O tempo é definitivamente relativo e os últimos meses foram tão felizes que passaram tão rapidamente que quase não senti o tempo passar, o verão foi marcado por mais três aniversários já que Pietro, Prim e Peeta faziam aniversario respectivamente com a diferença de menos de vinte dias entre um e outro. Gale, Madge e Diana também tinham vindo nessas férias e passado quase trinta dias aqui no Doze e foi ótimo tê-los por perto e confesso que assim que eles voltaram para o Dois senti muita falta dos três estou definitivamente a um passo de me juntar a Effie nas tentativas de fazer com que eles se mudem para o Doze e fiquem mais próximos da família.

O fim do verão trouxe o inicio de mais um ano letivo para as crianças assim como o inicio do campeonato de basquete para o Nathan e as aulas de ballet da Prim, para minha surpresa esse ano Pietro resolveu entrar para natação e vem se dando muito bem nos últimos três meses. Com eles passando a manhã na escola e nas atividades extra curriculares passo a maior parte do dia com Nicolas que vem crescendo cada dia mais e ficando cada vez mais parecido com Peeta e os meninos embora tenha nitidamente herdado meus olhos, a verdade é que só tenho elogios ao meu caçula que é extremamente tranquilo embora nos primeiros meses acordasse constantemente durante a noite atualmente quase não faz isso.

Meu casamento esta no que posso dizer melhor fase, amo Peeta do fundo do meu coração e nossa relação não poderia ser melhor, obviamente não concordamos com tudo, mas quase não discutimos. Não voltamos a falar do contrato depois da nossa conversa no hospital apenas continuamos nossas vidas como se ele nunca tivesse existido. Havíamos comemorado a pouco tempo nossas bodas de papel e aproveitamos para renovar nossos votos ou faze-los de maneira adequada.

– Mamãe – desviei o olhar dos papeis na minha frente e olhei para Prim parada na porta do meu quarto com os braços cruzados e cara de poucos amigos – Fala para o Pietro devolver meus filmes – levantei e fui em direção ao corredor já pensando na melhor maneira de resolver o problema.

– Mãe fala pra ela deixar esses filmes em casa, não aguento mais – ele disse da porta do próprio quarto.

– Para de implicar com ela Pietro e devolve – Nathan opinou vindo do quarto dele com a mochila nas costas, fazendo Prim sorrir com a defesa do irmão mais velho.

– Você fala isso por que não vai estar lá – reclamou o loirinho

– O vovô e a vovó prometeram assistir Tinker Bell comigo nesse final de semana.

– Mãe eu não aguento mais ver essa fadinha

– Filho seu pai já não disse que você não pode ficar escondendo as coisas da sua irmã? – falei calma com ele que apenas concordou com a cabeça – Não é certo – ele suspirou – Devolve pra ela, sei que você não gosta mais você pode fazer outra coisa enquanto ela assiste. E Prim é pra levar um filme só nada de levar a coleção tem outras coisas pra fazer na casa dos seus avos – ela ia protestar – Um só filha – se dependesse dela ela com certeza levaria os seis filmes da fadinha, antes que eu falasse qualquer coisa ouvi uma buzina de carro.

– Minha carona chegou – Nathan anunciou se despedindo dos irmãos em seguida

– Os dois terminem de arrumar suas coisas que esta quase na hora de ir também – observei os dois indo para seus respectivos quartos e acompanhei Nathan até o andar de baixo – Pegou tudo? – perguntei enquanto descíamos as escadas

– Peguei e sim estou levando a lição para fazer lá – sorri e antes de abrir a porta beijei seu rosto com carinho, nossa relação tinha melhorado muito nos últimos meses.

– Liga quando chegar lá – pedi abrindo a porta – E toma cuidado.

– Pode deixar, não se preocupe o sitio não é tão longe, tchau – ele riu enquanto corria em direção ao carro dos Mason, onde os amigos já esperavam por ele.

