_ Bella? – ouvi um sussurro muito baixo, e não consegui reconhecer a voz de imediato

            _ Bella, querida? – Disse um pouco mais alto e então com dificuldade eu reconheci, era meu pai.

            Eu tentei abrir meu olho totalmente e percebi que não era o paraíso ou sei la o que. Eu estava num hospital. Toda a lembrança terrível do acidente percorreu minha mente. Jacob caído ensangüentado no chão. Eu estremeci.

            _ Onde... Jacob... Bem? – Despejei as palavras desesperadamente, apesar de não ter nenhum sentido o que eu disse. Levantei somente minha cabeça desencostando-a do travesseiro e logo senti uma pontada forte na nuca fazendo-a cair novamente.

            _ Shh, shh.. Calma – Charlie alisava meu cabelo lentamente tentando me acalmar – Jacob esta... vivo...

            Suas palavras me deixaram ainda mais preocupada. Será que Jacob já havia acordado? Ele estava consciente? Se machucou muito? Quebrou alguma parte do corpo? Meu pai estava mentindo pra mim e havia acontecido algo pior?

            _ Os médicos disseram que quando você acordasse já poderia voltar pra casa. – Meu pai sorriu me olhando, percebi que ele tentava fugir do assunto.

            _ Quero saber de Jake!– Minha voz estava meio tremula e muito rouca, provavelmente eu começaria a chorar em instantes

            Charlie soltou um suspiro pesado e olhou para baixo como se estivesse formulando uma resposta em sua mente para não me preocupar ainda mais.

            _ Jake... vai demorar um pouco pra sair do hospital, meu anjo. – Dava pra ver a dor e o ressentimento que Charlie tinha no olhar. 

            _ Pai, por favor da pra me contar logo o que ta havendo aqui? – Eu quase gritei, me arrependendo logo, levei mais uma pontada na nuca muito forte.

            _ Acalme-se Bella! – Ele disse como se estivesse mandando em mim, eu estremeci.

            _ Posso ver Jacob? – Senti as lagrimas quentes descerem pelo meu rosto. Minha voz era só um sussurro agora.

            _ Não sei se é uma boa idéia, Bella – Seu tom de voz também mudou, mas agora ele parecia angustiado com algo.

            _ Pai... por favor, eu preciso vê-lo – Eu negarei que um dia supliquei algo para meu pai, mas se tratava de Jacob, então...

            _ Bom... – ele pensou por um momento e me olhou – Tudo bem, acho que podemos ir. Precisa de ajuda?

            Só nessa hora percebi que não havia nenhuma aparelho ligado à mim, nem mesmo soro. Com certeza eu não havia me machucado e estava no hospital somente em observação. Mas então, se eu estava com Jacob na mesma moto, porque eu estava tão normal e ele não? Porque eu poderia sair hoje e ele não? Sai dos meus pensamentos voltando à mim.

            _ Claro... – Charlie me puxou pela cintura me tirando da cama e me deixou de pé.

            _ Jake esta no final do corredor. Você acha que consegue andar até lá?

            _ Acho que sim.

            Ficar de pé doía um pouco mas eu creio que seja por eu ficar deitada por um tempo. Foi aí que uma pergunta me veio em mente e eu não agüentaria mais a curiosidade.

            _ Pai.. quanto tempo eu durmi... exatamente? – Para mim passou tão rápido.

            _ Cinco dias – Ele disse e logo em seguida soltou um suspiro pesado.

            _ Nossa... – Não tinha palavras mais, afinal.

            Paramos na porta de um quarto, de numero 253 e meu pai deu uma leve recuada.

            _ Acho melhor você entrar sozinha, querida. – Ele fez sinal com a mão para a porta.

            Meu coração acelerou mais que o normal. Meus pensamentos viajavam imaginando em que estado eu encontraria Jacob. Depois de uns segundos voltei a mim e rodei lentamente a maçaneta. Minha respiração estava pesada e eu tremia muito, com medo do que eu veria. Respirei fundo tomando coragem e abri a porta.