Ela não está tão a fim de você escrita por ariiuu


Capítulo 8
Quando resquícios de ciúmes nascem


Notas iniciais do capítulo

Perdoem o mega atraso de mais de um mês. O motivo é o mesmo. Trabalho e trabalho, mas confesso que a criatividade resolveu se ausentar, ainda mais quando a gente tá cansada de trabalhar o dia todo. Não dá vontade de escrever x( Mas aqui estou eu trazendo mais um capítulo, bem diferente do que eu esperava. Improvisei praticamente 100%. Espero que tenha ficado legal =]
Leiam e divirtam-se!



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“As pessoas pensam que estão apaixonadas, mas no final era só fome.”

– Eu estou estressada, então é melhor que vocês fiquem quietos e não digam nada sobre o mico que paguei por gaguejar três vezes aquele texto.

– Não diremos nada, Nami... Mas... Tsc... Shhshahahahahahahahaha!!!

A risada foi em uníssono. Koala, Camie e Zoro riam da cara da ruiva pelo fato de a mesma ter errado um texto improvisado na conferência.

– Eu juro que ainda vou colocar laxante na bebida de vocês. – Nami esbanjou uma expressão horrível.

– Não se preocupe, bruxa. O pior já passou. Agora me diga onde eu tenho que colocar essas malditas caixas por que quero ir embora. – Zoro, que ainda carregava coisas para a ruiva, mesmo depois do evento, se queixava pelo horário e o fato de seu ‘expediente’ para com ela ter encerrado há muito tempo.

– É naquela sala ali da frente. Agora vocês duas, por favor, me esperem aqui por que preciso deixar uma pasta no outro andar.

– Por que não podemos ir com você? – Koala perguntou desconfiada.

– Área restrita para funcionários. – Ela mostrou o crachá.

– Ok. – A loira fez sinal de continência.

Nami subiu as escadas para chegar ao andar de cima. Enquanto subia, era possível ouvir alguns ruídos.

Mas na verdade, eram duas vozes. Uma masculina e outra feminina.

A ruiva parou num degrau da escada.

...

– É isso que você veio fazer aqui? Causar caos?

– Se foi assim que você entendeu, então isso é ótimo. Adoro mexer com o seu psicológico.

...

Nami levantou uma sobrancelha. Embora não entendesse sobre o que falavam, a voz masculina era familiar, além de exaltada.

E o diálogo continuou.

...

– Vá embora. Saia da cidade e não me procure nunca mais. Eu não preciso de outro prejuízo vindo de você.

– Você ainda está ressentido com o que fiz? Você já foi mais forte... Aconteceu alguma coisa no período em que não estive por perto?

...

Tudo ficou em silêncio.

Nami não soube exatamente o que fazer e era provável que só haviam aquelas duas pessoas naquele andar.

Mas ela precisava passar por ali, então, começou novamente a subir os degraus, mas dessa vez, fazendo muito barulho, justamente para mostrar as pessoas que estavam ali, que alguém estava se aproximando.

Quando ela terminou de subir as escadas e seguiu para o lado direito do corredor, Nami deu de cara com as duas pessoas que conversavam.

Mas ela se espantou por ver que justamente uma delas...

Era Trafalgar Law.

Ela fez uma cara bizarra ao visualizar a cena estranha onde o cirurgião prensava na parede uma linda mulher de longos cabelos verdes.

Law também exibiu uma feição de susto quando percebeu que a ruiva estava bem ali.

A mulher de cabelos esverdeados percebeu algo interessante na reação dele.

Mil coisas se passaram pela mente de Nami, mas a que mais ecoava era que provavelmente aquele cirurgião mulherengo estava mandando uma de suas peguetes embora.

A expressão da ruiva se fechou e uma nuvem negra podia ser vista, pairando sobre seus olhos.

“Esse medicozinho de araque, mulherengo, baixo, estúpido e sem vergonha. Vive atrás de mim, me cantando o tempo todo e agora está ali, se esfregando nessa mulher estranha”.

Nami pensava em várias formas de trucida-lo.

Não era mais nada do que isso.

– Desculpem interromper, mas o motel mais próximo fica a dois quarteirões daqui, então se não querem sujar o corredor com seus fluídos corporais, saiam logo desse andar. Aqui é uma área restrita. – A voz dela saiu mais grave e totalmente ameaçadora.

