DRAMIONE || Compreendendo o inimigo escrita por Corujinha


Capítulo 11
Pensamentos confusos e "Não sei mais nada"


Notas iniciais do capítulo

FELIZ NATAAAL!!
Meu Deus, gente quanto tempo que eu não vejo vocês.
Como eu disse no último capítulo (se alguém se lembra porque gente... Faz tempo) eu tava com problemas com minhas notas na escola e tive que dar total atenção a isso, não pude mais escrever.
Bom, mas agora eu estou te féria, estou de volta completamente enferrujada, nem sei se ainda tenho jeito pra escrever, mas tudo bem, vamos tentar.
Desejo a todos um Natal sem passas no arroz e boa leitura. Beijos!



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POV HERMIONE



– Ele olha todos os armários. – disse Draco.

– Ele vai nos achar. – eu disse com a voz trêmula.

Draco não respondeu nada, apenas parecia apurar sua audição pra escutar o barulho lá fora. Eu também ouvia. Os passos de Filch estavam cada fez mais próximos acompanhados também do miado de madame Nora.
Ouvimos algumas portas serem abertas e, depois de alguns momentos, fechadas com um resmungo de Filch que parecia chateado por não ter achado nada. Até que escutamos o barulho dele batendo a porta ao lado do armário de vassouras em que estávamos.
Estaríamos completamente perdidos se ele nos achasse ali. Ele ficaria muito feliz em achar a Srta. Granger e o Sr. Malfoy fora na cama aquela hora da noite. Eu tinha que pensar em algo rápido...
Tive uma idéia!
Empurrei Draco até que ele bateu com as costas na parede atrás da porta. Ele pareceu confuso por um instante e fiz sinal de silêncio com a mão e o abracei no momento em que a porta se abriu nos escondendo atrás dela. Estávamos incomodamente comprimidos um contra o outro, mas o lugar era muito pequeno, se nos movêssemos um centímetro Filch nos acharia. Draco envolveu minha cintura com seus braços e eu pareci ficar ainda mais grudada a ele. Nossa respiração pareceu parar pra que nenhum barulho fosse ouvido, mas só ficou em um ritmo lento, silencioso e igual. Após alguns segundos que pareceram eternos...

– Vazio também, vamos Madame Nora. - ele disse à gata que estava com eles.

O animal deu um miado alto em protesto. Madame Nora era esperta demais, e nesse momento percebi que ela sabia que algo ali estava errado. Meu coração começou a bater irregular e rapidamente por conta do meu nervosismo. Senti o aperto de Draco em minha cintura ficar mais seguro e seu cheiro de hortelã com algo que eu não consegui identificar começou a anuviar minha mente. Tentei manter o foco nos sons que o zelador e sua gata produziam perto de nós.

– O que foi, querida? - ele perguntou carinhosamente a gata que em resposta deu-lhe um miado desconfiado. - Não há nada aqui. Hoje aqueles moleques conseguiram se safar. - ele não podia estar falando especificamente de nós, mas ele sabia que havia alunos fora da cama, afinal sabemos que sempre há. - Vamos. - ele disse e finalmente fechou a porta saindo do armário de vassouras.

Eu olhei pro lado e tive certeza de que ele realmente se foi. Soltei-me de Draco que retirou suas mãos de minha cintura pra que eu pudesse me colocar a uma distância menos constrangedora dele. Fui até a porta e abri apenas uma fresta. Filch estava saindo do meu campo de visão e seus passos emitiam sons que estavam ficando cada vez mais distantes.

– Melhor esperamos até que não possamos mais ouví-lo. - eu disse.

– Você foi esperta. - comentou o sonserino fazendo-me olhar pra ele - Pra variar né...

– Obrigada, eu acho... - respondi - E desculpe por... Bom... Era a única maneira dele não nos encontrar... Você entende. - conclui apressada e um tanto envergonhada.

– Claro. - ele respondeu e pelo tom eu notei que ele estava dando um daqueles seus sorrisinhos irônicos, mas eu não estava mais olhando-o. Tentava me concentrar no barulho lá fora.

