Dramione-Bring Me To Life escrita por Eileen Ross


Capítulo 12
Um Choque de Realidade


Notas iniciais do capítulo

:-*



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–Srta. Granger?

Chamava o professor Edward pela terceira vez, arrancando Hermione de seu universo particular alternativo.

–Sim?- respondeu levantando o olhar opaco para o professor.

–A senhorita poderia responder esta questão? - perguntou o professor surpreso com o olhar sem vida da garota.

–Não- Hermione respondeu aérea.

A sala se encheu de burburinhos, mas Hermione estava tão entorpecida que mal processava qualquer ação que fazia ou presenciava. Ela se sentia vazia demais.

–Senhorita Hermione, você está bem?- insistiu o professor.

Hermione abaixou a cabeça na mesa momentaneamente antes de levantá-la de novo com um enorme sorriso falso no rosto.

–Estou ótima!- seu sorriso chegou aos olhos - só levemente distraída, me desculpe professor.

–Tudo bem senhorita- o homem lhe ofertou um sorriso com uma pitada de malícia, o qual Hermione não se deu o trabalho de reparar.

Um pedaço de pergaminho caiu na sua carteira.

''O quê há de errado com você?''

Hermione sabia que era Theo que havia lhe enviado aquele bilhete, rabiscou uma resposta, enfeitiçou o bilhete para que voasse até Nott e assim que o horário bateu, juntou seus livros e saiu da sala sem falar com ninguém.

Theo ainda permanecia sentado na carteira com o bilhete de Hermione entre seus dedos levemente trêmulos, estava chocado com a resposta da amiga, tanto que permanecera só ele na sala.

–Sr. Nott será que não percebeu que o horário já acabou?- falou Holmes rudemente ao sonserino.

–Claro que percebi professor- Theo rebateu friamente.

Levantou-se, juntou seus livros e saiu da sala apressadamente, amassando o bilhete que continha a resposta, um tanto perturbada, de Hermione.

''Nada, só descobri que sou uma tremenda tola :)''

Draco estava calmamente comendo seu almoço quando sentiu o espaço ao seu lado ser ocupado por uma silhueta familiar.

–Precisamos conversar Malfoy- disse Theo seriamente.

–Já estamos conversando...

–Sem gracinhas, não estou de brincadeira! - disse friamente- Me encontre perto do Lago depois das aulas!

Theo levantou deixando Draco um tanto atordoado. Ele voltou a comer calmamente sua refeição, observava discretamente a castanha na mesa da Grifinória distribuindo sorrisos e ele desejou levemente receber um deles. Mal sabia que aqueles sorrisos eram falsos.

–Gina!- exclamou Hermione, abraçando a amiga na mesa grifinória - como você está? Parece que não nos falamos à séculos!

A ruiva sorriu e apertou bastante Hermione no abraço, mal percebendo que a amiga apreciara aquele ato momentâneo.

–Estou bem Mione! Só muito ocupada com os estudos, e devo concordar com você, parece que não nos vemos à séculos! Como você está?

–Estou bem! - Hermione sorriu falsamente. - O que acha de fazermos um momento só nosso depois das aulas?

–Adoraria! Faz muito tempo que não conversamos decentemente - Gina riu

–Verdade! - Hermione riu junto, sentia que precisava conversar com a amiga e desabafar.- Pode ser no meu dormitório, o que acha?

–Está ótimo, só não sei onde fica- Gina deu uma risadinha.

–Te espero no salão comunal quando as aulas terminarem, okay? - sugeriu a castanha.

–Okay- a ruiva sorriu antes de engatar uma conversa sobre quadribol com outro grifinório, deixando Hermione sozinha com seus pensamentos.

Sem ter o que fazer a castanha se retirou da mesa deixando o prato de comida intocado.

Vagava pelos corredores extensos de Hogwarts totalmente absorta em pensamentos. Ela estava cansada física e mentalmente, suspirou levando a mão aos olhos e os apertando, as mesmas ligeiramente começaram a ficar úmidas pelas lágrimas que insistiam em sair. Hermione correu em direção ao banheiro feminino, se trancou em um Box e desatou a chorar, lembrando quando, em seu primeiro ano se trancara ali para chorar toda a dor que sentia por ser apelidada pelos colegas. Apesar de ser uma lembrança trágica, tudo parecia tão mais fácil naquela época.

