The Life Is Just A Game — Interativa escrita por Titã


Capítulo 4
Capítulo 4 — Chess Advanced


Notas iniciais do capítulo

GENTE EU ESTOU MUITO ANIMADO!!!! EU NUNCA ME SENTI TÃO ANIMADO PARA ESCREVER ASSIM DESDE MUITO TEMPO! Quero agradecer a todos que comentaram e mandaram fichas, eu estou muito grato com vocês. Infelizmente, só temos a apresentação de um personagem, mas eu cito alguns. Porém, esse capítulo é ESSENCIAL para a história. Então prestem atenção, ok? Ah, e talvez tenhamos um capítulo a mais ainda nessa semana.
Enfim, sem mais enrolação, aproveitem o misterioso capítulo!
Enjoy>>>



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Capítulo 4 — Chess Advanced

 

Sede da Chess Advanced — Mundo Mortal, Duas da Tarde

 

Maximilliam

 

Max olhou para cima, contemplando a grandeza da Chess Advanced.

Estava no centro da sede da empresa, localizada naquela pacata cidade, que se não fosse a cidade natal da Chess Advanced, Max nunca a conheceria. Ele estava ali puramente por negócios, apesar de querer saber o que Shepard Chester queria com aquela grande quantidade de dinheiro que pedira “emprestado” pela BlanchCorp; uma das empresas de seus pais adotivos que passara para a mão dele após a prisão do casal. Há cerca de algumas semanas, a empresa de empreendimentos recebeu uma proposta de Chester, um empréstimo de dinheiro em troca de melhores investimentos e abertura para trabalhar em um importante projeto da Chess Advanced; o Conselho de Administração havia aceitado a proposta sem a aprovação de Max, por causa de sua pouca idade, 25 anos. Irritado quando descobriu, Max demitiu alguns dos Chefes e fora pessoalmente tratar com o próprio Shepard Chester, mas para saber para que entregara seu dinheiro — o próprio já fora gasto.

Agora, estava na sede da empresa com um incômodo crachá de visitante, onde seu nome completo, Maximilliam D. Blanch estava localizado em cima de seu cargo nas empresas em seu nome — BlanchCorp, DTECH e Investimentos Nova Era — assim como seu magnífico cargo nas três, dono e CEO (Chief Executive Officer, ou em português, Diretor Executivo). Ele atravessou o esplendido e gigantesco salão, com uma grande abertura em que era possível visualizar cada andar de baixo, onde as gigantescas janelas forneciam luz natural para o lugar; Max não pode deixar sentir inveja pelo bem-planejada arquitetura da empresa. Aproximou-se do elevador, ignorando os empregados, apenas repetindo mentalmente as instruções que recebera para poder chegar na sala do fundador da Chess Advanced. Enquanto andava, não podia deixar-se sentir algo pelo dono daquela poderosa empresa. Shepard Chester era um homem atualmente famoso e importante em todo o mundo, mas não fora sempre assim. O CEO da empresa fora um homem pobre e humilde, coisa que, à primeira vista trouxe aversão para o D. Blanch, mas que depois que lera sua história esse sentimento modificou-se. Ao contrário de Max, que herdara as empresas, Chester construíra seu império a partir de míseros dólares de poupança e empregos em meio período. Shepard trabalhara duro e conseguiu enfim fazer sua faculdade de administração, aproveitando-se do dinheiro do tio, comprara uma degradada empresa que não acompanhara a modernidade, por cerca de trezentos mil dólares e então começou investimentos até mudar o nome da empresa para Chess Advanced e conseguir mais mercado nacionalmente, logo contratando as mais ilustres mentes do país e em poucos anos, a empresa tornou-se uma gigantesca multinacional, criando inúmeras tecnologias como os kingphones e outros mecanismos tecnológicos, não só para a população, mas também para o governo. E tudo isso começara naquela pequena cidade.

O elevador finalmente chegara, e Max adentrou-o, se colocando perto dos botões e clicando no número dezesseis, fazendo a porta começar a fechar. Max apoiou-se na parede e sentiu um solavanco, enquanto o elevador começou a subir. Olhou para o lado, vislumbrando a sede com toda sua plenitude no Elevador Panorâmico, subindo cada vez mais alto e mais veloz. Então, de repente, o elevador parou na metade do caminho. Olhou para o lado, vislumbrando uma figura de preto apoiada na parede olhando para ele sorrindo. Seus olhos castanhos automaticamente se desviaram das orbes do homem à sua frente.

