Dramione-Bring Me To Life escrita por Eileen Ross


Capítulo 21
Lembranças Ruins e Convites


Notas iniciais do capítulo

Olá a todos!! existe algum leitor vivo por aí?
Confesso que abandondei quase totalmente a plataforma do Nyah e fui pro Spirit pq como disse, lá eu tenho mais retorno da fic e considero que é uma plataforma fácil de manejar, mas como o meu primeiro amor por dramione foi aqui no nyah me recuso a abandonar vcs, se há alguém ai do outro lado comenta aí pra eu conhecer sua existencia kk
espero que aproveitem!!



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Os alunos do castelo estavam empolgados, finalmente haveria visita à Hogsmeade naquele dia. Pequenos flocos de neve dançavam pelo ar, imperceptíveis, indicando a chegada do inverno e às vésperas do Natal.
Theo ajeitava as luvas nas mãos quando sentiu um floco tocar a palma da sua mão para em seguida derreter, o garoto sorriu, amava o inverno.
Ele esperava Draco e Hermione para irem juntos à Hogsmeade, ambos estavam atrasados há 10 minutos, o que deixava o moreno ainda mais impaciente.
Fitou a entrada do Castelo e avistou os dois, eles vinham discutindo sobre algo fervorosamente. Theo arqueou uma sobrancelha.
—Eles são apenas primeiranistas, Granger! - Draco argumentava gesticulando.
— Sim, eles são, entretanto devem ser disciplinados para não se tornarem delinquentes - A castanha franzia o cenho enquanto rebatia o argumento do loiro.
— Às vezes você é severa e chata demais - Malfoy revirou os olhos e alcançou Theo, que os encarava.
— Problemas no paraíso? - Theo bufou uma risada.
— Nada de mais, apenas algumas crianças travessas com logros - Draco justificou como se aquilo não fosse nada.
— Crianças que por sinal se mostraram indisciplinadas - Hermione problematizou, apertando as têmporas com as pontas dos dedos indicadores - Mas o importante é que o problema já foi resolvido e elas foram devidamente punidas.
— Punidas severamente demais, ouso dizer - Draco demonstrava irritação. - Mas deixa pra lá, na próxima eu escolho a punição dos alunos, Granger.
— Então tudo bem, defensor dos oprimidos - ela revirou os olhos e Theo achou o ato fofo. -Podemos ir?
— Certamente - Nott respondeu sorridente.
Os três foram os últimos alunos a chegarem ao vilarejo, e perceberam que o chão já estava levemente branco e fofinho. Hermione andou à frente dos meninos reclamando sobre o atraso e sobre como não teriam tempo de apreciar quase nada.
— Às vezes Hermione extrapola o limite da sua chatisse - Draco comentou soltando uma baforada.
— Se não fosse chata, não seria Hermione - Theodore riu largamente e Draco teve que concordar com o companheiro.
Os dois ouviram o grito esganiçado de Hermione e voltaram seus olhares para ela que, sem mais nem menos, parara com as mãos sobre a cabeça e tinha um olhar alucinado.
Ambos se assustaram e seus corpos se moveram automaticamente indo até a menina. Ela parecera não notar a presença deles pois ainda estava na mesma posição.
Draco agarrou seus pulsos e abaixou suas mãos, ele a encarou, mas não foi correspondido.
— Hermione? - chamou a sacudindo, ela não respondeu - Hermione? Hey, Hermione, está tudo bem! - a garota continuava no mesmo estado - Hermione! Fale comigo! Está me ouvindo? - Ele agarrou o rosto dela com as mãos enluvadas.
Na mente de Hermione se passavam novamente as cenas da guerra, Hogwarts queimando, bruxos lançando maldições imperdoáveis, civis sangrando e Hermione tinha quase certeza de que ela própria poderia estar sangrando também, ouvira nitidamente um Avada Kedrava ao longe e viu a maldição ir em sua direção, era seu fim.
— Hey castanha, sou eu Draco, está tudo bem, você está bem, está bem aqui,  Hermione! 
Com o último grito dele, a castanha parecia ter voltado a si e o encarou antes dos seus olhos girarem nas órbitas e ela perder às forças físicas, desfalecendo sobre Draco que a agarrou a impedindo de ir ao chão.
O rosto frio de Hermione tombou contra o tórax aquecido de Draco e ela cravou suas unhas ali, como se sua vida dependesse disso, arrancando uma exclamação de Malfoy.
A garota puxou o ar com toda força que tinha pois ele parecia haver se esvaído, seu coração parecia que saltaria a qualquer momento de sua boca e ela não conseguia controlar os tremores involuntários que passavam pelo seu corpo.
Gritou novamente, porém o grito saiu abafado pelo peito de Draco, ela sentiu uma mão em sua cabeça e deduziu ser Theo, já que o loiro a sustentava com as duas mãos. Seu cabelo era acariciado e ela virou o rosto minimamente e encontrou o semblante de Theo com um sorriso reconfortante, sorriu fracamente e sentiu que seu rosto estava úmido, tratou de secá-lo o mais depressa que pôde, estava cansada de chorar e ser a garotinha indefesa.
Soltou Draco e com o olhar fez uma súplica silenciosa para que não lhe perguntassem nada sobre aquilo, e os dois entenderam.
Theo jogou o braço por cima de seus ombros e lhe deu um breve abraço de lado.
— Vamos ao Três Vassouras, marujos! - decretou e sorriu para Hermione.
Ele saiu arrastando a garota embaixo de seu braço e Draco os acompanhou reprovando aquela cena.
Ao adentrarem ao bar o calor agradável os atingiu e os três se sentaram numa mesa no canto do bar. Theo tratou de pedir cervejas amanteigadas para os três, eles precisavam desestressar com uma boa bebida.

