O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 4
Um jantar cheio de frufru.


Notas iniciais do capítulo

Olá, my marshmallows! – tente falar “my marshmallows” rápido, o som é tipo “mamarsmallows” é incrível… Enfim, estou feliz com os reviews e mais feliz ainda por que vocês estão gostando dessa nova versão, eu estava escrevendo e achei que nem está tão engraçado como a antiga versão, mas foi só eu ler alguns mangás e assistir um ou dois episódios de KWMS que eu desenferrujei, e já terminei o 26º capítulo. Tem muito mais adrenalina que a primeira versão e eu substituí a Alice, já que não era criação minha, mas eu fiz tudo com muito mais humor e até os capítulos mais sem graça eu coloquei alguma coisa pra ter humor... Bom, aqui está o capítulo quatro, divirtam-se. E leiam as notas finais, é importante!



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A noite chegou, e minha linda mãe disse que eu tenho, sim, que aparecer no jantar importante porque o cara lá ia trazer um dos filhos dele, e como eu sou a mais comportada (ela disse que os meninos não são nada fofos e já que a Beatrice não está aqui, eu sou a substituta).

– Mei, que tal começar a se vestir? – D. Luiza aparece no meu quarto, na verdade só dá pra ver a cabeça dela, tenho certeza que está escondendo algo.

– Tá bom – levanto e largo meu livro.

– Aqui está sua roupa – ela joga na minha cama, e arruma alisando o tecido com as mãos.

Não creio...

O vestido era aquele vestido cheio de frufru que Júnior estava usando hoje cedo!

– De quem é esse vestido? – falo.

– Bom, é seu! Eu costumo comprar coisas assim, tenho um monte, mas se eu deixar aqui você provavelmente vai colocar no chão e vai dizer que a Mimi rasgou “por acidente” – ela enfatiza bem olhando pra Mimi-chan, que é minha gata, por acaso, ela já é bem velha.

Só sei que aquele vestido é cheio de frufru, tem frufru demais pro meu gosto!

Não tem tempo pra discutir, visto o tal vestido, coloco o “bloomer” por baixo só pra entrar no personagem e estou tentando ajeitar meus cabelos quando a porta abre.

– Aqui, seus doces... – Júnior entra me dando dois pacotinhos coloridos, um com jujubas comuns e outro com marshmallows em forma de morango.

– Ah! Que bom – olho pra ele, mas ele está com uma cara do tipo decepção misturado com surpresa.

– O quê...

– Gostou? Esse vestido fica melhor em mim do que em você! – digo dando uma volta.

– Tanto faz – ele revira os olhos – você tá parecendo aquelas bonequinhas de chaveiro de carro.

– Quer fazer algo que presta? Me ajuda com o laço, sabe como fazer laço, certo?

– Claro, não sou idiota!

– Claro que não... – falo com um pouco de ironia – ajeita essa laço, eu não alcanço direito – ele amarra aquele pano enorme, e fica um laço enorme também. Tipo, aqueles laços das Yukatas.

– Pronto – vou direto me olhar no espelho. Me sinto uma idiota, meu cabelos estão presos em duas marias-chiquinhas baixas presas com dois lacinhos.

– Ficou fofinho – Júnior diz – quem sabe um dia eu não te chamo pra dançar comigo o PONPONPON. – não posso acreditar e olho pra ele com cara de “fala sério” – Está parecendo um daqueles cosplays japoneses de Sweet Lolita.

– Ah, isso é humilhante! – sento na minha cama.

– O que?

– Isto! – levanto mostro a roupa com um gesto – Mestres importantes estão vindo e a D. Luiza me veste como uma boneca de porcelana do século passado.

– E por que você veste?

– Por que ela ficaria chateada, e como nem você nem o Lukas fazem nada pra ela ficar alegre, é meu dever fazer isso – suspiro.

– Legal, eu só vim aqui pra entregar os doces – e sai.

– Eu quero torcer seu pescoço – falo e ele me olha, sorrindo.

– Não dá pra ter medo de alguém vestido de boneca de porcelana do século passado – ele pula, aperta minha bochecha e sai como um coelho, saltitando. Ah, não, primeiro o vestido, as danças e agora os pulos, Júnior está na metamorfose para o lado rosa da força.