As lágrimas banhavam seu rosto em um choro silencioso, será que alguém ouviria seu grito silencioso? Será que veriam a dor escondida atrás dos sorrisos que distribuía?

Ela precisava de alguém para se apoiar novamente, um porto seguro, mas naquele instante estava sozinha sendo assombrada por seus monstros interiores. Chorou encolhida no Box até cair no sono.

Quando acordou novamente, percebera que passara um longo tempo no chão do box e a luz sol já estava mais fraca, levantou-se e foi até a pia para lavar o seu rosto, precisava apagar as marcas da sua desgraça, ninguém precisava saber sobre seu inferno particular.

Não teve coragem de se olhar no espelho e saiu do banheiro apressada, precisava encontrar com Gina.

Por sorte encontrou a amiga na entrada do salão, o que era menos mal já que não queria ser vista.

–Gina!- gritou antes de a amiga alcançar o quadro da Mulher Gorda.

–Mione! Eu já estava indo ao seu encontro!- ela exclamou ao ver Hermione.

–Que sorte que te achei logo! Vamos ir agora?-perguntou, torcendo para ouvir uma afirmativa da amiga.

–Ham, Claro! Deixe somente eu guardar meus livros - e falando isso a ruiva passou pelo quadro deixando a castanha ansiosa do outro lado.

Quando a o Weasley retornou, as duas partiram um tanto apressadas para o dormitório da castanha.

Quando já estavam confortavelmente abrigadas no dormitório, já que fazia frio, começaram a conversar sobre trivialidades que algumas vezes arrancavam sorrisos de Hermione.

–Gina... - a castanha disse murchando o sorriso e interrompendo o discurso de Gina sobre Harry.

–Sim? - disse a ruiva totalmente centrada em Hermione.

–Preciso lhe falar algumas coisas... - Hermione disse com as feições entristecidas- Só peço que não me julgue ou discuta comigo.

–O que houve Mione?- perguntou Gina preocupada ao ver a amiga com feições entristecidas.

– Bem aconteceram algumas coisas entre eu e Malfoy...- disse relutantemente o nome dele e contou tudo que havia acontecido para Gina, desde o episódio que ocorrera no Expresso Hogwarts.

Quando terminou, Hermione não continha as lágrimas, Gina estava boquiaberta e preocupada com a amiga.

–Eu precisava falar sobre isso com alguém Ginny, eu estou péssima! - Hermione soluçou.

–Awn, Mione...- Gina abraçou Hermione fortemente enquanto a castanha deitava a cabeça no seu ombro.

Gina sentia que precisava consolar a castanha, e o faria, pois ver a amiga naquele estado partia o seu coração.

–Malfoy foi um idiota ao fazer isso Mione, eu azararia até a sua 16ª geração se eu não compreendesse um pouco... - Gina disse sendo racional.

–Como assim Gina?- disse a castanha com a voz pastosa.

–Veja bem Hermione, sem querer dizer que o Malfoy está certo, pois não está, você não acha que seria estranho que de repente Draco Malfoy ficasse sensível?- A ruiva falava calmamente, soando sábia – Eu creio que para ele deve estar sendo difícil assimilar essa mudança de personalidade sabe, por que ele era bem frio e distante e de repente pá, fica carinhoso e próximo, ele deve estar passando por uma crise de identidade entende?

Hermione assentiu secando algumas poucas lágrimas que restavam em seu rosto, ela nunca havia parado para pensar no lado de Malfoy, sempre pensara no seu, como fora tão egoísta. Ela agora pensara bem e via que Malfoy estava mesmo enfrentando uma crise de identidade e não seria nada útil se ela só piorasse a situação confusa dele.

–Eu realmente nunca tinha pensado nisso Ginny, mas isso não justifica o fato de ele ter sido tão frio comigo, eu só queria ajudar!- exclamou fervorosamente

–Ai Hermione, Você sabe como os Malfoy são certo?- a castanha assentiu – Orgulhosos, isso chega a ser até um traço genético, Draco pode muito bem ter se escondido nas paredes de seu orgulho e deixado ele tomar de conta.

