O Diário Secreto de Anna Mei escrita por Fane


Capítulo 20
Recuperando minha Dignidade! – Gabriel, você o quê?


Notas iniciais do capítulo

Enfim... Amorecos da Tia Ho... Eu tô me sentindo meio mal por não postar tão frequentemente, mas meu medo é que vocês descubram que os próximos capítulos da fanfic são chatérrimos e deixem de ler (minha animação está cada vez menor).
Como prêmio, agendarei dez capítulos... Ok, parece um pouco exagerado, mas vocês amaram a notícia que eu sei...



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Terça-Feira/4 De Março

Saindo de cadeira de rodas do hospital, pois é... Como se a minha vidinha já não fosse muito estranha, agora eu tenho que aturar pessoas me lançando olhares penosos como se eu estivesse com os dias contados, além das briguinhas pra saber de quem é a vez de me empurrar.

Por enquanto, quem está me empurrando não é Dennis – acho que não seria seguro – Nem Hanna – também não me parece seguro – nem são meus pais, já que estão ocupados com os remédios que me receitaram...

– Está se divertindo, princesa? – diz aquela voz irritante, é ainda mais difícil se acostumar com esse risinho, ao menos sem ter vontade de esmurrá-la – Se não estiver, por favor, me perdoe.

– Sabe, você é adorável, às vezes! – Hanna fala, apertando as bochechas da Ellie. É, ela ganhou na competição do palitinho, é ela quem está me empurrando.

– É verdade! Pensei que ia ser a única a chorar desesperadamente quando a Mei ficou em coma – Mandy surge do nada.

– Eu já disse que... – Ellie começa a falar, mas uma vozinha a interrompe.

– Ei! – uma voz desconhecida para mim, mas Ellie parece conhecer bem.

– Mas o que...? – Ellie fala, parando, e com isso eu também paro.

– Mamãe disse que você estava no hospital... – é um garoto, um garoto que é a cara da Ellie! Ele está me olhando, os olhos azuis cheios de desprezo, nossa, bem familiar – Não sabia que era enfermeira agora...

– Ah, vá embora! – Ellie diz, me empurrando para longe daquele serzinho. É como se ele fosse à versão masculina de Ellie, só que uns vinte centímetros mais baixo.

– Não tenho a mínima vontade de estar aqui – ah, tenho vontade de dizer “então porque está aqui...?”, mas eu acho que não conseguiria falar. – Só quero avisar pra não faltar ao ensaio de hoje, ou vai ter problemas.

E sai. Ele saiu desfilando? Acho que ainda estou meio tonta.

Ok, já posso me locomover, vamos voltar pra casa no carro do Sr. Pai, e foi como se preparar para algum ritual místico, tiveram que dobrar a cadeira de rodas pra caber no porta malas e entraram três pessoas além de mim (Hanna, Mandy e Dennis), já que Gabriel saiu faz tempo e Ellie disse que precisava ir assim que aquele garoto saiu – e, apesar de ser uma garoto, ele é bem fofo.

*

Estamos todos no meu quarto – o de casa mesmo – comemorando loucamente a minha volta à ativa! Condesso que é meio chato ficarem esperando que eu conte piadas, mas eu me sinto amada... De uma forma bem... Querida.

Gabriel chegou aqui faz um tempinho, agora Ellie ainda não chegou... E nem sei se ela vem, bom, um mês atrás eu acharia que eu estaria louca se sentisse a falta da Ellie em algum lugar, mas agora eu sinto que essa “turma” não está completa sem ela.

Ah, lembrando que aquele negócio de não poder andar era só meia verdade, eu estava com um pouco de dores nas pernas, mas eu sempre quis sair de um hospital numa cadeira de rodas, para mostrar ao mundo que quando se vence não se sai desfilando e sim é carregado por alguém! – filosofia ridícula, mas faz parte. Então é óbvio que se alarmaram quando subi as escadas em disparada, porque, em um momento eu disse que sequer podia andar e, em outro, subi uma escada de vinte e tantos degraus correndo como tivesse um apocalipse zumbi no térreo.

Bom, teve uma parte boa em ficar doente... Minha doce mãe fez pudim! E eu amo pudim, não como desde que Katlyn me fez derrubar o doce-maravilha... Falando em Katlyn, o que será que ela e Loiza estão fazendo?

Até parece uma festa! Isso me faz pensar que os pais da Mandy, Gabriel e Dennis não se importam com os filhos – já sei que Hanna está morando com os tios, então não citarei o nome dela.

