Serendipity escrita por Fairy


Capítulo 11
Ohrwurm.


Notas iniciais do capítulo

Hey hey, aqui estou eu, dessa vez sem atrasos, beijos.

bom cap.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/507425/chapter/11

OHRWURM (s.);

''em alemão: lit. “verme do ouvido”. parte de uma música que continua a se repetir na mente de uma pessoa mesmo após ela parar de tocar.''

P.V.O Annabeth.

Percy bufou visivelmente irritado e se sentou na poltrona com as mãos no cabelo bagunçado.

Eu já ia falar alguma coisa, pelo que ele tinha feito antes, mas antes que eu pudesse meu celular começou a tocar, olhei para o identificador, ‘’Mãe’’.

Atendi e tentei ser o mais agradável possível.

– Alô? – falei.

– Annabeth? Minha filha você está bem? Eu fiquei preocupada por causa da tempestade de neve.

– Eu estou bem, mãe.

– Está sozinha em casa ou com alguma de suas amigas?

Fiquei em silencio durante alguns segundos, ponderando se falava a verdade, olhei para Percy que me observava com seus olhos verdes curiosos.

– Estou sozinha sim mãe. – falei e vi Percy erguer uma sobrancelha e dar um sorriso cheio de escárnio.

– Ok, eu vou ter que passar a noite aqui no escritório, espero que fique bem, boa noite, se cuida, eu te amo. – falou ela.

– Te cuida, eu te amo. – falei e desliguei o celular.

Percy ainda me olhava, com o mesmo sorriso zombeteiro.

– Por que mentiu para sua mãe? – perguntou ele.

– Acha mesmo que eu falaria que estava com um garoto, fala serio.

Ele revirou os olhos, com uma expressão de puro tédio.

– Só um aviso, Jackson, se aproxime de mim novamente, e eu te castro. – ameacei.

Ele riu.

– Você é muito ingênua loirinha, estremeceu só de eu chegar perto de você. – falou ele rindo. – pode ficar tranquila, eu não quero nada com você.

Dei de ombros e me joguei no sofá, ligando a televisão logo em seguida. Coloquei em um filme que eu achei interessante, acho que era ‘’ O preço do Amanhã’’. No fim acabei dormindo no meio do filme.

[...]

Abri os olhos devagar, e os pisquei furiosamente para que se ajustassem ao ambiente. Eu estava deitada horizontalmente no sofá com a cabeça apoiada em uma almofada. Logo me sentei e espreguicei-me, peguei o controle da televisão ao meu lado e desliguei a televisão, que nessa hora passava apenas um programa de culinária, então olhei para o lado e dei uma risada baixa.

Percy dormia sentado calmamente na poltrona com a cabeça inclinada para o lado, os cabelos dele estavam caindo no rosto e sua boca entreaberta, o que me fez perceber de mal grado que ele tinha lábios bem cheios e carnudos.

Como eu estava com fome, levantei e caminhei até a poltrona, então gritei no ouvido dele:

– JACKSON!

Ele acordou sobressaltado e me olhou bravo.

– Ficou louca garota?!

Gargalhei.

– Eu estou com fome. – falei simplesmente.

– E o que eu tenho a ver com isso? – falou ele com uma expressão não tão boa.

– Você vai me ajudar a fazer algo para comer. – falei autoritária.

– Quem disse? – falou ele com um sorriso de escárnio

– É melhor vir, antes que se arrependa. – falei em um tom ameaçador.

Ele apenas riu, como se tudo fosse muito engraçado e me seguiu até a cozinha.

– O que vai fazer? – perguntou ele.

Pensei um pouco.

– Macarrão com queijo. – falei.

Ele me olhou descrente.

– Você é magra de ruim.

Revirei os olhos.

– Vai ajudar ou não?

Ele suspirou irritado.

– O que quer que eu faça?

[...]

Depois de comermos e colocar toda a louça suja dentro do lava-louças, eu lembrei que tinha uma coisa que eu precisava de ajuda, e que poderia usar a força de Percy para isso.

– Eu preciso pegar uma caixa da mudança no porão, mas é muito pesada para mim, e já que você não está fazendo nada, você vai me ajudar. – falei me levantando do sofá.

Ele me olhou com uma sobrancelha levantada.

– E o que te faz pensar que eu vou fazer isso?

– Você está na minha casa! – exclamei.

– Não me convenceu loirinha. – falou ele com um sorrisinho de lado.

– Argh, você é o garoto menos cavalheiro que existe sabia? – falei brava.

Ele apenas deu outro sorriso e continuou quieto.

Minha mente brilhou com uma ideia.

Deixei o babaca na sala e fui até o porão. Escancarei a porta, desci as escadas até lá, peguei um vaso de vidro que minha mãe nunca tinha gostado e joguei-o no chão – que fez um grande barulho de estilhaços. –e depois gritei, como se eu tivesse me machucado.

– 5...4...3...2...1 – contei.

Percy apareceu correndo.

– Mas que diabos aconteceu aqui? – perguntou ele exasperado.

– Não aconteceu nada. – falei inocentemente. – já que você está aqui, pode me ajudar?

– Que droga você quer que eu faça? – perguntou ele bravo.

Sorri vitoriosa.

– Pegue aquela caixa. – apontei para uma caixa consideravelmente grande de papelão.

– Vem comigo. – falei saindo do cômodo.

Caminhei até as escadas e depois fui em direção á porta do meu quarto. Parei em frente á porta fechada e olhei para Percy, que me olhava com tédio.

