EI VIITSI (exp.);

''em estoniano: sentimento de preguiça moderada. não querer ir a qualquer lugar ou fazer qualquer coisa.''

P.V.O Annabeth

No fim da aula eu e Percy tínhamos nossa primeira reunião no grupo de teatro.

Portanto assim que bateu o sinal da ultima aula, peguei minha bolsa e fui encontrar com Thalia, Nico e Percy.

– Eu não acredito que aquele inútil do Sr. D não fez nada. É claro, ele só se importa com o fundo de investimentos que o pai do Luke ‘’ investe’’ nele. – falou Thalia revoltada. – Annie, você vai falar com a sua mãe não é?

– Não. Eu não posso. Minha mãe anda meio desequilibrada, por causa do meu pai e tudo, eu não quero que ela piore por causa de mim. – falei.

Thalia suspirou.

– Mudando de assunto, eu estou louco pra ver o Percy atuando, vai ser cômico. – falou Nico gargalhando.

– Se você não calar a merda da sua boca Nico, eu vou fazer você ir pra cova mais cedo. – falou Percy com um sorriso meio psicótico no rosto.

– Ui. – falou Nico ainda rindo.

Percy revirou os olhos.

– Acho melhor nós irmos. – falei e suspirei. – Isso só pode ser um pesadelo.

Despedimos-nos de Thalia e Nico então fomos para a sala do grupo de teatro. Eu e Percy caminhamos lado a lado até a sala. A expressão no rosto dele não estava nada boa, e ele ficou em silencio todo o trajeto, assim como eu.

Quando entramos na sala, vimos um grupo de pessoas sentadas em roda, provavelmente o grupo de teatro.

Olhei para Percy, ele revirou os olhos e eu suspirei.

– Ah, os encrenqueiros. O Sr. D avisou que viriam. – falou a professoras de artes cênicas quando nos viu. – Eu sou a professora Karen. Não fiquem ai esperando por um convite, sentem-se.

Nos sentamos nas cadeiras livres e ficamos observando a professora falar.

– Como eu estava falando, a peça de inverno já foi escolhida. – falou ela. – Vocês interpretarão Romeu e Julieta.

Murmúrios alegres tomaram conta.

Eu revirei os olhos e pude ver que Percy fez o mesmo.

Eu odiava Romeu e Julieta. Era um romance dramático e cruel. Como se depois de tudo que os protagonistas haviam passado, eles ainda morriam no final.

– Eu sei que todos estão ansiosos para os testes dos protagonistas, mas infelizmente os papeis já foram preenchidos. – ela falou e olhou para nós. – Percy e Annabeth, a mando do Sr. D, vocês farão o casal protagonista, Romeu e Julieta.

– Como é que é? – exclamamos juntos.

– Alguém deve estar tirando com a minha cara hoje, só pode. – falou Percy irritado.

Todos os outros soltaram muxoxos infelizes.

– Vocês todos estão dispensados. – falou a professora Karen. – Nosso primeiro ensaio será na segunda, vejo vocês todos aqui.

Eu me levantei assim como todos os outros e fui em direção á saída.

Entrei no meu carro, e ao longe pude ver Percy subindo na moto preta. Coloquei o cinto de segurança e dei partida no carro, agradecendo por ser sexta-feira.

No sábado...

Abri os olhos lentamente e me agarrei as cobertas, o quentinho da cama me fez querer dormir até tarde, mas eu já estava sem sono, então apenas levantei, coloquei um robe por cima da camisola longa de cetim que eu usava, e minhas pantufas.

Escovei os dentes e desci até a cozinha para comer alguma coisa.

Encontrei minha mãe na sala, com seu terninho social, e preparada para sair.

– Você vai trabalhar hoje? – estranhei.

– Vou, tenho alguns assuntos pendentes para resolver. – falou ela pegando as chaves do carro.

Ouvi meu celular apitar recebendo uma mensagem, peguei-o em cima da mesa e vi que era uma mensagem de Thalia que havia acabado de chegar.

‘’ Festa nos Stoll hoje, topa? – T ‘’

Mandei outra mensagem, respondendo.

‘’ Que Horas? – A ‘’

Ela respondeu instantaneamente.

‘’ Ás 22h00 – T’’

– Mãe, vou a uma festa na casa de uns amigos essa noite, tudo bem? – falei.

– Claro querida, fico feliz que esteja fazendo amigos, se divirta, beijos. – falou ela saindo pela porta.

Mandei um SMS para Thalia confirmando.

‘’Ok.’’ – respondeu ela.

Ouvi minha mãe bater a porta de entrada, e fui até a cozinha. Peguei um pouco de café, e então ouvi meu celular tocar.

– Alo? – falei.

– Annie, o que tá fazendo? – perguntou a voz de Thalia.

– Nada, no momento. – falei.

– Ótimo. A Silena está me arrastando pro shopping para fazer compras por causa da festa, e eu vou te arrastar com a gente, topa?

– Agora? Não tá muito cedo? – perguntei.