— O que está fazendo aqui, enxadrista? — Questionou para o homem de preto, que apenas sorriu, assim como na sua primeira visita. O sorriso trouxe calafrios no corpo de Max, que apenas rangeu os dentes. Odiava como se sentia perto do misterioso ser. Fazia alguns dias que o tal deus visitara-o e o contara sobre o Jogo dos Deuses, entre ele e sua rival.

— Meu caro Maximilliam, não fique assim. Apenas queria ver como está. — Falou calmamente, apoiando-se no vidro do elevador. — Não posso ver como minhas Peças estão?

— As pessoas vão desconfiar do elevador parando no nada; além de tudo, há as câmeras de segurança. — Seus olhos brilharam em desafio. — Irão te ver, entidade.

— Eu sou um ser feito de Éter, meu caro. Nenhum mecanismo Mortal pode me ver a menos que eu queira. E sempre há a desculpa do elevador ter parado. — Falou calmamente, como se fala com uma criança. — Mas não é por isso que vim aqui.

— Então foi para quê? Até agora só estou te vendo vangloriar-se, mas nada. — Max disse, desafiando o moreno imortal. O deus não se sentiu nem um pouco ameaçado pelo humano. — Veio aqui para o que, então?

— Eu senti uma forte energia. — Revelou, seu tom de voz mostrava que estava irritado com o humano a sua frente. — Parece que há interferência divina dentro dessa empresa, mas do que de costume.

— Não é a energia que você e sua esposa estão deixando ao descer aqui em baixo? — Max questionou, mexendo nas mangas de seu terno. Não queria vislumbrar o homem a sua frente, não queria parecer menor ou submisso em relação à ele.

Ela é minha irmã. Corrigiu o deus, irritado. — E não, eu reconheço os nossos traços de Éter. Esses são diferentes. Mais desconexos e mais fortes, as interferências dessas entidades são maiores do que a minha e da minha rival. — Disse o imortal, parecendo pensativo. — Eu vim aqui para melhorar nosso acordo. Algo me diz que esse tal Shepard tem alguma informação sobre essas interferências, e o que querem.

— E o que ganho em troca? — Falou, agora com uma devida curiosidade. O ser sorriu malicioso, enquanto andava pelo pequeno elevador.

— Vou pensar em torná-lo a peça que quer, mas tenho que conferir as regras originais do Jogo dos Deuses. — Disse como se Max tivesse que agradecê-lo por aquela oferta. Seu tom de voz não agradou nada o D. Blanch.

— Vai pensar? — Já estava irritado, começa a odiar a pose de poder do negro. — Por que acha que te ajudarei com um “vou pensar”? Eu quero uma resposta concreta, meu bom deus. — A voz estava carregada de sarcasmo.

O homem suspirou, encarando-o com raiva. O imortal já estava cansado das artimanhas do humano para tentar manipulá-lo.

— Você não é a única peça negra da empresa, Max. Nem mesmo a única que irá conversar com Shepard. — Revelou, ainda com um tom de raiva, mas sendo coberto por um de superioridade, sabia que Max odiava esse tipo de tom de voz. — Deixe de querer mandar em mim, você não vai conseguir me manipular com esses seus joguinhos. Então, por favor, faça um favor para mim e para si mesmo: Me obedeça, ou você vai se arrepender de ter me conhecido e até mesmo de ter nascido. — Max sentiu o corpo arrepiar-se com o tom de voz. O homem agarrou o rosto do D. Blanch e o obrigou a encará-lo, seus olhos se desviaram do olhar da entidade, mas não antes de sentir uma dor imensa ao vislumbrá-lo por alguns segundos. Era horrível e extremamente doloroso encará-lo, a cor negra parecia sugar sua alma, parecia que seu corpo estava sendo puxado para a escuridão dos olhos do poderoso ser, se isso ocorrera em apenas alguns segundos, Max não imaginava o que aconteceria consigo se encarasse por mais tempo. Pela primeira vez em muito tempo, sentiu realmente um medo profundo por algo. Pelos olhos da entidade. — Entendeu, mortal?

Rangendo os dentes de raiva pelo ser mais poderoso do que ele jamais fora, Maximilliam assentiu a muito custo, logo deixando de sentir as mãos em seu queixo. O deus voltou a sorrir, como se nada tivesse acontecido e virou-se de costas para o de cabelos castanhos, que arrumava o terno e encarava o deus com profunda raiva.

