The Life Is Just A Game — Interativa escrita por Titã


Capítulo 10
Capítulo 10 — Destino Incerto


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta! Apesar de não ter muito conteúdo, o próximo capítulo será o mais importante e, hoje, oficialmente é o fim da primeira saga da história.
Enjoy>>>



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Capítulo 10 — Um Futuro Nebuloso

 

Núcleo Humano — Centro do Universo

 

MENTE

 

Morte era a mais imprevisível das entidades, segundo Animis.

A entidade da Mente, Animis, era uma das entidades que fora criada junto com a humanidade. Ela era uma das entidades hermafroditas, já que tanto homens quanto mulheres tem suas próprias mentes. Ele representava a racionalidade e a criatividade humanas, sendo uma das mais importantes e influentes divindades quando o assunto era a humanidade, por ser a única que realmente entendia a mentalidade e as atitudes humanas. Porém, assim como os humanos, Animis tinha algumas dificuldades em adaptar-se e entender algumas das mais complexas questões divinas. E a mais complexa, para si, era como a Morte comportava-se.

Surgindo do nada, a qualquer momento, onde quisesse, lentamente ou extremamente rápida, cruelmente ou passivamente, a Morte era impossível de se encontrar ou simplesmente prever quando viria. Mas, mesmo convivendo com sua representação divina, Animis apenas ficava mais confuso. Sua personalidade era completamente imprevisível e estranha, sempre contida e misteriosa, parecendo rondar todas as outras entidades, sem intimidar-se ou fazer qualquer coisa. Até mesmo quando a Grande Guerra Divina ocorreu, Animis nunca viu a Morte tomar partido, para nenhum dos lados, mantendo-se neutra. Mas isso, pelo menos, era compreensível para a entidade da Mentalidade Humana: A Morte ceifa as almas de todos os lados da guerra. Respirando fundo e preparando-se mentalmente para tentar entender o inimigo mortal da Morte, a entidade se aproximou da encapuzada.

— Morte? — Questionou, recebendo um aceno de cabeça mínimo como resposta, a cabeça impossível de se visualizar pelo capuz. — Por que está aqui?

Eu sinto almas próximas de mim, mas são difíceis de se pegar. Tenebrae e Lumine não deveriam mantê-las longe de minha foice. Eu não sei o que pensar sobre o Xadrez, ele impede mortes e não sei se isso é bom ou ruim.

— Eu nunca te entendi direito. Você gosta ou não de ceifar almas? — Animis questionou e Morte ficou quieta por alguns instantes.

— Eu sou a Morte, existo desde o momento em que a vida surgiu, ceifei bilhões de vidas mortais e não senti nada, nenhuma vez. Eu não tenho sentimentos, Mente. Assim como você não me entende ou a Amor, eu não sinto nada. A Morte não pode ter pena ou amor. Eu sou impiedosa. Mas não me importo em tirar ou manter vidas. Você tem noção, Animis? Eu sou tão racional que não me importei em ceifar a existência de uma Entidade.

Animis ficou quieto. Sabia que Morte era tudo aquilo, mas, assim como todas as outras entidades, ele também se sentia inquieto quando a Entidade Ceifada era citada. Morte era uma das mais poderosas divindades conhecidas, assim como as Entidades Primordiais, muito mais poderosa do que ele. Suspirando, Animis sentou-se no chão, sentindo Morte com seus olhos presos em suas costas, apesar de sentir seu corpo tremer com o olhar mortífero da outra entidade, Animis ignorou isso e olhou para cima, diretamente para a Morte, através de seu capuz.

— A Mente e a Morte, isso é bem interessante, não é? Apesar de Medo e Tempo estarem bem animados pelo jogo dos irmãos problemáticos, nós dois não devemos tomar partido. Principalmente você. Nós dois sabemos como as coisas se descontrolariam se você intervisse. Se essa jogatina for capaz de, ao menos, acabar com a batalha entre Tenebrae e Lumine, sem que um dos dois fique com as Lâminas, isso trará, em muito tempo, uma paz para nós imortais. Bem, isso se as outras entidades não resolvam interferir.

