The Fênix escrita por Dizis Jones, Izis Cullen Fanfics


Capítulo 4
Capitulo 4


Notas iniciais do capítulo

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The Fênix

Capítulo 4



Respirei o ar puro e decidi voltar a pé para meu apartamento. Era demais tudo isso. Estava voltando o pesadelo dessa coisa de genética e pior de tudo era esse fantasma me assombrando.

Eu não podia expulsá-la. A cidade era como um tipo de paraíso, o refúgio do mundo louco que achava que poderia excluir as pessoas pelo seu material genético.

Sempre que alguém está querendo ficar longe desse mundo e chega até nós, a lei é aplicada da mesma forma: a pessoa recebe assistência, é interrogada pela segurança sobre precisar ou não de proteção e nós alisamos se podemos dá-la. Porém, sempre damos. Johanna levava a sério a questão da amizade e de que devíamos acolher a quem precisava de exílio. Depois a pessoa ganha documentos de cidadão, é submetida a um teste que verifica suas aptidões e escolhe onde quer ficar, então alguém Abnegado a acompanha até que essa pessoa ache uma residência em algum bairro e se estabeleça em sua nova vida.

Tem dado certo nesses três anos.

Com isso, poucas pessoas nos deixam, mas muitos vêm a nós, então o trabalho está aumentando e as construções avançam em ritmo acelerado para ter trabalho, moradia e comida para todos.

Esse modo de não eliminar totalmente as facções era o mais perto de um governo perfeito. Não poderíamos fazer como minha mãe, que decidiu um dia eliminar por completo o sistema, sendo que todos estavam acostumados. Como não poderia ser mantido da forma que era, uma adaptação foi feita.

Entrei no apartamento e fiquei remoendo tudo sobre aquela garota. O que fizeram? Por que me assombrar dessa forma?

Eu simplesmente peguei uma garrafa em meu armário e servi a bebida. Eu sentia o exato momento em que o álcool relaxava meus músculos, mas não entorpecia minha mente — justamente o que eu mais necessitava.

Alguém bateu à minha porta, e foi insistente o bastante para não parar até comigo esbravejando que estava indo.

— Calma! Acho que o mundo não está acabando... Zeke — o encarei, sua impaciência mostrava que ele já sabia de alguma coisa.

— Me diga que é mentira.

— O quê? — Ergui minhas sobrancelhas, confuso, até que entendi do que ele falava.

— Tobias, pelo amor de Deus.

— Zeke, se está falando daquela cópia de Tris...

— Cara... — ele olhou para a bancada da cozinha, onde estava a garrafa aberta, e caminhou até lá, se servindo — Quando George me falou, eu vim correndo ver como você estava.

— Estou bem. E George já está sabendo então...

— Sim, ele foi informado e não gostou muito de ser o último a ficar sabendo. Mas, nossa, você é durão! Cara, tipo, é como ver sua namorada voltar dos mortos.

— Ela não voltou dos mortos. É apenas uma garota que se parece...

— É idêntica a ela pelo que me falaram; a mesma genética. Já não pensou que isso pode a sua redenção? Sabe... Uma segunda chance?

— Está louco?! Aquela lá não é a Tris. Acho que vocês estão todos sob o efeito de algum soro novo.

— Só pensei...

Coloquei o dedo em seu peito — quando eu ficava de frente para Zeke, éramos do mesmo tamanho, porém estufei mais meu próprio peito — e falei:

— Não a compare com a Tris. Jamais vai haver no mundo uma garota, ou melhor, uma mulher como ela, está ouvindo?

— Calma. — ele ergueu suas mãos em sinal de rendição — Você está abalado, eu posso ver, então vamos sair um pouco e festejar com os velhos amigos da Audácia.

Eu ia recusar, mas pensei melhor e aceitei ir com ele até o Fosso, que antes funcionava como centro de treinamento e agora era usado como um centro de lazer, um local onde a maioria da Segurança da cidade se reunia.

O antigo quartel general da Audácia foi reformado e o Fosso estava todo novo; estive presente na inauguração, que foi a mais ou menos um mês.

Próximo ao Abismo havia, agora, uma nova tirolesa. Muitos jovens se divertiam por ali; eles não mudaram muito a forma de ser, no entanto, a taxa de mortes da Audácia estava mais baixa do que antes.

— Quer se arriscar na nova tirolesa?

— Definitivamente, não!

Respondi a Zeke, pegando mais um copo de bebida. Eu estava conseguindo me soltar e respirar um pouco de ar, indo para além das novas preocupações.