Quanta complicação, quando a castanha só queria uma solução.

–Mas e o que eu faço Gina? – questionou desesperada – Não quero correr atrás dele e parecer uma idiota, mas essa distância meio que me mata, eu não sei o que fazer

Hermione lamentou enfiando a cara entre as mãos e respirando pesadamente.

–Dê-lhe um tempo, isso será bom para os dois, tanto vai ajudar ele a se entender quanto vai fazer você pensar sobre isso tudo, e depois do beijo, aconselho que pense sobre seus sentimentos sobre ele...

Gina sorriu para a amiga ao ver que ela havia considerado tudo que dissera. Deu um beijo na testa de Granger e levantou-se.

–Herms tenho que ir, ainda quero escrever uma carta para Harry, não nos falamos a um bom tempo – explicou colocando uma mecha ruiva atrás da orelha e ficando levemente corada.

–Entendo, diga a ele que mandei um abraço e sinto sua falta – e como sentia.

– E por que você mesma não escreve uma carta ora? – Gina perguntou sugestiva.

– Tem razão, vou já escrever-lhe uma, e você cuide de ir escrever a carta mais romântica possível para ele – Hermione gargalhou, se sentia bem melhor.

–E vou mesmo! – Gina riu, caminhou até a porta do quarto e parou – Sabe Mione, eu fui bem passiva hoje, mas da próxima vez que Malfoy partir seu coração, eu quebro a cara dele!

–Okay ruiva!- Hermione riu da cara maquiavélica da amiga ao fechar a porta.

Ela caminhou até a janela e avistou Theo sentado debaixo de uma árvore, ele parecia pensativo. Pegou um pergaminho, uma pena e se sentou na escrivaninha, começando a escrever uma carta para Harry.

“Querido Harry, depois de tanto tempo sem nos falarmos eu estou cheia de coisas para lhe contar, começando desde quando eu embarquei no Expresso Hogwarts...”

Gina ao atravessar pelo quadro tomou um susto ao esbarrar em Malfoy, esperou alguma ofensa vinda por parte dele, mas ele apenas murmurou algo fracamente e desviou dela. A ruiva ficou chocada ao perceber de relance, que o olho de Malfoy estava roxo, seu lábio inferior cortado e sangrando juntamente com o olhar opaco e desfocado.

Mesmo que não quisesse, foi inevitável não sentir um pouco de pena do estado dele, mas apenas sacudiu o cabelo e continuou seu caminho, dispersando quaisquer pensamentos sobre o loiro.

Tudo que Draco queria naquele momento era se jogar na sua cama e esquecer-se da sua existência. Sua mente estava um caos com tantos pensamentos fervilhando freneticamente, e depois da surra que levara de Theo ele apenas desejava sumir.

Jogou-se na cama macia e fofinha e seus pensamentos foram até a castanha que estava a alguns metros de distância dali, fechou os olhos lentamente e adormeceu suavemente como uma criança.

Theo procurava por seus pensamentos em ordem e ser racional, estava confuso, mas não tanto quanto o loiro e a castanha, disso tinha absoluta certeza. Draco e Hermione eram uma catástrofe juntos e ainda mais separados, apesar de todos os altos e baixos ocorridos até agora, ele torcia para eles se entenderem.

Seu punho latejava um pouco devido a surra que dera em Malfoy, não se sentia orgulhoso do feito mas era necessário.

Esperava Draco a beira do lago enquanto andava em círculos, pensativo. Seu pensamento não saia da castanha e da sua resposta perturbadora, avistou Malfoy vindo em sua direção e endireitou a postura, o loiro andava despojadamente.

–O que queria comigo Nott?- disse despreocupadamente com as mãos no bolso.

–Quero falar sobre algo sério com você... - disse Theo cautelosamente, incomodado pela postura do loiro.

– Vá direto ao ponto!- exclamou Draco interrompendo Theo.

–Não me interrompa tão grosseiramente seu idiota!- Nott reclamou bravo.

–Vá direto ao ponto Theo – o loiro falou numa falsa calma.

–O quê você fez a Hermione?- perguntou bufando.

