Easy escrita por Nora


Capítulo 11
10 – Lost Stars


Notas iniciais do capítulo

By: Adam Levine.



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Dan era mais como um irmão do que amigo para Trevor. E este não sabia por que diabos havia brigado com ele também.

Trevor pôs o rosto entre as mãos quando foi ao banheiro no intervalo de almoço. Estava tendo um péssimo dia. Era sempre assim, todas as vezes que brigava com Maya, ferrava com tudo.

Ele conhecera Dan na escola no ensino fundamental quando os dois tinham oito anos. Trevor não se lembrava o que os unira, mas foi algo que sua mãe desaprovou. Conforme os dois cresciam, mais eles se acertavam. Eles praticamente tinham a mesma personalidade, então concordavam em tudo. Bem, quase tudo. Essa era a amizade mais antiga que ele ainda possuía, depois da de Maya. Quatorze anos. Para uma pessoa como Trevor, isso era muito tempo.

Agora ele nem se lembrava qual era o motivo da pequena briga dos dois, só se lembrava que haviam discutido e que havia se estressado para caramba.

Dan, ao contrário dele, era mais calmo e tinha mais paciência, era alguém – bem – mais pacífico. Trevor, por sua vez, era explosivo. Adorava uma discussão, além de que não tinha paciência alguma.

Trevor saiu do banheiro e quando foi até o estacionamento para pegar sua moto e ir almoçar em outro lugar, viu Dan conversando com Maya. Passou pelos dois, mas não falou com nenhum deles. Apenas seguiu reto em direção à sua moto, lembrando-se de ter encontrado America e a amiga dela, Madison Algueratti, ao chegar na universidade. Não havia tido nenhuma aula com a francesa no período da manhã e não a vira, portanto não havia mais falado com ela.

Ele estava pensando nisso quando, prestes a chegar em sua moto – que estava na última vaga –, Stacy apareceu em sua frente.

— Trev!!! – ela praticamente gritou, entrelaçando suas mãos no pescoço dele. – Sexta à noite a Mely Warnock vai dar uma festa na casa dela e eu estava pens...

— Depois a gente conversa, tá? – ele interrompeu, tirando as mãos dela de seu pescoço.

— Mas, Trevor...

— A gente se vê, Stacy.

Ela ficou apenas o observando enquanto ele dava partida na moto e sumia logo em seguida, deixando-a frustrada.

***

A Columbia estava praticamente vazia, exceto por algumas pessoas que almoçavam ali e outras pessoas aqui e ali. E Guilherme estava prestes a sair para almoçar quando viu aquela figura parada no estacionamento, encostada em uma moto. Maya.

Ela estava olhando para suas unhas, portanto não o enxergou. Fazia um bom tempo que ele não a via, mas para Guilherme ela parecia exatamente a mesma. A mesma pose de durona parada junto à sua esportiva branca; as mesmas tatuagens; a mesma cabeça de tocha – como ele a apelidara quando os dois se conheceram, quatro anos atrás – que o conquistara e por quem ele ainda sentia algo.

— Guilherme – ela disse quando o viu, levantando a cabeça.

— Maya – ele falou, cordialmente. – Quanto tempo.

— Pois é. Faz bastante tempo desde a última vez – ela tirou seus óculos de sol, um Ray-Ban com a lente em tons de azul e verde e encarou os olhos claros dele, contrastando com seus olhos escuros.

— Sem ser rude, mas o que veio fazer aqui? Quer dizer, você nunca vem aqui. Então imagino que seja algo sério.

Ela deu uma risada áspera e concordou:

— É, ver você não é uma das coisas que eu adoro fazer.

Guilherme não podia negar que aquilo doera em seu coração, mas sua expressão permaneceu a mesma, sem fraquejar. Mas ele também não podia negar que Maya ainda tinha um efeito enorme sobre ele.

— Mas, enfim, eu vim aqui só para avisar que eu vou viajar semana que vem e o Matheus vai ficar com a minha mãe. – ela disse. – Então, se quiser visitá-lo, já sabe aonde ir.

