Who Owns My Heart? escrita por Lauren Grace


Capítulo 1
A Thousand Miles




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/511346/chapter/1

- Annabeth? Chegamos – acordei, com uma mão sacudindo meu ombro. Abri os olhos preguiçosamente e dei de cara com minha mãe. Bocejei, tirei os fones do ouvido e desliguei meu iPhone. Abri a porta do carro e saí.

A primeira coisa que notei foi o sol forte, então imediatamente coloquei minhas mãos para proteger meus olhos. Depois, olhei a casa que estava em minha frente. Minha nova casa. Lar doce lar.

Olhei para minha mãe, Atena Chase, e revirei os olhos. Ela estava fechando o carro, e abrindo o porta-malas para tirarmos nossas últimas coisas de lá, o resto já estava dentro da nova casa. Ela pegou sua mala preta e em seguida a minha cinza, tirou mais duas bolsas lá de dentro e fechou o porta malas. Então olhou para mim, e perguntou:

- Annabeth que cara é essa? Dá um sorriso, pelo amor de Deus não aguento mais o seu mau humor – ela disse, mais mal humorada do que eu.

- Mãe eu não quero estar aqui. Eu quero estar em San Francisco, na minha casa, com o meu pai, meus livros e minha vida. Você não entende isso.

- Essa é sua nova casa, Nova York é sua nova cidade, essa ainda é a sua vida. Quanto á seu pai você vai ver ele, mas não podemos mais morar juntos. Você que não entende nada, você é muito incompreensiva.

- Eu só não compreendo porque você resolveu mudar de cidade e me trazer junto. Você apenas separou do meu pai, não precisa dessa distância toda, era só mudar de casa! E não precisa me colocar no meio disso, a vida é minha e eu não tenho nada a ver com a separação de vocês.

Ela suspirou e olhou para o chão. Ela estava nervosa. Eu não brigava muito com ela, mas essa separação mudou nossa vida completamente. Há 8 meses meus pais resolveram se divorciar de vez, depois veio a separação de bens e a burocracia toda. Depois de 3 meses minha mãe resolveu mudar para cá e me arrastar junto, já que ela tinha minha guarda. Eu só não entendia o porquê de tudo isso, será que meus pais se odiavam tanto á ponto de não poderem ficar nem na mesma cidade?

- Annabeth não vamos voltar com isso, por favor. Pega sua mala e vamos entrar.

Suspirei e fiz o que ela disse. Carregamos as bolsas até dentro de casa, e então pela primeira vez eu abri a porta da minha nova casa.

Ela foi desenhada por minha mãe, a melhor arquiteta que eu conheço, e era simplesmente perfeita. A única parte ruim é que ficava em Nova York, e eu queria San Francisco de volta. Ela tinha um portão grafite de ferro decorado, de uns 8 metros de largura mais ou menos. Passando o portão vinha o jardim, muito lindo e com dois banquinhos no estilo “bancos de praça” para relaxar. Esse jardim daria um ótimo canto de leitura, pensei animada. Ao lado do jardim tinha a garagem, com 3 vagas. Do lado da garagem tinha a porta de casa, uma linda porta de madeira branca. Entrei e vi a sala de estar. Tinha dois sofás grandes, de couro vermelho, uma mesa de centro e nossa TV da outra casa. A decoração era linda, e a casa passava uma impressão aconchegante. Me senti bem melhor depois de ver a casa, era melhor do que eu esperava, e talvez eu tivesse algum conforto aqui.

Ajudei minha mãe a arrumar as coisas e depois ela disse:

- Filha, eu vou tomar banho agora, seu quarto fica lá em cima. É só subir a escada, é a única porta á direita.

