Easy escrita por Nora


Capítulo 20
19 – Up


Notas iniciais do capítulo

Olly Murs feat. Demi Lovato.



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A campainha tocou. E tocou. E tocou. E America só ouviu a partir da terceira vez, quando acordou, já estressada. Se fosse Madison, lhe ligaria, e se fosse outra pessoa provavelmente desistiria. Então resolveu esperar.

Mas seu telefone não tocou, e a pessoa não foi embora, pois a campainha continuou tocando repetidas e inúmeras vezes. Quando tocou pela sexta vez, decidiu atender.

— Já vou!! – berrou o mais alto que pôde e a campainha finalmente parou de tocar.

Calçou suas pantufas, vestiu seu robe rosa de soft e foi até a porta.

— Deve ser realmente imp... – começou a falar e assim que abriu a porta, interrompeu sua frase, deixando as palavras no ar.

Trevor estava em sua frente, e não parecia muito paciente.

— Ah. É você. – resmungou ela.

— Bom dia para você também. – retrucou ele, escorado no batente da porta. – Não vai me convidar para entrar?

Ela revirou os olhos, suspirou e fez sinal com a mão para que ele entrasse. Ele sorriu, satisfeito, e entrou.

— Mau dia, só se for. – resmungou ela em voz baixa, fechando a porta. – Você me acordou.

Ele deu risada e se jogou no sofá dela, que assistia tudo encostada em um balcão.

— São onze horas da manhã de um sábado, Trevor. O que você quer?

— Você sempre acorda mau humorada desse jeito?

— Não, talvez eu fique mau humorada quando sou acordada. – ela respondeu, ríspida, revirando os olhos.

Ele deu risada e se levantou no sofá, sentando-se no braço do sofá.

— Eu só passei aqui para te avisar, te convidar na verdade, para a festa do meu aniversário sexta, lá em casa. É meio que uma festa de halloween, então é à fantasia. – falou ele, descontraído.

— A última vez em que estive em uma festa com você, tomei um banho de vodca. – ela replicou baixinho, sem mencionar o beijo. – Tudo bem. Mas ainda não falta praticamente uma semana?

— Eu sei. Esse é o primeiro motivo pelo qual eu vim aqui. – Trevor falou, um tanto de cabeça baixa, como se estivesse um pouco envergonhado ou até, nervoso. — O segundo e principal motivo porque eu vim aqui é que eu vim convidar você para almoçar. – ele ergueu a cabeça, olhando-a nos olhos, que mostravam surpresa com aquele convite totalmente inesperado.

— Hoje? Tipo, agora? – ela replicou, desnorteada e confusa. Realmente não contava com aquilo.

— Sim, America. – ele respondeu, rindo da expressão no rosto dela e exibindo um de seus melhores sorrisos, o que faria qualquer pessoa relaxar e sorrir junto, e que faria qualquer mulher cair aos seus pés. – Hoje. Agora.

***

— Você já visitou o Central Park? – Trevor perguntou, enquanto guiava America pelas ruas enormes e serpenteantes de Nova Iorque.

— Não... nunca tive a oportunidade, eu acho. – ela respondeu.

— E a Fifth Avenue? E o Empire State? – ele perguntou, puxando-a para o lado bruscamente antes que fosse derrubada por um rapaz que praticamente voava de tão rápido que caminhava.

— Nenhum dos dois. – a francesa respondeu, observando rapidamente a vitrine de uma loja antes que Trevor a puxasse novamente. – Ai! Vai deslocar meu braço desse jeito. – resmungou ela, e ele só deu risada.

— Bem, agora vai conhecer.

Ele não falou mais nada e seguiu caminhando em silêncio, fazendo-a quase se perder. Quando ela já estava com as pernas doloridas e com calo nos pés, perguntou:

— Vamos caminhar mais quanto? Acho que não aguento nem mais uma quadra. – completou. – Afinal, aonde estamos indo?! – ela se estressou.

— Surpresa – ele respondeu, se virando, com um sorriso lindo no rosto. – E calma, já vamos chegar na estação de metrô.

