Eles nunca deveriam ter se envolvido. Nunca mesmo. Lisanna Strauss não pertencia ao mundo dele e um passo em falso, ela poderia estar morta. A máfia não era lugar para sentimentalismo, não era lugar para uma família amável e cheia de filhos — tudo poderia acabar em um único instante.

Mas isso não fora o suficiente para que ela ficasse longe.

Aquela mulher não sabia o significado de perigo. E perigo era sinônimo de Bixlow. Quando eles se conheceram naquela boate, a primeira noite quase não teve nada de especial, se não fosse a inocência pecaminosa que aqueles olhos azuis guardavam.

Apesar de isso não ter impedido que as roupas fossem atiradas a esmo no chão, enquanto os dedos procuravam apressados o toque do outro; quente, excitado e voraz. Ou nem mesmo que ele fosse engolido pelas sensações que apenas ela tinha conseguido lhe proporcionar.

Na segunda vez em que eles se encontraram, ele tentou alertá-la sobre o perigo que representava, mas todas as suas tentativas foram ignoradas e abafadas pelo sabor dos seus beijos cálidos e doces.

Onde eles iriam parar daquele jeito?

Não importava o que dizia, ela só via o que queria ver.

— Eu gosto de quem você é e isso é o suficiente para mim — Lisanna disse, tirando o cigarro de seus lábios e apagando-o no cinzeiro ao lado da cama. — Não temo nada.

E foi naquele momento que Bixlow percebeu que além de olhos bonitos, Lisanna Strauss era imprudentemente corajosa.