–Algumas regrinhas antes que você entre no meu quarto. 1° Não toque nas minhas coisas, 2° Não comente nada sobre as minhas coisas, 3° NÃO MEXA NAS MINHAS COISAS. – falei.

Ele me olhou com um olhar divertido, e eu abri a porta.

– Fala sério, você é uma patricinha de marca maior. – falou ele olhando o meu quarto.

– O que? Obvio que não! – exclamei ofendida.

– Ah, qual é tudo é tão rosa e fofo, bem a sua cara. – falou ele rindo e colocando a caixa no chão.

– Pelo menos eu não sou um punk revoltado. – falei.

– Se a Lia te escuta falando dela assim.

– A Lia é exceção, você é o único punk idiota aqui. –falei e ele revirou os olhos.

– O que tem nessa caixa afinal? – perguntou ele.

– Meus livros. – falei simplesmente.

– Uma tonelada de livros, né? Por que para pesar tudo isso.

– IH, que é Jackson, pesado demais para você? – provoquei.

– Pesado? Eu consigo carregar duas de você, que é quase o peso da caixa, e já é uma grande coisa.

– Tá me chamando de gorda, Jackson?! – gritei.

Ele deu um sorrisinho de lado.

– Relaxa loirinha.

Bufei e comecei a arrumar os muitos livros na prateleira.

– Ah, não acredito! – falou Percy atrás de mim.

Vire-me para ele, e o vi sentado na MINHA CAMA, e pior, segurando o meu violão.

Definitivamente eu odiava quando as pessoas descobriam sobre aquilo, era o meu refugio, e eu não queria dividir com ninguém.

– Você toca? – perguntou ele incrédulo.

– Se eu tenho um violão é obvio que eu toco. E qual a parte de NÃO TOQUE NAS MINHAS COISAS, VOCE NÃO ENTENDEU? – gritei irritada – Saia do meu quarto!

– Só saio se você tocar para mim. – falou ele fazendo birra.

– Nem sob tortura!

Ele deitou na minha cama, e fez questão de apalpar meu travesseiro, o que definitivamente, me deixou histérica.

– PERCY JACKSON, SAIA JÁ DA MINHA CAMA!

– Você vai tocar para mim? – falou ele calmo.

– NÃO!

Ele se mexeu e cheirou meu travesseiro.

– Tem cheiro de morangos.

– Argh, se eu tocar você sai? – perguntei, não aguentando ver ele deitado na minha cama.

– Mas é claro. – falou ele com um sorriso vitorioso.

– Me dá esse violão aqui!

Peguei o violão com glitter prateado da mão dele – que já havia se sentado – levantei, e fui até a minha penteadeira aonde eu guardava algumas palhetas, depois voltei a me sentar na cama, ao lado dele.

Suspirei pesadamente, e comecei a dedilhar o violão no ritmo das cordas.

– Too alarming now to talk it out. Take your pictures down and shake it out. Truth or consequence, say it aloud. Use that evidence, race it around. – Cantei.

Percy me observava com um sorriso vitorioso de lado.

– There goes my hero. Watch him as he goes. There goes my hero. He's ordinary.

‘’ Don't the best of them bleed it out. While the rest of them peter out. Truth or consequence, say it aloud. Use that evidence, race it around.’’

‘’ There goes my hero. Watch him as he goes. There goes my hero. He's ordinary ’’

‘’ Who knows my hero leaving all the best. You know my hero, the one that's on. ‘’

‘’ There goes my hero. Watch him as he goes. There goes my hero. He's ordinary. ‘’ – repeti duas vezes dei mais algumas dedilhadas no violão e então olhei para Percy.

Ele continuava com o mesmo sorriso de lado – e droga, como ele ficava fofo daquele jeito.

– My Hero – Foo Fighters, ao menos você tem um bom gosto musical, e canta bem. – falou ele.

– Ótimo, agora saia do meu quarto!

Ele levantou e saiu pela porta, guardei o violão – bem escondido dessa vez - e sai do quarto, fechando a porta atrás de mim.

– Venha, eu vou mostrar onde você vai dormir. – falei irritada.

Andei até o final do corredor e abri a porta.

– O quarto de hóspedes, fique incomodado e qualquer coisa não me chame. – falei – Tenha pesadelos.

Ele me lançou um sorrisinho de escárnio e fechou a porta.

Eu apenas suspirei pesadamente e voltei para o meu quarto. Joguei-me na cama incrédula com o que eu havia acabado de fazer, eu havia cantado na frente de alguém, e pior, esse alguém era Percy. O garoto que eu mais odeio no mundo.

Me joguei de cabeça nos travesseiros, e para minha surpresa, senti um cheiro diferente do habitual cheiro de morango do meu shampoo. Era um cheiro forte, o característico cheiro de perfume de homem misturado com o aroma de uma maresia suave, totalmente inebriante.

Sai dos meus devaneios e levantei da cama. Peguei meu roupão branco, verifiquei se a porta estava trancada – nunca se sabe né – e entrei no banheiro para tomar um banho.

[...]

Sai meia hora depois, completamente tranquila, a água quente do chuveiro definitivamente me relaxou.

Ajustei o ar condicionado do quarto, deixando um ambiente quentinho e agradável então fui até o closet, vesti uma camisola branca perolada de alcinha, que tinha duas aberturas pequenas logo abaixo do busto e ia até o meio da coxa, não era nem um pouco vulgar. Passei meu creme hidratante com aroma de morango nos braços e nas pernas, e enfim deitei na cama. Desliguei o abajur ao meu lado, e adormeci, enquanto o cheiro dele permanecia no meu travesseiro.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

reviews?