Um novo dia começou, trazendo ânimo e força de vontade a todas as pessoas de Magnolia, exceto uma, Lucy.

– Por que é tão dificil? – Lucy encarava o quadro missão com grande tristeza em seu coração. Não conseguia pegar nenhum trabalho, sempre que tentava algo a impedia no ultimo segundo. – Por que eu não consigo ir missão sem eles?

– A tristeza já dominava seu coração. – Por que eles não estão aqui? – Seus olhos se enchiam de lágrima, abaixou a cabeça. Tinha que pegar o aluguel atrasado, mas não conseguia partir em missão sem Natsu e Happy.

Desde que entrou na guilda nunca teve que fazer uma missão sozinha, Natsu e Happy sempre estiveram ao seu lado... Infelizmente agora não estão mais. Sem seus amigos por perto, as coisas começavam a perder o sentido para a jovem.

Sem se pronunciar a ninguém saiu da guilda despercebida, do mesmo jeito que entrou. Não olhou para o rosto de nenhum de seus companheiros, não queria que ficassem preocupados com a tristeza de seu rosto.

Em seu coração uma grande dúvida: como será sua vida na Fairy Tail de agora em diante? Estava sozinha e provavelmente permaneceria assim. Talvez recebesse convites para formar um time, mas não queria outro, desejava ficar com seus amigos.

– Lucy-san! – A triste garota sentiu alguém segurar sua mão, o toque era suave e gentil. E a voz que além de familiar soava doce e calma. – Essa Lisanna... –O tom assumia um porte mais agressivo ao dizer esse nome. – Está dando em cima do Gray-sama?

– Juvia! – As lágrimas começaram a escorrer e tudo que Lucy conseguiu fazer foi abraça-lá. – O quê aconteceu Lucy-san? Juvia magoou você? – Perguntou um pouco preocupada, olhando para Plue em seguida na tentativa de obter resposta. – Puuun! – Foi tudo que o cão menor disse.

A maga de água ficou um tempo passando a mão nas costas de sua amiga, não sabia o que fazer. A loira não pronunciou uma única palavra, e mesmo com o espirito celestial tentando falar, era impossível entender o que ele dizia.

Assim que a jovem estivesse mais animada Juvia e Plue a levariam para casa, talvez lá se sentisse melhor. E assim foi feito. Ao chegar à residencia da maga celestial, Juvia foi fazer um chá para a menina que fica com Plue de companhia.

– Aqui, rival do amor de Juvia! – Voltou para sala com duas xícaras de chá na mão. – Beba enquanto está quente. - Em seguida colocou uma xícara perto do espírito. – Juvia fez chá pra você também!

Enquanto Plue transbordava felicidade por ter ganhado o chá, a maga de água ficou encarando sua rival com uma cara de preocupação. Esperava que ela disesse alguma coisa, mas não a forçaria.

– Sabe Juvia?! – Olhou para baixo, apertando a xícara com um pouco de força. – A minha vida toda, sempre me disseram que eu sou cheia de sorte... – Seus olhos se enchiam de lágrima novamente. – A verdade é que eu não passo de uma pessoa sem sorte, que no final sempre perde tudo o que tem de mais valioso. – Foi pega pela tristeza novamente e as lágrimas começaram a cair. – Às vezes eu não sinto mais que a Fairy Tail seja meu lugar.

– Lucy-san... – Passou a mão no ombro da amiga tentando consola-lá, embora soubesse que não conseguiria. – Juvia recebeu o pagamento da missão! Quer ir para o festival da primavera com a Juvia? – Não esperou uma resposta de sua rival, simplesmente a puxando pela mão.

O festival de primavera estava lindo, foi organizado em um lindo bosque em meio às árvores. Tendas estavam espalhadas por todos os lados, com os mais diferentes e variados temas, alguns estranhos até demais. E no centro de tudo um palco com um show como atração principal.

– QUE FOFO! – Exclamou uma garota ao ver o Plue. Seu grito foi tão alto que atraiu outras crianças, todas se aglomerando próximo ao espírito.

– Lucy-san, veja vai ter um baile! – Disse a mulher de água apontando para o cartaz contendo o endereço, data e hora do baile. – Hum.... – A loira encarava o cartaz, alguma coisa nele lhe parecia familiar. – Não sei por que Juvia, mas já vi esse endereço em algum lugar! – A loira analizou o endereço outra vez, mas não conseguia lembrar-se de onde podia ser. – Imagine se o Gray-sama convida a Juvia para ir ao baile?