— E um pouco de gengibre na minha, por favor - Hermione pediu antes da atendente se retirar.

Os rapazes sentaram de frente para Hermione e a encararam com a dúvida e a preocupação reluzindo em seus olhares. A garota se remexeu na cadeira, desconfortável com aquilo. E antes que alguém pudesse pronunciar algo, a ruiva Gina Weasley apareceu radiante ao lado da mesa deles, ela sorria largamente e usava um gorro colorido, cujo qual Draco achou horroroso.

—Hermione! - ela praticamente gritou e abraçou a grifinória pelos ombros - Preciso falar com você, agora!

Ela exigiu alternando o olhar entre os sonserinos e a amiga. Ambos assentiram levemente e a castanha se retirou, sorrindo sem graça, sendo arrastada pela ruiva, que Theo tinha certeza que já tinha tomado algumas canecas de Cerveja Amanteigada.

— O que foi aquele "surto" de Hermione? - Theo questionou assim que as garotas haviam se situado em uma mesa distante.

— Não foi "surto" - Draco estava na defensiva - Ela já teve isso outras vezes, é uma sequela da guerra que ela carrega consigo.

Theu enrugou a testa, confuso, e observou a amiga que sorria graciosamente, fazendo ele sorrir também.

— E o que seria, então? - ele apoiou o rosto na mão.

— Não sei dizer, mas uma vez ouvi alguns nascidos-trouxas comentarem sobre isso... - Draco fuçou sua memória tentando lembrar - é um tipo de doença mental trouxa, Síndrome do Pânico, se a minha memória não estiver falha.

— Síndrome do pânico? - o moreno se interessou.

— Exatamente, não sei muito sobre isso, mas cheguei a pesquisar vagamente na biblioteca - Draco encarou a atendente que depositava as bebidas em sua mesa - Pessoas que têm essa doença sofreram algum tipo de trauma profundo que as fez desenvolver certo descontrole físico e mental perante as memórias decorrentes deste.

Theo agradeceu pelas bebidas, mas estava focado totalmente na explicação do amigo.

— Então Hermione é assim? - preocupou-se ele.

— Infelizmente, é o que aparenta. Em relação a outros casos, o dela não é tão grave, mas merece a devida importância - ele ressaltou incrivelmente calmo.

— Nossa, Draco, você falou como um Medibruxo especialista agora - Theo riu da sua piada. - Será que Draco Malfoy poderia vir a ser um?

— Não sei - Draco suspirou - Tenho muito tempo pra pensar no que quero fazer até o fim da escola.