— Ótimo, irei te ver depois da reunião. Agora, é melhor ir, já está quase atrasado.

A entidade sumiu de repente, e o elevador voltou a funcionar, enquanto que Max se recuperava da ação do deus, irritado. Ele estava cansado de ter que obedecer às ordens do Deus. Era hora do jogo virar, virar para ele. Ele faria o que a entidade pedira, mas não iria fazer totalmente o pedido. O elevador parou no 16° andar. Max começou a andar para a porta da Sala de Espera para ver Shepard. Enquanto andava ele pensava em como poderia fazer o equilíbrio pender para si e sorriu.

Estava na hora de começar seu plano.

 

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Clark

 

Clark encostou-se na cadeira, fechando os olhos.

Estava com o corpo tenso desde que a mulher de branco voltara a encontrar consigo, naquela que fora uma das mais movimentadas manhãs desde que começara a trabalhar na Chess Advanced. A mulher, de repente, estava sentada no banco de passageiro de seu carro, enquanto ia para o trabalho. Ele quase batera o Audi. A mulher dissera que algo aconteceria no trabalho e que, se não dissesse o que ouvira para ela, talvez morresse. Clark a questionou o porque de ter fazer isso e a linda mulher dissera que ele seria uma peça fundamental num tal de Jogo dos Deuses, e que algo — ou alguém — iria querer matá-lo se ele não fizesse exatamente o que ela mandara. Depois de muitas perguntas, resolveu fazer o que a tal “deusa da luz” pedira, ela contara uma estranha história sobre um jogo que ocorreria e que ele seria um Rei — ou seja, lá o que queria dizer sobre isso. Apesar de realmente não confiar inteiramente nela, Clark resolveu repetir as informações da reunião com Shepard Chester para a mulher, que parecia preocupada com algo.

Seus pensamentos escaparam quando a porta para a Sala de Espera abriu.

Um homem adentrou na sala, andando e fechando a porta calmamente, em ambas as ações. Tinha cabelos morenos e olhos claros, e seu corpo era musculoso, mas não tanto. Ele virou-se para Clark e sentou ao seu lado, só sua presença já causava calafrios no corpo do Evans, que o encarava com o canto do olho. Logo mais, a porta foi novamente aberta e um outro homem também entrou, com cabelos e olhos castanhos, junto com uma postura de superioridade, mas com raiva visível em seu andar e pela tensão em seu corpo, mas quando percebeu os outros na sala, endireitou-se. Ele passou os olhos sobre ambos, também causando calafrios em Clark, e pousou-os na porta da sala de Shepard, que estava fechada. Com calma, sentou-se no outro lado de Clark, e também parecia pensativo, apesar de Clark poder ver um vislumbre de raiva em seu olhar. Ele só não sabia para quem ela se dirigia. Olhou com o canto do olho seu crachá de visitante que continha seu nome. Maximilliam D. Blanch. Lembrava-se dele em algumas notícias, era o filho adotivo dos D. Blanch, que herdara a fortuna do casal após terem sido preso após a denúncia de assassinato do filho biológico que curiosamente tinha o mesmo nome do adotivo. Fora uma verdadeira polêmica na época, já que fazia anos que Max substituíra o filho dos D. Blanch e só então fora revelado a conspiração do casal.

A porta do CEO da Chess Advanced abriu-se revelando o corpo do Chester que abriu a porta para alguém entrar.

— Senhores, por favor, acompanhem-me. — Disse Shepard, abrindo a porta. Os três se levantaram e entraram na grandiosa sala, essa que Clark já conhecia, apesar de agora estar com algumas diferenças, a mesa do CEO estava mais para o canto e uma mesa de reunião apresentava-se no centro, com algumas cadeiras. Max foi o último a entrar, então ele fechou a porta.

Chester sentou-se na cabeceira da mesa e os outros também se sentaram, Clark de um lado e Max e o moreno do outro.

— Por que estou aqui, Chester? — Com calma, o D. Blanch questionou. Não havia sinal da raiva que sentia antes, muito bem transparecida. — Achei que trataríamos de negócios; principalmente sobre o dinheiro que me pediu emprestado.

— Acalme-se, Max. Deixe-me explicar o porquê de ter os chamado aqui, hoje. — Shepard levantou-se, apertando um botão num controle que segurava. Assim que apertado, uma série de persianas cobriu a parede de janelas, mergulhando a sala na escuridão, apenas iluminada pela lâmpada solitária no teto. Outro botão foi apertado e uma espécie de projetor foi ligada, mostrando um Slide Show num telão na parede agora coberta. — Ontem à noite alguém invadiu os sistemas da minha empresa, adentrando em dois importantes arquivos. Essa invasão me chamou a atenção.

