Era inevitável, andando por aquele salão com sorriso tão falso no rosto ela se sentia doente.

            Haviam decidido assim, ela e Draco, agora era agüentar.

            Como para servir de consolo, seus olhos buscaram pelos de Draco, e lá estava ele, numa mesa repleta de pessoas importantes e de mãos dadas com Pansy, seus olhos encontraram os dele e assim não havia mentiras, ela podia desvendá-lo só de mirar seu par de olhos cinza e soube o quão desesperado ele estava com essa situação e nem havia começado ainda.

            Saber que não era a única sofrendo já lhe servia como um breve consolo, e tendo Gina ao seu lado ao invés de Rony ajudava um pouco mais, porque Rony já os teria interrompido, já haveria de ter puxado-a para longe e dito palavras grotescas, mas Gina não, mas romântica do que nunca ela apenas apoiava a melhor amiga. Assim que deveria ser, era disso que Hermione precisava, de apoio.

            - Já está amanhecendo – Gina alertou tirando-a de seus devaneios.

            - Eu sei – respondeu Hermione de modo automático.

            - Temos que ir – continuou a ruiva.

            - Eu sei.

            - Foi melhor assim – disse arrastando-a para perto de Harry e Rony.

            - Eu sei.

            - Diga adeus – Pansy sussurrou em seu ouvido vendo como Hermione se afastava acompanhada daquela bruxinha pobretona.

            Olhando as pessoas com quem Hermione costumava conviver, Pansy não conseguia entender o que atraíra Draco, não era possível, ela era uma sangue-ruim que só andava com aquela aberração do menino-que-sobreviveu e com a família, pobres, Weasley. Não havia nada que pudesse ter atraído o interesse de Draco, era, inclusive, de se ignorar pessoas como aquelas.

            Mas então, como que para surpreendê-la, ali estava Draco Malfoy apaixonado por aquelazinha. Argh, chegava a ser desprezível, e se não fosse por tudo que estava envolvido – e pela paixão que há anos devotava a Draco Malfoy – ela mesma se sentiria enojada de ter relações com Draco.

            Mas isso não aconteceria, não nessa vida pelo menos. Ainda mais agora que havia se certificado de que tudo correria bem, aquele Weasley apesar de desprezível devotava um amor imenso por Hermione, o que fora ótimo a seu favor, então ele se ocuparia de entreter a mulher que ama enquanto ela se encarregaria de fazer Draco se apaixonar novamente – por ela.

            - Você é doente – Hermione havia lhe dito no primeiro encontro que tiveram após ela descobrir tudo sobre a sangue-ruim com Draco Malfoy.

            Agora sentia vontade de rir, quem havia ganho afinal? Ela, Pansy Parkinson – como se em algum momento houvesse duvidado disso.

            O próprio orgulho Malfoy que corria nas veias de Draco havia ajudado, mas agora isso não vinha ao caso, o que importava era o resultado final, ela e Draco juntos, Hermione sangue-ruim Granger longe de suas vidas.

            Perfeito.

            - Diga adeus, Draco – ela voltou a repetir e ele se afastou.

            - Adeus Draco – ela sussurrou caminhando para fora do grande castelo.

            - Adeus – ele murmurou sem que Pansy ouvisse.

            Foi melhor assim.

            Adeus. 

FIM?