– Podemos ir agora. - ele disse.

– Sim. - respondi e nós saímos silenciosamente do armário de vassouras e pegamos o corredor que nos levaria até as escadas. Percorremos todo o caminho sem falar qualquer coisa. Algumas vezes no caminho eu andava lentamente e ficava pra trás por estar perdida em pensamentos e de repente eu o acompanhava. Acho que ele diminuía o passo...
Chegamos ao ponto em que nos separaríamos. Eu não sabia exatamente o que dizer.

– Ainda não entendi tudo isso. Não entendi porque me contou tanta coisa... - eu disse. Ele ficou em silêncio por alguns segundos. Olhou para mim e para os lado parecendo procurar uma resposta, mas acredito que ele não encontrou.

– Eu faço muitas coisas impensadas. - ele disse somente.

– Isso quer dizer que se arrependeu?

– Mas também não costumo me arrepender do que faço. - ele respondeu prontamente.

– Você... Eu posso ver o quando está diferente... - disse tentando não transparecer meus sentimentos confusos. Eu realmente via que este que estava agora na minha frente não era o mesmo Draco Malfoy de antes, mas... O que eu faço com essa conclusão?

– Antes tarde do que nunca.

– É... - eu respondi e o silêncio se instalou entre nós até o sonserino quebrá-lo alguns momentos depois dizendo:

– É melhor irmos pro dormitório. Filch deve estar na nossa cola ainda. Não vai demorar até chegar aqui.

– Certo. Boa noite. - falei pensando que tinha algo mais que queria dizer, mas não diria.

– Boa noite, Granger. - ele me disse, e foi a direção a seu dormitório.

Eu fiquei parada ainda por um minuto. Os pensamentos confusos tentando me inundar, mas eu tinha que chegar ao meu quarto antes, tinha que parar e tentar por tudo no lugar em minha cabeça.

(----)

– Gina? Por Merlin, o que vc está fazendo aqui há essa hora? - me assustei quando entrei no salão comunal e encontrei minha amiga dormindo em uma poltrona com uma xícara de chá na mesinha ao lado.

– Ah! - ela acordou alvoroçada - Hermione! Você chegou. Nossa, que horas são? - ela perguntou grogue, tinha os olhos pesados e a voz embargada.

– Não sei, mas é tarde. Você não devia ter dormido aqui. - eu disse preocupada com a possibilidade de ela dormir no meu de uma aula amanhã por minha culpa.

– Eu queria saber o que aconteceu quando você voltasse. Não pensei que só voltaria no dia seguinte. - ela reclamou e em seguida deu um longo bocejo.

– Não sei se já estamos no dia seguinte, mas anda, vamos dormir. - chamei-a.

– O que? Eu não esperei todo esse tempo nessa poltrona nada confortável quando o assunto é dormir pra você não me dizer nada do que aconteceu. Anda, senta aí e vai falando! - ela disse endireitando-se e apontando a outra poltrona que estava ao lado da sua para que eu me sentasse.

Eu caminhei até ela e me sentei. Fiquei calada com Gina me encarando. Por onde eu ia começar? É muita coisa pra contar e eu estou confusa, nem eu sei o que aconteceu. As cenas ainda estão passando na minha mente, e eu ainda estou me perguntando o que deu em nós dois. Em mim e em Malfoy. Como contar a conversa que eu tive com Malfoy. Nem nas minhas hipóteses mais absurdas (e nem nas de Gina) essa conversa teria sigo assim (ou no meu caso, sequer teria acontecido). Agora que eu estou desacelerando, sinto que estou caindo em mim e mesma e começo a me perguntar se eu estava completamente sã e sinto como se minha cabeça fosse explodir.

– Essa é a parte em que você começa a me contar... - incentivou Gina.

– Sinto muito, Gina. Hoje não dá. - disse e corri para as escadas do dormitório subindo para minha cama sem encarar Gina, que ouvi ainda me chamar de volta ao Salão Comunal.

Entrei no quarto rápida e silenciosamente, ficando ainda alguns segundos encostada na porta pensando no que ia fazer. Todas as meninas já estava dormindo. Corri até meu malão, peguei meu pijama e corri para o banheiro.

