Who Owns My Heart? escrita por Lauren Grace


Capítulo 23
Sweater Weather


Notas iniciais do capítulo

Oi leitores lindos do meu core! Então desculpe a demora para postar mas é que estou com muito bloqueio criativo, sério, tentei escrever várias vezes mas nunca conseguia e acabei ficando com essa fic parada e uma outra também. Também estou demorando muito para responder reviews, eu sei, mas vou respondê-los até o final da fic, prometo. Enfim, me desculpem por tudo, queria poder ser uma autora melhor. Vou tentar vencer esse bloqueio criativo, vamos ver o que consigo fazer. Esse capítulo é narrado pelo Percy, espero que gostem.



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Entrar naquele avião foi a coisa mais difícil que já fiz na vida. Meus pais tinham vindo comigo até o aeroporto, e quando os alto-falantes anunciaram que meu voo chegaria em 10 minutos, eles me abraçaram. Minha mãe começou a chorar, eu sabia que ela estava muito assustada, mas disse:

– Calma, mãe, não chore, por favor. Daqui a 6 meses estarei de volta na minha licença, e provavelmente serei dispensado. De qualquer forma ficarei lá no máximo 1 ano. Aproveitem as férias sem mim – eu disse e dei uma piscadinha. Eles sorriram, minha mãe ainda chorava e eu parti.

Meu voo era militar, um avião preto com o símbolo das Forças Armadas pintado na lateral. Os alto-falantes gritavam que partiríamos em 5 minutos, e eu me apressei para embarcar. Na entrada do avião havia um homem alto, negro, vestido de farda. Na lateral esquerda da sua camisa tinha uma plaquinha de metal com o nome “Sargento Ares” gravado.

– Nome – ele disse para mim, com uma voz rouca.

– Percy Jackson.

Ele olhou uma lista, assentiu e eu entrei no voo. Muitos lugares já estavam ocupados com os futuros soldados, homens que defenderiam a pátria. A maioria eram garotos da minha idade, alguns fortes e com a aparência corajosa, mas muitos eram magricelos e pareciam assustados. A tensão pairava sobre nós, alguns estavam chorando, outros apreensivos, alguns pareciam extremamente nervosos e quase ninguém conversava. Sentei em um dos últimos bancos, ao lado de um garoto magro, de óculos e cabelos repicados na altura do pescoço. Ele estava assustado, e sinceramente não aparentava ser capaz de defender nem ele mesmo, ainda mais a pátria.

Dei um sorrisinho para ele, e ele pareceu ainda mais assustado. Porque esses militares chamavam caras assim para o exército? Até Annabeth parecia mais corajosa do que esse que estava ao meu lado.

Annabeth...pensar nela doeu, e senti meu rosto ficar quente. Não, eu não podia chorar, não aqui. Deixar Nova York havia sido muito difícil, deixar meus pais, meus amigos. Mas deixar Annabeth foi a pior coisa. Agora era o momento que ela mais precisava de mim, e tudo o que eu queria era ficar ao lado dela, mas não, aqui estava eu indo para um acampamento militar sem esperança nenhuma. Eu estava com muito medo, medo de morrer e medo de deixar Annabeth morrer. Nunca, em toda a minha vida eu havia conhecido uma garota tão especial, tão completa e que fazia tão bem pra mim quanto ela. Sim, eu havia machucado-a, tinha feito coisas horríveis com ela, mas me arrependi. Tudo o que eu queria era que esse pesadelo terminasse, para eu poder voltar aos braços dela.

Estava perdido em meus pensamentos, quando ouvi alguém gritar “YEAH MAN”. Olhei para frente e vi Cook, entrando no voo. Ele parecia feliz e animado, estava sorrindo, falando alto, cumprimentando todo mundo, mas eu sabia que isso era só cocaína. James Cook era um viciado, e era capaz de morrer de abstinência no acampamento militar.

– PERCY, MEU GRANDE HOMEM! – ele gritou e me abraçou forte (forte até demais) quando me viu. – Cara, não acredito que você está. Vamos foder essa porra toda, vai ser do caralho! – ele gritou de novo e me abraçou.

Todos olhavam torto para ele, inclusive eu. Estávamos indo para o exército, vários de nós morreriam, ficaríamos um ano longe de nossos amigos e familiares, mas Cook achava que estávamos indo para uma festa. Tive vontade de dizer isso a ele, mas apenas dei um sorriso e me sentei de novo, enquanto ele ia para o fundo, rindo e gritando.

– Ele parece meio louco – disse o cara ao meu lado.

– Sim, ele é. Conheço-o – respondi.

– Qual seu nome?

– Percy, e o seu?

– Sid Jenkins. Cara, eu não acredito que estou indo para o exército. Preferia morrer.

– Bem, eu espero sobreviver lá, mas não queria ir também.

