1938 - EUA

Duas crianças brincavam a beira do lago. Não se importavam com absolutamente nada, nem com a sujeira impregnada em suas roupas ou mesmo com a linda paisagem da floresta imensa a sua frente. Eles apenas queriam brincar. Brincar de correr.

A menina por ser mais magra e menor, era mais veloz que o menino, alto para sua idade, que corria à sua espreita. Depois de atravessarem quase todo o lago. A menina, parou ofegante sentando-se no chão de barro, com um sorriso vitorioso no rosto. Tinha ganhado a corrida!

—Você é extremamente lento!

Disse com desdém. Um sorriso infantil corria em seu rosto, não haveria de ter mais que 12 anos de idade.

—Você, você trapaceou! Correu antes da contagem terminar!

Disse o menino em pausas por estar ofegante.

—Não mesmo, você que é devagar demais!

O menino apenas riu e sentou-se ao seu lado. Ele não queria discutir com a menina, ou melhor, sua menina, como comentava em casa com sua mãe.

A menina encarou-o por alguns instantes, mas desviou o olhar, quando percebeu que o menino a encarava também. Aproveitando sua proximidade, ele acariciou os longos cabelos castanhos da menina, presos a uma fita vermelha esvoaçante.

—Você é linda!

Disse o menino apaixonado.

—Você já disse isso!

—Será que seu pai vai me deixar namora-la algum dia?

Ao dizer tais palavras uma tonalidade avermelhada tomou conta das faces de ambos.

—Creio que isso é impossível. Papai jamais me deixaria namorar agora...

Sem aviso prévio a menina foi interrompida por lábios que tocavam os seus gentilmente. O menino enfim tomara coragem de fazer tal coisa: Beijar a menina que amou desde que seus olhos viram o seu olhos cinzas há 5 anos atrás.

Ambos beijavam pela primeira vez, e a sensação era nova, mas maravilhosamente boa. O céu parecia ter descido sobre eles e o sangue fervia em seus corpos. Todos os sentimentos estavam concentrados nos dois. Nenhum resistia ao desejo, que era mais forte do que tudo. Ambos queriam prolongar tal sensação, mais eles eram meros humanos e precisavam respirar.

Separaram-se aos poucos e encostaram suas testas. Seus olhos se encontraram. O azul no cinza, uma junção magnífica do céu e da tempestade...Ali em frente aquele lago, naquele dia ensolarado em meio a sensações novas que crescia no peito, ambos souberam... Se amariam para sempre.