Lover Eternal - por Demetri Volturi escrita por Bia Kishi
Notas iniciais do capítulo
Edward sorriu, entrelaçando os dedos nos meus.
— Seja bem vinda a família Cullen.
Eu o abracei, pensando em como era gentil.
“Ah não! mais uma derretida pelo sanguessuga é demais!” – Jacob pensou e eu sorri.
— O que foi? – Edward me perguntou.
— Nada. Um amigo ciumento.
Segurei firme nas mãos do meu pai e corremos pela floresta – era tão estranho para mim. A única pessoa com a qual eu havia feito coisas assim era Demetri. Estar com meu pai era um sentimento totalmente novo.
Paramos ao chegar em uma grande casa de vidro. Aspirei o ar á minha volta e constatei que havia muitos vampiros lá dentro. Muitos vampiros e um humano. Aspirei o ar novamente.
- Preparada? Meu pai perguntou.
Eu não respondi. Não conseguia. Eu não estava preparada e meus olhos lhe disseram isso. Ele sorriu, afagando minha bochecha.
- Não se preocupe.
As palavras foram ditas de maneira tão gentil e ao mesmo tempo com tanta autoridade, que eu não temi mais. Pelo pouco que eu conhecia daquele anjo, ele me protegeria sempre que eu precisasse.
Paramos em frente á escada e eu senti meu coração acelerar. Subimos de vagar. Antes que meu pai colocasse a mão na maçaneta da porta, uma vampira de cabelos curtos e desalinhas abriu e correu em nossa direção. Senti cada músculo do meu corpo se retesar e os tremores começaram.
- Carlisle! Carlisle! Carlisle! - a vampira gritava.
Ela me abraçou, aumentando meus tremores.
- Alice tenha calma! Não a assuste.
Eu agradeci mentalmente quando a criatura estranha afroxou o aperto – eu quase não podia respirar.
No fundo da minha mente, as gargalhadas de Jacob eram debochadas e altas. Pensei em uma maldição qualquer enquanto pensava se o garoto sempre estaria em meus pensamentos.
“Hey! Uma mocinha não deveria pensar coisas assim” Jacob me provocou. “E não se preocupe, essa vampira é louca mesmo” eu sorri. “Ah e por ultimo, sim! São ossos do oficio!”.
Quando parei de prestar atenção ao lobo em minha cabeça, percebi que a vampira ainda me abraçava – como se me conhecesse á séculos.
- Alice dê um espaço para Satine respirar. Logo vamos explicar tudo.
- Não precisa – ela retrucou balançando os braços de um lado para o outro – eu já sei! Eu vi! Vi tudo! Menos ela – ela me olhou com desapontamento – não posso ver nada em relação á ela. um buraco negro. Ela é um buraco negro. Como o cão.
Eu não pude deixar de sorrir. “Ouviu essa?” – eu pensei para Jacob.
- Venham meninas – meu pai falou – vamos entrar e assim poderemos explicar á todos de uma única vez. Satine está cansada e precisa de paz.
Entramos na grande sala envidraçada. Minha mente rapidamente vasculhou a sala – vampiros, muito vampiros.
Uma vampira de cabelos castanhos e olhar doce, caminhou até meu pai. Ele a beijou na testa e eu percebi que eram um casal – uma madrasta! Perfeito! Como se já não me bastasse a companheira de Caius!
- Seja bem vinda querida – a mulher me disse, abrindo os braços.
Ela não me abraçou – como se quisesse que me dar o direito de escolha – mas permaneceu com os braços abertos, o olhar doce e gentil em minha direção.
- Obrigado – eu respondi, me rendendo á ela.
Ela era alta e seus braços se fecharam am volta de mim. Proteção. O que o abraço daquela mulher me fazia sentir era isso, protegida.
Ela deslizou os dedos em meus cabelos e aconchegou meu rosto em seus ombros.
- Sei que deve ser difícil – eu comecei me explicando.
- Não se preocupe – ela me interrompeu – quando a vi passar por aquela porta eu soube que era mesmo filha de Carlisle – ela segurou meu rosto entre suas mãos – qualquer um que olhe em seus olhos. Qualquer um que a abrace, saberá.
Eu sorri.
- Tem o mesmo sorriso e a mesma doçura dele.