— Ok – foi o que ele respondeu. — Vai viajar para onde?

— Madagascar, é o que parece. Fizeram algumas descobertas incríveis por lá em uma caverna – ela respondeu e ficou subitamente animada, e ele lembrou de quando os dois ficavam acordados até tarde olhando as estrelas e ela se animava do mesmo jeito, falando o nome das estrelas e das constelações até cansar e dormir no colo dele. Mas ela logo retomou à mesma expressão de antes. – Bem, meu recado já está dando, então eu vou indo.

Maya montou em sua moto e colocou o capacete, que segundo Guilherme, a deixava sexy.

— Até algum dia, Guilherme. – a ruiva disse.

— Boa viagem, Maya.

Eles se encararam por alguns instantes e ele ficou compenetrado olhando para os olhos cor de chocolate dela, e percebeu o quando aqueles olhos faziam falta em sua vida.

Ela desviou o olhar primeiro e deu partida na moto. Enquanto desaparecia no horizonte, ele se perguntava se algum dia chegaria a tê-la perto de si novamente.

***

A próxima aula de America após o almoço era economia, ou seja, junto com Trevor. Ela revirou os olhos ao se dar conta disso; ele estava todo estressado naquele dia.

Ela foi a primeira a entrar na sala, Madison iria depois porque precisava falar com uma professora. E após America entrar, quem entrou foi justamente Trevor.

— Nossa, que pontual – ela falou baixinho, com sarcasmo.

Ele apenas lhe lançou um olhar de esguelha e se sentou na fileira atrás dela.

— Alguém está de TPM hoje – ele retrucou.

A francesa revirou os olhos, sem argumento. Ele percebeu isso e riu baixinho, zombeteiro, fazendo-a revirar os olhos novamente.

— Você é um idiota – ela resmungou.

Porém, antes que ele pudesse replicar, Stacy entrou na sala junto com suas amigas e praticamente se jogou na cadeira ao lado dele.

— Trev! Agora podemos conversar sobre a festa da Mely? – ela perguntou, nada abalada por ele meio que ter dado um “fora” nela.

— Podemos, Stacy – ele meio que resmungou, desanimado. Normalmente quando alguém falava em festa ele era o primeiro a dizer que iria, mas naquele dia estava realmente desanimado para isso.

— Então, continuando, eu estava pensando se você quer ir comigo – ela pediu, com sua voz esganiçada que America não gostava, e estava começando a odiar.

— Tá, eu vou, Stacy. Quando que é essa festa?

A loira só faltou dar um pulo até o teto de felicidade.

— Obrigada, Trev! – ela exclamou, dando um beijão nele. America revirou os olhos, ouvindo toda a conversa. – É sábado às dez da noite na casa dela. Você sabe onde é.

— Sei, sim. – ele concordou.

Nesse momento, uma voz severa falou:

— Senhorita Stacy McCollough, devo lembrá-la que isto é uma sala de aula de uma universidade e não um clube de strip?

Era a professora. A sala estava silenciosa, e Stacy ficou mais vermelha do que um tomate, se é que era possível. A professora se afastou e America sufocou um riso, assim como todos os outros alunos. Mas logo ninguém aguentou e explodiram em gargalhadas.

Stacy, constrangida, se levantou e foi-se sentar no fundo junto com alguns amigos. Trevor a acompanhou e ao passar por America que ainda dava risada, disse no ouvido dela:

— Isso não teve graça.

Toda a aproximação dele a fez se arrepiar quando sentiu o hálito quente dele bater em sua nuca. Ela rapidamente se calou e ele, ao notar isso, deu risada e sorriu de canto deixando a francesa irritada. Todos esses risinhos debochados dele estavam a tirando do sério.

Ela estava tão irritada e com a mente completamente longe que nem percebeu quando um garoto que não conhecia sentou-se em seu lado.

Ela o olhou, confusa.