Monet sorriu cinicamente enquanto olhava para o rosto de Law, que parecia bem tenso.

O cirurgião não disse nada, mas encarou a esverdeada com cólera.

– Acho que vou ter que chamar os seguranças. – A ruiva replicava enquanto retirava seu celular do bolso.

Ela passou a discar um número, mas antes que pudesse terminar, foi impedida por uma mão que segurou a sua.

Não será necessário. Estamos saindo.

O cirurgião sequer a olhou. Mas era possível ver o semblante nefasto.

Ele abruptamente recaiu seu olhar sobre o dela e o estreitou de modo ameaçador.

Nami não se recordava de ter visto aquele olhar em todas as ocasiões em que os dois se encontraram. Aquilo era terrivelmente assustador.

Trafalgar Law era um enigma que ela nunca conseguiria desvendar. Outrora ele estava lá, fazendo seus joguinhos com ela, e agora... Estava tão terrivelmente sério, que dava até medo.

Atrás do cirurgião, Monet permaneceu com um sorriso descaradamente intimidante.

Quem era aquela mulher afinal?

Sem saber exatamente o que estava acontecendo entre os dois e o porquê de o mesmo repentinamente agir de modo estranho, Nami soltou um suspiro impaciente e passou pelos dois, mas nesse meio tempo as portas do abriram e duas pessoas saíram...

Ace e Vivi.

– Nami!? O que está fazendo neste andar? – A azulada se dirigiu à amiga.

– Eu é que pergunto. Esse andar está fechado para a Baroque Works. O que vocês dois estão fazendo aqui...? – Nami esbanjava um semblante nebuloso. Os dois ficaram sem entender.

– Nós estávamos procurando por Luffy e os outros. – Ace explicava o motivo de os dois estarem naquele andar.

– Sério? Vocês não estão aqui pra se agarrar escondidos também? – Nami estava totalmente ranzinza.

– ‘Também?’ Aconteceu alguma coisa? – Vivi indagou, estranhando a reação dela.

– Não... Vamos descer. – Ela entrou no elevador e apertou o botão do térreo.

Vivi e Ace se olharam e voltaram para o elevador.

Nami se esqueceu totalmente de deixar a pasta que estava em suas mãos na sala daquele andar.


=====


*POW*

Nojiko virou o rosto assustada ao ouvir o estrondo da porta da sala.

– Nami? – Ela gritou, enquanto colocava a xícara que tomava chá em cima da mesa da cozinha.

O QUE É!? – A ruiva gritou.

– Hã...? Por que você está gritando comigo? Aconteceu alguma coisa ruim na conferência? – Perguntou, vendo Nami pisar duro ao chegar na cozinha, abrir a geladeira, pegar o jarro de suco e despejar num copo. Ela parecia exausta, mas enfurecida.

– Aconteceu. Estou com raiva por que nem tudo saiu como previ.

– Mas é raro você chegar quase quebrando as coisas por causa do trabalho. Aconteceu algo por fora?

– Claro que não! Não aconteceu nada! – Nami jogou o copo na pia e correu para o seu quarto.

O estrondo da porta do quarto também foi inevitável.

Ela se atirou em sua cama e agarrou o travesseiro. Estava fora de si. O que foi tudo aquilo, afinal?

A ruiva se perguntava por que o cirurgião agiu tão seriamente com ela. Desde que se conheceram, ele sempre mostrou interesse nela, mas repentinamente, por causa de uma mulher misteriosa, ele a tratou...

Como uma pessoa qualquer.

Com a mente a mil, rodeando por todos os lados, ela passou a se xingar mentalmente por estar tão mexida com algo que não tinha nada a ver com ela.

Eu não deveria me importar... – Ela sussurrou para si mesma.


=====



Três semanas se passaram e Nami estava completamente envolvida com os trabalhos da Baroque Works e a faculdade. O trimestre estava acabando e logo encerraria o período de provas.

Embora sua rotina estivesse corrida e sua vida estivesse fluindo exatamente da forma como queria, havia algo que lhe incomodava de um jeito absurdo.

Nas três semanas que se passaram, o cirurgião não havia sequer aparecido como de costume. Mesmo depois de descobrir o telefone dela, ele nunca ligou.

