Cap. 11 – Machados, visita dos anjos, pedidos.

POV: Hermione Granger

Eram dez horas da noite quando eu comecei a sentir uma angústia muito grande em meu coração. Uma dor, um sufoco, uma agonia. Levantei-me da cama e fiquei olhando a rua pela janela do meu quarto.

Draco com certeza havia ido aquela festa. Por que ele era tão teimoso? Isso me dava tanta raiva. Alguns minutos se passaram até eu começar a ficar enjoada. Corri para o banheiro e vomitei todo o meu jantar, dei descarga, lavei a boca e sentei-me no chão do banheiro.

Minha cabeça começou a doer. Era uma dor insuportável. Minha visão ficou turva e eu comecei a ver tudo rodando.

Até que eu comecei a enxergar um beco, meus pêlos se arrepiaram por conta do frio. Eu andei mais para dentro do lugar até que vi Draco. Ele estava jogado no chão, ensanguentado. O desespero começou a tomar conta de mim. Eu corri até ele, mas então a imagem sumiu e eu me deparei com a beirada da escada da casa da minha tia. Ainda tentei me segurar, mas não deu, rolei os mais de 10 degraus até cair no chão.

Uma voz falou, ecoando, dentro da minha cabeça:

— Hermione querida, você precisa fazer Draco entender que a ligação de vocês é forte demais para que ele se coloque em perigo. Quando um sofrer o outro também irá. Sejam precavidos.

— O que é isso? – eu disse tonta.

Então eu vi. Um anjo reluzente parado a minha frente. Seus olhos eram dourados. Ele parecia se sensibilizar por mim.

— Ajude Draco. Por favor. – eu pedi.

O anjo sorriu e eu desmaiei.

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POV: Autora

Os homens espancaram Draco até que percebessem que ele não aguentava mais apanhar, então, o abandonaram jogado no chão. Draco estava se engasgando no próprio sangue. Seus machucados eram assustadores.

Ele tentava respirar, mas o ar era algo que ele não conseguia ter em seus pulmões. Ele iria morrer. Nada deste mundo poderia ajudá-lo.

Bom, nada deste mundo.

Um nevoeiro surgiu sobre Draco. Seus olhos tentavam ficar abertos, mas era impossível por estarem muito inchados.

— Draco! - uma voz o chamou - Eu avisei para não vir não foi? Você não quis me ouvir.

— Me ajude. - Draco balbuciou.

— É meu dever fazer isso. Mas você precisa aprender a me escutar. – a voz parou de falar e depois continuou – Você não só se colocou em perigo como também a pequena Hermione.

— Ajude-a, eu imploro.

O nevoeiro sumiu e então vozes vieram.

— Cara, eu não vi o Draco a noite toda. - Theo falava.

— Será que ele foi... MEU DEUS! - Blas colocou a mão sobre a boca assustado ao ver o amigo caído no chão, coberto por sangue - Theodore ligue para alguém, peça socorro, rápido.

E assim o fez. Theodore tremia em desespero. Ligou para a ambulância, disse o local e ambos ficaram ao lado de Draco esperando a ambulância chegar.

— Draco, me perdoe! Eu não deveria ter insistido para que você viesse. - Blasio falava com lágrimas em seu rosto. - Me perdoe.

Alguns minutos depois a ambulância chegou. Os enfermeiros e técnicos de enfermagem prestaram os primeiros socorros e colocaram o corpo inerte de Draco na maca. Blasio o acompanhou dentro da ambulância e Theo ficou responsável em avisar aos pais do amigo sobre o ocorrido.

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Tomas ouviu um barulho no andar de baixo da casa, saiu do quarto e desceu as escadas. Quando chegou ao pé das escadas um desespero tomou-lhe seus olhos. Hermione estava caída, desacordada com alguns ferimentos.

— MÃE! MÃE! – ele gritou enlouquecido – PAI! MÃE! DESÇAM AQUI, POR FAVOR! RAPIDO!

Os gritos foram tão altos que todos que estavam dentro da casa ouviram e desceram as escadas.

— Tomas, o que aconteceu? Que gritaria é... MEU DEUS DO CÉU O QUE FOI ISSO? – Helena disse já com lagrimas nos olhos.

— Eu não sei mãe. Ela deve ter caído, não sei. – Tom chorava.

— Ligue para uma ambulância. – o patriarca dos Gibson pediu a Morgana enquanto tentava olhar mais de perto o estado de Hermione.

A pequena puxou Alie consigo e foram juntas até o telefone que existia na cozinha.

Minutos depois a ambulância chegou. Helena e Tomas acompanharam Hermione enquanto Roberto ficou em casa com Morg e Alie.

POV: Tomas Gibson

Eu estava apavorado. Como isso poderia ter acontecido? Lagrimas desciam de meus olhos. Eu segurava a mão de Hermione enquanto minha mãe conversava com uma enfermeira.

— Mi, você precisa ficar boa logo ok? A Alicia precisa de você, eu preciso de você. – eu disse alisando o cabelo dela.

Chegamos ao hospital e Hermione foi levada rapidamente para dentro de uma sala, eles iriam tentar acorda-la, além de verificar o quão grave tinha sido a queda, se ela havia quebrado algum osso ou algo assim. Ela ainda estava desacordada e isso preocupava a todos.

Eu e minha mãe sentamos na sala de espera. Ela me abraçava apertado, quando eu vi, pelo canto do olho, uma mulher muito bonita, chorando.

Ela estava com um homem ao seu lado, com certeza era seu marido.

Quando passei a reparar no rosto do homem percebi que ele era muito parecido com alguém que eu conhecia. Demorei um tempo até perceber que aquele casal provavelmente eram os pais do Malfoy.

— Mãe, acho que aqueles dois ali são os pais do Draco, o amigo de Hermione. – eu disse cochichando para minha mãe.

— Tem certeza?

— Quase isso.

Minha mãe se levantou e foi até eles:

— Licença, vocês são os pais de Draco Malfoy. – ela perguntou. Meu Deus, qual o problema da minha mãe?

— Somos sim, você é? – a loira respondeu.

— Sou Helena tia de Hermione, amiga dele. Aconteceu alguma coisa?

— Prazer em conhecê-la, sou Narcisa e esse é meu marido Lucio. – ela deu um sorriso triste – Draco foi espancado em uma festa hoje à noite. Estava muito machucado quando o encontraram porem nos asseguraram que ele ficaria bem. Foi um milagre. Mas e Hermione? Ela está bem?

— Ela caiu da escada. Quando chegamos com ela aqui no hospital, ela estava desacordada e ainda não sabemos o motivo, nos disseram que talvez ela possa ter batido a cabeça com força na queda.

Eu levantei e me dirigi até eles. Apresentamos-nos e ficamos esperando, juntos, por alguma noticia.

Mas uma coisa não saía dos meus pensamentos: seria mesmo coincidência Draco e Hermione se machucarem na mesma noite?