Valentine's Day escrita por Ster


Capítulo 1
O que é amor para você? - Capítulo Único




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– O que é amor para você?

Sirius Black riu visivelmente debochando da pergunta. Ele achava a palavra piegas e clichê, desprezando completamente qualquer ser humano do sexo masculino que se referisse à ela sem desprezo ou ironia. Ele desconhecia essa palavra em casa, na escola e quando suas mãos invadiam as saias das estudantes.

– Amor? Uma palavra inventada pelo sistema, pelo governo. – ele sorriu para Lily. – Uma clara forma de tentar explicar atos inexplicáveis. Uma desculpa fajuta do sistema.

Alice Wonder mordeu os lábios lentamente. Ela gostava de se sentir apaixonada. Gostava de ver tudo de forma distorcida e viva. Gostava do frio constante em seu estomago e de todas as certezas e incertezas que esse sentimento lhe trazia.

– É você viver em uma nuvem, mesmo ciente que pode cair a qualquer momento... E não ter nenhum medo de que isso aconteça. – resumiu ela, enrolando seus cachos negros lentamente, sorrindo para sua amiga.

– Isso é sério? – perguntou Peter Pettigrew.

Ele constantemente ouvia falar dessa palavra, mas não sabia se já tinha sentido. Aliás, ele não entendia muito bem o significado dela. Sinceramente, aos quinze anos de idade você não tem noção do que é amor... Tem? Talvez ele já tenha tido a experiência de senti-la. Nunca ficará sabendo.

– Eu não sei. Um sentimento. Não sabemos quando estamos sentindo ou não. – ele deu de ombros, levantando-se em seguida, deixando Lílian sozinha.

Marlene sorria para o nada, lembrando de todos os seus namorados. Será que era amor quando ela tentava descobrir tudo sobre a vida deles? Definitivamente não, Lene, isso é demência. Ela balançou a cabeça negativamente, lembrando dos olhos de Sirius, das pequenas mãozinhas de seu irmão Kevin e na doçura de sua torta de abobora.

– Amor são os olhos de Sirius, as mãozinhas de Kevin e uma boa torta de abobora. – e ela abriu seu grande sorriso já tão conhecido, arrancando de sua amiga um sorriso coletivo. Lily tinha certeza que o sorriso de Marlene também era amor.

– Isso é difícil... – Remus parecia tímido. Ele podia responder que amor era um sentimento que se aplicava ao verbo gostar, ter carinho por algo ou uma pessoa. Mas isso era apenas um significado, e Lílian procurava muito mais do que isso. Queria colocar o que sabia sobre o amor em palavras inteligentes. Em formas tão bonitas quanto a compatibilidade de seus pais, o que sentia pelos Marotos e completa explicação da dormência de seus neurônios quando escutava o riso de Dorcas Meadowes. – Esperança e a falta dela, raiva, fé, paz, guerra... Desejo.

TRUE LOVE WAITS - RADIOHEAD

James tinha esperado a pergunta o dia inteiro, mas Lily parecia estar pensando em ignorá-lo, perguntando para toda a escola, menos para ele. Ele girava a varinha entre os dedos, sentado no Salão Principal, assistindo as pessoas responderem Lílian sua pergunta. Ele tinha na ponta da língua a resposta e acabaria berrando para os quatro ventos caso ela não perguntasse.

– Vazio. Um limbo sem fim. – retrucou Emmeline Vance, analisando suas unhas. Até pousar seus olhos gélidos azuis, contornados de negro, em Lílian. – Dor. Amor... Pra que serve? Absolutamente nada.

Seus olhos se desviaram para Remus, sentado conversando com Dorcas Meadowes. O ódio a corroía por dentro. Era mais bonita, inteligente e interessante, então porque a estúpida e desastrada Dorcas conseguia ter a atenção que tanto clamou por anos? Típico, tudo dá errado em sua vida, um cotidiano conhecido.

– Ah... – Bertha Jones parecia sem graça. – O que é o amor? – sorria ela, apaixonada. Bertha era gorda, consequentemente os garotos passavam seus olhos por ela como se fosse parte da parede. Mas nem isso conseguia tirar dela as esperanças, os sonhos e as possibilidades. Ninguém podia arrancar dela os deliciosos sonhos que tinha com Sirius Black rasgando cada peça de roupa dela. – Amor é esperança!

– Eu não sei! – riu Frank Longbottom. – Putz, que pergunta difícil.

Ele sabia que amava Alice, mas como iria colocar isso em palavras? Era impossível. Não sabia explicar o que sentia em relação à ela, não sabia como demonstrar isso de uma forma cabível á Lily escrever. A amiga esperou pacientemente, mas o Longbottom não sabia o que dizer, pois apenas um nome vinha em sua mente, e para ele, esse nome era o significado dessa palavra.

– Alice Wonder. – sorriu ele.

James quase não se segurou no banco quando Lílian finalmente sentou-se diante dele. Ficou nervoso, mas tão nervoso que sequer pôde segurar o grande sorriso em seus lábios. Ele raramente ficava tão perto dela. Claro que havia uma grossa mesa os separando, mas aquilo era o máximo que ele conseguia de tempos em tempos. Os olhos verdes de Lily o avaliaram. Ele fitou cada sarda em seu rosto, desde as pintas mais escura às mais claras, sorriu para seus lábios rosas e para suas sobrancelhas finas.

– O que é amor para você, James? – perguntou Lílian.

Ele sorriu. Tinha a resposta na ponta da língua.

– O amor é quando você percebe que começou a viver. É quando você não se lembra de como vivia antes de bater seus olhos na pessoa. Amor... Amor é quando só de escutar o nome da pessoa seu coração ameaça parar! É pensar nela nos momentos mais inapropriados, e ver coisas desconexas fazerem o maior sentido, é conhecer a perfeição só de materializar a imagem da pessoa. É decepção, angústia... Esperança, paciência, habilidade. É perceber que por mais que você corra, por mais que você fuja... Tudo te leva aquela pessoa novamente. – Ele inclinou-se na mesa, notando que Lily não tinha anotado nada que ele tinha dito. Totalmente hipnotizada. – Amor é lírios. Encanto, mistério, magia, sedução, inocência, pureza. Lírio significa Amor Eterno. Lírio significa Lílian.

James sorriu enormemente, como sempre fazia. A garota saltou da mesa, tão vermelha quanto as cores da Grifinória.

– Como eu pensei, você não anotou. Relaxa, eu escrevi. – Lily arrancou o papel das mãos de James e saiu, tropeçando em seus pés. Mal tinha notado que não conseguira escrever tudo aquilo que ele dissera. Olhou seu caderno cheio de anotações e respirou fundo, apavorada, tentou se lembrar do que tinha dito. Virou-se rapidamente para observá-lo. Ele girava o pomo de ouro em suas mãos, sorrindo para si mesmo. E lentamente seu olhar posou no de Lily, dando-lhe um grande sorriso cheio de significados.

Não pode ser! Esse garoto vai me mandar para um hospício! Ergueu o queixo e saiu andando, sem olhar para trás, abrindo rapidamente o pergaminho, com a letra infantil e desleixada de James.

Sim, e eu te amarei

E estarei ao seu lado por toda a eternidade sempre

Eu estarei lá até as estrelas deixarem de brilhar

Até os céus explodirem e as palavras não rimarem

E sei que quando morrer, você estará em meu pensamento

E eu te amarei...

Sempre


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Notas finais do capítulo

Vocês gostaram?

Comentem...

**Pequeno poema retirado da música Always do Bon Jovi.

Até.