabalho da escola, quando duas pessoas cruzaram o portão. Eles não eram conhecidos. Eram novos na escola. Um menino muito gato, loiro de olhos azuis, muito forte, entrou seguido por uma garota, também loira e de olhos azuis.

Todos pararam o que estavam fazendo para observá-los. Até que Toni falou:

— Jesus abana porque o ar faltou. Que gata!

Eu olhei para Marie que pensou a mesma coisa que eu. Ele era lindo.

Foi quando vimos que eles estavam vindo na nossa direção. Todos nós disfarçamos quando percebemos. Voltamos a fingir que estávamos conversando, quando a menina loira falou:

— Olá, me desculpe interromper...

— Nunca interrompe. – Falou Toni antes que ela pudesse continuar.

— Somos novos na escola. Sou Dakota Clark e esse é meu amigo Enzo Miller e estamos procurando a secretária. Poderiam nos informar onde fica?

— Claro, a secretária fica no 2° andar... – começou Allan, mas foi interrompido.

— Você não poderia me acompanhar? – Dakota pediu.

— Ah claro, por que não. – Ele respondeu, se surpreendendo com a situação.

Quando ele passou na minha frente, olhei diretamente para Belle, que estava metralhando a menina com os olhos. Foi quando meus pensamentos foram interrompidos por uma voz:

— Será que a ruiva poderia me levar até a sala da diretora?

— Eu?

— Sim. Você é?

— Clary Fray. – Respondi com um rubor no rosto.

— Prazer, Enzo Miller. – Ele falou me dando um beijo na bochecha.

— Então você quer ir até a sala da diretora? – Perguntei logo em seguida.

— Você pode me levar até lá?

— Claro.

(...)

Fomos andando enquanto conversávamos:

— De onde você veio? – Perguntei.

— Passei cinco anos na Itália com meus pais, até que resolvi voltar pra casa.

— Ah sim. Você vai gostar da escola, não é como as escolas da Itália, mas quase chega lá.

— Já comecei a gostar... – Ele falou olhando para os meus olhos.

— Aqui, chegamos. Pode entrar. Está entregue. – Falei enquanto abria a porta.

— Você pode me esperar aqui? Queria que você me mostrasse a escola depois.

— Claro, te espero aqui então.

Ele entrou e eu me sentei na cadeira que tinha ali na sala de espera.

Recebi umas mil mensagens ao mesmo tempo, todas das minhas amigas.

M.F.: Que isso irmã?!!

C.P.: O que estou perdendo?

E.W.: Boa jogada amiga!

A.P.: Não dá mole não amiga.

O que elas estão pensando? Que ele me chamou para ir pra cama com ele?

Antes que eu pudesse responder, ele saiu da sala.

— Eaí tudo certo? – Perguntei guardando o celular no bolso.

— Tudo sim. Olha que grande sorte minha, minha primeira aula é história.

— História? A minha também. – Exclamei mais alto do que gostaria.

— Sério? Parece que os ventos estão conspirando a nosso favor. – Ele falou rindo.

— Por onde quer começar?

— Pelo campo de futebol. – Respondeu Enzo todo animado.

— Não me fala que você vai jogar no time da escola?

— Vou, sempre fui muito bom no futebol.

— Então vamos conhecer onde você vai passar bastante tempo esse ano.

E nós fomos em direção ao campo.

(Versão Allan)

— Dakota Clark?

— Sim. Mas o seu ainda não sei qual é.

— Allan Jackman.

— Allan. Foi muita gentileza sua me acompanhar, muito obrigada.

— Não tem o que agradecer.

— Então me conte sobre você – Dakota falou.

— Bom, tenho 18 anos, estou solteiro, tenho 1,75 de altura...

— Solteiro?! Como?

— Bom, digamos que ainda não conhecia a garota certa. Mas... e você, é namorada do loiro?

— Enzo? Não, ele é meu melhor amigo. Nós viemos juntos para cá, estávamos na Itália.

— Bem chegamos, aqui a secretária. – Disse mostrando a porta para ela.

— Obrigada.

— Imagina. Agora vou indo. 

— Tá. Espero que nos encontremos pelos corredores.

Antes que pudesse ver, ela deu um beijo na minha bochecha.

Sorri. Dei meia volta e voltei para o jardim.

(...)

— Cadê todo mundo? – Perguntei quando cheguei no jardim e não vi ninguém apenas Belle.

— O que foi aquilo Allan? – Belle perguntou zangada.

— O que? Estava acompanhando a menina.

— Só faltou ela te chamar para ir até a casa dela, porque ela já chegou se oferecendo.

— Não vem falar comigo assim, não sou nada seu.

Aquelas palavras me chocaram, mas ele tinha razão. Estava fazendo uma cena que não tinha chances de vencer. Foi então que percebi o que estava brotando dentro de mim, mas que naquele momento estava ficando abafado por causa da raiva que estava sentindo.

Então Allan percebeu pelo meu rosto que aquelas palavras haviam me afetado.

— Me desculpe, é que não gosto de ninguém no meu pé...

— Tudo bem, acho que você tem certa razão nisso.

— Sério, me perdoe, não quis falar assim com você. Nosso encontro de hoje ainda está de pé?

— Não sei, preciso ver. Te mando uma mensagem depois pra te dizer se vou. – Belle respondeu se virando de costas para mim e começando a andar.

— Não me deixa aqui sozinho. – Disse pegando seu braço e a virando para olhar em seu rosto – Já te pedi desculpa, você é importante para mim, não uma menina que chegou hoje na escola.

— Tá, só me deixa ir para a aula agora.

Antes que ela pudesse se soltar de mim, falei:

— Pelo menos, vai para aula pensando nisso.

A puxei para mais perto de mim e dei um beijo na sua bochecha.

— Às 18:00 hs no parque perto do Shopping. – Falei sussurrando no seu ouvido e saindo em direção a minha sala.