Fazia uma hora que eu e Maxon estávamos naquele esconderijo, a apreensão e o nervosismo já me tiravam do sério e percebendo isso, Maxon começou a tentar me acalmar.
– Meri fique tranquila, tenho absoluta certeza de que tudo vai acabar bem.- Diz Maxon me abraçando.
– Estou com medo que os rebeldes matem mais pessoas.- Falo entre lágrimas.
– Não duvido que os rebeldes já não tenham ido embora.- Nesse momento uma bala passa pela velha porta de madeira e se aloja na parede atrás de nós. Rapidamente Maxon se atira no chão juntamente comigo e me instruí a ir para o canto da parede onde coloca o seu corpo em frente o meu enquanto choro compulsivamente.
– America fique quieta algum rebelde pode nos ouvir.- Nesse momento outra bala passa pela porta, seguida de outra e de outra. Posso perceber que Maxon está morrendo de medo assim como eu, mas ele sabe disfarçar muito melhor do que eu.
– Será que eles tomaram o palácio?.- Pergunto em um sussurro.
– Acho que não, pois se tivessem tomado, a essa hora já estaríamos mortos.
Depois do ultimo tiro contra a porta foi disparado, um silêncio caiu sobre todo palácio, um silêncio que durou horas até um soldado aparecer para nos avisar que já era seguro sair.
Quando saímos do abrigo eu pude ver a dimensão de tudo aquilo. O corredor do segundo andar esta totalmente destruído, as paredes pichadas com a frase, " Illéa vai cair", era bem menos assustador quando eles só pichavam " Estamos Chegando", agora eles estão ameaçando diretamente o reino. Toda a mobília do corredor foi perdida, os quartos que estavam trancados, tiveram as portas arrombadas e foram totalmente destruídos.
Maxon segura a minha cintura e começa a andar, mas logo para e se virá para o soldado e pergunta.
– Todos os rebeldes foram eliminados ?.- O soldado faz um gesto com a cabeça confirmando.- Qual o número de feridos?
– Aproximadamente duzentos e cinqüenta majestade.- Olho para o soldado e percebo que ele não disse tudo o que tinha a dizer, então pergunto.
– Soldado algum dos convidados foi ferido?.- Mas uma vez ele apenas faz um gesto com a cabeça.- Quem foi ferido?.- Pergunto em um fio de voz, enquanto me abraço a Maxon.
– A senhorita Ambers majestade.
– Kriss foi ferida? Ela já foi levada para área hospitalar?.- Pergunta Maxon, posso perceber algo mais que um simples pesar em seu tom de voz, um preocupação excessiva.
– Sim senhor, ela está na ala hospitalar e o estado dela e grave.- Grave, a única coisa que vem em minha mente é o dia da escolha, o dia em que eu vi Celeste ser atingida na cabeça, o dia que eu vi tantas pessoas morrendo, estremeço com a lembrança. Maxon percebe e agradece o guarda que faz uma reverência e se retira, ainda e difícil aceitar que todos façam reverência quando passo por eles, ainda sou a mesma America.
Eu e Maxon subimos para os nossos aposentos em silêncio, não sei no que pensar, Kriss pode morre, os sulistas voltaram a atacar o palácio e eu ainda tenho que assumir meu papel como rainha.
– America você ficará bem se eu for ver Kriss?.- Minha vontade e gritar não, mas não devo ser assim, então digo que sim e fico olhando Maxon sair pela porta e não voltar mais naquela noite.
Acordo quando a luz do sol entra pela janela, Maxon passou a noite no hospital com Kriss e eu tive que dormir sozinha. Me levanto da cama assim que minhas novas criadas entram no quarto.
– Bom dia majestade.- Diz Júlia, uma menina de cabelos dourados e olhos pretos.- A senhora dormiu bem?
– Bom dia Júlia, dormir bem sim.- Respondo sorrindo.- Bom dia Alice e Becca.- Saúdo as outras duas .
– Bom dia senhora, hoje separamos uma roupa especial para senhora, espero que goste.- Diz Becca sorrindo enquanto Alice me mostra o maravilhoso vestido verde, ele tem mangas que curtas totalmente bordadas com pequenas pedrinhas de brilhante, a parte de cima e totalmente perfeita, o vestido e acinturado com um decote imperial, a saia não é muito volumosa e também não vai até os pés, e um vestido feito para uma rainha e não para mim.
