CAPITULO 28

2 meses depois.

–Bom, vocês estão liberados, amanhã pela manhã quero o relatório desta reunião. Boa noite.

Artemis suspirou, aquilo era cansativamente legal. Trabalhava como secretária novamente, uma profissão que aprendeu a gostar nos tempos em que trabalhava com o loiro.

Em questão de alguns minutos pegava sua bolsa, alguns papeis, as chaves do carro e descia para o estacionamento da empresa.

Procurando o carro, colocou o telefone no ouvido.

–Oi. Hera, como estão?

–Oi Artemis, ta tudo bem.

–Pegou ela?

–Claro, está jantando aqui.

–Oh, eu prometi jantar com ela, desculpa.

–Tudo bem, a escola deu um canseira nela.

–Ok. Jaja chego ai.

–Ok.

Artemis jogou os papeis em cima do banco ao lado, e já ligava o carro.

A empresa ficava a alguns metros da casa de Hera, o que facilitava muito o trabalho, em poucos minutos já buzinava em frente a casa da mulher que abriu a porta com um sorriso. Em seguida Lily, que descia os poucos degraus que haviam ali.

–obrigada Hera por cuidar dela novamente.

–é um prazer Artemis, Lily é um doce e eu sou quase sua avó.

–Realmente, Lily, dê um beijo nela.

A menina riu, antes de dar um beijo na bochecha da morena e entrar no carro.

–Obrigada pelo chocolate tia.

–De nada, minha flor. Até amanhã

–Ate.

O apartamento que a ruiva havia alugado por ali,era barato e muito bem conservado o que a Artemis agradeceu aos céus por ter achado. Ele era um pouco longe da casa de Hera, mas com o carro –emprestado- facilitava muito.

Lily começou a contar como foi o dia na escola e Artemis achava incrível a facilidade daquela pequena criaturinha de fazer amigos.

–Então... a Alex me apresentou as colegas dela... mãe, elas ficaram bestas quando souberam quem era meu papai.

A ruiva suspirou dando um sorriso tristonho.

–Lily...

–Mãe... Continuando, elas gostaram de mim. E eu gostei delas.

–Que bom amor, vamos.

Artemis desceu do carro na frente, a menina pegou a mochila nas costas e seguiu na direção do elevador.

Lily foi a primeira a entrar já se jogando no sofá ignorando as brigas da mãe para que a garota tirasse os sapatos.

–Mãe, posso ligar para o solzinho?

–O que você quer com ele Lily?

–Mãe, tem dois dias que eu não falo com ele.

–Lily pelo amor de Zeus, pensa, ele ta cuidando do bebê dele.

–Mãe.

–Liga, liga. –A ruiva disse antes de entrar no quarto e bater a porta com um estrondo. A menina olhou na direção em que a mãe havia ido, levantou-se e pegou o celular. O numero de Apolo era o primeiro nas chamadas de emergência, ela apertou no botão e no segundo toque havia um voz fina na linha.

–Alô?

A menina engoliu em seco ao lembrar da voz.

–Er... Oi.

–Ah, Lily certo?

–Isso. Apolo está?

–Claro, so um minuto. Apolo pra você. –A menina mordeu o lábio inferior. – Oi princesa, obrigado Alice.

–Oie.

–Oi. Como está?

–To bem. Fui para a escola hoje.

–Serio? Como foi lá amor?

–Foi bem, as meninas querem conhecer você.

–Eu? Porque?

–Porque elas dizem que você é gatinho. –ela riu.

–Oh, muito obrigado amor. –ele deu uma gargalhada alta- Lily depois eu ligo para você querida, tenho que resolver uns problemas aqui.

–Hm..tudo bem. Tchau.

E a ligação foi encerrada. A menina franziu o cenho.

–Falou com ele?

–Sim, mas mamãe eu não quero mais falar com ele.

–O que aconteceu?

–Mãe, ele não gosta mais de mim.

– O que ele te falou?

–Nada mãe. Posso ir tomar banho e dormir?

–Claro, boa noite princesa.

–Boa noite mãe.

A ruiva franziu o cenho ao ver a garota correr para o quarto e fechar a porta, a mulher foi em direção ao fogão, iria fazer um chá para acalmar os nervos e fazê-la dormir rápido.