— Estação de metrô? Mas aonde diabos est...

Antes de terminar a frase eles chegaram a estação e ele desceu rapidamente, fazendo-a o seguir e quase cair nas escadas. Naquela hora do dia, o movimento era muito grande e o fluxo de pessoas crescia cada vez mais.

— Caminhe mais devagar, Trevor! – gritou para que ele a ouvisse, e mesmo com todo o barulho que havia ali, ela pôde ouvi-lo dar risada. – Eu tenho pernas curtas!!!!

Ele riu novamente e de súbito parou de caminhar, fazendo-a bater contra suas costas – Trevor era bem mais alto que ela, quase 40cm mais alto, então o rosto dela alcançava os braços dele, um pouco abaixo dos ombros.

— Ah, fala sério. – ela praguejou, baixinho.

Ele se colocou ao lado dela e falou, depois de dar risada novamente:

— Calma, francesa. Vai valer a pena. Eu prometo.

Ele não falou mais nada, e ela também não. Os dois desceram até a plataforma, ele pagou as passagens de ambos – um grande ato de cavalheirismo da parte dele, na opinião dela – e esperaram pelo metrô, que não demorou a chegar. America não fazia a mínima ideia de onde estavam indo, e Trevor parecia não fazer a menor questão de lhe contar. Como ela não conhecia muito bem a cidade e as ruas, não sabia reconhecer o caminho. Só sabia que estavam indo para o centro da cidade.

Observar suas unhas parecia tão importante naquele momento, já que Trevor permanecia num silêncio mortal ao seu lado. A viagem de metrô não era longa e logo eles chegaram ao destino, que ela descobriu se tratar da 34th Street. Os dois subiram as escadas e ela viu uma larga e movimentada rua.

Pensou por um momento e então disse:

— Estamos no bairro Herald Square, certo?

— Exatamente. Viu como você não é tão perdida assim? – ele respondeu, e deu risada logo em seguida.

— Ah, mas andar por aí como estamos fazendo, isso eu já não saberia. É totalmente diferente. – respondeu ela, também rindo.

— Você vai aprender. – ele falou, e então a puxou pelo braço.

Os dois andaram mais duas longas e movimentadas quadras, America admirando tudo por onde passava – nunca tivera a oportunidade de estar lá –, e chegaram ao famoso Empire State Building. Claro. Por aquele caminho, ele só podia estar levando-a lá.

A francesa estava fascinada, totalmente deslumbrada. É claro que já vira o Empire State por fotos, mas absolutamente nada se comparava ao vivo.

Trevor deu risada de sua expressão e falou:

— Vem. Ainda temos que subir bastante.

— Você não tem que comprar ingressos ao algo assim? – ela perguntou ao perceber que haviam pulado duas enormes filas.

Ele tirou algo do bolso e mostrou a ela, com um sorriso convencido no rosto. Eram dois ingressos.

— Como... ah, esquece. Nem vou perguntar.

Trevor deu risada e então. A única fila pela qual passaram foi a da segurança, e então sem delongas chegaram ao 86º andar.

— Ainda quer subir mais? – foi a pergunta dele, porém ela não lhe deu ouvidos por um momento.

A francesa estava um tanto receosa, mas estava totalmente admirada. Nunca tivera medo de altura, mas também nunca havia subido tão alto.

— Sim – disse, sem pensar, em um súbito e misterioso ímpeto de coragem.

Ele deu uma risadinha, vendo que ela realmente estava com medo de subir, e então pegou a mão dela.

— Você não vai cair. Não se preocupe.

Ela se surpreendeu com as palavras dele, porém não demonstrou. Em vez disso, apertou a mão dele, quente contra a sua, que era – quase sempre – fria, e então eles subiram mais um pouco.

E depois de um certo tempo, os dois finalmente chegaram ao 102º andar. O mais alto de todos.

— Ai, meu deus. – America falou, baixinho e pausadamente.

Ela olhou devagar para baixo e estremeceu, prendendo a respiração. Sentia como se seu coração fosse saltar pela boca a qualquer momento. Era muito alto. Era uma queda fatal. Trevor, ao seu lado, deu risada de sua expressão e ela deu um soco forte no braço dele.