– Eu não entendo nada de guerras, nada. Tudo o que eu entendo é o que joguei em videogames, o que não deve ajudar muito. Eu nunca nem briguei na escola, ainda mais entrar em uma guerra.

– Também não entendo muito, espero que eles ensinem o suficiente para nos ajudar a sobreviver.

– Eles vão raspar meu cabelo, que droga.

– Pois é.

Ficamos em silencio quase toda a viagem, ninguém tinha muito animo para conversar. Ficamos quase duas horas no voo, até que por fim, chegamos. Nossa base militar ficava em Hazel, uma pequena cidade do Kentucky, que não chegava a mil habitantes. Desembarcamos, pegamos nossos pertences e esperamos as primeiras ordens. Éramos 50 homens, e na base teríamos 10 sargentos para nos treinar. Um dos sargentos era Ares, que disse alto assim que desembarcamos:

– Formem uma fila, e vão andando, ao longo do caminho vou explicando como as coisas funcionam por aqui.

Fizemos a fila, fiquei atrás de Sid, e na frente de Cook, que ainda ria feito um idiota. Tudo o que eu via era areia e pedras, e ao longe várias cabanas e casebres, com alguns tanques, carros e outros veículos de guerra. Presumi que aquela era a nossa base, mas parecia deserta. Fomos andando e Ares gritava, dizendo que a primeira coisa que faríamos era pegar nossos uniformes.

Depois de uns 10 minutos de caminhada chegamos a uma pequena casinha escura. Sargento Ares disse:

– Aqui estão os uniformes de vocês, eles têm o nome de cada um, procurem ai e sejam rápidos, não posso perder tempo com garotinhas.

Entramos na casinha e achar os tais uniformes foi um sufoco, porque tudo estava bagunçado e tínhamos que abrir cada roupa para ver se era nossa ou não. Depois de alguns minutos achei minha roupa e saí, encontrando Ares na porta da casinha:

– Onde eu...vou me trocar? – perguntei.

– Aí dentro, oras. Está com vergonha das outras garotinhas? Não quer mostrar o corpo de franguinha?

Bufei e entrei na cabana. Estava começando a sentir raiva desse cara. Troquei de roupa rapidamente, e me examinei. A farda estava um pouco larga, mas não era muito ruim. Os coturnos de couro preto me serviam perfeitamente, e meu nome estava gravado no bolso da camisa. Eu sentia bastante calor com a roupa, mas não podia reclamar. Uns 30 minutos depois todos nós já estávamos trocados e fora da casinha. Sid parecia ainda menor e mais magro na farda, e Cook usava a camisa aberta, mas Ares o obrigou a fechar.

Continuamos andando, e depois de um tempo achamos um novo casebre, um pouco maior que o primeiro.

– Agora vocês vão cortar essas merdas desses cabelos. Entrem um a um.

O primeiro da fila entrou, e alguns minutos depois voltou, com o cabelo quase raspado. À medida que a fila andava Sid parecia mais apavorado, e quando sua vez chegou, ele entrou quase chorando. Um tempo depois ele saiu, pálido e careca. Dei um breve sorriso para ele e entrei.

Um cara musculoso de camiseta estava com a máquina na mão, e logo me sentei. Meu cabelo já estava bem curto, ele raspou mais um pouco e o trabalho todo não demorou mais que 3 minutos.

Assim que todos terminaram de raspar as cabeças, Ares chamou os outros sargentos. Nove homens apareceram na nossa frente, e se apresentaram rapidamente. Eles eram: Hades, Dionísio, Sirius, Jápeto, Cronos, Hefesto, Hermes, Aquiles e Severo. Nenhum deles parecia simpático, todos pareciam tão raivosos e antipáticos quando Ares.

– Bem vindos ao U.S.Army. A partir de hoje defender a nossa amada pátria é dever de vocês. A única preocupação que devem ter é defender nossa terra, nossas fronteiras de qualquer inimigo. Esqueçam as famílias, as esposas, os filhos e todo o resto. Agora vocês são os guardiões do povo norte-americano. Aqui aprenderão todas as táticas e tudo o que é preciso para entrar em batalha. Entraram aqui como homens comuns, sem importância, verdadeiros ignorantes. Sairão como soldados, homens temidos pelos inimigos, e reconhecidos pela nação. – Hades disse, em forma de discurso.

– Aqui temos 5 alojamentos. Dez homens ficarão em cada alojamento, vocês receberão seus sacos de dormir e outros pertences que necessitarão. Dividam-se em grupos de 10, e vão para os alojamentos.

Os alojamentos eram casas pequenas, com as paredes descascadas e sujas, sem portas e sem janelas, apenas uma entrada. Aqui não tinha asfalto, só uma areia quente, e parecia que estávamos no deserto. Formamos um grupo rápido, eu, Sid, Cook e mais 7 homens. Recebemos o saco de dormir, pegamos nossas bolsas e fomos para o alojamento nº. 2.

