Who Owns My Heart? escrita por Lauren Grace


Capítulo 21
Beating Heart


Notas iniciais do capítulo

Leiam as notas finais, por favor, tem muita coisa importante lá.



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Minhas pálpebras estavam pesadas, e um líquido gelado escorria pela minha testa. Eu não conseguia respirar direito, algo pesado estava sobre a parte inferior do meu rosto. Eu estava imóvel, por mais que eu me esforçasse, eu não conseguia me mover. E a dor estava lá, lancinante, como se as minhas entranhas estivesse sendo dilaceradas. Eu tentava abrir os olhos, mas era impossível. Uma luz gélida penetrava através das minhas pálpebras, e de longe consegui distinguir uma voz feminina dizendo “eu não sei o que está acontecendo, estamos indo para o pronto-socorro”. Deveria ser minha mãe. Com um sobressalto inconsciente, apaguei de novo.

– A senhora não pode ficar aqui, precisamos examiná-la – eu ouvi uma voz distante, grave.

– Mas ela é minha filha! Eu não vou deixá-la! – dessa vez era uma voz aguda, que reconheci vagamente.

– Minha senhora, permaneça na sala de espera enquanto examinamos a menina.

Senti meu corpo sendo puxado por alguma coisa, e um barulho de rodas arranhava o chão. A última coisa que ouvi foi uma senhora chorando, um choro desesperado e amedrontado, um choro que eu jamais tinha ouvido antes, e que não queria ouvir nunca mais.

Tudo aconteceu rápido demais, e eu não sentia nada. Era como um turbilhão de emoções amortecidas, tudo e nada acontecia ao mesmo tempo. Eu tinha uma vaga consciência do que estava acontecendo comigo, mas eu não sabia distinguir o que era real e o que era fruto da minha imaginação. Eu não conseguia abrir os olhos, e de pálpebras fechadas eu não via a escuridão, como as outras pessoas, eu via tudo claro e branco.

Senti um líquido escorrendo de dentro de mim, um líquido viscoso, que era sugado por uma mangueira. A dor que eu sentia já nem me incomodava mais, de tão forte que era. Em seguida senti algo sendo raspado de dentro de mim, e jogado em um recipiente qualquer. Tudo o que eu ouvia eram bipes de máquinas, vozes abafadas por máscaras e o barulho do oxigênio sendo jogado dentro dos meus pulmões. A última coisa que senti foi a dor finalmente indo embora, me deixando em um torpor repentino.

Não sei por quanto tempo dormi, nem o que aconteceu nesse meio tempo. Só sei que em determinado momento acordei, abrindo os olhos com dificuldade. A luz clara embaçava minha visão, e minhas pálpebras pareciam coladas, mas eu conseguia abrir parte dos olhos. Eu me sentia úmida, pegajosa, como se estivesse cheia de orvalho. Algo pesado estava sobre o meu nariz e minha boca, e rapidamente descobri que era uma máscara de oxigênio. Eu não conseguia me levantar, e a única parte do meu corpo que eu conseguia ver eram minhas mãos. Elas estavam mais pálidas do que o normal, e estavam perfuradas por agulhas conectadas a mangueiras, que estavam conectadas a soros. Eu conseguia ver parte dos meus braços, e eles tinham pequenos pontos roxos, como miniaturas de hematomas.

Olhei para o meu lado direito e vi umas máquinas, que eram irreconhecíveis para mim. Uma delas tinha um monitor preto, com uma linha verde subindo e descendo pela tela. Eu estava débil, não conseguia pensar direito e muito menos raciocinar.

Por que eu estava naquele lugar? O que aquelas máquinas estavam fazendo ali? Por que aquela máscara de oxigênio estava sobre o meu rosto? Além disso, faltava um elo entre os últimos acontecimentos. Eu não conseguia me lembrar de nada, e não sei por que vim parar aqui.

De repente ouvi passos vindo na minha direção, e com o canto do olho visualizei a porta, que ficava do meu lado direito. Uma mulher linda, loura, alta, entrou no meu quarto. Era a minha mãe.

Quando ela chegou de frente para mim, percebi que ela não estava mais tão linda. Seu rosto estava inchado e vermelho, e lágrimas cristalinas escorriam pela sua face. Seus olhos estavam escuros, e sua pele flácida. Ela parecia um pouco...doente.

– Oh Annabeth! – ela disse quando me viu, e em seguida me abraçou. Seu abraço era morno, reconfortante, e ali eu me sentia segura, como se nada pudesse me machucar.

De repente comecei a chorar, não sei por quê. Minhas lágrimas molhavam os ombros da minha mãe, e as dela molhavam os meus cabelos. Não sei por quanto tempo ficamos ali, mãe e filha, dois corpos em um só, como havia sido há 17 anos atrás.