Fiquei observando a vida nova da Audácia, eu sabia que ali não era meu lugar, eu estava prestes a desertar quando ela chegou e se tornou o único motivo que me manteve lutando.

Me sentia feliz por não mais segurar uma arma, me sentia feliz por não ter mais que provar nada a ninguém.

A minha vida durante esses anos teve um objetivo: eu queria fazer tudo para poder provar a mim mesmo que eu era capaz de fazer algo bom, algo pelo que ela pudesse se orgulhar.

Quando me dei conta de que eu estava ali somente para querer esquecer o problema que estava a vir, decidi que o melhor era ir para casa, já que eu teria de enfrentar esse problema uma hora ou outra.

— Tobias! Ei, vai aonde? — Zeke veio em minha direção quando eu estava de saída.

— Zeke, eu vou para casa.

— Mas já?

— Prefiro.

— Olha, cara, eu sei — quer dizer, eu não sei — o que você esta passando, muito menos o que esta sentindo, mas eu te digo uma coisa: não seja tão duro consigo mesmo.

Acho que a bebida afetou o raciocínio de Zeke, pois realmente esse foi um conselho idiota para a situação.

Dei um tapinha em seu ombro e virei-me, seguindo em direção ao meu bairro. Decidi andar a pé; isso me traria mais espaço para refletir.

Sempre pensei em uma forma de deixar esse luto, mas acho que parte de mim não queria deixá-lo, era algo dela que eu tinha comigo, parte dela estaria em mim se eu mantivesse o luto. Porém eu sabia que isso me destruía, me deixava pela metade, incompleto. Eu queria seguir em frente, mas não conseguia. Não poderia. E não queria.

Ao deitar a cabeça no travesseiro tentei refletir, mas minha mente andava nebulosa e não tinha como pensar em outra coisa se eu colocasse o foco somente nas imagens de Tris. Deixei de lado suas imagens por um curto período de tempo, mesmo que isso me fizesse pensar que era uma traição à sua memória. A questão era que eu não queria interferência ao analisar todos os pontos da situação na qual me encontrava.

Primeiro: uma estranha foi encontrada na fronteira, e o ideal era ser tratada como qualquer um que fosse encontrado na mesma situação. Isso não foi feito de início, porém estava sendo feito agora. Eu teria que me afastar disso e deixar que os responsáveis cuidassem dela; não me envolver seria a melhor opção.

Segundo: ela era idêntica à Tris. E, segundo Caleb, seria um tipo de clone bizarro — foi como Cristina se referiu à garota.

Nós acolhemos refugiados das guerras civis em cidades, recolhemos gente que quer viver longe de toda essa história de genética. Todavia, o fato era que ela não era esse tipo de pessoa, mas sim um experimento.

Sim, ela era. O que queria dizer…

Bem, isso queria dizer que, de alguma forma, ela era importante para alguém e que esse alguém viria atrás dela — o que traria riscos à cidade da qual eu sou o prefeito. Era a minha cidade e eu tinha que manter a ordem.

A resposta estava ali, na minha frente, eu sabia o que teria de ser feito para o bem maior. O problema maior era que eu não sabia se queria me envolver tanto nessa situação.

Minha cabeça estava pesada de pensar em tudo, e quando eu achei que enfim descansaria; batidas na porta interromperam minha paz. Outra vez.

À medida que eu me aproximava da porta, as batidas intensificaram, me deixando irritado.

— Cristina.

— Tobias, eu vim ver como você está.

— Bem, na medida do possível.

— Eu não estou bem com tudo isso.

— Imagino.

— Olha, Tobias, a situação é complicada e eu estou vendo que você está tentando se afastar de uma forma covarde.

— Como?!

Me espantou a forma que ela se referiu a mim.

— Você está se fazendo de durão, mas, Tobias, é como tê-la... A Tris em nossa frente.

— Não é! Ela não é a Tris! — eu percebi que gritava.

— Não é ela, eu sei disso, mas não podemos deixar passar o que ela é: um clone.

— Eu sei exatamente o que ela é. Ela não passa de um perigo a todos e o seu destino não deve ser conosco, ela deve ser mandada embora.

— Você não pode!

— Veremos.

Cristina deu meia volta — ainda na porta — e saiu indignada de meu apartamento. E eu sabia exatamente o que eu iria fazer.


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Notas finais do capítulo

E ai esse Tobias em ..
e a Numero Nove.. o que acham dela?
Estou sentindo falta da mesma participação do primeiro capítulo
ate o prox