A Procura do Desconhecido escrita por Sofia Forbes


Capítulo 30
Reviravolta Lamentável


Notas iniciais do capítulo

I am here! I am here!
Primeiramente, desculpas... Gente minha vida está assim, muito corrida mesmo, não é que eu não queria escrever, é que não está dando tempo... De verdade! Espero que me perdoem.
Bom... As férias né minha gente?! Amo muito... Amo mesmo, e prometo que vou postar mais capítulos, não vou demorar não...
Preciso de inspiração. Alguém pode me sugerir um filme? Série? Livro? Fics? Estou aberta a sugestões...
Falando do capítulo agora
Primeiro: é um capítulo triste, já vou avisando, mas não impede de ter romances e chamegos.
Segundo: vai ter uma reviravolta que ninguém imaginava, ninguém mesmo.
E terceiro: me desculpem pelo fim, mas o que fiz foi para o bem da história.
Preciso dizer, estou deprimida, sem expectativa de vida. Alguma sugestão? Vi alguma mão levantada? Coração partido minha gente... É não é fácil mesmo... Até eu sofro.
Mas vamos parar de falar de mim, e leiam o capítulo. Ficou num tamanho bom!



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(Versão Isabelle)

Minha noite começou assim: Recebi uma das piores noticia que alguém pode ter, minha mãe estava no hospital. Eles tentaram me impedir de sair de carro naquele estado, mas no final das contas, conseguimos entrar num acordo. Allan e Caroline iam comigo. Como Alice tinha pegado o carro de Care, Allan foi dirigindo o meu, já que ele me proibiu de tocar no volante.

(...)

Minha mãe estava no hospital particular que costumamos pagar todos os meses, mas quase nunca é usado.

Quando chegamos lá, ele estava praticamente vazio, com algumas pessoas na recepção. Corri até a enfermeira que estava encostada no balcão conversando com a atendente e falei:

– Quero saber sobre Loreta Daddario!

– E você é o que dela? – A enfermeira perguntou me encarando.

– Filha... Soube que ela deu entrada aqui... Você tem alguma noticia? – Perguntei desesperada. Ela demorou a responder, ficou me olhando como se soubesse alguma coisa ruim da qual eu não sabia.

– Acho melhor chamar o doutor Frederik. Por favor, espere aqui. – Com essas palavras, a enfermeira nos deixou ali esperando.

Os minutos pareciam horas. Ficava andando pra lá e pra cá. Allan parecia realmente preocupado comigo, Caroline tentava me tranqüilizar:

– Ele deve estar ocupado com algum outro paciente, por isso está demorando.

Alguns minutos depois, um velho entrou na sala. Ele vestia uma calça branca, uma camisa branca, sapatos brancos e um jaleco branco por cima. Era o médico.

– Vocês que são os conhecidos de Loreta? – Ele perguntou lendo o nome numa prancheta.

– Somos nós! – Respondi indo até ele.

Ele ficou em silêncio lendo alguma coisa na prancheta em sua mão. Meu nervosismo só cresceu mais. Allan se aproximou de mim e colocou sua mão envolta do meu pescoço tentando me acalma e apoiar. Por fim o médico olhou para nós e disse:

– Loreta teve uma parada cardíaca. Não sei se você sabe, mas ela tomava remédio todos os dias para o coração.

Isso foi mais que uma noticia. Não acredito que minha mãe tinha escondido de mim que tomava remédios para o coração!

– Mas ela está bem? Vai sair dessa?

O médico suspirou, olhou para mim com pena, e respondeu:

– Não sei se devemos alimentar esperanças. O quadro da sua...

– Mãe!

– O quadro da sua mãe é ruim. Ela está na CTI, cheia de tubos, respirando com ajuda de aparelhos... Eu sinto muito. Mas devo lembrar que há uma pequena esperança, mas... – O médico respondeu, realmente parecia com pena de mim.

Fiquei paralisada, encarando o nada, apenas pensando no que ele acabara de me dizer. Era isso mesmo, minha mãe estava super, hiper, mega mal e havia 1% de chance de ela sair dessa.

“Não quero perder minha mãe” pensava.

Se quiserem saber, eu não chorei, não me joguei no chão gritando o quanto a vida tinha sido injusta comigo. Apenas suspirei, fechei os olhos enquanto as lagrimas queriam vim, mas eu não as deixei tomarem conta de mim. Allan foi falar com o médico, e Caroline me puxou para me sentar.

– Belle não vamos perder as esperanças, sua mãe é forte, ela não vai deixar que um problema no seu coração... – Caroline começou, mas não conseguiu terminar a frase.