A garota saia do prédio da Baroque Works e dava de cara com suas amigas lhe esperando.

O céu estava branco e caia alguns flocos de neve. O inverno finalmente tinha chegado ao seu auge e todas as pessoas se encontravam devidamente agasalhadas.

Nami vestia um sobretudo preto até os joelhos, saia e botas da mesma cor. Seus cabelos se encontravam soltos por baixo do capuz.

– Namiiiiii!!! – Koala e Camie gritavam e acenavam.

– Olá meninas. – Nami esboçou um sorriso. Um sorriso daqueles que se dá em funerais.

A loira e a esverdeada se olharam, um pouco preocupadas. Não era do feitio da ruiva sorrir daquela forma sombria e dizer ‘olá’. Normalmente ela chegava dando um esbarrão nas duas enquanto reclamava de Luffy, Zoro e Usopp.

– Tá tudo bem? Você não tá com febre, está? – Koala indagou preocupada.

– Por que estaria? – A ruiva sorriu gentilmente... Gentilmente mórbida.

Koala e Camie fizeram uma careta engraçada. Algo realmente estava errado. Ela parecia a noiva cadáver depois de ficar viúva.

– Quer ir no Starbucks com a gente?

– Claro, Camie. – E o sorriso mórbido apareceu de novo, só que mais simpático.

A ruiva passou a caminhar na frente, deixando as duas para trás.

– Ela está péssima.

– Está sim.

Quando as três chegaram ao local, logo procuraram se sentar no balcão, pedindo o que queriam.

Nami se encontrava dispersa de tudo. Ela retirou suas luvas, apoiou os cotovelos no balcão e olhou para a movimentação. Seus olhos pareciam vazios e descontentes. Não era como se seu mundo estivesse em preto e branco, mas algo com certeza havia acontecido para que seus dias se tornassem... Menos interessantes.

Ela sabia que quanto mais se importava, mais tinha a perder. E ela não queria perder. Não para ele.

A ruiva se questionava quando foi que passou a se envolver tanto, por que parecia que tudo estava sob controle. Mas em poucos dias, ela sentiu estranha.

Era uma mistura de sentimentos e fundamentos feministas e anti-relacionamentos. O cúmulo da decadência feminina e a pior infâmia que alguém podia ter.

Ela sacudiu a cabeça várias vezes e pegou a xícara com seu cappuccino de chocolate, tomando um gole.

Nami olhou pela janela e se concentrou na neve que caía do lado de fora. Céus... Ela estava melancólica naquele dia, que tudo contribuía para que seu suplício patético aumentasse dez vezes mais.

Me atirem num bueiro bem fundo e joguem concreto em cima. – Nami deixou escapar, para que as amigas ouvissem.

Koala arqueou uma sobrancelha e Camie arregalou os olhos mais que o comum.

– Isso tudo é por causa do Trafalgar? Você já foi mais criativa Nami... – Koala replicou com raiva e Nami desferiu um olhar letal para ela.

– Você está insinuando que estou na foça por causa de um homem? – Nami estreitou os olhos e deixou involuntariamente que suas olheiras falassem por ela.

– Uns fumam, outros bebem, outros se drogam e outros se apaixonam. Cada um se mata à sua maneira. – Koala respondeu com seu sarcasmo nível expert enquanto tomava outro gole de seu cappuccino, e por um momento a ruiva sentiu vontade de se atirar na frente do caminhão de lixo que passava pela avenida.

– Eu não estou apaixonada. Sabe que se fosse pra dar meu coração à alguém, eu me cadastraria como doadora de órgãos. – Ela retorquiu no mesmo nível de sarcasmo.

– Nada do que falarmos vai levantar seu humor, então, se você quiser se matar, eu sugiro que vá pra casa, se enrole em seu edredom e coloque a saga Crepúsculo no seu dvd! A vontade de colocar a corda no pescoço vem logo depois! – Camie tentava acompanhar o nível de sarcasmo, mas aquilo parecia mais uma forma real de tirar a própria vida.

– Eu ia dizer a mesma coisa, mas trocaria Crepúsculo por Ghost ou Titanic! – Koala sorriu matreira junto com Camie.