Só sei que agora estão decidindo que brincadeira fazer... Escolhendo um tipo de jogo... Eu dei a ideia, mas acho que saiu um pouco tosca pelo fato de eu não saber explicar direito.

– Bom, primeiro você diz uma frase qualquer – explico – depois outra pessoa tem que falar outra frase que tenha pelo menos uma palavra da frase anterior.

Como todos estão me olhando, decido dar um exemplo.

– Tá bom, eu começo... Por exemplo, eu digo: “Eu tenho um macaco cabeludo...” e aí – falo, mas sou interrompida.

– Aí eu digo: O padre é um cara cabeludo – Dennis diz, ele entendeu? Se fosse eu ouvindo de outra pessoa não entenderia! Quero dar um troféu pra ele!

Só sei que o meu exemplo fez com que todo mundo risse! Eu e Dennis ficamos com cara de bunda enquanto riam da minha péssima brincadeira. Eu sei que é meio estilo festa de aniversário de três anos, mas eu achei interessante quando me ensinaram.

Mas mesmo assim, todos decidiram jogar!

– Ótimo, ótimo! Que tal jogarmos outra coisa? – alguém entra no meu quarto.

Ellie? Bom, ela está diferente... Quero dizer, usa uma roupa diferente, hoje cedo estava mais normal até, com uns shorts jeans e uma camiseta preta, mas agora ela voltou ao estilo chique que só Ellie tem – com uma saia lilás ultra moderna e uma camisa que parece ser bem cara, além das sapatilhas vermelhas.

– De quê? – Hanna pergunta.

– Que tal... – ela pensa – Adivinha quem?... Bom, tipo... A gente escreve o nome de uma pessoa qualquer num papel e cola na testa da pessoa que está ao lado então... – ela tenta explicar.

– Ótimo! Vou pegar os papéis! – tento levantar, mas Hanna não deixa.

– Nem pense! A senhorita não vai fazer nenhum esforço! – ela mesma vai buscar as folhas.

Então começou, cada foi pra longe de cada um pra escrever o nome da pessoa, bom, estou sem ideia... O que devo escrever? Nome de alguma pessoa... Vejamos... Ah, sim! Escrevo Homer Simpson rapidamente quando todos retornam para começar o jogo. Ficamos sentados no chão em círculo, e a sequência era a seguinte: Dennis, eu, Ellie, Gabriel, Hanna, Mandy, Dennis, Eu... e assim por diante... Ótimo, eu teria que colar “Homer Simpson” na testa da Ellie e tentar adivinhar o que Dennis escreveu naquele papel.

É meio embaraçoso na hora de colar o papel na testa um do outro... Pensei que Dennis ia explodir de vermelhidão quando Mandy colava o papel na testa dele, mas ele não esboçou nenhuma reação que o valha, mas Hanna fez uma careta, como se não estivesse gostando, e acho que o tapinha que ela deu na testa da Mandy quando colava o papel não foi apenas para “não cair” – hora da vingança com Hanna... Hanna, o quê? Não sei o sobrenome dela! – Ellie colocou o papel na testa do Gabriel com a maior alegria (eu, hein) e quando Gabriel foi colar o papel na testa da Hanna ela olhou pra ele meio desconfiada, e quando Dennis colocou o papelzinho na minha testa ficou me olhando como se nunca tivesse me visto e sorrindo feito um idiota – será que tinha mais meleca nos meus olhos? – Enfim, eu colei o papel na testa da Ellie e começamos, mesmo com todo mundo rindo da coitada por estar com “Homer Simpson” na testa, enquanto todos estavam com nomes das pessoas que estavam na brincadeira na testa... Eu tenho um pouco de pena dela, não sabia que podia colocar nomes simples, quero saber o que tem na minha testa!

Dennis estava com “Hanna” escrito na testa – Mandy está sem criatividade hoje. Mandy tem “Gabriel” escrito na testa, e Gabriel tem “Ellie” – já que ela tem tantos pensamentos narcisistas... é claro – e Hanna tem “Meizinha” na testa – Gabriel continua sendo tão fofo que eu não posso odiá-lo.

Bom, já que ninguém me olhou esquisito como olharam para Ellie, o que está escrito na minha testa não é tão estranho quanto “Homer Simpson”.

– Eu começo... – Ellie fala... Isso vai dar treta – Sou homem?

– Com certeza – falo junto com Dennis e Hanna.

– Adulto?

– Claro!

– Loiro ou moreno...?

