Aqueles olhos claros não saiam de sua cabeça, os lindos olhos claros. Foi com esses pensamentos que Clary foi até a casa do seu pai em silêncio, olhando a paisagem que passava pela janela como um filme. Era ridículo ela estar pensando em um garoto que nem sabia o nome, mas ela sabia de uma coisa, ele beijava muito bem. Ela se sentia um pouco promiscua por dormir com alguém e nem saber o nome, mas não tinha culpa de estar bêbada! Afastou esses pensamentos de sua cabeça quando o pai parou o carro, ela pegou sua mala e entrou, entrou para sua casa temporária. E então seu pai entrou e disse “Clary, lembra de seu irmão? Ele voltou da Inglaterra faz um mês.. O Jace.” E então Clary reencontrou com os lindos olhos claros que pensará a viagem toda.

Pelo olhar de Jace ele também me reconheceu. Fiquei bem vermelha e fitei o chão.

–Ah, Oi Jace! Bom pai, vou colocar as coisas no meu quarto ta? Tchau.- Falei e subi correndo as escadas.

Entrei no meu antigo quarto de 11 anos atrás e me sentei na cama para raciocinar. Como não notei que era Jace ontem? Tudo bem que a ultima vez que o vi ele tinha 4 anos, mas eu deveria ter notado.

Eu fiquei com o meu próprio irmão! Ok, ele é meu irmão apenas por parte de pai, mas isso não alivia minha situação. Pensei em ligar pra minha mãe e pedir para que ela me levasse pra África junto com ela, mas ela não aceitaria. E papai ficaria chateado.

Achei melhor deixar essas coisas de lado, comecei a colocar minhas roupas no meu antigo guarda roupa. Meu quarto ainda estava intacto, desde a ultima vez que eu vi. Com as bonecas nas prateleiras, os desenhos que mediam minha altura na parede, se não conhecesse o papai diria que ele preferiu não mexer no meu quarto com a esperança de eu e a mamãe voltarmos. Mas eu o conheço e sei que ele só teve preguiça de reformar o quarto, provavelmente estava muito ocupado com a Melanie, mãe de Jace.

Depois de organizar tudo fui até o banheiro para colocar a escova, o shampoo e outras coisas. E então lembrei, o meu banheiro antigo era ligado ao escritório do papai, e hoje o escritório do papai era lá em baixo então, no que será que dava a outra porta do banheiro? Eu acho que já sabia, mas abri a porta só para confirmar. Sim o destino estava rindo da minha cara, meu quarto e o do Jace eram interligados!

Fechei a porta do quarto de Jace e voltei para o meu, ao chegar no meu quarto vi uma figura loira com ombros largos sentado na minha cama, Jace.

Fechei a porta do banheiro e tossi alto para ele notar minha presença no quarto.

–Ah, Clary certo?- Ele falou com a voz ríspida, fiz que sim com a cabeça-Então, é eu acho que...

–Não quero falar sobre isso!- Disse rapidamente evitando o assunto constrangedor.

–É, só queria dizer pra fingirmos que a noite de ontem não aconteceu ta?- Ele disse sem graça.

–Que noite de ontem?- Falei dando um sorriso pra ele entender que eu entendi o que ele disse.

–Ótimo – Ele sorriu – Prazer, sou Jace, lembra-se de mim?

–Claro prazer sou Clary.

–Bom, já deve ter percebido que vamos ter que dividir o banheiro, Então não entre sem bater!

–Quer que eu bata antes de usar o banheiro?- Ri ironicamente.

–Sim... - Ele deu de ombros.

–Bata você!- Disse brava.

–A visita é você, você é quem deve bater.

–Exatamente, eu sou a visita, você bate. Não vou bater na porta para usar meu próprio banheiro.

–Nosso banheiro!- Ele afirmou.

–Que seja! você que bata na porta. - Falei expulsando-o do meu quarto. Deu um suspiro aliviada, agora estava tudo certo. Meu irmão agindo como meu irmão! Nada de clima estranho, eu espero.

Deu a hora da janta e papai foi me chamar, como a Melanie estava viajando papai pediu pizza.

–Bom, eu espero que vocês se deem bem. Não quero aqueles filhos chatos brigando e tal. – Disse papai para quebrar o clima.

–Fica tranquilo pai, aposto que a Clary me adora. - Jace deu um sorriso malicioso.

–Eu te adoro? Você que me... - Clary iria dizer que ele que a agarrou na festa, mas achou melhor não. - você que me adora!

–Não seja modesta Clary, papai sabe que você me ama. - Ele sorriu.

–Eu não...

–Ok, vocês estão agindo de um modo muito estranho. Sem brigas ok? E Jace, eu separei as suas tarefas de casa com a Clary. Agora ela vai te ajudar a arrumar a casa. - Meu pai sorriu.

–Arrumar a casa?- Disse incrédula – E a nossa empregada?

–Conte a ela Jace.

–Eu saí à noite enquanto a empregada estava aqui, ai ela achou que eu fui raptado ou coisa do tipo, já que ela era louca. Ai minha mãe como castigo disse que não iria contratar outra. – Disse ele com tédio e raiva na voz.

–Ah, agora a culpa é minha que ele aprontou? Ele tem que arrumar a casa sozinho já que a culpa é dele por não termos empregada.

–Fofa você mora aqui agora, tem que ajudar!- Disse ele com um sorriso sínico. E papai concordou com ele. Bufei.

–Falando em ajudar, Clary ajude Jace a tirar a mesa e lavar a louça. – Papai falou se retirando da cozinha.