Em busca da vingança escrita por Bia


Capítulo 16
016




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PDV Edward

Quando a gente perde alguém, ela fica com a gente pra lembrar como é fácil se magoar.

A ligação de Aro me deixou completamente fora do ar. Eu disse que estava indo para o hospital e desliguei o telefone e virei-me procurando Rosalie no aeroporto. Depois de convence-la a ir embora e não ligar para Bella, eu fui pro hospital.

Estacionando o carro de qualquer jeito, entrei desesperado no hospital e logo vi Aro na sala de espera, sentado com os braços apoiados nas pernas e com a cabeça entre as mãos.

– Onde ela está? - me aproximei dele com o coração na mão, ele levantou o rosto e me fitou impassível. Tive vontade de socar aquela cara cínica dele. Aquele homem não tinha coração.

– Edward, tenha calma - ele levantou querendo me tocar.

– Se afaste de mim seu canalha, isso é culpa sua. - esbravejei tremendo

– Sua irmã ter câncer é culpa minha? Ela morrer é culpa minha? - ele falou irônico.

– Ora seu ... - falei indo pra cima dele.

– Edward, porfavor! - ouvi a voz do doutor atrás de mim - Não é hora pra isso. Me acompanhe por favor.

– Vamos conversar sobre isso depois. - Aro falou me olhando raivoso.

– Foda-se - falei com a voz carregada de ódio e me virei acompanhando o doutor.

Ele entrou em seu escritório e segurou a porta esperando eu passar. Logo após ele fechou e foi se sentar em sua cadeira, atrás da mesa.

– Sente-se, por favor.

– To bem aqui.

– Edward, pelo amor de Deus. Essa é uma situação complica...

– Vá direto ao ponto doutor. Qual foi o laudo?

Ele suspirou me olhou atentamente e disse:

– O tumor estava crescendo muito rápido. Ela precisava da cirurgia, Edward. Mas estava tão fraca que essa possibilidade foi descartada. O câncer se espalhou por todo o cérebro dela e infelizmente ela veio a óbito. Eu sinto muito mesmo. Eu realmente fiz tudo o que eu pude por aquela garota.

Eu nada disse, apenas desviei meu olhar dele e encarei o nada.

Minha irmã. Minha doce, Jane. Minha garganta se fechou e eu sabia que era o choro entalado.

Sentir o doutor colocar uma mão em meu ombro e dizer:

– Eu sinto muito mesmo Edward - com a voz embargada.

–--*---*---

Passei o dia empurrando a dor e me focando na burocracia pra liberar o corpo. Acertei tudo, caixão, velório, avisar as pessoas que não era muitas. Nossos pais não tinham irmãos, consequentemente não tínhamos parentes. Só algumas amigas da Jane, falsas por sinal que não lhe deram apoio, a enfermeira dela, e alguns amigos meus do trabalho que a conheciam. Eu não queria que ninguém fosse, queria ficar com minha dor sozinho.

Eu não pensei em nada, porque eu sabia que se o fizesse eu ia desabar. E eu precisava me manter forte. Por ela. Por Jane.

Olhei no relógio e constei que Rose já havia chegado em Forks á umas 2 horas. Será que ela ia contar pra Bella? Suspirei sabendo que ela iria contar e não fizesse, Bella iria faze-la dizer porque eu não voltei.

Levantei-me da cadeira onde estava no hospital e fui buscar mais um café pra mim. Acabei me batendo com o Doutor que cuidava da Jane, ele ja estava indo embora.

– Edward, vá pra casa.

– Não, eu to esperando a liberação do ... - engoli em seco sem conseguir terminar a frase.

– Vá pra casa - disse ele novamente com a testa frazida - Estou preocupado com você. Vá pra casa, tome um banho, coma algo e durma. Eles vão te ligar quando liberarem e isso não vai ser hoje.

Suspirei e ele realmente estava certo. Acenei e fui em direção ao estacionamento.

–--*---*---

Abrir a porta da minha casa com a Jane e novamente segurei o choro. Todas as pessoas que me amavam e que eu amava estavam mortos. Aquilo doía tanto tanto.

Fui em direção ao meu quarto, mas não passei do corredor. Cada pedaço daquela casa me lembrava a Jane. E doía como se eu estivesse me cortando com navalha.

Respirei fundo e decidir dormi num hotel.

–--*---*---

Não conseguir dormi. E eu já esperava por isso. Logo cedo me ligaram do hospital, e o enterro fora marcado para às 10:00 da manhã.

Parecia que o tempo combinavam com o que eu estava sentindo. Tudo estava sombrio e o céu dava sinais de que logo logo iria cair uma tempestade.

Nesse exato momento, eu estava no cemitério, encarando o caixão da minha irmã, e sem ouvir nada do que aquele cara falava. Ele era padre, ou era pastor. Eu não sabia ao certo. Eu só queria que toda aquela gente fosse embora e me deixasse a sós com minha irmã.

Logo o padre/pastor encerrou o discurso fúnebre e me recusei a falar algo. Aquelas pessoas não entendiam o que eu estava sentindo e nem nunca iriam me ouvir falar do que eu sentia. A única pessoa capaz de entender, estava muito longe pra me consolar.