– Ele não parece ter muito cabelo, mas é moreno – falo, coçando o queixo.

– Hum... – Ellie pensa... – Acho que... Vou passar essa.

– Então é minha vez – Gabriel fala – é uma mulher?

– Sim... – falamos em coro e Ellie continua.

– ... uma mulher linda, maravilhosa e cheia de estilo! – bem, ela se exaltou um pouco.

– Ellie...? – Gabriel responde, sem expressão.

– Quê? Como pôde saber tão rápido? – Ellie se exalta, de novo.

– Você nunca diria que outra mulher é “linda, maravilhosa e cheia de estilo” – ele imita a voz dela, e faz gestos – então, como você escreveu, tenho certeza de que é você.

Realmente, Gabriel raciocinou bem pra dar uma bela resposta... Deixou Ellie com cara de paisagem.

– Minha vez – Hanna grita – sou um animal?

– Poderia ser – Dennis fala, fazendo cara de paisagem, sabendo que é meu nome que está escrito na testa dela.

– Um animal? Me deem dicas! – ela pensa... Eu quero matar esse... garoto esnobe!

– Não é um animal – Mandy me salva – É uma pessoa!

– Estranha e pequena – Ellie fala.

– Na maioria das vezes zangada – Mandy fala.

– Não importa o que faça, é sempre fofa – poderia pensar que Dennis falou isso, mas que fala é Gabriel. Dennis apenas ri e balança a cabeça, concordando...? Eu, hein... O que deu nele? Estamos em um mundo paralelo?

– Ah, eu pedi dicas e não a resposta! – Hanna lamenta, me acordando dos meus devaneios.

– Então sabe quem é? – Gabriel ri.

– Claro que é a Anna! – ela está para puxar o papel, mas...

– Não está escrito Anna – Ellie fala, como se estivesse torturando sua presa.

– Não? – ela fica confusa, belo trabalho Ellie – Então, quem? Ah, ok. Você está entrando na zoeira, Chris – ela fala com Ellie, Chris? Por que chamou a Ellie de Chris? – Está escrito “Mei”, satisfeita?

– Também não está escrito “Mei” – Ellie fala, olhando as unhas – E não me chame de Chris – quase posso ver faíscas... Gente, que tenso.

– Então... – Hanna ficou ainda mais confusa... – Então, não sei quem pode ser – ela tira o papel da testa e lê “Meizinha” – Gabriel, por que diabos escreveu “Meizinha” ao invés de... – ela quase explode.

– Agora eu – Mandy pula – Sou homem?

– É sim... – Ellie murmura.

– Dennis? – ela diz.

– Não! – Ellie diz mais uma vez.

– Gabriel? – Mandy diz, de novo.

– Eba! Acertou, vai Dennis – Ellie fala sem animação nenhuma.

– Sou uma mulher, certo? – isso soou meio estranho.

– Ah, eu sempre soube disso! – falo e ele parta meu nariz, e isso dói!

– Ah, não é a Ellie, não a Anna e Amandha não escreveria o próprio nome, será... Hanna? – ele diz, sem demonstrar nenhuma emoção.

O que ele é? Um alienígena? De que planeta você é, senhor Sakai?

Depois da cara de choque que todo mundo fez por causa do Senhor Inteligência e Raciocínio Puro, chega a minha vez.

– Sou um homem?

– Não – Ellie ri.

– Uma mulher?

– Em parte – Dennis ri junto. Em parte? Como assim?

– Hãn? Eu sou um animal? – digo, esse jogo já está me deixando irritada.

– Eu disse que você era um animal... – Dennis murmura.

– Cala a bo... – começo, mas decido não terminar – Sou um... – penso no animal que Dennis provavelmente colocaria, já que todos estão usando o raciocínio... – Hum... Gato?

– Não! Chances esgotadas – Ellie sorri – Minha vez de novo, se sou um homem adulto, moreno... Não pode ser Dennis, pode?

– Não! – falo emburrada.

– Desisto então... – ela tira o papel da testa e revira os olhos quando vê “Homer Simpson” – Eu devia ter perguntado se era amarelo.

Acho que sou a única que é um animal... Até que eu poderia me senti especial, mas isso ofende um pouco!

– Sou um mamífero?

– Em parte, – Dennis fala – Pode desistir se quiser.

– Nem pensar, sou um anfíbio?

– Também! – Mandy comemora.

– Um sapo? – digo.

– Quase – Gabriel ri.

– Sapa?

– Ainda não – Dennis fecha um olho, como se preparasse para uma explosão.