— Ai. Doeu.

— Bem feito, era para doer. Porque não é engraçado.

Ele deu risada novamente, fazendo-a revirar os olhos.

— America. – ele falou suavemente, fazendo-a fixar seus olhos no rosto dele, e não no chão lá embaixo. – Esqueça seu medo. Você não vai cair. E mesmo se caísse, eu me jogaria atrás de você no mesmo instante, até porque eu que a trouxe aqui. Mas esqueça o medo e aproveite a vista.

Ela conseguiu se tranquilizar com as palavras extrema e estranhamente calmas dele – embora seu cérebro houvesse ficado chocado quando ele falou que se jogaria atrás dela, mas não era o momento certo para pensar nisso –, e tentou realmente deixar de lado seu medo. Estavam ali para se divertir, para aproveitar aquele passeio incrível.

— Consegue? – Trevor perguntou.

— Sim. Agora sim. – respondeu ela, confiante, com seu coração batendo rápido até demais.

E tinha certeza que conseguiria.

Ele pegou na mão dela novamente e os dois avançaram um pouco – felizmente, não havia muito tumulto naquele hora do dia – e então ficaram frente a frente com a grade de segurança, ao lado dos binóculos de longo alcance.

— Ah, meu deus. – ela disse, suspirando. – Este lugar é amedrontamente e assustadoramente incrível.

— Então imagine no Rockefeller Center, que é mais alto ainda do que o Empire. – ele replicou ao seu lado, rindo. – É, é realmente lindo. É espetacular.

— Se é mais alto, aí sim, eu teria um infarto. – ela murmurou.

America sorria com esplendor ao olhar ao redor, feliz por poder presenciar uma visão tão linda como aquela. Trevor a observava discretamente, e para ele, o sorriso dela nunca parecera tão lindo como naquele momento.

***

— E aí, gostou de ter ido no Empire? – ele perguntou enquanto os dois saíam de lá.

— Se eu gostei? – indagou ela, incrédula. – Gostar é pouco. Eu amei. Muito obrigada por ter me levado lá. – falou ela, sorrindo, realmente feliz.

— Não precisa agradecer. – Trevor disse, e olhou em seu relógio que horas eram. – Já é quase meio dia. Onde quer almoçar?

— Ah, eu não sei. Escolha você. Sabe que não conheço a cidade tão bem quanto você.

Ele deu risada e não falou mais nada. Os dois pegaram o metrô novamente e sem demora chegaram não carro de Trevor. A ida pareceu ter sido mais demorada.

Trevor levou America à um restaurante que parecia, na humilde opinião dela, caríssimo. Por ela, poderiam ter ido em um bem mais barato. Realmente não iria se importar.

— Trevor? – chamou ela, quando os dois se sentaram a uma mesa perto de uma janela.

— Sim? – respondeu ele, fixando seus olhos claros nos olhos dela.

Ela ficou olhando para os olhos dele, hipnotizada, durante alguns longos segundos. Os olhos dele eram magníficos, hipnotizantes. Mais bonitos do que quaisquer que ela já vira em sua vida.

— Ah... por que... – precisou se concentrar para conseguir terminar a frase e ele percebeu; o sorriso de canto debochado que havia em seu rosto demonstrava isso. – Por que resolveu me levar para conhecer o Empire? De onde teve essa ideia?

Ele olhou para ela por um tempo, olhou para a janela e então disse:

— Eu quis me redimir por ter lhe dito todas aquelas coisas horríveis, no dia do nosso trabalho. Sei lá, achei que as flores apenas... não eram suficientes. Passei essa última noite em claro, tentando pensar em alguma coisa. Isso foi a única coisa em que consegui pensar. Espero que esteja gostando.

Ela sorriu. Realmente não gostara das coisas que ele havia lhe dito, mas já o perdoara. Porém, aquilo estava sendo verdadeiramente maravilhoso – e surpreendente – da parte dele. E ela estava gostando.

— Eu estou adorando. Obrigada.