Um pouco mais de três horas depois já tinha deixado Prim e Pietro na casa dos meus sogros, voltado para casa e organizado alguma coisas como pedir o jantar, arrumar a mesa para dois além de amamentar e aprontar o Nicolas para dormir entre outras coisas se tudo saísse como planejado esse final de semana Peeta e eu teríamos algumas horinhas para nós até domingo. Estava descendo as escadas após checar se Nicolas estava dormindo quando ouvi a porta sendo aberta e sorri assim que Peeta apareceu na porta.

– Oi amor – ele depositou um beijo em meus lábios assim que se aproximou – Gostei do clima – ele comentou sorrindo para a meia luz que havia deixado na sala além da lareira acessa – E as crianças?

– Nathan já ligou avisando que chegou no sitio e esta tudo bem, e sua mãe ligou hoje a tarde perguntando se ao invés de amanhã poderia levar Prim e Pietro hoje pra lá então os deixei na casa dos seus pais no fim da tarde, Nicolas esta dormindo e se tivermos sorte ele não acorda pelas próximas três horas no mínimo – disse enquanto observava ele tirar o casaco.

– Isso quer dizer que temos a casa só pra nós por no mínimo três horas? – confirmei com a cabeça e ele sorriu – Adorei muito isso, algum plano em especifico Sra. Mellark?

– Muitos planos Sr. Mellark, mas antes vem aqui – puxei ele pela mão em direção a lareira acesa e assim que sentamos em frente a mesma entreguei a ele um envelope pardo.

– O que é isso? – ele perguntou antes de abrir

– A alguns dias o corretor que estava cuidando da venda da casa no distrito Dois ligou falando de uma proposta que fizeram e segundo ele era uma boa proposta principalmente levando em conta o preço atual dos imóveis, e eu não vi nenhum motivo para não aceitar – ele me olhou sem entender

– Isso não é o que eu estou pensando por favor diz que não é – sorri com a cara que ele fez.

– Não é o que você esta pensando – pela cara dele eu sabia que ele estava achando que eu estava tentando pagar a ele a divida do nosso acordo a mais de um ano, o que com certeza teria sido o que eu teria feito a alguns meses atrás – Abre – pedi e observei enquanto ele lia os papeis.

– Katniss isso são aberturas de contas poupança – ele me olhou atentamente

– Sim, fui no banco ontem e abri uma conta para cada um dos nossos filhos como já tínhamos conversado – realmente a um tempo tínhamos falado sobre o assunto e decidido sobre isso – Quero que eles fiquem com o dinheiro da venda da casa.

– Esse dinheiro deveria ser da Prim – ele comentou – Ele é seu, de uma casa que era sua.

– Sim é meu – fiz aspas com as mãos – Se é meu é nosso e o que é nosso é dos nossos filhos, amo os quatro da mesma maneira Peeta e eu jamais vou trata-los de maneira diferente – ele sorriu e colocou o envelope em cima da mesa de centro.

– Eu sei, eu também amo os quatro da mesma maneira – sorri sabendo que era verdade

– Tem mais – disse pegando o outro envelope e passando para ele – Encontrei sua copia do contrato ontem então pensei que poderíamos dar um fim oficial nele – observei ele tirar as duas copias registradas em cartório que tinha colocado no envelope – Minha copia também esta ai.

– Vai ser um prazer rasgar oficialmente esse contrato – ele disse animado me entregando uma das copias e rasgando em pedaços aquele contrato estupido enquanto eu fazia o mesmo e em seguida jogamos os pedaços na lareira com um sorriso e observamos enquanto queimava – Eu te amo demais Katniss.

– Eu também te amo Peeta, quer jantar? – perguntei embora já soubesse a resposta dele

– Jantar definitivamente é a ultima coisa que eu quero agora – ele sorriu me beijando em seguida enquanto deitávamos no tapete em frente a lareira.

A verdade é que nos braços dele nada mais importa, minha vida passa a ter sentido e qualquer obstáculo parece menor, nem mesmo a neve que começou a cair naquele fim de tarde pode tirar minha felicidade agora, pela primeira vez em muito tempo eu não tenho medo de que algo possa dar errado e tirar minha felicidade já que depois de tanto tempo procurando enfim eu encontrei o meu lugar.