Logo o caixão foi levada para o túmulo, e ver aquela terra caindo sobre o caixão me dilacerou. Era como se tornasse tudo mais real.

O céu deu uma forte trovoada, dando sinais de que a chuva em breve cairia. Os coveiros agilizaram com a terra e logo algumas pessoas vieram me dar os pêsames. Quase mandei todas elas enfiaram suas palavras onde o sol não bate.

Outra trovoada ecoou, assustando as pessoas.

Então eu vi. Aro vindo em minha direção. O que aquele filho da mãe está fazendo aqui?

– Edward ...

– Se você não quiser levar um soco no meio dessa sua fuça, é melhor sumir da minha frente agora mesmo Aro. - falei ameaçadoramente.

Ele franziu a testa me olhando e então a chuva a caiu. Obrigando ele e a todos os presentes a irem embora correndo, tentando se esconder em seus guardas-chuva.

Eu simplesmente desviei meus olhos daquelas pessoas e me encaminhado ao túmulo da minha Jane, sem me importar com a chuva.

Agachei-me e passei a mão pela lápide onde estava escrito: "Jane Masen Cullen, Amada irmã, 1990-2015"

Suspirei com o coração apertado, me dando conta de que ela partira. Minha irmã havia morrido.

Sentir meu corpo todo tremer, e só então percebir que estava chorando. Sentir passos atrás de mim e logo uma pessoa se agachou ao meu lado me puxando para seus braços. Aqueles braços, aquele cheiro, aquela que me entenderia.

Bella. Virei pra ela e encostei minha cabeça em seu peito enquanto tremia mais ainda e chorava. Ela nada disse, apenas me abraçou e deixou que eu chorasse, mesmo com aquela chuva torrencial caindo.

PDV Bella

Peguei o avião que me levaria mais rápido ao Edward. Eu sabia que ele estava sofrendo e eu precisava chegar logo até ele.

Cochilei durante o vôo e tive pesadelos com o meu pai. Pedi a aeromoça um café, pra não dormi e tentei esquecer o meu pai, por Edward eu faria isso.

Assim que cheguei em Los Angeles, peguei um táxi e pedi a ele para me levar ao Hospital Central de Los Angeles. Assim que cheguei lá, pedir para falar com o doutor que havia cuidado da Jane da última vez que vim aqui. Ele gentilmente veio me atender.

– Olá. Isabella, certo? - ele perguntou apertando a minha mão

– Isso. Desculpa aparecer assim, mas eu soube da notícia sobre a Jane. E o Edward não atende ao celular. Eu to muito preocupada. - falei aflita

– Eu entendo. Fico aliviado em saber que ele tem alguém que se preocupa assim com ele. O tempo em que a Jane esteve aqui eu pude perceber o quanto eles eram apegados e com o falecimento dela, temi que ele ficasse sozinho.

– Doutor, o senhor sabe onde ele está agora? - falei assimilando o que ele havia dito e confirmando mais ainda que o Edward deveria estar muito muito mal.

– Sim, sim. O enterro vai ser daqui á 20 minutos. Mas se for agora, você ainda o pega lá. Vou olhar nos documentos de liberação do corpo qual foi o cemitério. Eu já volto. - ele disse e foi procurar a papelada.

Assim que ele voltou com o endereço, o agradeci e voei para fora do hospital pegando o primeiro táxi que eu vi e pedi para o motorista ir o mais rápido possivel. Olhei pro céu e vi que logo logo ia cair uma tempestade daquelas.

Assim que o táxi parou no portão do ostentoso cemitério, a chuva caiu com tudo e vi as poucas pessoas saírem de lá correndo, tentando se proteger. Vi Aro ao longe entrando em um carro e um fogo subiu dentro de mim, que se não fosse o Edward dentro daquele cemitério precisando de mim, eu com certeza teria ido até aquele canalha e feito me dizer onde ele escondeu o Carl.

Paguei ao taxista e sair, me molhando inteira. Caminhei em passos apressados, procurando por Edward. Ele não havia saído, então ele ainda estava lá.

Sabe aquela frase: "Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele, guardei a minha no bolso. E fui." ?

Foi exatamente o que eu fiz ao ver Edward, ajoelhado em frente ao túmulo da irmã. Aquilo me quebrou de uma forma, que eu simplesmente esquecir o fato de que estávamos estranhos desde o nosso rompimento, que eu ainda estava balançada por Emmet e Rose terem me enganado, que eu morria de preocupação de como o Carl estava e de que o meu pai estava vivo todo esse tempo e nunca me procurou, a morte da Jane e ... a do Jazz. Oh Jasper! Sinto meus olhos encherem de lágrimas que se misturavam com a água da chuva que escorria por meu rosto.

Só de lembrar de tudo isso meu coração se apertou e senti minhas pernas tremerem. Meu peito se aperta e eu não consigo respirar.

Recomponha-se. Digo a mim mesma. E é assim que parece: puxar as diferentes partes de mim como um cadarço. Eu me sinto sufocada, mas pelo menos me sinto forte.

Respirando fundo eu vou até onde ele esta, me agacho ao seu lado e o puxo para meus braços. E ele logo se aconchega em meu peito e sei que o que ele precisa é somente de minha presença. Então eu não digo nada e apenas o abraço.


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