O almoço dos dois havia chegado, e a francesa não percebera, até sentir o cheiro de comida quente, o quanto estava com fome. Devorou o prato em menos de vinte minutos. Trevor só sabia dar risada dela, de boca cheia.

Enquanto tomava um gole de seu suco, America olhou para a janela ao seu lado, observando calmamente as pessoas que por ali transitavam, seguindo com suas vidas pacatas em uma tarde ensolarada de sábado na grande Nova Iorque, até que uma pessoa chamou sua atenção. Era um rapaz loiro, alto – devia ter quase 1,80m, ou a altura de Trevor –, usando uma calça preta, uma camisa social azul claro e uma gravata. Era parecido com... Thomas. Muito parecido com ele, até demais. Até que ele virou o rosto e olhou para ela, e sorriu. Era Thomas. Ela sorriu de volta, alegre ao vê-lo. Ia acenar, mas aí Trevor perceberia e não ficaria feliz. Ela sabia que a relação dos dois não era muito boa, e como ele estava tão divertido e querido com ela, resolveu não atrapalhar seu bom humor.

— Você comeu tão rápido que parecia não comia nada há dias. – ele comentou, fazendo-a olhar novamente para ele.

— Minha última refeição foi ontem à noite, e ainda foi uma maçã. Queria o quê? – ela retrucou, fazendo-o dar risada.

Ele esperou ela terminar seu suco de pêssego e os dois foram até o balcão pagar a conta. Quando America viu o total, arregalou os olhos.

— Eu não teria me importado de ir em um restaurante mais barato, sabe – falou, em voz baixa, quando os dois se afastaram do balcão.

Ele olhou para ela, gargalhou e depois sorriu.

— Relaxe, Mare. Hoje é tudo por minha conta.

A francesa revirou os olhos, mas aceitou, e acabou dando risada do semblante dele. Ambos saíram do estabelecimento e enquanto caminhavam, ela olhou para onde enxergara Thomas mais cedo e constatou que ele não se encontrava mais ali. Suspirou; no fundo queria vê-lo de novo.

— Então, aonde quer ir agora? – Trevor perguntou.

Nesse momento, a luz do sol da tarde incidiu exatamente nos olhos dele, fazendo-os ficarem de uma cor linda e incomum, um tom de azul total e completamente diferente, o que a fez ficar admirada.

— Eu não sei. Como já falei, é você quem conhece bem a cidade, não eu. – ela respondeu.

Trevor olhou em seu relógio; era passado da uma da tarde. Em Nova Iorque, as lojas e todos os outros tipos de estabelecimento não fechavam naquele – e provavelmente em nenhum – horário, então não teria problema algum.

— Já sei. – murmurou ele, mas não disse absolutamente mais nada a ela.

Queria fazer uma surpresa para ela.

— Você adora fazer um suspense, só para me deixar curiosa. – ela reclamou, depois dos dois andarem um pouco, totalmente em silêncio.

— Mas o meu propósito é justamente esse. – falou ele, com um sorriso brincalhão no rosto.

Ela revirou os olhos e continuou acompanhando o passo dele, já que não era tão apressado quanto antes. Pelo menos não cansaria tanto.

— Não precisa ficar irritada. Já estamos chegando.

E nesse momento, os dois chegaram à Fifth Avenue, movimentada como nunca, mesmo numa tarde de sábado. America sempre quisera ver os táxis amarelos, era uma coisa tão “ridícula” – segundo seu pai quando uma vez lhe contara sobre esse desejo incomum –, mas ela era fascinada por eles. E lá eles estavam, se movendo incessantemente de um lado para o outro.

— Uau – ela disse baixinho, um tanto espantada com todo aquele movimento, tanto de pedestres quanto de ciclistas, carros e motos.

— Uma vez quase fui atropelado aqui. – Trevor contou, fazendo-a dar altas gargalhadas. — Não é engraçado. – reclamou, fingindo estar ofendido. – Ainda acabei com um joelho ralado e um corte no braço.