Meu pai colocou a mão sobre o ombro de cada uma de nós.
- Alguém vai dizer o que está acontecendo ou vamos ter que adivinhar como Edward e Alice? – perguntou a vampira loura.
Meu pai sorriu.
- Paciência é uma virtude, minha querida Rosalie.
A vampira bufou.
Meu pai segurou minha mão e começou as explicações. Meus olhos vagaram por cada um dos que estavam ali, detendo-se no rosto da humana. Que diabos uma humana fazia ali? Embora as mãos entrelaçadas com o vampiro ruivo denunciassem.
Uma humana de estimação! – eu pensei.
“Na verdade, não é bem isso” – a tristeza na voz de Jacob me fez ir mais fundo. Não era isso. Era pior. Aquela era a humana que eu via nos pensamentos dele. Era a mulher que ele amava. E ela estava ali, nos braços do vampiro. Sentindo as caricias do vampiro.
Um sentimento de entendimento aflorou entre nossa ligação – não era fácil. Jacob tinha seus fantasmas também.
“Sinto tanto” eu pensei.
“Não sinta. Ela está feliz. Fez uma escolha”
- Satine? – eu ouvi lá no fundo – Satine, você sta bem? sente-se bem? – meu pai perguntou.
Eu dei uma sacudida na mente, para afastar um pouco Jacob de lá e clareei a garganta – tudo que eu não precisava era que minha nova família me achasse louca.
- Desculpe, eu estou bem. Só um pouco dispersa, nada mais.
Foi quando eu percebi que todos olhavam para mim – ótimo! A desequilibrada.
- Desculpem novamente. Existem coisas em mim que ainda não consigo controlar. Coisas que ainda não entendo. Minha mente está um pouco confusa, mas eu não sou louca – eu sorri, torcendo para que eles acreditassem.
A vampira baixinha me abraçou novamente, mas desta vez, eu não tive medo. Apenas deixei que me abraçasse e retribui. Eu não estava acostumada a este tipo de contato – ser criada pelos Volturi não era exatamente uma demonstração de carinho diária. Com exceção de Renata e Demetri, eu raramente abraçava alguém.
- Sei como se sente – a vampira me disse – sempre foi assim comigo. Até que aprendi a controlar meus dons. Á propósito, eu me chamo Alice! – ela disse sorrindo.
- Eu prazer Alice, eu sou Satine – eu lhe disse, retribuindo o sorriso.
- Eu sei! Isso não é legal? Uma filha de verdade! Oh meu Deus eu quase surtei quando soube! Carlisle merece!
Eu sorri concordando.
Um a um, os outros vieram me cumprimentar. Primeiro o louco que estava com Alice. Primeiro o que estava com Alice e depois o moreno alto, que estava com a vampira loura. Ele me lembrava Felix.
Rosalie também me abraçou, gentilmente, como se quisesse mesmo me fazer sentir em casa. O dos cabelos acobreados veio meio sem jeito e estendeu a mão, escondendo a humana atrás de si.
- Sou Edward Cullen – ele me disse – seja bem vinda.
Eu sorri.
- Não se preocupe, vê – eu mostrei meus olhos á ele – não mato humanos. Sei que é estranho, mas não sou venenosa também. É uma longa história.
Edward baixou os olhos, envergonhado. A menina humana soltou sua mão e veio mais perto de mim.
- Eu me chamo Bella. Desculpe, é que...
Estendi minhas mãos e segurei as dela entre as minhas, interrompendo-a.
- Não se preocupe. Não é problema algum cuidar de quem a gente ama. E não ofenda, mas eu entendo bem disso!
Bella sorriu e eu a acompanhei.
- Deve estar faminta! – Esme constatou – quero dizer, se você se alimenta como os humanos – ela tentou concertar.
Eu sorri.
- Um café seria ótimo – ou uma vodka, eu pensei.
Esme foi até a cozinha e eu me perguntei porque eles tinham comida humana em casa.
Caminhei meio sem jeito até onde Esme estava.
- Obrigado por se preocupar tanto comigo.
- Bem, é o que uma mãe faz! Não é? – ela brincou.
- Não sei – eu respondi.