– Annabeth, você olhou no relógio hoje? – perguntou Thalia – Já são quase 14h00.

– Nossa, eu nem percebi. Mas tudo bem, eu encontro vocês lá em uma hora. – falei.

– Ok, nos vemos lá.

Despedi-me e desliguei o telefone. Terminei o meu café, e subi para o quarto para tomar um banho. Sai e escolhi uma roupa bonitinha no meu closet. Uma meia-calça preta com estampa de bolinhas, uma saia branca, um suéter por cima rosa claro, um casaco meio vintage, e botinhas claras.

Fui até minha penteadeira e arrumei meu cabelo de um jeito fofo, com um laço ao lado. Coloquei um brinco de coruja, um colar, um anel de laço e pulseiras. Peguei minha bolsa e as chaves do meu carro e sai.

[...]

Cheguei ao shopping em 15 minutos, e encontrei as meninas paradas em frente á uma loja de CDs, Silena com cara de tédio e Thalia com os olhos brilhando.

– Hey. – chamei a atenção delas.

– Annie! – exclamou Silena e me abraçou.

Lia sorriu e me cumprimentou com um beijo no rosto.

– Pronta para a tortura? – perguntou ela.

Eu ri e Silena revirou os olhos.

– Vamos lá. – falei.

[...]

Ao final do dia, eu estava exausta. Tínhamos entrado em cada loja do shopping, experimentado vários vestidos e sapatos diferentes. Foram horas até achar algo que me agradasse, agradasse á Thalia, e agradasse á Silena.

Você deve estar pensando que éramos loucas por estar comprando vestidos, com o inverno rigoroso que estava. Mas nos Stoll, e em todas as casas de Chicago, havia ar condicionado, portanto não havia nada com que se preocupar.

Finalmente depois de quatro horas de compras intensivas, conseguimos fazer Silena parar de andar, Thalia estava à beira de um ataque.

– Que tal comermos algo antes de irmos embora? – sugeri e elas concordaram.

Passamos na praça de alimentação e pedimos um lanche completo, até porque nenhuma de nós tinha neura com peso, nem mesmo Silena, por incrível que pareça.

[...]

Quando era 19h00 saímos do shopping, e combinamos de nos encontrar na festa. Thalia me passou o endereço e se despediu.

– Nos vemos daqui algumas horas meninas, beijos. – falei me despedindo e entrei no carro.

Cheguei em casa, estacionei na garagem, e entrei em casa. Como eu já esperava, a casa estava vazia, então fui direto para o quarto.

Como ainda havia três horas, decidi tomar um banho de banheira pra relaxar. Coloquei as compras no closet, e fui preparar o banho. Liguei a água quente, e coloquei alguns sais com cheiro de morango e cereja. Despi-me e coloquei um roupão.

Enquanto a banheira se enchia, desci até a cozinha e preparei rapidamente uma xícara de chá bem quente, então voltei para o quarto, desliguei a torneira, tirei o roupão e entrei na banheira. A água estava bem quente, contudo não me importei e submergi na água. Todo meu corpo relaxou instantaneamente.

Fiquei ali relaxando e tomando meu chá, até sentir a pele dos meus dedos enrugarem, então sai e vesti novamente meu roupão. Fui até o grande espelho do banheiro e me olhei. Com relação ao meu corpo, eu nunca fui insegura, não porque eu me achava, mas porque eu tinha uma boa segurança com relação ao meu corpo.

Eu tinha um corpo delicado e feminino, talvez por eu ser baixinha. Mãos pequenas, com dedos finos e unhas bem cuidadas. Seios proporcionais, nem grandes, nem pequenos, cintura consideravelmente fina, quadris largos, e pernas torneadas. Tudo proporcional á minha altura.

Como eu tinha apenas duas horas até a festa, comecei logo a me arrumar.

Coloquei uma lingerie branca, e passei um creme hidratante em todo o meu corpo, vesti meu robe e fui até a penteadeira.

Fiz uma maquiagem leve, mas que destacava meus olhos e passei um gloss nos lábios com gosto de morango. Sequei meu cabelo e deixei-o solto caindo em camadas pelos ombros e com um pouco de volume. Como eu gostei do resultado, fui até o closet e coloquei meu vestido. Ele era simples, mas bonito. Justo, até a cintura e com a saia evasê, e coloquei minhas botas pretas de cano curto que tinha plumas no começo do cano.

Passei um perfume com aroma doce – mas não muito – e então fui até minha caixinha de joias. Peguei uma gargantilha dourada, e um colar de ouro com alguns detalhes, peguei meus brincos grandes, um anel com uma pedra rosa claro, e minha pulseira que tinha algumas moedas gregas.

Olhei a hora no meu celular, já era 21h48. Então peguei meu casaco bege com pelo, e coloquei-o amarrando na cintura com a faixa. Peguei as chaves do carro, coloquei meu celular dentro da minha clutch rosa platinada e sai do quarto.

Passei pela sala e dei uma ultima olhada no espelho que ficava na parede, sorri e sai pela porta.