POV MAXON

Extasiado, maravilhado, bobo, feliz... Sinceramente não sei como definir como me sinto desde que eu ganhei o melhor presente que América poderia me dar: um filho nosso.

Confesso que as coisas não estão muito fáceis agora, ela passa mal várias vezes durante o dia, sente muita dor de cabeça, se sente muito cansada e eu não posso cuidar dela o tempo todo. Me sinto mal, culpado, mesmo sabendo que ela me entende e que é muito bem cuidada por Marlee e por Mary, que tem tudo o que precisa. Mas hoje é um dia muito especial, hoje será a primeira consulta dela e do bebê, estou ansioso, quero saber se está tudo bem com eles.

– Vamos, meu amor? – perguntei ao vê-la sair do banheiro – Já se sente melhor?

– Vou me sentir melhor assim que esses enjôos pararem – ela me deu um beijo – Pode me fazer um favor?

– Claro

– Pode deixar o fecho do meu sutiã no primeiro, que é o mais folgado. – ela virou de costas para mim e comecei a ajudá-la – Acho que esta muito apertado.

– América?

– Sim?

– Já está no ultimo – eu não havia dito nada, mas já havia percebido que seus seios estavam maiores – acho que seus seios estão maiores, querida.

– Nãããão – ela se virou para mim choramingado, na verdade quase chorando – Eu estou engordando já?

– Não, meu amor! De forma alguma – limpei umas lagrimas que desceram teimosas. Eu ainda ficava nervoso ao vê-la chorar – Na verdade eu acho que você está mais linda. – eu a fiz sorrir, me sinto mais aliviado.

– Sério?

– Sim, meu amor. – a abracei e dei um beijo em sua testa.

– Então, se você diz, fico feliz – ela disse sorrindo para mim – vamos, para a ala hospitalar, estamos atrasados.

De mãos dadas saímos do quarto e fomos para a ala hospitalar. Conversamos um pouco sobre amenidades, ela me disse que Astra estava muito falante e dando trabalho para Kenna e James e que May estava entrando na adolescência e começando a dar trabalho á sua mãe. Quando chegamos á ala hospitalar, batemos na porta do Dr. Ashlar, que prontamente nos atendeu.

– Bom dia, majestades – ele fez uma breve reverencia – Por favor, entrem.

Entramos e nos sentamos nas cadeiras a frente de sua mesa. Do lado da mesa dele, estava em pé uma médica de aparência muito distinta e responsável, ela fez uma reverencia e sorriu para nós.

– Essa é a Dra. Alisson Montgomery. – Ela deu um aperto de mão em mim e em América, o Dr. Ashlar prosseguiu - Como eu disse a senhora América, ia contatar uma obstetra, e tomei a liberdade de chamar a Dra. Alisson, que é uma excelente obstetra, minha colega e amiga a muitos anos.

– É um prazer conhecê-la – América e eu dissemos a médica, que se aproximou de nós.

– O prazer é todo meu, majestades. Bom, devo dizer que por hora vou expulsar o dr. Ashlar, para que possamos começar o acompanhamento da senhora América e do bebê de vocês. – Ela riu, juntamente conosco

– Tudo bem, dra. Vou embora, mas voltarei – ele riu e se retirou, dava para ver como eles eram amigos.

– Bom, vamos começar com algumas perguntas, tudo bem? – Assentimos, e ela continuou – senhora América, como está se sentindo? Está tendo enjôos, indisposição, cansaço?

– Sim, dra. estou tendo, e estou odiando! Tenho muita dor de cabeça e tenho me sentido muito cansada.

– Tudo isso é normal no começo da gestação. A senhora vai se sentir muito cansada e muito sonolenta no primeiro trimestre.

– Já estou sentindo, na verdade. – América riu – Maxon que o diga.

– Sim, já era difícil te acordar, nos últimos dias estou tento uma dificuldade extra – Eu ri com ela. América estava dormindo como uma pedra ultimamente.

– Que bom, o sono é muito importante para a mãe e o bebê, é quando acontece grande parte do desenvolvimento do bebê. – a médica sorriu e se dirigiu para América – Antes de dar inicio ao exame, gostaria de pedir que coloque o avental que está ali na sala ao lado, por favor.