Já são quase oito horas, o pessoal importante estava para chegar, minha mãe está todo o tempo alisando as cortinas e meu pai está bem nervoso, principalmente quando eu disse que tinha um pedaço de salmão na bochecha dele.

Logo os mestres chegaram, talvez eu os deva colocar o sufixo Sama depois do sobrenome deles, igual fazem no Japão, mas decido ficar calada durante todo o jantar, e só falarei de falarem comigo.

– Mei, abra a porta – meu pai diz e eu obedeço, mais por curiosidade.

A primeira pessoa que vejo é uma mulher loira, de uns trinta e poucos anos, alta com os cabelos meio ondulados por babyliss, olhos de um azul chamativo demais e escuros como safiras. Um japonês entrou logo depois dela, não é muito alto, mas definitivamente está muito acima do peso, tem uma barriga de dar dó e usa óculos. Bom eu distribuo um sorriso gentil a todos, até ver quem é o filho deles.

Meus olhos arregalam-se e minha boca abre num perfeito O.

– Ah, não... – sussurro assim que vejo.

Ele ergue uma das sobrancelhas, claro que com a franja não dá pra perceber muito, mas eu sei.

– Hum, podem entrar... – falo, o mais educada possível.

– Belo vestido – o garoto sussurra, debochando de mim, mas parece que a mãe dele percebeu.

– É um vestido lindo! É perfeito, não tem problemas em usar um vestido assim, na sua idade, todas as meninas vestem – ela diz, sorrindo com aqueles olhos azuis feito miosótis brilhando tanto que... argh!

– Na minha idade? – repito, baixinho.

– Sim, eu, quando tinha dez anos adorava os vestidos que minha mãe me comprava – ela disse, como se estivesse sonhando.

– Tenho quatorze – falo.

– Tem a sua idade, Dennis! – ela diz – e, no entanto, é tão pequena!

Ele revira os olhos, e depois faz menção de soltar uma gargalhada das grandes.

Esse menino metido...

Me encolho, esperando ela cansar de ficar abaixada desse jeito e endireitar a postura...

Tudo bem, não fiz nada de mal e não é agora que vou fazer, depois disso, todos sentamos à mesa, os homens conversando sobre negócios as mulheres sobre família e maquiagem e eu e o cara da poça ficamos calado.

O jantar acaba e meu pai e o Sr. Sakai vão conversar no sofá, minha mãe e a Sr. Sakai (é estranho uma mulher loira, alta e visivelmente ocidental ter um sobrenome asiático) vão conversar coisas femininas na varanda do quintal, e o Sr. Dennis Admirador de Poças foi para o lado de fora da minha casa.

– Mei, filha! – Minha mãe me chama – Traga o chá, está em cima do balcão, por favor.

– Tudo bem – Pego a bandeja com o bule, as xícaras e os pires de porcelana, branquíssimos com umas florezinhas cor de rosa, minúsculas desenhadas caprichosamente no canto direito (digo, perto da “asa”) de cada peça. Nunca usamos aquilo a não ser quando queremos impressionar. D. Luiza tem uma infinidade de coisinhas para impressionar: as cortinas de tecido fino, bege escuro que enfeitam as janelas é uma dessas coisas, a coleção de cristais, preciosidade de D. Luiza que a deixa guardadinha em uma caixa acolchoada num compartimento escondido no guarda-roupa, e, claro, os treze jogos de chá de porcelana que ela guarda cada um numa caixinha acolchoada, e, quando quer impressionar passa o dia escolhendo que jogo de chá usar, depois que escolhe, passa uma hora dando mais brilho na porcelana.

– Aqui – coloco a bandeja sobre a mesinha e já estou fugindo antes que...

– Querida, – ah, não – sabe onde Dennis está? – a Loira pergunta.

– Está na frente da casa – digo, e vou saindo.

– Esse menino é muito solitário – ela diz, e segura meu braço, olho a mãe dela e ela tem unhas compridas... POR QUE AS MINHAS NÃO CRESCEM? Ah, eu mastigo elas até não sobrar nada.

– Mei, querida, pode fazer companhia ao Dennis? – o olhar dela dizia “Vai logo senão te jogo pela janela”, minha mãe é um doce, quando quer.