Olhei para ela e dei um sorriso. Minha mãe era a pessoa que eu mais admirava, ela era uma ótima profissional, uma mulher forte e uma mãe maravilhosa. Ela também era linda, e se parecia um pouco comigo. Seus cabelos eram dourados, um pouco mais claros que os meus, e estavam mais curtos agora. Seus olhos eram cinza como os meus, e ela já tinha 41 anos mas não aparentava nenhuma ruga e estava em forma. Eu queria chegar aos 41 como ela.

- Ok mãe. Eu adorei a casa – respondi.

Ela me abraçou e saiu rumo ao banheiro.

Subi as escadas e encontrei meu quarto. A porta dele era branca, então o abri. Minha primeira reação ao ver meu quarto foi gritar. Deuses ele era perfeito! E quando eu digo perfeito não estou exagerando, ele era perfeito mesmo.

As paredes eram pintadas de um cinza claro, a cor que eu mais gostava. A alguma distância da porta estava uma escrivaninha de madeira, com um notebook novo em cima. Em baixo, meus cadernos e minhas apostilas já estavam arrumados. Na parede oposta ficava minha cama, uma king size enorme com dois travesseiros e um cobertor macio, tudo branco. Na parede ao lado da cama ficava um guarda roupa, bem grande e de madeira escura, como a escrivaninha. Ao lado tinha uma pequena porta para o meu banheiro. Em frente ao guarda roupa ficava a melhor maravilha do quarto: minha estante. Ela ia do chão até o teto, e ocupava toda a parede. Todos os livros que ganhei e comprei na vida estavam ali, e eu me orgulhava muito disso.

Suspirei e me joguei na minha cama, observando meu novo quarto dos sonhos.

--------------------------------------

Após o jantar, peguei meu exemplar de Psicose e fui para o jardim, ler um pouco. O jardim era lindo á noite, pois tinha uma iluminação colorida especial. Além disso era calmo (graças aos Deuses minha mãe tinha feito a casa em um dos poucos bairros silenciosos de NY) e o cheiro das flores era inebriante. Ler aqui era uma maravilha.

Eu estava sentada em um dos banquinhos, lendo quando ouvi um barulho de vozes e umas risadas. Uma voz feminina disse em meio á gargalhadas:

- É sério, Percy, para com isso! – e continuou rindo.

Uma voz masculina também gargalhava, e minha curiosidade me fez levantar do banquinho e ir espreitar do portão. O casal estava perto do meu portão, então deu para vê-los bem. A menina era baixinha e tinha um cabelo preto longo. Ela era bem branquinha, e estava usando um vestido preto colado e uma jaqueta de couro. O cara estava fazendo cócegas nela, por isso eles riam tanto. Ele também tinha cabelos negros, não era tão branco como ela e era alto e musculoso. Não deu para ver o rosto deles direito, pois estava escuro.

Ele parou de fazer cócegas nela e a beijou. Foi um beijo longo, e parecia que eles se gostavam muito. Enquanto ele a beijava, passava a mão pela sua cintura e seu quadril, e ela gemia baixinho entre o beijo. Depois eles se largaram e saíram, andando abraçados.

Voltei para o jardim, e peguei meu livro. Mas depois não consegui mais me concentrar na leitura, pois fiquei pensando no casal. Não neles necessariamente, mas no amor em si. A maioria das pessoas da minha idade que eu conhecia já tinha ficado com alguém, ou namorado mas eu não, eu preferia ler e estudar e eu nem acreditava no amor entre namorados. Para mim era só sexo, e como eu não queria fazer sexo agora, eu nem me preocupava com isso. Mas depois que vi esse casal fiquei pensando: será que algum dia eu iria achar alguém? Ou a barreira em torno de mim era tão forte que eu nunca ficaria com ninguém? Isso me entristeceu de alguma forma. Eu era sozinha. E sabia disso.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Eu gostei desse capítulo, apesar de ele ter ficado meio depressivo rs. Querem saber quem é a garota que estava com o Percy? E o que acontecerá com a Annie? rsrs. Espero que tenham gostado, e comentem por favor!