Diário de confissões escrita por Clary Cahill


Capítulo 8
Professor ou a amiga? A resposta, pode ser uma facada.


Notas iniciais do capítulo

Desculpe demorar para postar, mas eu tive muitos problemas com a minha internet.
Bom aqui está.
Comentem, por favor. Sugestões bem vindas.



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–Por que não vamos para casa hoje?-pergunta Caio desconfiado.

–Por que sua mãe vai ter uma reunião até tarde e ela pediu a Elisa para que vocês dormissem em casa. –mentiu Fernando. Lancei um lançar agradecido.

–Como você machucou o braço? Fernando não quis me contar.

Eu tinha dado 5 pontos. Meu braço direito estava com uma faixa enrolada. Três dias eu teria que ficar com ela.

–Eu me cortei com vidro. Eu quebrei um copo e na hora que coloquei no saco plástico, esqueci de embalar direito. Então, quando eu estava levando o lixo para fora, me cortei. –a mesma coisa que disse para o médico. Não posso deixar Caio saber sobre minha mãe.

Eu não o enganei, sei disso. Por sorte, ele não insiste.

A mãe de Fernando, Gloria, está nos esperando. Ela sabe o que realmente aconteceu, Fernando ligou para ela, pouco antes de sairmos do hospital.

–Oi Gloria. –digo ao vê-la. Abraço-a. Caio faz a mesma coisa.

–Olá Elisa! Oi Caio, como você cresceu!Ela sempre diz isso quando o vê. Mesmo eles terem se encontrado há uma semana. Caio sorri sem graça.

–Elisa, pode deixar a mochila no quarto da Laura. - Assinto e vou até o quarto dela. Jogo minha mochila sobre o colchão. Laura é a irmãzinha de Fernando. Ela tem 10 anos de idade. Gosto dela.

–Está com fome ou sei lá? –pergunta aparecendo Fernando na porta.–Não, obrigada. –digo.

Ficamos ali, quietos nos encarando.

–Onde está sua irmã? –pergunto.

–Ela está no balé. Acho que ela vai dormir na minha avó hoje.

A avó de Fernando é uma senhora simpática que mora perto da praia.Bem na frente dela. Uns cinco quarteirões daqui.

O pai de Fernando está muito doente. Ele tem câncer pulmonar e está internado, ele é um fumante de carteirinha. Desde que o pai dele ficou doente a pouco mais de um ano, Fernando começou a beber. Ele não é nenhum alcoólatra, longe disso, mas ele antes do pai, ele não chegava nem perto de uma cerveja.

–Minha mãe vai passar lá. Isso quer dizer que vai ficar lá umas duas horas. Vou jogar videogame com o Caio. –diz Fernando. –Eu vou deixar você ler o diário.

–Obrigada.

Ele apenas sai. Talvez eu devesse deixá-lo ler comigo, mas não posso. Não posso, pois sou egoísta e nesse momento, quero o diário para mim. Abro-o na próxima passagem.

Dia 13 de setembro.

Tudo está girando em torno do caos. Tem alguma coisa errada com Sara. Ela anda agindo de um jeito estranho. Eu não sei. Cada vez ela conta mais e mais mentiras. Ela está se afundando cada vez mais e ninguém acreditaria em mim se eu falasse alguma coisa sobre isso. Ela sabe que estou desconfiada e está mostrando a sua outra face apenas para mim, me fazendo enlouquecer. É como se ela estivesse controlando Mateus, ele não é mais o mesmo. Ela só arruma confusão e adora vir com roupas provocativas. Ela não é mais minha amiga.

Eu a odeio, isso é oficial.

Mas ela não foi o foco dos últimos tempos. Eu estou em dúvida. Muita dúvida. Não sei se estou apaixonada pela minha melhor amiga ou pelo meu professor de matemática. Talvez, se eu não sei, pode significar que não estou apaixonada por nenhum dos dois.

Eu beijei Dante mais umas duas vezes nesses últimos tempos. No dia seguinte ao primeiro beijo, nada. Apenas como deveria ser. Achei que estava tudo bem, tudo certo.

Dois dias depois, hoje, ele me chamou para conversar depois da aula para se desculpar sobre o beijo inicial. Acabou que , depois de um tempo nos falando, nos beijamos mais uma vez. Novamente, eu corri. Dessa vez, ele foi atrás. Ele me virou, antes que eu pudesse entrar no banheiro feminino, o corredor estava vazio.

Ele me puxou até a sala de química.

–Pare de fugir de mim. –ele disse.

–Não vê o quão errado isso é? A vergonha que eu estou sentindo? Não podemos nos beijar. Sinto muito ter te beijado duas vezes.

–Letícia, eu não vou me desculpar por isso. -Ele colocou as mãos em minha cintura e me beijou. Um beijo delicado.Correspondi. Como aquilo era errado. Se alguém nos pegasse, estaríamos ferrados. Coloquei meus braços ao redor de seu pescoço. Eu sabia que ia me arrepender, mas mesmo assim aprofundei o beijo de um jeito voraz. Até agora meus lábios estão formigando com a sensação do beijo. Ele mordeu meu lábio e me prensou na parede. Separamos-nos para respirar, mas eu não estava nem aí para ar. Eu precisava daquilo. Voltei a beijá-lo, sem abrir os olhos. Se o encarasse, desistira do beijo. Apenas senti o beijo por um tempo. Decidi que podia ser suave por alguns instantes. Ele entendeu o recado, mas Dante, não aguentou muito tempo e voltou a me beijar como se precisasse de mim. Se quiser saber, eu necessitava dele. Ele voltou a si quando nos separamos ofegantes. Dessa vez, ele saiu da sala. Me deixando lá. Atordoada demais para pensar em ir atrás dele.