Animis sentiu Morte suavizar seu corpo e sentar ao seu lado. Animis voltou seu olhar para frente. Ambas entidades ficaram quietas por algum tempo, até Morte se pronunciar.

— Eu sei disso, Animis. Mas, de qualquer forma, eu sinto que muitas almas acabarão sobre meu domínio, enquanto esse jogo durar.

 

Salão da Eternidade — Mundo Divino

 

Tenebrae e Lumine tinham uma aparência imponente.

Para Clark, os dois irmãos divinos pareciam como verdadeiros tiranos reais, estavam sentados em seus tronos, vestidos com roupas que pareciam ter saído de moda há, pelo menos, uns mil anos. As pessoas — ou “peças”, como pareciam ser tratadas — estavam quietas, mais com dúvida do que qualquer outra coisa. Todos pareciam incrédulos com a realidade que agora se encontravam. Pelo canto do olho, Clark percebeu a presença de Max ao seu lado. O mesmo olhava com um rosto de poucos amigos para as entidades, o que fez Clark desconfiar de que Max sabia de muitas coisas; mais do que ele mesmo sabia. Os deuses haviam parado de falar fazia pouco tempo e pareciam divertirem-se com a dúvida e as tentativas dos humanos ali presentes de tentarem entender o que estava acontecendo. Clark achava aquilo, no mínimo, repulsivo; a diversão das entidades na confusão humana.

Ao seu lado, um homem grande pareceu ranger os dentes. Ele parecia como um bárbaro, um brutamontes, e seus cabelos ruivos caíam sobre seus olhos, sua aparência gigantesca fazia Clark quase se sentir inferior. Assim como o Evans, o homem-muralha parecia incomodado e, até mesmo, irritado pelas expressões divertidas que os deuses esbanjavam no rosto. E parecia que não apenas ele que se sentia assim para com as divindades. Clark viu outras pessoas, além de Max, que também não pareciam intimidadas pela presença dos irmãos poderosos. Como uma mulher que tinha cabelos e olhos castanhos, quase vermelhos, que parecia recusar-se a fazer uma expressão ou postura de submissão para com as entidades. Além dela, também havia um garoto de não mais de 18 anos, que olhava para Tenebrae como se o reconhecendo e parecendo estar com uma postura defensiva, com seus olhos azuis parecidos com safiras encarando-o com dúvida, curiosidade e repulsa, tudo ao mesmo tempo. Mas, além dessas pessoas, havia muitas outras, que ou encaravam frente-a-frente as entidades, ou apenas estavam confusas ou nervosas demais para fazer qualquer coisa para contra os irmãos.

— Ei! Homem misterioso e irritante de preto! — O homem de barba e cabelos ruivos, parecido com uma muralha, exclamou, apontando para a entidade vestida completamente de preto. — Pode parar de ficar rindo da nossa cara e cuspir logo o motivo pelo qual nos levou para cá seja lá o que for esse lugar?

Tenebrae ficou quieto por alguns instantes, antes de soltar uma forte risada, esta que pareceu retumbar por todo o lugar, como se centenas de ecos sobrepusessem-se. A entidade curvou-se para o homem gigantesco, que pareceu ser puxado na direção do deus, até ser segurado com força pelo colarinho pela entidade.

— Não precisa ser tão mal-educado Salazar Von Prietzche. Nós já íamos explicar o que vocês têm que saber. — Ele soltou o homem, que cambaleou para perto dos outros humanos. Tenebrae pulou do trono, esfregando as mãos, com um sorriso malicioso mantendo-se presente em sua face. Ao seu lado, Lumine suspirou e também saiu do trono, porém calma e serena, mas escondendo um sorriso de canto, que não passou despercebido por Clark, Max, Matheus e alguns outros ali presentes.