– Claro – inclino meu pescoço para o lado, sorrindo e saio.

Francamente, eu não quero fazer companhia para um garoto esnobe filhinho de papai.

Espera... Ele está.

NÃO! Ele está admirando meus botões!

Ok, botões de flor, estava óbvio que era isso, e sim, eu costumo plantar flores, desde o dia que minha mãe disse que o capim-cidreira parecia mato e me mandou tirar aquilo do jardim e colocar no quintal. Daí restou umas sementes de roseira então eu plantei. Faz um tempo e os botõezinhos estão para desabrochar.

E eu não preciso de nenhum garoto esnobe encarando meus botões! Ora essa!

Caminhando devagar, para que ele não note minha presença... Ele virou o rosto em minha direção, plano por água a baixo, mas eu tentei. O me resta é me aproximar. Ele não reclamou! Isso é bom.

– Belo vestido – ele diz, estou com vontade de dizer “é do meu irmão mais novo”, mas não quero envergonhar o papai contando o hobby vergonhoso de Júnior ao filho do dono da empresa com quem será sócio.

– Obrigada – falo ironicamente e sorrio falsamente. Palavras com o sufixo “ente” são excelentes.

– São seus? – ele aponta para os botões.

– São – franzo o cenho.

Não sei o que acontece depois, porque ele só fica calado, com as mãos nos bolsos. O quê? Na falta de assunto, conversamos sobre pudim, ou doces, sou especialista em doces!

– Que dia é hoje mesmo? – pergunto, estou sem assunto e ele não colabora.

– Quarta-feira, quinze – ele respira fundo, parece que falar dói, pelo menos pra ele.

– Ah – falo.

– Por quê? Quer lembrar para sempre desse dia? – ele diz, zombando de mim – é melhor correr e escrever no seu diário.

Abro os olhos até a friagem fazê-los arder, depois pisco.

– Como... como... como sabe?

– Quê? Sério? Você tem mesmo um diário? Isso é coisa dos anos setenta – ele ri – Vai me dizer que seu sonho é casar e ser uma boa esposa, boa mãe, cuidando dos filhos e marido?

– Ora, fiquei quieto – me recupero.

Meu celular toca, é uma musica chamada The Day We Fall In Love, Park Shin Hye, é uma bela música. Olho o visor e é a Loiza.

“Oi, Lo”

“Annie” ela choraminga, ah, é a voz da Katlyn, ufa, achei estranho, Lo nunca choraminga.

“O que?”

“Vamos ao shopping amanhã, quer ir?” a voz muda, agora é a da Lo.

“Hãn? Por que Kat estava choramingando?”

“Porque ela não sabe o que é diversão, você vai?”

“Vou... Acho”

“Ótimo, passo aí ás seis”

Ela desliga.

– Suas amigas barulhentas vão vir e fazer barulho com você?

– Você não vai querer sabe, Sakai-sama... – murmuro.

– Sama...? – Ah, não, ele começa a falar, de novo!

Bufo... Eu quero sair daqui! Esse chato.

Não aguento, quanto mais ele fala, mais eu tenho vontade de subir ao terceiro andar e me jogar de lá.

Dennis Sakai, seu chato... como é possível alguém tão jovem ser tão... velho?

Vou morrer! Não, melhor ir pro meu quarto, apodrecer ou derreter como um sorvete, até virar uma poça de troço branco.

Uma dúvida.

Se eu virar uma poça de troço branco, por acaso Dennis Sakai iria vir me admirar?

Vou morrer daqui a pouco, e alguém vai ter que juntar meus restos mortais, porque vai ser aqui mesmo no jardim.


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Notas finais do capítulo

Bom, meu celular chegou – depois de dois meses – e eu estou pensando em fazer um grupo no whatsapp sobre a fic, pode ser chato, mas daí eu posso saber mais ou menos como estou me saindo e seria divertido tudo isso, porque algumas pessoas que lêem a fic não tem conta no Nyah! e seria interessante... bom se me mandarem o número de vocês por MP ou como preferirem, se tiver no mínimo dois números eu já faço o grupo, senão... eu espero mais um pouco... Yay, espero que tenham gostado desse capítulo!



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