– Vou te levar pra casa. O médico disse que não adianta ficar aqui, sua mãe não pode receber visitas. – Allan disse depois que voltou de uma conversa com o médico.

– Não.

– Não? Você tem que ir pra casa.

– Não posso ir para minha casa, não vou conseguir ficar lá.

– Claro. A gente vai lá pra casa então. – Allan disse sorrindo. Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar. Em seguida, quando já estava de pé na frente dele, não consegui, o abracei, as lágrimas finalmente caíram, e por aquele tempo me senti protegida de todos os perigos.

(...)

Quando saímos do hospital, o céu estava escuro, já se passava da meia noite. Nevava em Nova York, e o frio era grande. A areia branca começava a cobrir o chão, e por sorte amanhã ainda poderíamos acordar e ver um pedaço da rua. Nós três fomos correndo para o carro. Lá dentro, nada de barulho, ninguém falava, o único barulho era das nossas respirações. E assim foi o caminho todo.

– Obrigada... A gente te avisa se tivermos alguma noticia. – Disse logo que chegamos à casa de Care.

– Não precisa agradecer. To aqui... Pode contar comigo. – Ela devolveu em resposta, me deu um beijo na bochecha e entrou em casa.

(...)

Quando chegamos à Rua 19, não se ouvia nada. As luzes da casa de Allan estavam todas apagadas.

– Não sei se meu pai voltou, mas se ele estiver aí... Vai conhecer seu futuro sogro, mas isso só amanhã. – Allan disse gozando com a minha cara. Não tive como não dar um sorriso.

Ele estava errado. Seu pai não estava em casa, havia só ele e eu.

Não me lembro de ter ido a casa dele, era linda, mas não consegui admirá-la com tanta coisa na cabeça. Subimos as escadas. Ela dava em um corredor com várias portas.

– Você pode ficar no quarto de hospedes no final do corredor. Qualquer coisa eu vou estar aqui. – Allan disse mostrando seu quarto. Ele ficava depois de três portas do meu.

– Obrigado.

– Acho que tenho umas camisas grandes aqui, vou pegar. Deve ser bem ruim dormir de calça jeans. – Ele disse entrando no seu quarto e indo até seu guarda-roupa.

Não sabia se devia entrar, então fiquei do lado de fora apenas espiando. Alguns segundos depois, ele voltou trazendo uma camisa branca que daria como vestido para mim.

Ele me acompanhou até o quarto, se querem saber. Era lindo, tinha uma cama de casal com cobertas vermelhas, um criado mudo de madeira do lado esquerdo da cama, quadros lindos e sem significados para mim nas paredes, uma TV, e tinha uma porta onde deva para o banheiro.

Sentei-me na cama, e Allan me seguiu fazendo o mesmo.

– Pode tomar um banho, se quiser... Deve estar bem cansada.

Olhei pra ele, sorri e assenti. Estava feliz por ele estar aqui.

– Acho que vou passar uma ducha. – Disse me levantando, o clima começava a esquentar.

– Belle! – Ele falou levantando e segurando meu braço. Virei pra trás e o olhei. – Quero que saiba que não ligo mais por qual motivo a fez se afastar de mim, porque isso está me remoendo, e toda vez que olho pra você – Nessa parte ele começou a acariciar meu rosto – A única coisa que não quero sentir é raiva. Quero poder olhar pra você e...

E aí não deu mais. A gente se beijou, beijou como há muito tempo eu não fazia. Foi intenso, e bom.

– Acho que vou agora passar uma ducha. – Disse sorrindo.

– Ta pode ir. Eu tenho que ir pro meu... Quarto. – Ele entendeu o recado e foi saindo. Quando ele atravessou o portal da porta, fechei-a.

(...)

À noite os pesadelos vieram.

Sonhei que estava com a minha mãe no meio da destruição do mundo. Os prédios caíam, as ruas balançavam, no chão começava a abrir enormes crateras, crateras que engoliam as pessoas. Eu corria com a minha mãe do meu lado tentando achar um lugar, tentando não morrer. Mas de imediato, uma cratera se abriu bem na nossa frente, minha mãe não conseguiu parar a tempo, então ela caiu.

Mais sonhos assim vieram, todos envolvendo a minha mãe, e em todos, ela morria.

Depois do terceiro pesadelo, voltei a mim e vi que Allan tentava me acordar desesperadamente. Quando abri os olhos, olhei no relógio, 02h47min. Havia dormido apenas uma hora.