— Você não ouviu? A professora sorteou duplas para fazer um trabalho sobre certo país. – ele disse, explicando todas as dúvidas que ela tinha mas que não perguntara. Bem, exceto uma: o nome dele. – Eu sou Joshua. Joshua Hodking. – ele respondeu com um sorriso no rosto.

América se surpreendeu ao ouvir o sobrenome dele. Mesmo que fosse nova na cidade, ela já sabia o bastante sobre e era o suficiente para saber que Hodking era um dos nomes mais importantes e influentes na cidade, assim como McCalton e alguns outros.

— Ah... America Chevalier. Mas acho que você já sabe meu nome. – ela disse, rindo baixinho. Estava começando a gostar de usar seu sobrenome francês.

— É. Acho que toda a Columbia já sabe que tem uma francesa em Jornalismo. – ele articulou, rindo. – E acredite, isso é uma baita novidade aqui. Meu pai é o reitor e ele falou que faz anos que não vem nenhum estrangeiro para cá.

— Sim, até já conversei com o professor Guilherme sobre isso. E é algo bom, não é? – ela indagou.

Filho do reitor. Imagina o quão riquinho ele não é, America pensou consigo mesma. Pelo menos ele estava sendo legal. Por enquanto.

— Isso é algo muito bom – ele concordou, sorrindo. – Já conheci muitos estrangeiros, mas nunca uma francesa, muito menos tão linda assim. Talvez possa me contar sobre as belezas da França.

Ela deu risada, corando levemente quando ele a chamou de “linda”. Ele era galanteador, e isso a fez comparar Joshua com Trevor. Bem, obviamente Joshua era mais simpático do que ele.

Enquanto Joshua conversava com o garoto sentado no assento à frente, America aproveitou para observá-lo com atenção. Ele tinha cabelos curtos, loiro-escuro, com um topete a là Justin Bieber. Seus olhos eram castanho claro, puxado para o verde, que se destacavam em seu rosto. Ele malhava bastante, isso era possível notar mesmo ele estando de camiseta pois seus músculos se sobressaíam. Ele parecia ser claramente o tipo de garoto pelo qual todas as garotas se apaixonariam.

America saiu de seus devaneios quando a professora disse:

— Agora que as duplas já estão escolhidas, vamos dividir a sala em grupos. – todos a olharam confusos, sem entender. – Vou dividi-los nos seis continentes, portanto, seis grupos.

Ela dividiu, deixando oito duplas em cada grupo. E no grupo em que America e Joshua ficaram, estava também Trevor.

— Agora, o grupo um ficou com a Oceania. Cada dupla deve escolher um país desse continente, mesmo que tenha que ser repetido, e pesquisará sobre a economia desse país, etc. entenderam? Quem pegar a Antártida, pode fazer um trabalho único.

Todos assentiram, aborrecidos. Quase ninguém gostava desse tipo de trabalho, ainda mais em início de semestre. A professora escreveu no grupo o continente de cada grupo, e o de America era a Europa.

— Vamos fazer sobre a França, o que acha? – Joshua sugeriu. – Nada mais adequado.

— Verdade. Será até mais fácil. – America falou, concordando. Seria realmente mais fácil.

Certo alguém se sentou na cadeira do outro lado dela, e ela revirou os olhos.

— Vai fazer sobre a França, francesa? – Trevor disse, rindo. – Entendeu o trocadilho?

Ela o fuzilou com os olhos, ficando mais irritada do que já estava.

— Não, McCalton, eu não entendi e não quero entender. Você não tem ninguém mais para incomodar? – retrucou, ácida.

Ele devolveu no mesmo tom, mas ao mesmo tempo o tom era de brincadeira.

— Ei, calma aí. Você tem que aprender a ser um pouquinho mais amigável, Mare. E não, eu não tenho outra pessoa para incomodar. Incomodar você é mais interessante. – ele exibiu um sorriso debochado.

Ela suspirou e olhou para o nada, pensando. Quando voltou a olhar para o rosto dele, disse:

— Você é um idiota, Trevor. Eu já lhe disse isso?


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