Seis meses depois

A vida no exército era dura. Acordávamos ás 4:00 da manhã, e íamos fazer atividades físicas, que envolviam corridas, levantamento de peso, lutas corpo a corpo, práticas de esporte e aperfeiçoamento de táticas de guerra como camuflagem, batalha de trincheiras, reconhecimento do inimigo, conhecer o território, entre outros. Ás 12 horas almoçávamos, uma refeição bem reforçada com cereais para ganharmos massa muscular. Após o almoço tínhamos 30 minutos de descanso, e depois íamos para as aulas teóricas. Lá aprendíamos história de guerras, táticas militares sobre como nos posicionarmos em batalha e estudávamos teoria das armas. As aulas teóricas duravam 2 horas e 30 minutos, e depois íamos para o “tiro ao alvo”. Praticávamos com todos os tipos de armas, e diversas formas diferentes de atirar. Treinávamos com alvos parados, alvos em movimento, alvos escondidos e até tiros no escuro. Sirius, Hades, Cronos e Severo eram nossos guias no treinamento físico. Dionísio e Hermes ensinavam as teorias e Ares, Jápeto, Hefesto e Aquiles nos ensinavam a atirar. Nossa rotina terminava ás 22:00 horas, após 16 horas de treinamento diário. Depois das 22:00 horas podíamos dormir e descansar.

O carteiro passava uma vez por semana, então eu podia escrever uma carta semanal á Annabeth. Escrevi todas as semanas, sem falta, e ela me reescrevia sempre que possível. Quatro vezes seus pais me escreveram, dizendo que ela estava doente demais e não conseguia escrever para mim. Isso me preocupava. Mas ela me escrevera muitas vezes, e toda vez que eu tinha uma de suas cartas em mãos, eu sentia esperança. Olhar sua letra, sentir seu leve perfume no papel e imaginar sua voz em minha cabeça me dava forças para continuar, e isso era tudo o que eu precisava. Ela me mantinha informado sobre seu estado de saúde, que era bastante oscilante. Tinha dias que ela sentia muitas dores, passava muito mal e perdia a fé. Mas outros dias ela se sentia melhor, e voltava a acreditar que venceria a batalha contra o câncer.

Chegamos aqui em um grupo de 50, e agora éramos 47. Dois soldados se suicidaram, Alexander e Jon. Outro adoeceu e acabou falecendo, o Robb. Sid havia mudado bastante fisicamente, havia ganhado muita massa muscular e parecia um homem agora, e não um garoto. Mas continuava medroso e não via a hora de ir embora, pois ele odiava o exército. Cook estava cada dia pior. Mesmo com o treinamento ele não havia ganhado nenhum peso, estava irritado, e vivia doente. Eu sabia que isso era abstinência da cocaína, mas eu não podia fazer nada.

Amadureci muito nesses últimos meses, e até vejo sentido no que Hades disse quando chegamos aqui. Entrei um garoto, e 6 meses depois me tornei um homem. Agora eu me sentia forte para lutar contra qualquer um, e sabia que sairia daqui vivo, e Annabeth também venceria a doença. Agora eu não tinha mais medo.

Enfim chegou o dia da minha licença. Ficaria 3 dias em Nova York, e depois voltaria para a base. Era pouco, mas pelo menos daria para matar a saudade de Annabeth e dos meus pais. Depois da licença os sargentos diriam quem seria dispensado, e quem iria para a batalha real. Independente do que acontecesse, eu sobreviveria.


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Notas finais do capítulo

YAY até que enfim consegui escrever. Achei esse capítulo mais ou menos, espero que vocês tenham gostado. Me digam o que acharam está bem?
Enfim, sobre a base militar: a cidade de Hazel existe, lá no Kentucky, e é exatamente como eu descrevi para vocês. Porém, lá não tem nenhuma base de treinamento militar. Eu procurei os endereços das bases dos EUA mas não achei nenhuma que pudesse ser usada na história, então criei minha própria base haha. Sobre os detalhes militares: não sei se está tudo certo, pois é difícil achar informações sobre isso, mas tentei ser o mais fiel possível á rotina militar, e as outras coisas que tem a ver com o exército americano. Os soldados tem nomes de personalidades mitológicas gregas, exceto Sirius e Severo, que é de HP.
Desculpa pelos erros do capítulo anterior, eu o escrevi mas não revisei, desculpem mesmo. Esse aqui foi revisado, mas deve ter erros também, enfim, desculpa. E mais uma vez desculpa pela demora para postar e responder reviews.
Ah e um feliz natal atrasado e um feliz ano novo adiantado hehe. Amo vocês, beijos!