– O que aconteceu? – Perguntei me sentando na cama.

– Você começou a gritar então eu vim ver o que estava acontecendo, e quando cheguei aqui encontrei você chorando, mas estava dormindo.

– Eu tive pesadelos com a minha mãe, e em todos os sonhos, ela morria. – Quando falei isso, ele se sentou ao meu lado e me abraçou, e eu me senti segura outra vez.

O silêncio reinou. Ele só ficou abraçado comigo, enquanto acariciava os meus cabelos.

– O que você falou com o médico?

Ele hesitou.

– Perguntei qual o motivo de não manter tantas esperanças.

– E qual o motivo?

– Ele disse que o coração da sua mãe é fraco, e com essa parada ele perdeu... Bem, as forças. Se ela conseguir sair dessa, vai ter seqüelas.

– Então prefiro ter uma mãe com problemas, a não ter uma mãe.

– Eu também. – E com isso nós pegamos no sono. Dormimos assim, juntos.

(...)

(Versão Allan)

No dia seguinte acordamos com o barulho da campainha. Olhei para o lado e vi Belle com a minha camisa. Eu estava tão preocupado com ela noite passada, que nem tinha reparado. Bom, ela estava... Estava... Aí vocês me entenderam. A campainha tocou de novo.

– Vou lá abrir. – Disse me levantando.

– Assim? Sem camisa? – Ela perguntou apontando.

Olhei para meu peitoral nu e sai correndo para pegar uma camisa e logo em seguida abrir a porta.

A campainha tocou mais uma vez antes de eu abrir a porta.

– Enfim não é?! – Clary disse assim que me viu.

– Achamos que tinha acontecido alguma coisa. – Alice falou preocupada.

Estavam todos ali. Sim, todos. Até Lizy e John.

– Onde está Isabelle? – Henry perguntou enquanto entrava.

– Deve estar no banheiro tomando uma ducha.

– Deve? Como assim Allan? Você tem que saber! – Caroline disse no seu jeito escandaloso.

– Nossa calma. Quando sai do quarto ela estava levantando da cama, não vi mais nada depois. – Tentei responder o mais calmo possível.

– Espera aí? Ta dizendo que vocês dormiram juntos? – Chris perguntou num tom malicioso.

– Dormimos! Mas não aconteceu nada de mais, ela só estava tendo pesadelos, então achei que ela precisava de apoio... Podem acreditar! – Eu tive com falar em um tom bem convincente, porque todos na sala me olhavam como se tivesse acontecido alguma coisa a mais naquele quarto.

– Então chega né? Allan já disse o que realmente aconteceu, apesardeeuacharmentira,mas enfim, onde está a Belle? Já não é hora de ela aparecer? – Lizy perguntou.

– Bom, eu só acho que ela fugiu. Belle não está mais em casa! – Marie disse num tom sério enquanto aparecia no topo da escada.

(...)

– COMO ASSIM ELA FUGIU?! – Perguntei no tom mais alto e escandaloso possível.

– Marie para de fazer graça, não é hora! – Caroline disse irritada.

– Não estou de graça nenhuma... Enquanto vocês discutiam se tinha acontecido ou não alguma coisa a mais na cama com Allan e Belle, eu subi lá em cima pra procurá-la, mas só encontrei um banheiro todo seco, uma camisa de homem jogada na cama, e uma garagem vazia ali do lado. – Marie respondeu um pouco estressada, mas no seu tom normal.

Corri para a janela que dava para o lado da casa, onde guardava o carro, e ele literalmente não estava lá.

– O.k. Sabemos que ela fugiu, mas não podemos ficar aqui esperando que ela volte, precisamos saber pra onde ela foi. – Toni afirmou tentando parecer sábio.

– Acho que sei pra onde ela foi o lugar mais obvio possível. – Alice falou.

(Versão Isabelle)

Era cedo demais para o horário de visitas, então eu não sabia se eles iam me deixar entrar, mas mesmo assim valia à pena tentar.

Estacionei o meu carro em frente ao hospital, e fui sem perder tempo até a primeira secretária que tinha ali.

– Gostaria de fazer uma visita para Loreta Daddario!

– Desculpa, mas essa paciente se encontra em área restrita e as visitas não são permitidas. – A moça respondeu friamente.

– Área restrita? – Perguntei mais para mim mesma. CTI era uma área restrita.

– Isso moça A-R-E-A R-E-S-T-R-I-T-A. – A mulher ouviu e disse devagar como se estivesse soletrando.