– Claro! – América me deu um beijo – Já volto. – e saiu.

– Dra. eu posso fazer algumas perguntas? – Aguardei ansioso o dia de hoje, precisava tirar algumas duvidas, principalmente sobre como agir.

– Claro, fique a vontade.

– Bom, América tem tido muitos enjôos, e ajudo ela sempre que estou com ela, mas ela as vezes tem um pouco de... mau humor, sabe? Chora por nada, se irrita facilmente. E não sei exatamente como agir. Hoje por exemplo, ela se deu conta que seus seios estão maiores, e estava se achando gorda. Faço o melhor que posso, mas a sra. tem alguma dica? – ok, eu pareci realmente bobo perguntando isso, mas ainda me sinto nervoso ao ver América triste ou chorosa.

– Não se preocupe – ela sorriu divertida – é absolutamente normal essas mudanças de humor sem motivo, elas acontecem por causa dos hormônios extras que o corpo esta produzindo para formar o bebê. Desconfio que em alguns dias os seios dela possam ficar doloridos, por causa da futura produção de leite. O corpo dela esta se preparando da melhor forma possível, mas gera alguns incômodos. Aposto que o senhor acha que ela esta linda, não?

– Sim, nunca a vi mais linda. – eu sorri

– Ótimo, continue assim. E quanto ao mau humor, uma dose extra de paciência e carinho vai ajudar.

– Estou pronta – América saiu da sala onde se trocou.

– Tudo bem, pode se deitar nessa maca, por favor? – a médica mostrou a maca e América se deitou.

Me aproximei dela, e sussurrei em seu ouvido:

– Mesmo com essa roupa, você continua linda – dei um breve beijo em seu pescoço e me sentei em uma cadeira do lado da maca.

– A senhora vai sentir uma sensação gelada, vou aplicar um gel que ajuda no exame, tudo bem?

– Sim, e por favor doutora, me chame de América, ok?

– Claro, desde que me chame de Alisson. – América assentiu e fez uma careta quando a médica aplicou o gel – Vamos lá!

A doutora Alisson nos explicou como funcionava a ecografia, sua importância e as informações que poderiam ser obtidas a partir desse exame. Eu estava prestando atenção á tudo, e fiquei muito aliviado quando ela disse que América e nosso bebê estavam bem.

– Pelo tamanho do bebê, você esta na 4º semana de gestação, fim do primeiro mês – eu e América sorrimos, quando de repente começamos a ouvir um som muito forte e ritmado – Esse som que estamos ouvindo, é o coração do bebê que esta batendo.

Nunca vou me esquecer desse som, das lagrimas surgindo em meus olhos, as lagrimas de alegria que brotavam nos olhos da minha amada esposa. Nunca pensei que eu pudesse sentir tamanha emoção e felicidade em meu coração.

– Maxon, é nosso bebê – América estava chorando e sorrindo, tão encantada quanto eu.

– Sim meu amor, é sim – a beijei rapidamente, e quando nos afastamos sequei meu rosto, não sei se eram as minhas lagrimas ou as dela.

– É incrível, não? – a médica perguntou e acenamos com a cabeça – Os batimentos estão na freqüência certa, está tudo certo. Acabamos por hoje.

– Mas já? – Perguntei um pouco triste, por mim ficaria ouvindo o coração do nosso filho o dia todo.

–Sim, majestade. América, pode se trocar. – América se levantou e foi se trocar.

– Dra, por favor me chame de Maxon, sim?

– Como quiser. Por favor, me chame de Alisson também. – Ela respondeu enquanto tirou um pequeno pedaço de papel e me entregou.

Fiquei olhando aquela imagem um pouco borrada, onde no centro tinha uma pessoinha com um coração que bate incrivelmente forte. América saiu da sala, já vestida novamente, e pegou alguns medicamentos para enjôo e dor de cabeça que a doutora Alisson lhe entregava. Nos despedimos, já com a data marcada da próxima consulta. Enquanto caminhávamos, ela percebeu o que eu tinha em mãos, e perguntou:

– Meu amor, o que é isso? – apontando para foto

– É a primeira foto do nosso filho. Vamos começar a completar aquele álbum que você me deu. – a trouxe mais perto de mim, com um sorriso do tamanho do amor que sinto por ela.