Foi intenso e... eu quero mais.

Letícia...

Bruna e eu estamos na mesma. Eu tenho que descobri o que sinto por ela. Tenho que descartar meu professor da jogada. Não podia nem considerar a ideia de estar a fim dele. E se no final eu escolher Bruna, como eu digo para meus pais?

O que eu faço?

Eu não sei o que responder.

Dia 8 de outubro.

Muita coisa aconteceu. Eu não sei como estou aguentando ficar na mesma sala que o Dante. Ele está me evitando. Está funcionando, pois eu estou fazendo a mesma coisa. Agora, eu sento o mais afastado dele possível e não converso em sua aula. Já faz quase um mês que nos beijamos. Eu fiquei tão atordoada que parei de falar com meus amigos. Até a Bruna. Meu único amigo no momento é o Lipe. Ele foi minha única saída. Eu tinha que contar as coisas para alguém.

E ele disse que eu tinha que escolher o que era melhor para mim. Mas eu não sei o que é melhor para mim.

Bruna e Sara não haviam ido a escola nesse dia. Era o que eu pensava.

Danielle começou a flertar com Dante na minha frente. Ele nem parecia ligar. Eu não deveria ligar. E eu tenho que admitir, aquilo me incomodou de uma maneira que não deveria acontecer.

–Posso ir ao banheiro? –perguntei com raiva, meus pulsos cerrados. Ele olhou para mim. Sei que ele se surpreendeu com a minha voz. Ele ficou um tempo me encarando até dizer que eu podia ir.

Eu fui até o banheiro, por que não tinha aonde eu pudesse ir. Eu não podia vagar pelos corredores. Eu seria pega. Quando abri a porta Sara e Bruna estavam se beijando. Beijando é uma palavra bem inocente para descrever a cena que eu estava vendo. Transando, seria muito mais apropriado. Eu quase senti pena após ver a cara de Bruna. Aquilo doeu. Eu não me senti como se… ela fosse minha namorada me traindo. Foi como ver minha melhor amiga me traindo.

Eu simplesmente, fui embora.

Liguei para minha mãe e disse que estava doente. Ela me buscou e eu fui embora. Eu fingi estar doente por uma semana. Não quero voltar à escola, mas eu tenho que ir. Bruna ligou muitas vezes, mas eu não atendi. Minha mãe atendeu e eu fingi estar dormindo ou muito mal para atender. Minha mãe nunca fez muitas perguntas, o que é bem útil às vezes.

Outra pessoa ligou várias vezes.

Meu professor de matemática.

Amanhã eu vou à escola e vamos ver.

Fico um tempo encarando a pagina.Muita informação. Eu tenho que continuar…

–Elisa?- a voz de Fernando me despertar para a realidade. Olho para ele.

–Minha irmã está provavelmente em dúvida entre sua melhor amiga e seu professor de matemática. Eles se beijaram de novo e Bruna e Sara transaram.

Fernando parecia ter sido baleado.

–Sara e Bruna o que?

Fiquei o encarando por um tempo.

–Eu só vim saber que sabor de pizza você quer que eu traga aqui. –ele disse se sentando na cama.

–Foi mal. Eu tinha que falar para alguém. Não se preocupe comigo, não estou com fome.

– Acredite você come para caramba, então eu sei que está com fome. Vamos lá. Amanhã não tem aula, pode ler na madrugada.

Assinto. Foi bom ir até a sala. Me distrai rindo com as piadas de Fernando e Caio. Ajudei Fernando limpar a bagunça.

Quando estava indo escovar os dentes meu celular ligou, era meu pai.

–Oi pai. –digo.

–Onde você está? –ele estava desesperado.

–Na casa do Fernando. Por que?

–Sua mãe me ligou. Disse que você não estava atendendo o celular.

Minha mãe não tinha me ligado nenhuma vez.

–Hãm ele estava sem bateria, acabei de carregar.

–Elisa você que avisar a sua mãe onde vai.Principalmente se o Caio estiver junto. Ele está, não?

– Sim. Não se preocupe. Ei, acho melhor você ligar ara ela agora.

–Por quê? Não é mais fácil você ligar?

–Por que agora eu estou ajudando a mãe do Fernando a lavar a louça. –minto.

–Tudo bem. Quer que eu diga alguma coisa?

–Diz que nos conversamos amanhã.

–Tudo bem. Tchau querida.

–Tchau pai.

Ele desliga e Fernando aparece na porta.

–Ajudar a minha mãe a lavar louça?

–Eu não estou com vontade de ligar para minha mãe.

–Entendo. Vai ler mais?

–Provavelmente. Ela não escreveu tanto no diário. Ele já está mais pro fim e ela nem vez 16 ainda.

–Tá. Vai dormir aqui de novo amanhã? Se for não tem problema.

–Não posso abusar da sua hospitalidade.

–Eu já disse que não tem problema.

–Não posso evitar minha mãe para sempre. –digo.

–Você está certa nesse ponto.

Vou até o banheiro, depois escovo os dentes, em seguida vou para o quarto e abro o diário. Tenho que ler.


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Notas finais do capítulo

Comentem.



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