Para Hazel Grace escrita por Nick Sparks


Capítulo 4
O lar é onde fica o coração


Notas iniciais do capítulo

desculpem a demora, novo capítulo postado, em amor pelos meus atuais e futuros leitores



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Durante minhas caminhadas inúteis na escuridão, pensei em você, e sei que nesse momento você pensou em mim, porque só acontece assim. É isso o que me mantem vivo e acordado, a minha presença forte na sua vida. Do contrário, não adiantaria permanecer preso à Terra, e temo que um dia eu desapareça caso queira seguir em frente, fingir que nossos momentos foram simples aventuras passageiras. Ao seu lado, notei intensidade em você. Esperando apenas assistir seu corpo descansando e seu peito subir e descer pela respiração, suas pernas espalhadas na cama, a verdade é que estava presenciando algo parecido com um pesadelo. Um pesadelo dentro da sua cabeça. Arrastei uma cadeira com muito silêncio, sem querer desprendê-la de seu momento conturbado. Minhas mãos sem vida passaram pelo seu cabelo, provocando um arrepio que a fez agarrar o travesseiro. Seguindo o desejo, a vontade de arriscar um beijo surgiu, levei meus lábios aos seus com muita ternura, meu corpo leve tranquilamente ficou sobre você, envolvendo nossos corpos perfeitamente.

– Hazel, estou aqui.

Não foi o líquido quente e frenético que me fez perceber a tristeza em forma de lágrimas deslizando de seus olhos. Apenas o rastejar de meu dedo no seu rosto me transmitiu preocupação e medo, uma energia fria e preocupante. Existe um único motivo, muito claro, para explicar porque não poderia morrer de tanta tristeza nesta hora: não havia luz mais em meu corpo. Augustus Waters se tornara uma sombra, uma imagem inexistente, um nome cravado em túmulo. E, quando um corpo é jogado para debaixo da terra, ele perde sua razão. Mesmo que tantas missões ainda teria de realizar, muitos sorrisos tivesse que espalhar pelo mundo, tantos outros abraços fossem acolher os amigos dificultados, a trajetória estaria obrigada a circular de outra forma. Pensando melhor, acho que esse desejo de morte havia partido de outra pessoa. Esqueci-me o quanto estamos ligados, que sei dos seus pensamentos, maiores medos, toda linha de raciocínio que seu cérebro analiza. Em seguida, fui até a janela, em busca de uma resposta que pudesse me confortar. Um barulho vindo de trás chamou minha atenção, seus pés tocando o chão, se dirigindo até o notebook, que foi pego pelas suas mãos - ele foi ligado, várias teclas, notei, estavam sendo tocadas. Com medo de assustá-la pela proximidade de minhas energias, fiquei ali mesmo, captando seus sentimentos transformados em texto. Gostaria de ficar aliviado pela pausa de seu choro, mas isso estava ficando muito estranho. De um jeito jamais visto, seus olhos pareciam extremamente concentrados, pelo menos não percebi eles piscarem pelo tempo longo os fitando. Uma dor excruciante, feito marteladas e facadas juntas, se uniram para atormentar meu peito. Caí naturalmente, encarando o teto que parecia um portal para um novo mundo. Ainda assim, estava atento à sua força aplicada no teclado, uma mistura de ódio e outro elemento que, de tão misterioso e anormal, fui incapaz de saber. Girando meu corpo com dificuldade, uma nova cena, completamente diferente, se abria para mim: punhos vermelhos socando o chão e provocando quebra de ossos, e finalmente uma ajuda incapaz de atendê-la; seus pais buscando abertura para seu quarto. Era muitos gritos, muitos, um após o outro. E, sem nenhuma surpresa, a manifestacão em forma de lágrimas novamente. Sentia que a qualquer momento, não estaria mais presente, talvez o seu coração resolvesse me deixar de lado, para me dar a paz, da qual me mantinha longe, pois as alternativas de felicidade se localizavam onde você permanecia.

Seja o que for, me deixe ficar. Por favor, não queira fazer o que é certo. Subitamente, meu corpo foi jogado para sua cama, onde você estava o tempo todo. Foi atormentador saber com todos os detalhes, de seu pesadelo. Hazel, estou aqui, você ouviu isso?

Com amor,

Augustus


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Notas finais do capítulo

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fiquem com Deus