A maga celestial somente sorria para a amiga, sua obsessão por Gray chegava a ser divertida algumas vezes, ainda que não soubesse se o amor de sua companheira era correspondido. Lucy não conseguia imaginar Gray da mesma forma que a maga de água, somente conseguia vê-lo como um amigo: infantil, um pouco charmoso e boni... – Por que eu to pensando isto? – Não entendia o que aconteceu com sua mente, muito menos sabia por que corou só de pensar no assunto.

– O quê? 10 mil pontos por uma poção do amor? E 12 mil por um colar do teru teru bozu? – A maga das chaves somente observou de longe a determinação da companheira que saiu correndo para a primeira tenda de jogos.

A primeira tenda era de argolas, e já com três argolas em sua mão a mulher de água visava os lugares que valia mais pontos. – Pelo amor de Gray-sama. – Com as forças que ganhou de seu amor, acertou com maestria. A maga celestial assistiu tudo um pouco abismada com o resultado, sua mãe sempre lhe disse que o amor tinha muito poder, mas essa foi a primeira vez que presenciou esse poder. - Lucy-san, não quer jogar? – A determinação e o amor presente nos olhos de sua amiga acabaram por contagia-lá. – Sim!

E então a busca pelo colar e a poção do amor começou, eram diversos jogos onde tentavam recolher os pontos. Passaram longe de conseguir um bom desempenho em todos, mas se divertiram bastante tentando.

Até mesmo Plue acabou jogando alguns jogos para ajudar.

– Foi divertido! – Disse Lucy totalmente entusiasmada. – Quantos pontos conseguimos juntar? - Olhou para Juvia que contava os pontos desesperadamente. – Faltam mil para a poção do amor e três mil para o colar!

– Tudo bem, se ganharmos alguns jogos a gente consegue! – Afirmou a loira positiva. – Mas o dinheiro da Juvia acabou! – Falou num tom de pânico e choro. – Puun! – O cão menor deu umas tapinhas na perna da jovem de cabelo azul lhe mostrando um pouco de dinheiro.

– Plue como conseguiu esse dinheiro? – Encarou o espirito um tanto curiosa. – Deixa pra lá! Vamos tentar Juvia!

Caminhavam olhando atenciosamente a todas as tendas. Tentariam naquela que mais arrecadaram pontos. Conseguir três mil pontos seria dificil, mas não iriam desistir.

– Ali! – Apontou Lucy na direção de uma tenda de arco e flecha. – Ali diz que se os cinco alvos forem acertados no centro, você pode ganhar cinco mil pontos! – Seus olhos brilhavam. – Já sei como vamos ganhar Juvia! – Sem dizer mais nada simplesmente pegou uma de suas chaves do zodíaco.

– Abra-se o portal para o palácio de Sagitário, Sagittarius – Chamou o espirito. - Sagittarius, acerte o centro desses cinco alvos, por favor! – Sabia que o único jeito de conseguir esses pontos era com a ajuda de um profissional. – Puun. – Plue balançava os bracinhos torcendo para o amigo espirito.

– Muito fácil não se preocupe, moshimoshi! – Disse o arqueiro já traçando seu alvo.

E de fato o ser celestial acertou os cinco alvos no seu centro sem muita dificuldade. Todos que viram o que Sagittarius acabou de fazer olhavam para ele, um tanto admirados e encatados. – Conseguimos!

E, finalmente, após um longo dia jogando, Juvia pegaria seu prêmio. – O que deseja? – Indangou a atendente com uma voz cansada. – Juvia quer o colar que tem o teru teru bozu! – Ordenou Juvia para a surpresa de sua rival. – Juvia, por que você não pegou a poção do amor? – Tinha que fazer essa pergunta à companheira. – Talvez antes Juvia pegasse a poção, mas agora Juvia deseja o amor sincero do Gray-sama.

– Lucy-san, eu já vou indo para casa! Mas antes... – Deu uma leve pausa, retirando o chapéu da cabeça e mostrando para a rival. – Juvia quer que você fique com eles! – Dentro do chapéu tinha quatro bonecos de pano: um era de Natsu, o outro de Happy, e os últimos dois de Gray e Erza. – Juvia acabou fazendo as pressas, mas Juvia espera que você goste. – Jamais perceberia isso se não fosse a confissão da amiga, todos os bonecos ficaram perfeitos.

– Muito obrigada, Juvia! – Lucy sorriu.