Ela continuou dando risada, e foi a vez dele de revirar os olhos. Os dois atravessaram a grande avenida e chegaram até as lojas, e entraram em uma loja que America nunca imaginou que entraria: a loja da Gucci. O interior da loja era lindo. Parecia que estava dentro do closet da Duquesa de Cambridge, Kate Middleton. Não conseguia nem estimar qual seria o preço mínimo de cada uma daquelas peças maravilhosas. Estava totalmente admirada.

Trevor andou pela loja normalmente, como se já tivesse estado lá muitas e muitas vezes, e foi até o caixa. Ficou conversando com a moça do caixa por um bom tempo, enquanto a francesa ficou observando os brincos e outras joias.

Era uma mais linda que a outra. Haviam anéis, brincos, pulseiras, colares, gargantilhas... e de tudo que é tipo também. Havia anéis todos de ouro, brincos cheios de penas, colares cheios de pedras preciosas, etc. Mas o que realmente chamou a atenção de America foi um brinco feio totalmente de ouro. Tinha no total dezesseis pedras – era a jade verde, a pedra preciosa preferida da francesa –; tinha uma pedra grande na base, e abaixo dela as pedras menores eram dispostas de duas em duas, depois uma fileira de três pedras e abaixo duas fileiras de quatro pedras. Era uma pequena cascata de jades verdes. Destacaria seus olhos, se algum dia chegasse a usá-los. Mas preferiu nem ver o preço, pois sabia que seria algo que passaria a vida toda pagando.

Virou para o lado e viu que Trevor caminhava em sua direção.

— Vamos? – perguntou ele.

Ela assentiu com a cabeça e os dois saíram da loja, andando calmamente entre as várias e muitas lojas da Fifth Avenue, e ele começou a conversar alegremente com ela sobre como a mãe dele criara muitos dos prédios da cidade e sobre como ela amava muito sua profissão, arquiteta.

— Eu adorei o passeio – disse ela, quando ele a deixou em casa, porém sem falar nada sobre como achara sem sentido a ida a loja da Gucci. – Muito obrigada.

Trevor sorriu.

— Não há de quê. Queria ter te levado ao Central Park, mas deixamos para outra tarde. – ele respondeu, e ela pôde ver que ele igualmente gostara do passeio dos dois.

America estava cansada e suada, então a primeira coisa que fizera quando entrou em seu apartamento – que ficava no último andar, o 10º – foi tomar um banho morno, quase gelado, e relaxante. Enquanto sentia a água escorrer por seus ombros e relaxar cada parte de seu corpo cansado, ela refletia sobre o dia que tivera ao lado de Trevor, que lhe provara não ser sempre tão irritante e ser bem atencioso e querido quando queria. Aquele fora um dia maravilhoso, mesmo que tivesse pegado a si mesma desejando que tivesse sido ao lado de Thomas, e não de Trevor.

Saiu do banheiro, após mais de meia hora, com o leve vapor atrás de si e se espantou com o quanto estava frio fora do banheiro. Foi até seu quarto pegar seu robe de soft e nesse meio tempo, a campainha tocou.

— A essa hora? – ela murmurou para si mesma, curiosa.

Caminhou devagar até a porta; olhou através do “olho mágico” e não enxergou nada. Abriu a porta, apenas para se certificar, e já estava fechando-a de volta quando olhou para baixo e viu um pequeno embrulho, pouco maior que sua própria mão.

— Estranho – murmurou, baixinho.

Apanhou-o devagar e com cuidado e o balançou; não fez muito barulho. Encostou-se na porta fechada e o abriu cuidadosamente. Havia um papel branco junto à pequena caixa de veludo vermelho escuro, e no papel estava escrito “Combina com seus olhos.” E ao lado as iniciais TM. Ela conhecia aquela caligrafia muito bem.

Abriu a caixa e, para sua surpresa, lá estava os brincos de jade verde, da Gucci, pelos quais ela havia ficado totalmente apaixonada e fascinada.

— Ah, meu deus. – murmurou. Uma lágrima solitária, mas não de tristeza, escorreu por sua bochecha, e um sorriso tímido surgiu em seu rosto.


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