– Eu entendi... Mas eu sou filha dela, eu preciso entrar!

– Desculpa, mas ninguém entra. – A secretária respondeu mais seca que uva passa.

Como vocês me conhecem, devem saber como eu fiquei. Respirei fundo tentando não gritar com ela. Então foi quando tive a brilhante ideia.

– Posso então pelo menos falar com o doutor Frederik?

– Pode. Ele deve estar na sala dele, vou chamá-lo. – Ela respondeu e saiu hospital adentro. De má vontade, mas foi pisando duro.

Olhei em volta, tinha uma enfermeira conversando com uma mulher, tinha um garoto sentado de cabeça baixa no canto da sala, e uma enfermeira de costas para mim anotando alguma coisa num caderno. Não pensei duas vezes, e fui à direção onde imaginava ficar a ala da CTI.

Ninguém no caminho para me impedir de aproximar ou impedir de entrar em qualquer sala. Andei, andei, virei à esquerda e mais a frente tinha um balcão com duas enfermeiras. E agora? Como ia passar por elas? Quando estava prestes a desistir, uma luz vermelha de uma sala bem à frente acendeu, e elas foram correndo para lá. Não sei se era meu dia, ou se era apenas sorte.

Não perdi tempo e fui correndo procurar o quarto da minha mãe.

Passava pelas portas procurando os nomes. Joseph... Milla Vegan... Carl Will... Loreta Daddario. Número 106. Parei em frente à porta, respirando e me preparando para o que encontraria ali dentro. Girei a maçaneta e entrei de supetão antes que qualquer pessoa passasse ali e me visse.

Encontrei uma mulher mais velha do que aparentava, vários cabelos brancos, com roupa hospitalar, e cheia de tubos no nariz. Aproximei da maca. Ela estava dormindo, respirava pesadamente como se estivesse com dificuldade. Seus olhos tremiam, como se estivesse tendo um pesadelo, seu sonho não estava calmo. Uma máquina ao lado da maca fazia barulho de acordo com os batimentos do coração da minha mãe. Estava devagar, como se ela estivesse... Estivesse indo embora.

Meus olhos encheram de lágrimas, e minha vontade foi acordá-la para acabar com aquele sonho horrível. Ela deu uma respiração mais funda como se estivesse sentindo minha presença. Mais que depressa me sentei ao lado dela e peguei sua mão.

– Mãe? Mãe eu estou aqui! – Falei a chamando. Sem resposta. Ela não abriu os olhos, não apertou minha mão, não fez nada. Chorei, chorei como se quisesse me livrar daquela dor que sentia.

Um tempo depois, naquele silêncio angustiante, achei uma forma de livrar do que estava sentindo.

– Eu me esqueci de te contar, mas Allan e eu estamos está bem novamente. Acho que fui uma idiota tremenda de me deixar ser chantageada por uma pessoa. Coisas ruins aconteceram também, que não te contei porque não queria que se preocupasse. Eu fui seqüestrada, mas meus amigos me salvaram... Lembra da Dakota? Bem, ela queria estragar minha vida, tudo por causa do problema com o papai... – Com a palavra papai, sua outra mão mexeu. Parei de falar na hora.

Pode ser idiota, mas ela queria me dar um sinal, pois quando peguei na sua outra mão, encontrei um papel todo amassado.

Já está quase na hora do doutor chegar. Ele precisa dar uma passada na sala da paciente do quarto 106. – Uma enfermeira falou ao longe. Elas estavam voltando.

Rapidamente peguei o papel, e dei um beijo na testa da minha mãe.

– Eu te amo. – Disse antes de me afastar. Quando estava prestes a sair da sala, senti um cheiro de rosas invadirem o quarto. Olhei para trás antes de fechar a porta, ela parecia melhor, mais tranqüila, mais jovem. Fechei a porta e a saudade já tomou conta do meu peito.

(...)

Estava sentada no estacionamento do hospital quando ouvi uma voz feminina e passos vindos até mim.

– Eu imaginei que ela estaria aqui. – Marie disse aproximando.

– Belle por que veio pra cá? – Caroline perguntou preocupada correndo para me abraçar.

– Tinha que ver minha mãe, não estava agüentando mais isso.

– Então por que não avisou que viria? – Allan perguntou depois de me dar um beijo.

– Pelo simples fato... Vocês iriam me impedir, acha que não conheço os amigos que tenho?

Silêncio.

– O.k. Mas você conseguiu vê-la? – Lizy quis saber.