Nami voltou a cogitar a possibilidade de se atirar, mas dessa vez na frente de um ônibus escolar. Quem sabe não renderia um livro? “Memórias Póstumas de uma ruiva que tinha pena de quem ainda acreditava em biscoitos da sorte”.

As três começaram a formular várias formas de se suicidar, e quando Nami percebeu, já estava rindo. Mas em meio à isso, uma pessoa conhecida entrava na cafeteria.

Sobretudo, camisa, gravata, calças e sapatos negros. Ah, o cachecol também era da cor preta, sem contar a cor de seus cabelos e suas tatuagens por baixo das roupas de inverno, que também tinham a mesma tonalidade. Somente os olhos eram de outra cor.

Uma cor que Nami conhecia muito bem, mas desejava esquecer...

Depois de três semanas consecutivas sem vê-lo, Trafalgar Law entrou na cafeteria e sentou em uma das mesas do lado de dentro, ao lado da janela.

A reação de espanto da ruiva foi instantânea. Já ele, sequer a viu.

Ela sentiu vontade de fugir dali. E foi a única coisa que sua mente conseguiu processar.

– Garotas, eu acho que já vou indo. – Nami colocou a alça de sua mochila nas costas e se levantou do banco.

– Mas já!? – Camie protestou com uma voz chorosa.

– Sim.

– Se cuide e não vá se atirar de nenhum prédio por aí. – Koala acenou para a amiga.

A ruiva teve de disfarçar que percebeu a presença do cirurgião na cafeteria e provavelmente, ele não a tinha visto.

– Então, nos vemos qualquer dia. – Ela se despediu e passou a caminhar para a porta.

Mesmo que fosse mínimas chances... Ela ainda esperava que alguém viesse atrás dela. Mas depois de sair da cafeteria e seguir em lentos passos rumo ao ponto de ônibus...

Ela percebeu que ele não a seguiu.

Patético... Por que estou esperando que ele venha atrás de mim? – Ela perguntava à si mesma.

E depois de permanecer exatamente cinco minutos no ponto, finalmente seu ônibus chegou.

A ruiva entrou no veículo, passou pela catraca e se sentou no banco do lado da janela.

Era possível ver os pequenos flocos de neve baterem no vidro da janela pelo lado de fora.

O ônibus passou em frente à cafeteria.

Nami percebeu que Law ainda estava dentro do lugar, sentado na mesa do lado da janela.

Tudo soou em câmera lenta, mas ela pôde perceber que seu olhar estava ainda mais sombrio e revelava a fúria de uma avalanche em terras árticas.

Ele parecia viver um dia de incertezas que vagavam pela brisa do inverno, florescendo novas dúvidas e deixando restos... E que em breve o crepúsculo consumiria.

Ele encandeava um náutico oceano repleto de sombras que o tocavam a cada segundo. Uma aura soturna e perigosa.

Mas mesmo depois de o ônibus ter passado em frente à cafeteria e a imagem do cirurgião ser deixada para trás, Nami se perguntava como conseguia ter todas aquelas impressões apenas ao fita-lo de longe.

Ela não se renderia e o problema não era se tornar uma donzela de ferro. O problema é que a ruiva começou a estar a fim... De outras coisas...


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Notas finais do capítulo

Ops... A Nami se apaixonou? Mas não era ela que não estava a fim dele? =P Eu pensei que iria deixar a história mais extensa, mas não estou tendo mais essa vontade, até por que, quero largar a categoria de One Piece por enquanto e rumar para outros horizontes. Devo escrever mais uns quatro ou cinco capítulos dessa fanfic e então, se vocês quiserem dar uma visitinha nas minhas futuras fanfics, estarei feliz em recebe-los na categoria de filmes da Marvel. Já estou com planos de fazer uma fanfic com casal alternativo, mas dessa vez com o incrível desafio de erguer uma narrativa dramática no princípio por um personagem, mas ELEVAR o nível de comédia com outro personagem. Se vocês gostaram da dose de comédia dessa fanfic, poderão ver mais nas minhas futuras histórias em outras categorias =]
Vou me despedindo por aqui e pedir para que o pessoal que acompanha e até os fantasmas comentarem. Não se esqueçam: A opinião de vocês é importante pra saber se a fanfic está ruim.
Nos vemos no próximo (e prometo não demorar dessa vez).