– Ah! – grito – Então o que é?

Dennis arranca o papel da minha testa e me mostra... O que me faz me sentir mil vezes uma besta. Estava escrito “Mulher–Sapa”.

*

No fim, decidimos ir ao shopping, foi um custo convencer Hanna e minha mãe, mas conseguimos.

Bom, acho que consigo ver diferenças desde que andei com esse povo, do tipo Ellie e Gabriel estão muito próximos, Hanna e Mandy também, e Dennis está mais esquisito do que antes, está agindo diferente, agarrando meu braço e sorrindo, vomitando arco-íris a cada passo que dá... Acho que ele tem algum laço de sangue com a Hanna por causa disso.

Bom, agora tudo que eu quero é comer alguma coisa gordurosa, já que não como algo descente como a boa e velha Fast Food desde que sai do hospital, mas Hanna-traço-mamãe não deixa, então decidimos ir ao cinema. Chegando lá tem vários filmes em cartaz, e eles escolhem um de terror. Ellie, Hanna, Gabriel e, por incrível que pareça, Mandy votaram no file de terror. Dennis saiu faz pouco tempo, disse que ia à loja da irmã e voltava logo, bom... Eu não quero ver esse filme de terror, quero dizer, que acabo de sair do hospital, quem em juízo perfeito iria querer ver um filme de terror depois de dormir por três dias? – eu não tenho o juízo perfeito, mas apenas desconsidere – para fugir um pouco, digo que vou buscar Dennis, e Gabriel diz que quer ir comigo.

– Será que está rolando alguma coisa entre você e a Ellie...? – falo, tentando puxar assunto.

– Hãn? Não... Ellie é uma boa pessoa, mas eu não... – ele não completa a frase.

– Ah, qual é? Pode me dizer! – digo, lembrando da noite do fora mais gentil de todos – Somos melhores amigos, não é?

– Sim... – ele pensa um pouco. – Mei, acho que... Eu já queria te contar isso faz algum tempo...

Declaração à vista? Continue, por favor!

– Eu gosto de... – ele fala, mas trava. – Gosto de... – ele sussurra no meu ouvido e eu arregalo os olhos. Não pode ser! – Mas prometa que não vai contar isso pra ninguém!

– Mas por que... – falo, chocada com a novidade – Mas, eles são amigos, merecem saber... Ellie já sabe?

– Ela só desconfia... Eu nunca disse pra ninguém como eu disse agora, sabe..? – ele coça a cabeça loira – Com todas as letras.

– Sei – digo, confusa, é difícil absorver isso... – Por isso me dispensou naquela noite – murmuro, espero que ele não tenha ouvido.

– Sim, foi por isso – ele ouviu! – Mas não se ofenda, você é demais mesmo assim! E como andam as coisas com o Dennis?

– Não andam... Você poderia... Estar com ciúmes? – digo, com um sorriso travesso.

– De jeito nenhum! Vocês são um belo casal! – ele diz – Se é que são um casal.

– Não somos... mas, eu acho que... gosto dele – falo, ficando muito vermelha.

– Puxa! Isso foi tão... oficial...

– Ei! Não faça essa expressão estranha! – digo, rindo enquanto ele ri também. – Eu disse “acho”.

Até esse ponto, já estamos perto da loja, e quando viro para frente, ainda rindo com tudo isso, mesmo chocada com o que ele me disse, e depois, me sinto sendo puxada para sabe-lá-onde.

– Você disse que não gostava mais dele – não estou raciocinando direito, e esse troço ainda aparece para fazer perguntas! Aliás, está bem escuro aqui.

– De quem? – digo, mas estou tão atordoada que a voz sai trêmula.

– Bom, você estava andando com Gabriel rindo feliz, voltou a gostar dele?

Aí eu vejo, mesmo estando um pouco escuro é impossível não reconhecer esses olhos.

– Não! Não é isso! – me desvencilho dele – Ele só tinha me contado que – paro, lembro que prometi não contar a ninguém – E você? É muito suspeito sair puxando as pessoas pra um lugar desconhecido!

Nem escuto o que ele tem pra falar, saio e logo acho o povo todo que estava esperando na fila, Ellie está um pouco afastada falando no telefone, e saí... Ah, essa eu não vou perder! Sigo-a pelo shopping e ela para num restaurante, parece que a visita é chique, ah não... Não pode ser!


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Notas finais do capítulo

Enfim, não tenho muito mais a dizer, então apenas comente qual a sua cor favorita e desate a ler o próximo capítulo u3u



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