– Claro que sim... Bom não foi do jeito mais fácil, mas consegui sim... Ah não me olhem com essas caras, aposto que se fosse a mãe de vocês teriam feito o mesmo.

Eles só deram de ombros. Isso significa:

1 ponto para Isabelle

– Onde estão Alice, Chris, John, Luke e Clary? – Perguntei sentindo falta deles.

– Alice tinha que ir ajudar sua mãe com uns problemas e Chris foi junto. – Marie respondeu cruzando os braços.

– Luke teve problema em casa com a sua irmã.

– E John... John não quis vim, mas não é por você Belle... – Lizy respondeu triste abaixando a cabeça.

– Ei... Não pense que isso tem haver com você... – Tentei consolá-la.

– É claro que sim, John está assim desde a noite no parque.

– Então ele é idiota, pois não sabe o que está perdendo... Com respeito, é claro. – Henry falou após um olhar maligno de Marie.

Querendo ou não, tive que dar um pequeno sorriso.

(...)

– Eu achei isso com a minha mãe hoje. – Falei para Allan enquanto mostrava a folha amassada. Estávamos na casa dele, no quarto, sentados da cama um de frente para o outro. O cheiro de comida começou a invadir a casa. O pai de Allan estava em casa, pela primeira vez.

– E você leu? Sabe o que está escrito aí? – Ele perguntou curioso.

– Não, ainda não. Eu deixei para abrir quando estivesse em casa... Estou com medo do que vou encontrar aqui.

– Não precisa ficar com medo, vou ficar do seu lado, sempre. – Ele disse o mais carinhosamente possível. Não pude deixar de beijá-lo.

– O.k.

Comecei a desamassar o papel. E enfim li em voz alta:

Minha querida filha Isabelle,

Toda sua vida você teve que conviver com o fato do seu pai estar morto. Te criei com muito amor, sem nunca deixar que lhe faltasse coisa alguma. Graças ao seu pai, sempre tivemos o dinheiro necessário para sobreviver, mas não podia mais deixar que você convivesse com essa mentira que inventei para te proteger.

Quando você tinha poucos anos de vida a policia veio procurar seu pai aqui em casa. Eles disseram que ele tinha roubado dinheiro. Para mim foi a pior coisa que já me aconteceu. Poucos meses depois, seu pai foi preso. 15 anos de prisão.

O pedido dele? Nunca deixar que você soubesse disso. Tivemos que inventar sua morte. Para nós foi fácil, já que você nem se lembrava dele. Acabamos com tudo, documentos, roupas enfim. Foi um basta, mas conseguimos sobreviver com isso. Depois que seu pai foi solto, ele se mudou de cidade, mas ele nunca deixou de cuidar de você. Todos os meses, todas as contas, tudo é ele quem paga.

Espero que me perdoe por esconder isso de você, eu te amo demais minha filha...

Seu pai está vivo, e bem. Ele...

Quando cheguei ao fim procurei mais alguma coisa escrita. Nada.

– Eu preciso encontrá-lo, ele está vivo, e com certeza quer me ver!

– Calma Belle... Você nem sabe onde ele está, e com certeza sua mãe não conseguiu terminar de escrever a carta. – Ele tentou ficar calmo.

– É ela deve ter passado mal quando estava escrevendo... Mas... – O telefone começou a tocar.

– Alô! – O pai dele atendeu lá embaixo.

Silêncio.

– Allan vem aqui embaixo! – O Sr. Jackman gritou pelo filho.

Ele saiu correndo pela casa. No momento estranhei, mas aí olhei para o relógio. Era noite, quem poderia estar ligando? Estranhei e comecei a andar até a sala.

– Obrigado, pode deixar que nós iremos. – Allan respondeu no telefone e logo em seguida desligou. Ele estava de cara fechada, triste, pensando em alguma coisa.

– Allan quem era? – Perguntei começando a desconfiar.

– Belle... Eu... – Ele começou a gaguejar.

– Por favor, vá direto ao assunto. Allan quem era? – Perguntei de novo agora terminando de descer as escadas.

– Era do hospital.

– O que aconteceu? Por favor... – Eu estava começando a ficar preocupada. Fui me aproximando mais dele.

– Eles... Eles disseram que sua mãe...

– O que tem minha mãe Allan?

– Sua mãe... Ela morreu.


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Notas finais do capítulo

Aí aí... Quero comentários, só sei disso...
Prometo não demorar para postar tá? Tá.
Não esqueçam das sugestões de filmes, séries e livros!
Comentários.
O que acharam do pai dela estar vivo?
Mãe dela morrer?
Beijos até mais!