–O que te faz pensar que eu fiz algo com aquela tola?- Draco indagou venenosamente.

O corpo inteiro de Theo retesou ao ouvir as palavras do loiro e ele teve que conter a fúria que ameaçava se alastrar pelo seu corpo.

–Não a chame assim!- repreendeu fervorosamente.

–Que seja!- Draco fez pouco caso daquilo – responda a minha pergunta!

–Responda a minha primeiro! – Theo deixava a sua fúria ficar visível.

–Apenas disse a verdade- Malfoy balançou os ombros – Mas parece que a sangue-ruim ta iludida demais...

Um soco foi desferido contra o maxilar de Draco e ele se afastou praguejando baixo.

–Qual é o seu problema Draco?- Theo gritou em plena fúria.

–Qual é o seu problema Nott?- disse ele cuspindo um pouco de sangue – Desde quando se importa com aquela boba?

Outro soco contra o olho esquerdo fez o loiro cair sentado.

–Desde quando o velho Draco idiota ta de volta?- Theo fez careta. – Por quê agora resolveu pisar nos sentimentos da Hermione? Você não era assim!

–EU SEMPRE FUI ASSIM! Vocês que se iludiram comigo! – Draco sentia uma leve vontade de chorar. - Eu não pedi pra ela se iludir comigo! Eu não queria magoá-la!

Theo franziu as sobrancelhas confuso com aquela declaração, se abaixou até ficar cara a cara com Draco.

–Você... - Theo mal conseguia formular uma pergunta – Não queria magoá-la?

Draco sorriu em meio a sua desgraça e olhou para o lago.

–De todas as burradas que eu fiz, pisar nos sentimentos dela foi a primeira que fez eu me sentir um monstro, O monstro que eu sou e sempre fui – sorriu sarcástico.

–Você não é um monstro Draco!- Theo rebateu.

–Não é o que ela acha agora não é? – ele arqueou as sobrancelhas olhando pro nada.

–Pode até não ser, mas acho que ela tem fé em você – Theo apertou o ombro do amigo com a mão em forma de consolo – Depois do tempo que vocês estiveram juntos eu creio que ela tem esperança de salvar você...

–Eu não preciso ser salvo - retrucou birrento.

–Não seja tão infantil e drástico consigo mesmo!- Theo suspirou – Mas mesmo depois do beijo, por que fez isso?

–Como você...?- deixou a pergunta no ar entendendo logo em seguida – Eu não sabia como reagir aquilo, foi novo e diferente, perturbador até, no fim meu orgulho falou mais alto.

–Sempre esse maldito orgulho Draco...

–Depois que ela foi embora, quis gritar pra ela voltar e dizer que o beijo foi diferente e que eu tinha gostado, mas não consegui - Draco suspirou – e cá estamos nós agora.

–ai ai Malfoy...- Theo suspirou preocupado com o amigo.

–Eu não sei o que fazer, mas não quero fazer nada agora, pois sei que só vou machuca-la ainda mais, preciso pensar um pouco e buscar uma solução- disse mais pra si mesmo que para Theo.

–Quero que saiba que apesar das suas burradas, eu vou estar aqui pra ajudar você- Theo esclareceu.

–Eu sei meu amigo...- Draco riu – Obrigado pela surra, eu acho que eu precisava disso mesmo.

Theo riu e observou Draco partir meio cabisbaixo.

E desde então Draco e Hermione povoavam seus pensamentos, ele só torcia para dar tudo certo no final. Afinal Draco e Hermione mereciam ser felizes, e quem sabe não poderiam ser juntos?

Everyone knows I'm in

(Todo mundo sabe que eu estou)

Over my head

(No meu limite)

Over my head

(No meu limite)

With eight seconds left in overtime

(Restando apenas oito segundos na prorrogação)

She's on your mind

(Ela está na sua mente)

She's on your mind

(Ela está na sua mente)

(Over My Head (Cable Car)- The Fray)


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Notas finais do capítulo

well well bom acho que agora vou botar a cabeça no lugar e escrever um cap pra vcs, e a proposito a fic n vai ser depressiva ok pessoas? kkk
mais lá pra frente nossa Mi vai voltar a viver
tchau amores amo vcs



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