Quando as palavras deixaram minha boca eu pensei em como eram verdadeiras – eu não sabia. Não sabia o que era ter uma mãe, nem um pai, nem irmãos. Não sabia o que era ter uma família de verdade. Por mais que eu amasse todos em Volterra, eles não eram nem de longe uma família.
Esme acariciou meu rosto.
- Desculpe querida, não quis ser indelicada, é que este sempre foi o meu sonho. Eu sempre quis ser mãe. Sempre sonhei em ter um filho – seus pensamentos se perderam – o destino não me permitiu. Olhar para você agora, filha do homem que eu amo, é quase como se fosse minha também.
Eu sorri.
- Bem, o cargo de “mãe” está vazio – eu disse focando seus olhos.
Esme me abraçou. Tão doce e ternamente que me fez entender que o cargo não estava mais vazio – eu tinha uma mãe. Uma mãe de verdade. Retribui o abraço.
Depois do café eu me sentei em um banco, nos fundos da casa, olhando o riacho que corria tranqüilo até as montanhas.
Pensei em Demetri. Em como as coisas estariam em Volterra. Em quando eu o veria novamente. Uma sensação estranha permanecia apertando meu coração, por mais que eu estivesse feliz.
Edward sentou-se ao meu lado.
- Perdoe-me. Eu não quis agir como agi. Tenho sido um idiota ultimamente. É que existem coisas com as quais ainda não consigo lidar – os olhos dele encontraram a grama – eu não posso perde-la.
Coloquei minha mão sobre a dele, acariciando sua pele macia suavemente.
- Não se preocupe. Eu entendo. Eu também não quis parecer presunçosa, só quis que entendesse que não vou machuca-la.
Edward sorriu, entrelaçando os dedos nos meus.
- Seja bem vinda a família Cullen.
Eu o abracei, pensando em como era gentil.
“Ah não! mais uma derretida pelo sanguessuga é demais!” – Jacob pensou e eu sorri.
- O que foi? – Edward me perguntou.
- Nada. Um amigo ciumento.
- Jacob Black.
- Como sabe? – eu questionei.
- Não me leve á mal, mas cheira á ele!
Nós dois sorrimos.
Acho melhor eu ir andando – eu pontuei.
- Acho que deveria ficar. Temos um quarto de hospedes e acredite, Esme adoraria arruma-lo para alguém finalmente dormir!
- Bem, seria ótimo, mas acho que preciso caminhar um pouco. Sabe, organizar as idéias.
- Sei como é.
- Edward me beijou na testa e seguiu pela floresta – algo me dizia que iria ver a humana – antes de desaparecer, o vampiro ruivo olhou para mim e sorriu.
- Se precisar de algo como, um irmão mais velho, é só chamar. Eu virei correndo.
Eu sorri de volta.
- Anotado.
Caminhei sem rumo pela noite, deixando apenas o instinto me guiar. Não demorou muito, e avistei a reserva.
Bati suavemente na porta de uma das casas - o cheiro me dizia que ele estava ali.
Não demorou para que Jacob abrisse.
- Sabia que viria.
Eu o abracei.
- Me sinto meio confusa.
- Entre. Pode dormir no meu quarto.
- Não sei se consigo dormir.
- Então podemos ficar acordados juntos.
Eu sorri, apertando seu corpo quente contra o meu.
- Preciso ver se Demetri voltou.
- Então eu vou com você.
- Vai mesmo ficar comigo o tempo todo?
- Todo o tempo que quiser.
Eu sorri e o beijei na bochecha – era como se Jacob fizesse parte de mim.
Chegamos ao hotel no meio da noite. Kate não estava lá. Jacob e eu entramos no quarto e eu tomei um banho. Vesti um pijama de flanela e uma camiseta de alças finas – Jacob estava vendo televisão.
- Vem, deita aqui comigo – ele disse, sinalizando o lugar vago ao seu lado.
Ficamos ali, conversando e rindo dos programas bobos de televisão, até que eu não agüentei mais – meu rosto pendeu em seu peito e Jacob me aconchegou, como se fosse me ninar.
Adormeci nos braços do lobo.
Não sei que horas eram lá fora, porque o dia estava incrivelmente nublado, mas quando a porta se abriu, eu percebi que uma tormenta se aproximava.
- O que significa isso? – a voz do general exigia uma explicação.
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