— Sem pressão, amigo - Theo bebeu a Cerveja, apreciando o sabor.

Draco o imitou enquanto seu olhar se voltava para a dupla grifinória que conversava energicamente do outro lado do bar.

— Vamos lá, Mione! - Gina implorava - Mamãe faz questão da sua presença.

— Não sei, Gina... - Granger hesitava - Preciso estudar pros N.I.E.Ms, ler pergaminhos e livros...

—Hermione Granger! - a ruiva estava séria - Se você ousar trocar um Natal com toda a sua família e amigos na Toca por uma biblioteca velha, cheia de livros empoeirados, eu peço para te deportarem para a Bulgária!

Hermione ficou lívida.

— Você não tem saudades deles? - a Weasley indagou - De Ron e Harry?

Ao lembrar dos amigos, o coração da castanha apertou de saudades. Sentia falta dos olhos verdes de Harry e das sardas de Ron. Riu com esse pensamento.

— Eu sinto tanta saudades deles, ruiva. - confessou corada.

— Então aceite o convite da mamãe, ela está com saudades de você também - Gina sabia ser convincente.

Hermione suspirou e virou-se para olhar Theo e Draco, estava mais apegada a eles do que imaginava. Gina seguiu o olhar da amiga e se deparou com os sonserinos.

—Eles impedem você de ir? - o tom da ruiva tinha uma certa mágoa.

— Não... Sim... - Hermione tentava se explicar - Quer dizer, não. Mas considero eles meus amigos, preciso saber se ficarão bem.

—Por Merlin, Hermione! - Ginevra exclamou - Os dois garotinhos já estão crescidos, viu?

— Eu sei, mas... - dando uma última olhada ela se decidiu - Eu vou, Gina!

—Finalmente! - as duas se abraçaram por longos segundos.

—Você sabe ser convincente, Weasley - Hermione retrucou.

— Eu sei, Granger. - Gina soprou as unhas.

E ambas caíram na gargalhada.

[...]

— Então você vai passar o natal com os Weasley? - Theo perguntou.
—Sim, Theo. - Hermione confirmou convicta.
— Mas por quê não vai passar com a gente, lindinha? - O garoto reclamou.
— Eu já disse que eles são a minha família, e eu sinto falta deles, principalmente de Harry e Ron - ela explicou calmamente.
Os três voltavam para Hogwarts apreciando a paisagem do vilarejo.
— Por quê você gosta tanto do Potter e o Weasley? - Nott revirou os olhos.
— Não faça ceninha, Theo. Eles são meus melhores amigos desde a infância, estiveram comigo praticamente toda a minha vida. - Hermione bufou.
— Mas... - O garoto ia retrucar, quando foi interrompido.
— Theodore, pare de encher o saco dela, se Hermione escolheu ir, isso só diz respeito à ela. - Draco fora frio.
— Odeio quando você fica assim, Draco - Nott apressou o passo.
— Não vou ficar muito tempo longe, Theo. - Hermione tentou apaziguar segurando o moreno pelo ombro.
Ele diminuiu o passo e ela lhe enviou um sorriso. Nott beijou-lhe a testa e ela corou violentamente.
—Tudo bem, lindinha. - Ele exibiu um sorriso largo.
— Por favor, não deixe Draco passar o natal sozinho... - Ela sussurrou no ouvido do amigo discretamente.
—Claro que não vou deixar, ele é meu amigo! - Concordou alegre.
Draco se pôs ao lado de Hermione e ela passou os braços sobre os ombros deles.
— Vou sentir falta de vocês neste Natal, sonserinos chatos - ela riu.
— Vai ser um alívio não ter você por perto, Sangue-ruim - Malfoy zombou.
Ela lhe encarou zangada e ele achou o rubor em suas bochechas extremamente interessante. Riu e rapidamente roubou um selinho da garota que se questionou em seguida se aquilo tinha realmente acontecido. Ela suspirou, aqueles sonserinos a deixariam maluca um dia.