— Sejam pacientes, meus caros. — Lumine pronunciou-se, sua voz suave como uma brisa oceânica cruzando o salão e fazendo quase todos parecerem ficarem hipnotizados pela voz da entidade, que influenciava qualquer um que realmente teria alguém importante para si.

Max era um dos únicos que não conseguiram ser influenciados pela fala da deusa. Para o D. Blanch, aquilo era meio que estranho, ser influenciado por outra pessoa. O Maximilliam não acreditava que poderia haver algo ou alguém que fosse superior a si, mesmo que esses dois irmãos faziam coisas que eram impossíveis para as leis da física. Mesmo que pudesse ser muito egoísta seu narcisismo, Max não se importava com o que os outros pensassem; basicamente, seria por esse motivo que ele não era influenciado pela vocalidade suave da entidade da luz.

Além dele, Larriesse era outra que não se mergulhava na fala da deusa. Sua arrogância e frieza a tornavam uma pessoa imune ao tom de voz de Lumine. A Charllene não conseguia entender o porque das pessoas ao seu redor parecerem tão presas por entre as palavras ditas pela outra.

— O motivo de terem sido trazidos até aqui foi para serem o intermédio para acabar com uma briga que durou milênios. — Ambos disserem em uníssono, sincronizados.

— E qual seria essa briga? — A garota da mochila queimada pronunciou-se, encarando as divindades com uma clara dúvida, parecendo um pouco irritada pela forma como agiam.

— Boa pergunta! — Lumine exclamou. — Basicamente, desde que nós fomos criados, eu e meu irmão aqui, lutamos e brigamos. Então, resumindo, seria a Guerra entre a Luz e Escuridão!

— E o que nós temos haver com isso?! — Uma jovem exclamou, fazendo um cacho castanho cair sobre seus olhos verdes.

— É bem simples! Vocês serão nosso exército, atuarão como nossos representantes e batalharão entre si, até um de nós sair como vencedor! Isso não é divertido?!

Se havia algo que todos ali pensavam era que aquilo era tudo, menos divertido.

 

Prisão Real — Cela Dimensional

 

Ele abriu os olhos, sentindo a dor espalhando-se por todo seu corpo.

Sentiu a presença do Yin-Yang longe, mas ao mesmo tempo pertíssimo dali. Ele já se sentia confuso. Essa confusão resultava numa distorção de realidade para o ser aprisionado pelas correntes pretas e brancas, felizmente, sua sanidade ainda era mantida pelo seu arauto e pelo pensamento que sua contraparte também estava aprisionada; presa num lugar bem pior do que a sua prisão. Também sentia pena; pena dos seres inferiores e interessantes, dos mortais humanos que acabariam por entrar numa luta que não era deles, uma luta de Tenebrae e Lumine, que acabara por terminar sendo uma guerra sem sentido empurrada para os humanos resolverem.

Mas ele também sentia outra coisa. Sentia uma fraca influência, bem distante, capaz de causar grandes estragos, mas que ainda estava contida. Também sentia uma presença que parecia escurecer o Tabuleiro Duplo, ambas bem conhecidas por ele. Fazia tempo que a Guerra Divina finalmente terminara, e desde aquele tempo que as entidades não pareciam tão perto de utilizar seus poderes para contra um ao outro ou mesmo para contra os humanos. Ele estava cansado dos deuses realmente pensarem apenas em si mesmos, já que a própria criação de sua cela foi por culpa de interesses grosseiros de não querer interferência. Os deuses eram mais orgulhosos que os próprios humanos, tinham sua essência muito facilmente influenciada pelo Caos. Foi por causa disso que a maldita Grande Guerra Divina começou, afinal de contas. E, assim como não pode fazer nada para impedir aquela guerra de começar, não poderia fazer nada para deter esse jogo de ser iniciado.

Mas isso não significava que ele não poderia, ao menos, jogar uma peça a mais naquele jogo.

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que acharam das entidades?? Pegaram todos os personagens??

Gostaram?? Comentem!!

Titã