Por fim o encanto se quebrou, e ela se separou de mim. Seu rosto estava lavado por lágrimas, e ela disse em uma voz rouca:

– Annie, querida, o médico virá conversar com você.

O médico? Por que um médico? Por que ela não conversa comigo? Eu não estava entendendo nada, e isso me angustiava.

Ela foi embora, chorando ainda mais, e um homem desconhecido entrou no meu quarto. Ele tinha meia-idade, cabelos grisalhos e bochechas rosadas. Ele também era alto, parecia um gigante se comparado á mim, deitada daquele jeito.

Ele sorriu para mim, e eu disse:

– Oi doutor – eu sorri, tentando ser simpática – então, preciso te pedir um favor. Você pode me contar tudo que aconteceu? É que eu não estou entendendo.

– Olá Annabeth, sou o Dr. Ackles – ele disse. Como ele sabia meu nome? – vou te contar o que aconteceu, e o que está acontecendo. Há 4 noites, você sentiu uma dor muito aguda no estômago, com vômitos intensos. Sua mãe contatou a emergência, e você foi para o pronto-socorro. Lá eles fizeram uma série de exames, para descobrirem porque você estava daquele jeito. Eles te aplicaram uma dose de morfina e te transferiram para cá, juntamente com os exames. Você adormeceu com a morfina, e ficou sedada por três dias. Conseguiu entender?

Assenti para ele. Eu tinha entendido tudo, e tinha lembrado de tudo. De tudo mesmo, até o momento da dor. Lembrei de Percy e da sua ida para o exército. Lembrei de como tínhamos feito amor poucas horas antes disso acontecer. Lembrei da minha chegada á Nova York e de tudo que tinha acontecido desde então. E lembrei da dor, do pânico, do terror, dos vômitos.

– Bem, Annabeth, agora que você já se recordou de tudo, eu preciso explicar a você o resultado dos seus exames. Primeiramente, eu já expliquei os resultados para sua mãe, Atena, e ela já comunicou ao seu pai, Frederick, que está vindo para cá.

Meu pai? Vindo para Nova York? Por quê?

– Fizemos diversos exames, e para facilitar, vou explicar a você apenas os que deram alguma alteração. Sinto lhe informar, mas você está com uma anemia profunda, seus eritrócitos estão muito baixos. Você também está com uma pequena deficiência na imunidade. Esses resultados foram obtidos no seu hemograma. Constatamos também algumas pequenas infecções em você, sem causa aparente. Você está com uma infecção no baço, que começará a ser tratada hoje. Outras infecções foram constatadas no fígado, no pâncreas e nos rins. Todas sem causa aparente. Sua mãe já nos disse sobre seus hábitos alimentares, exercícios físicos e outras coisas. Então, não precisa se preocupar com isso.

– Então é isso que eu tenho? Pequenas infecções e anemia?

A expressão do Dr. Ackles ficou mais fechada, ele parecia preocupado. Seus lábios franziram, e ele disse:

– Não, Annabeth. Infelizmente nós detectamos um problema maior. Fizemos uma biópsia no seu sistema digestivo, sobretudo no seu estômago, e verificamos a presença de adenocarcinoma.

– O que é isso? – perguntei. Eu era estudiosa, mas não sabia muito de medicina.

– É um câncer nas células internas do estômago.

Câncer. Câncer. Eu estava com câncer.


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Notas finais do capítulo

Tenho vários recados para dar, então vou colocar em tópicos para ficar mais fácil de entender, ok?
1- Sinceramente fiquei muito triste com o retorno do capítulo anterior. Pra mim o capítulo 20 foi um dos mais importantes e bem escritos da fic, e eu recebi pouquíssimos comentários. Muitas pessoas fizeram comentários grosseiros, e o número de acompanhamentos da fic caiu bastante. Isso me deixou realmente mal.
2- A fic entrará em hiatus. Sim, ficarei mais ou menos uns dois meses sem postar, por alguns motivos. O primeiro é que estou estudando muito, por que falta pouco tempo para o vestibular. Então não estou tendo tempo nenhum para escrever e postar. O segundo motivo é o retorno ruim que estou recebendo, para quê eu vou escrever e postar se vocês estão não estão comentando? Então, só devo voltar a postar em novembro.
3- Estou respondendo os comentários aos poucos. Tenho duas fics ativas, e estou sem tempo para responder reviews, mas vou respondê-los aos poucos. Então não se preocupe, seu comentário terá resposta.
4- Todos os detalhes médicos da fanfic são reais e foram pesquisados. Então tudo que está aí é verdade.
É isso, até logo.