[...]
A castanha ouviu duas batidas na porta de seu quarto e abriu o mais rápido que pôde.
— Oi Herms... - Theo emudeceu.
— Oi Theo - ela sorriu amarelo - Draco!
Se surpreendeu ao ver o loiro saindo do quarto, eles se encararam por longos segundos e Draco conteve o desejo de saborear aqueles lábios avermelhados.
Ela estava estranhamente sexy, o cabelo estava jogado para o lado, e o suéter revelava boa parte de seu colo, percebeu que ela mordia o lábio inferior enquanto o observava.
— Hermione, que bagunça é essa? - Nott questionou.
Ele segurou os braços da grifinória a afastando para entrar no quarto. Draco o imitou parando à porta.
A cama estava terrivelmente bagunçada e cheia de peças de roupa. O malão de Granger estava aberto e vazio ao lado da cama. Theo deu alguns passos e encontrou algo curioso no chão.
—Acho que isso deveria estar na sua mala, Hermione. - Ele sugeriu ironicamente segurando um sutiã de renda preta com o dedo indicador.
—Theodore Nott, seu intrometido! - Hermione ficou rubra e arrancou o sutiã da mão dele, o jogando no malão.
—Nem a sabe-tudo Granger escapa dos dramas femininos... - Ele comentou por alto se escorando em uma parede. - O que vieram fazer aqui? - Ela estava constrangida. - Invadir minha privacidade?
— Eu vim me despedir de você, dramática. - Theodore riu da feição surpresa da amiga e a puxou para um abraço - Viajarei mais cedo à pedido de minha mãe.
— Ah Theo... -Ela passou os braços na cintura dele.
—Draco também vai comigo - ele sentiu a menina tensionar.
Hermione se soltou de Theo e novamente encarou Draco, reparando no terno negro alinhado. Se jogou nos braços do loiro o apertando firmemente.
—Feliz Natal - ela sussurrou carinhosamente.
—Feliz Natal, Granger. -Ele sorriu de lado apertando a cintura dela.
Sentiu a garota se sobressaltar levemente e gostou daquilo. Hermione se soltou e sorriu para os dois.
—Me escrevam, por favor! - Os olhos dela brilhavam - Vou sentir saudades.
— Igualmente, castanha. - Draco deu um peteleco na testa dela.
— Isso! Feliz Natal, Hermione - Nott desejou sinceramente. - Te escreverei todos os dias.
— Não seja exagerado, Theo - ela abanou as mãos - Feliz Natal.
Os três silenciaram e sorriam entre si. - Temos que ir - Draco se pronunciou olhando o relógio em seu bolso.
— É mesmo! - Theo concordou.
—Mas já? - Eles assentiram - Fiquem bem, e não se isolem, okay?
— Sim... -Disseram juntos.
Hermione puxou o dois para um abraço triplo e os segurou em seus braços enquanto pôde. Não se demoraram, pois estavam em cima da hora.
Os garotos partiram pela porta sorrindo para Hermione e ela sorriu ternamente para ambos segurando as lágrimas.
Antes que pudesse entrar no quarto viu Draco vindo em sua direção. Sua respiração falhou e sentiu borboletas no estômago.
Ele segurou o rosto dela com as duas mãos delicadamente e a beijou lentamente. Hermione agarrou os pulsos dele e se impulsionou para frente aprofundando o beijo, mas antes que pudesse reclamar ele retirou sua boca da dela e beijou-lhe suavemente o pescoço.
— Feliz Natal, Hermione. - Disse maliciosamente.
E partiu definitivamente.
Quando se viu sozinha, a grifinória se permitiu desabar e cair sobre os calcanhares. Ela sorria bobamente para o nada e tocava o pescoço, sentindo o perfume do loiro.
Devaneou por longos minutos antes de recordar que havia uma bagunça lhe esperando em cima da cama, e correu desesperada para arrumá-la.

 

 

Me beije intensamente antes de ir
Tristeza de verão
Eu só queria que você soubesse
Que, baby, você é o melhor
[...]
Acho que vou sentir sua falta para sempre
Como as estrelas sentem a falta do Sol nos céus da manhã
Antes tarde do que nunca
Mesmo se você tiver ido, eu vou dirigir
(Summertime Sadness - Lana Del Rey)

 

 


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Notas finais do capítulo

isso é tudo pelo momento!



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