Ela não entendia o que dera em Lily?Ela não queria tanto falar com o loiro,porque aquela reação, será se aquela víbora que ele chama de mulher havia falado besteiras novamente com a garota? Ah, mas se ela tivesse falado, Artemis não iria se importar se ela estivesse grávida.

Mas apagou esses pensamentos, não podia fazer aquilo.Pela manhã iria descobri o que havia acontecido com a garota. Mas enfim, foi deitar-se e tentar esquecer o que havia acontecido.

[...]

Acordou com o barulho do telefone alto,o barulho parecia ter aumentado de volume. Olhou para o relógio, 04:30, ela apressou-se em chegar na sala e ver a chamada.

Atena.

Franziu o cenho antes de atender.

–O que aconteceu para você ta me ligando as...

–Artemis. Por favor... vem pra cá.

–O que aconteceu Afrodite? Fala logo garota.

–Atena, ela foi...

–Ela foi o que?! –gritou.

–Ela foi violentada.

–Violentada? O que? Como assim?

–Atena ta no hospital, espancaram ela, roubaram as jóias dela e Artemis... –um suspiro e os olhos da ruiva encheram-se d’agua.

–Oh meu Deus, como ela ta?

–Ninguém sabe, foi pela 23:00, 00:00, Artemis.

–O que ela tava fazendo andando sozinha por essas ruas Afrodite?

–Não sei, você pode vir?

–Oh Deus, eu vou dar meu jeito. Me mantém informada.

–Ok.

A ruiva deixou as lágrimas silenciosas descerem por seu rosto, sentou-se no sofá sem saber o que fazer, o sol já entrava pela janela quando levantou o rosto e foi para o quarto.

Iria para Nova York.

[...]

Artemis saiu do saguão do Aeroporto, apenas com uma mala pequena. Avistou Ares ao longe, e correu em direção do irmão que a abraçou forte. A ruiva chorou em seu ombro.

–Como ela ta?

–Ta melhor, acordou pela manhã.

–Vamos para casa, depois vou ver ela.

Ares pegou sua mala e foram em direção do carro que estava por ali.

–De quem é esse carro?

–Afrodite. Vamos.

[...]

A ruiva entrou na casa, aquele ar que tanto adorava encheu-se em seu nariz. Correu para o quarto que era seu, jogou suas coisas em cima da cama, tomou um banho rapido e já descia as escadas. Ares estava encostado na bancada com o telefone em mãos.

–Vamos? –ele perguntou. – Ela acordou novamente e hm...

–Vamos logo Ares.

[...]

No caminho Artemis ligou para Hera, lhe assegurando que Lily ficaria bem com ela. E também ligou para uma das garotas da empresa que disse que estava tudo bem com sua saída. Entrou no hospital quase derrubando algumas pessoas. Seguiu Ares por alguns corredores, até que pararam em uma porta branca.

O moreno abriu e entrou. Artemis o seguiu e sentiu as lágrimas escorreram por seu rosto.

Atena, deitada em um cama, chorava silenciosamente,seu olho esquerdo estava roxo e um pouco esverdeado, sua boc

a cortada os braços enfaixados. Ela encolheu-se quando Artemis pos a mão em seu ombro.

–Atena?

A loira a olhou e soluçou.

–OH minha irmã, como esta?

–Se eu falasse que estou bem, você acreditaria?

A ruiva sentou-se na cama, onde Atena sentou-se e Artemis olhou para o corpo que não estava tão coberto assim. A loira encontrava-se com um top, sua barriga tinha outros panos brancos , a loira encurtou o espaço das duas e abraçou a ruiva e as duas choraram.

–Foi horrível Artemis, eu... eu... ele disse que ia me matar.

–Já passou Atena. Passou. –a ruiva repetia enquanto passava a mão nas costas da loira.

Em questão de segundos a porta foi aberta brutalmente.

Artemis levantou o olhar e Atena tentou cobrir-se para o olhar assustado de Poseidon. O loiro a fitava.

–A-Atena? O que aconteceu?

–Saí daqui, por favor. –a loira disse.

–Não, me diz. Por favor.

–O que está fazendo aqui Poseidon? –Artemis perguntou ao levantar-se.

–Alice entrou em trabalho de parto, e é complicado. Bom, não depois do acidente. É pior. Mas, o que aconteceu Atena?

–Acidente? O que?

–Vai embora Poseidon.

–Poseidon, vem vou te explicar.