Tomo banho e me arrumo rapidamente, vou visitar Kriss no hospital e saber como Maxon está, mas assim que abro a porta do quarto me deparo com uma da criadas de Daphne, que ainda se encontra no palácio mesmo depois de Maxon a ter mandado embora.
– Bom dia majestade.- Diz a criada fazendo uma leve reverência.- A senhorita Daphne solicita a presença de vossa majestade no salão das mulheres para tomar café.
– Diga e ela que já vou descer.- Dito isso fecho a porta e volto para o quarto.- Júlia você poderia pegar a minha tiara de esmeraldas.- Não vou cometer o mesmo erro de novo, Sílvia disse que uma rainha sempre deve usar um corôa.
– Sim senhora.- Júlia entra no closet e em apenas cinco minutos volta com a tiara de ouro amarelo e esmeraldas presente de Nicoletta.- Aqui senhora.
– A senhora que que eu coloque ?.- Pergunta Alice.
– Sim, por favor.- Me sento na penteadeira em frente ao espelho.- A senhora vai usar o cabelo solto ou preso?
– Faça um coque e não me chame de senhora, me chame de America.
– Como a senho...perdão, como quiser America.- Alice faz um coque lateral e coloca a tiara, o verde das esmeraldas e o amarelo do ouro se destacam sobre o vermelho dos meus cabelos, e junto com o vestido verde tudo fica harmonioso e sutil.- Pronto America.
– Obrigada Alice, Becca você poderia pegar os sapatos de salto preto?.- Resolvo colocar um sapato um pouco mais alto, pois Daphne e um pouco mais alta do que eu.
– Aqui senhora.
– Becca o que eu disse para Alice se aprica para todas, entendido?
– Sim America.
Termino de me arrumar e saio do quarto, agora e a hora de confrontar Daphne, e deixar tudo claro para ela.
Desso até o segundo andar, onde tudo já está perfeitamente arrumado, e depois de uma rápida olhada em tudo, depois desso para em direção ao salão das mulheres.
Quando chego ao salão das mulheres, Daphne já me espera sentada em uma mesa perto da janela.
– Olá America.- Diz se levantando.- Senta precisamos conversar.- Diz apontando para outra cadeira.
– O que você quer Daphne?.- Pergunto me sentando.
– Bem vamos direto ao ponto. Você sabe que eu e Maxon já tivemos em um relacionamento...
– Bem até onde Maxon me contou você se declarou para ele e ele se mostrou indiferente a isso.
– Eu não diria totalmente indiferente, Maxon me ama, ele só esta confuso por sua causa.- Fala sorrindo, ela só pode estar de brincadeira comigo.
– Você está ficando louca?, Maxon não sente nada por você. Não seja tola Daphne.- Digo com um sorriso debochado.
– E você acha que Maxon se apaixonaria por uma cinco?
– Não só acho, como tenho certeza, ou ao contrário não estaria aqui falando com você, Daphne você tem que aceitar, Maxon me ama e por isso me fez sua rainha, a corôa de Illéa esta sobre a minha cabeça, assim como o coração do rei me pertence.- Daphne serra os dentes e me olha com repousa.
– Para mim já chega.- Fala Daphne se levantando da mesa.- Você vai se afastar de Maxon sua porca oportunista.- Daphne joga uma o suco que estava em uma taça em cima da mesa no meu rosto.
– Você está louca?- Grito chamando a atenção dos guardas.
– America minha querida America.
– Eu não sou sua querida, sua vaca.- Em um ato de impulsividade, dou um tapa no rosto de Daphne, que coloca a mão sobre o lado esquerdo do rosto onde a forma de minha mão aparece.
– Sua loca!, Isso não vai ficar assim.- Daphne me devolve o tapa, mas não fico por baixo, a ataco também. Nossos gritos atraem os guardas que nos separam.
– Eu quero ela fora do palácio agora.- Grito para o guarda que me segura.- E me solte.- O guarda me solta e eu vou em direção a saída.
– Eu nunca vou desistir dele, e você pode ter certeza America, o Maxon ainda vai ser meu.- Me viro com um sorriso de escárnio.
– Então tente.- Digo por cima do ombro enquanto saio do salão sem olhar para trás.