— Por qual motivo? — O homem misterioso pronunciou-se pela primeira vez, assustando Clark. Sua voz era grossa e repleta de emoções negativas, coisa que fazia tempo que Clark não via tão presente em outras pessoas.

— O primeiro arquivo invadido foi o chamado Projeto Xadrez, que acho que vocês três conhecem. — Falou calmo, apoiando-se na enorme mesa. Clark sabia sobre o que se tratava, fora por causa desse Projeto que o CEO chamara-o no dia anterior para conversar. Achou que os dois também soubessem, mas foi surpreendido quando Maximilliam negou com a cabeça.

— Eu conheço, Sr. Chester. Mas eu não sei do que se trata esse tal projeto. — Questionou Max, apoiando-se na cadeira.

— Já esperava que me questionasse sobre isso. — Shepard revelou, ligando o Slide Show, mostrando o símbolo da empresa, e em baixo em grandes dizeres “Projeto Xadrez”. — O Projeto Xadrez foi solicitado para mim pessoalmente pelos líderes da ONU, para que eu pudesse planejar algo que poderia impedir que guerras acontecessem antes de mesmo de serem iniciadas. Apesar de, atualmente, estou testando-a aqui na sede. — Shepard disse, mostrando uma série de imagens de armas e bandeiras, além de um mapa-múndi, onde havia uma série de cores que representavam aliados e inimigos dos EUA, entre eles Coréia do Norte, vermelha, o Oriente Médio, em amarelo — situação incerta — com uma grande estrela vermelha que simbolizava uma guerra ocorrendo, assim como azul no Brasil, Canadá e alguns outros. — Esse mapa mostra a situação atual do mundo, e a ONU tem como objetivo com o Projeto para melhorar a situação. — Ele pigarreou — Mas não é sobre isso que tenho que falar. A invasão foi quase perfeita. Se não fossem meus empregados competentes, eu nem saberia que fomos invadidos.

— Mas o que isso tem haver conosco? — Questionou Clark, arrumando a postura. Max e o outro encararam-no, como se só tivessem percebido sua presença naquele momento. Clark ignorou-os.

— A outra invasão foi nos arquivos de empregados da Empresa, em que uma série de arquivos pessoais foram copiadas. Mas o interessante é que vocês dois — Apontou para Clark e o moreno — estavam entre eles.

— E o que eu tenho haver com isso? — Max perguntou, visivelmente interessado no rumo da conversa.

Shepard sorriu, clicando em um botão, logo uma série de nomes preencheu o telão, entre eles, os nomes de Max e Clark e algumas outras pessoas famosas, como o antigo lutador de luta livre Salazar Von Prietzche, Savanna Jackson Quark e a famosa estilista Isabelle Liseriny. Todos os nomes estavam enfileirados e pareciam bem aleatórios, se não fosse uma informação que era igual em todas as fichas: A cidade atual, todos localizados ali.

— Na mesma noite, houve uma invasão no sistema do Pentágono que continha os arquivos criminais de toda a população norte-americana e alguns estrangeiros e todas essas fichas foram copiados, todos minuciosamente copiados e analisados. Só que esse não é o fato mais curioso. — Shepard sorriu irônico. — Todas essas pessoas moram aqui mesmo, nessa cidade. Nossos especialistas conseguiram encontrar de onde a invasão veio e notificamos o FBI. Após entrarem, descobrimos que quem estava lá já fora embora, e estava utilizando um vírus para apagar os arquivos do computador. Não conseguimos a pessoa, porém os agentes puderam copiar parte dos arquivos roubados antes de serem apagados, muitas delas foram mexidas e é por causa disso que eu os chamei aqui. Há alguns símbolos peculiares presentes nas fichas de alguns, entre eles, vocês três.

— O que quer dizer com isso? Que tipos de símbolos? — Clark perguntou. Shepard suspirou e clicou num botão do controle mudando a tela, que agora mostrava a ficha de Clark. Ela parecia normal, exceto por um enorme símbolo (♔) branco que ocupava a maior parte da folha. Esse símbolo era conhecido por Clark e, se não se enganava era o rei... Do xadrez. Foi então que entendeu a estranheza da situação, e não precisou ouvir Shepard para saber do que se tratava.

— Símbolos de peças de xadrez.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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Titã