– Banho quente. Preciso de um banho quente. - disse para mim mesma enquanto fechava a porta.


POV DRACO


– Garoto aplicado esse. - disse Blásio sarcasticamente quando me viu entrando pela porta so Salão Comunal da Sonserina - Faz mal todo esse estudo.

– Boa noite, Blás. - disse cruzando o Salão e indo em direção ao meu quarto.

– Ah qual é, nem vai dizer quem era ela?

– Boa noite, Blásio. - repeti sem emoção. Ouvi ele suspirar resignado o que me fez supor que por agora ele havia desistido. Mas eu conheço meu amigo.

Subi rapidamente pro quarto e me joguei na cama fechando as cortinas. O quarto não estava cheio, óbvio que ainda havia gente lá fora violando o toque de recolher. Mas quem sou eu pra falar? Pois é, ninguém.
Respirei fundo. Não adianta adiar esses pensamentos. Melhor ser prático e me confrontar diretamente, será mais rápido.
Que porra eu fiz?
Olha eu realmente não me arrepender do que faço por impulso, é o melhor da vida, não é mesmo? Mas eu não to menos confuso do que eu tava antes dessa conversinha com a Granger e esse não era o objetivo.
Me sentei na cama e apoiei a cabeça nos joelhos. Meus pensamentos estão acelerados, parece que minha mente tá trabalhando cem vezes mais rápido.
Ela não devia ter toda essa importância pra mim, quantas vezes vou ter que repetir isso pra mim mesmo? Ser importante a ponto de eu fazer algo que me deixa... Vulnerável. É, acho que essa é a palavra. Porque é ruim de sentir vulnerável, sentir que pode ser atingido, e era exatamente o que eu estava sentindo quando vi que ela estava sabendo mais de mim do que em qualquer hipótese eu imaginaria que ela ficaria sabendo. Um Malfoy não foi criado para conhecer o sentimento de vulnerabilidade, e sim, o de superioridade, embora agora isso tudo seja uma baboseira inútil, mas ela... Ela muito estranha. Ou ela pode simplesmente ser e eu nunca percebi porque nunca me importei, mas porque eu me importo agora?
Ela é simplesmente alguém que não está mais fazendo sentindo depois dessa volta à Hogwarts, porque não devia haver qualquer contato dela com um... Um ex-comensal. Ela tinha ódio não tinha?

– Cadê esse ódio, Granger? - falei pra mim mesmo, me sentindo nervoso.

Porque seria tudo muito mais fácil se ela me odiasse, eu saberia lidar com isso, eu sempre soube. A raiva dela era algo fácil, era até divertida, mas ela é muito mais nobre do que eu imaginei. Foi capaz de perdoar alguém que direta ou indiretamente estava ligado ao que aconteceu com a família dela. Odeio que seja assim tão... Bondosa e nobre demais, sempre faz o que deve ser feito, pensa primeiro no bem dos outros que no seu próprio e guarda sem sofrimento para si própria, mesmo que isso a mate.
O que você ganha com isso, heim!?
Talvez paz. Será que ela tem paz?
Me deitei novamente na cama levando a mão a cabeça.
Eu não sentia isso há muito tempo. Paz. Estranho... Acho que foi um tipo de paz o que eu senti na cozinha enquanto conversávamos. Mesmo com um assunto nada leve o clima não era pesado. Eu sentia uma mistura de coisas, mas não tormento. Ah e sim, eu sei muito bem o que é se sentir atormentado, a um pouco de pirar de vez.
Voltei a me sentar. Minha cabeça agora começando a doer um pouco. Me desloquei até o banheiro arrastando meus pés até chegar lá. O melhor é tomar um banho. Aquela velha tentativa frustrada de afogar meus problemas da água de um bom banho. Ah se isso funcionasse...

– Depois de hoje... Não sei se tem mais algo que eu possa fazer para me afastar dela. Não sei mais nada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido (embora eu esteja realmente precise praticar mais essa escrita, oh God...). Não vou demorar com o próximo. Beijos.



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