ANNABETH

Quando cheguei em casa, vi o carro do meu pai estacionado em frente a casa, sinal que ele já havia chegado do trabalho e que eu teria que lhe dar uma longa explicação. Quando entrei vi meus irmãos brincando com seus aviões de brinquedo sentados no tapete no meio da sala. Minha madrasta estava na cozinha preparando o jantar, avistei meu pai sentado na mesa de jantar lendo um livro de pesquisas sobre a guerra civil. Me aproximei dele e o dei um beijo no bochecha ele sorriu e retribuiu.

– Quanto tempo você não me da um beijo Annabeth? A ultima vez acho foi quando vc tinha seus três anos. - Disse ele sorrindo para mim.

E não disse nada apenas o dei um sorrisinho peguei uma maçã e subi pro meu quarto, apesar de uma voz em minha cabeça me dizer que eu deveria contar ao meu pai o que havia acontecido comigo hoje, eu precisava falar não podia ficar com aquilo martelando em minha cabeça. Mas apenas entrei no meu quarto e fechei a porta. Na mesma hora desabei na cama e me senti suja de um jeito que nunca senti antes. Tirei minha roupa e entrei no banheiro. Nem sei quanto tempo fiquei lá debaixo do chuveiro deixando aquela água quente descer pelas minhas costas nem me importei quando vi o meu celular tocando debaixo da minha roupa suja, até que finalmente resolvi sair de lá. Vesti o meu pijama que mais cedo deixei jogado no chão , peguei meu celular em meio as roupas sujas e verifiquei o meu registro. Duas ligações da Thalia e três da minha mãe. Primeiro resolvi ligar para Thalia pois pelo menos ela não ia me fazer surtar e volta para minha casa.

– AONDE VOCÊ ESTAVA?- Perguntou Thalia com a voz elevada até demais. - Fui te buscar e você desapareceu!

– Eu...eu... - Eu tinha que dizer a ela, Thalia era minha melhor amiga e melhor opção.

– Você o que garota? - Disse Thalia me tirando de meus pensamentos.

–Eu.. eu quase sofri um atentado! - Soltei aquilo de uma vez tão alto que fiquei com medo que meu pai escutasse, mas eu precisava falar! Aquilo já permaneceu tempo demais na minha cabeça.

Esperei ouvir uma resposta de Thalia mas nada. O telefone ficou mudo até que ouvi um pequeno grunhido.

–QUEM FOI O TARADO????? ELE FEZ ALGO COM VOCÊ? ELE ENCOSTOU EM VOCÊ? SE ELE TIVER ENCOSTADO...EU DISSE PARA O PERCY FICAR LONGE DE VOCÊ!

–Não eles não fizeram nada...pera.Percy? - Tá agora fiquei surpresa. Por que o Percy tentaria me agarrar? Ah...- Não foi o Percy ,Thalia, aquilo na biblioteca acho que foi só uma brincadeira de mau gosto dele...

– Se não foi ele quem foi? E o que aconteceu na biblioteca? - Disse Thalia ainda com um tom de preocupação na voz.

–Uns caras que me cercaram em um beco. Nada demais...Estou bem. agora eu só quero dormir amanhã te conto o resto.

–Mas...

Desliguei o telefone antes que Thalia pudesse terminar a frase e apenas desabei na cama, me esquecendo até que eu deveria ter ligado para a minha mãe. Mas eu estava tão cansada...E meu sono foi tão profundo que nem tive sequer um sonho...

acordei com o despertador tocando minha música favorita... In the End do Black Veil Brides... gostava tanto daquela música que fiquei lá deitada na cama apenas a escutando, mas daí me lembrei que eu teria que ir a escola daqui a pouco e pela quantidade de vez que meu despertador tocou a mesma música eu estava super atrasada. Na mesma hora dei a louca! Levantei de um jeito tão brusco, que pude ouvir um dos meus ossos estralando enquanto me dirigia para o banheiro.Nem me dei ao luxo de tomar um banho apenas fiz um coque desleixado no meu cabelo que nem tão ruim assim estava e peguei qualquer roupa que vi no armário . Desci e percebi que meu pai e minha madrasta já estavam tomando café. Eu estava morrendo de fome mas compraria qualquer coisa no caminho. Talvez Thalia tivesse aqueles pacotes de emergência de Dunuts em seu porta-luvas.

Fechei a porta gritando um tchau para o meu pai. Thalia estava me esperando do outro lado da rua em seu carro. Assim que entrei no carro Thalia me perguntou o que havia acontecido ontem. Mas eu não queria falar mais daquilo...não agora. Assim que chegamos no campus da escola, me dei o trabalho de ver se estava vindo um carro azul reluzente com um motorista super gato vindo direto em minha direção para roubar minha vida. Bem nada a vista, mas mesmo assim atravessei o campus correndo e fui direto para uma pequena lanchonete que tinha para os alunos fazerem pequenos lanches e já como Thalia havia comido seu pacote reserva enquanto me esperava eu ainda estava morrendo de fome.

Ela estava um pouco fazia... e a atendente estava distraída assistindo animes pela pequena TV pendurada no canto inferior da parede, tanto que eu tive que chama- la para poder perceber que eu estava ali. Pedi apenas uma barra de chocolate e uma pequena lata de Coca. Depois que paguei meus pedidos estava tão distraída saboreando meu lanche-nada-saudável que nem percebi que bati nas costas de uma pessoa derramando refrigerante por toda a parte. Era um garoto. O de olhos azuis e cabelos cor de areia, mas com a pele desfigurada no rosto com uma cicatriz, mas ele parecia não se importar. Primeiro ele olhou para a camisa agora toda molhada e depois pra min. pensei que ele iria me xingar ou algo do tipo mas apenas soltou uma gargalhada.

– Bem, acho que você me deve uma camisa nova.- Disse o garoto em meio as gargalhadas, mas quando percebeu minha expressão de culpa parou de rir e colocou sua mão em frente a minha para um aperto. - Sou Luke, e você deve ser a garota mais azarada desse colégio.

– Como você sabe? - Disse eu agora rindo do jeito que ele se referiu a min.

– Apenas deduzi. - Ele fez uma pausa me olhando como se... estivesse me medindo com uma fita metrica imaginária ou algo do tipo- E acertei. Bem você por acaso tem uma aula agora?

Disse ele me tirando dos meus desnaveios.

– Sim, por que?

–Bem o sinal para sua aula tocou na hora que você acabou com a minha camisa. - Disse ele rindo da minha expressão.

Ai não! Ele estava certo.

Nem me desculpei com ele apenas segui correndo para a sala. Ótimo. Primeiro horário matemática.