The Maid escrita por Clarice Reis


Capítulo 2
Paranóia.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e por favor, comentem.



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Capítulo 1

Paranóia.


Eu definitivamente estou começando a ficar louca. Dois dias se passaram desde que esbarrei com Scorpius Malfoy e ele por acaso descobriu meu segredo. Por incrível que pareça ninguém ainda veio falar nada a respeito, mas eu sinto como se todos soubessem, é como se cada cochicho, cada fofoca, tudo,fosse a meu respeito. Eu sei, isso é paranóia, mas se coloque no meu lugar, se os garotos dessa escola ficarem sabendo sobre o meu "trabalho", eu vou perder totalmente minha moral e vou ser alvo de brincadeiras até o fim do ensino médio.

Caminhava pelos corredores atenta a qualquer tipo de violação das regras e depois de dar uma advertência a um menino que estava com uma revista de conteúdo impróprio, eu fui até a sala do conselho conferir alguns papéis.
– Presidente? - Chamou o tesoureiro. - As contas do mês passado não estão batendo.
– Como é? Eu disse para tomar muito cuidado ao fazer os cálculos. - Afirmei um pouco acima do tom. - Tudo bem, eu mesma faço isso, pode deixar os papéis em cima da mesa.
Eu tinha uma pilha gigante de papéis que precisavam ser analisados, o trabalho no conselho estudantil está se tornando cada vez mais puxado e o meu tempo livre (que é muito pouco) está se tornando inexistente.

Como hoje é meu dia de folga no café, resolvi tirar a tarde para ficar aqui na escola e adiantar algumas coisas. Estava sozinha na sala fazendo alguns cálculos quando escuto a porta ser aberta. Assim que levantei os olhos quase caí da cadeira, Scorpius Malfoy estava encostado na parede me encarando.
– O que ainda faz aqui, presidente? - Questionou.
– Estou resolvendo alguns problemas.
Um silêncio se estabeleceu entre nós. Eu queria perguntar, queria saber o que ele iria fazer com meu segredo, mas eu tinha medo da resposta.
– Por que trabalha naquele lugar? - Ele perguntou me tirando dos meus devaneios.
Suspirei. Não havia nenhum motivo para mentir.
– Estou ajudando minha mãe a pagar as contas, ela está muito doente e não pode trabalhar e como eles pagam bem, é uma boa forma de levar algum dinheiro para casa.
– Entendo. - Como sempre, sua expressão era relaxada e isso me incomodava muito.
– Olha, se pretende contar, vá em frente. - Ok, eu não estava segura, na verdade isso foi um blefe. - Não pense que vai conseguir fazer chantagens com isso.
– Isso nem passou pela minha cabeça. - Comentou. - Mas por que tem tanto medo que as pessoas descubram? É apenas um trabalho.
– Eu seria alvo de brincadeiras e todos iriam perder o respeito que tem por mim.
– Respeito? Quis dizer medo, não é? - Ele sorriu.
– Que seja. - Revirei os olhos.
– Vou guardar seu segredo. - Meu coração quase explodiu de tanta felicidade ao ouvir aquilo.
– Obrigada.

Depois disso ele foi embora, voltei ao trabalho e só saí da escola quando já era noite. Eu estava me sentindo meio cansada, mas isso é normal, não é? Quando cheguei em casa, depois de tomar um banho, fui estudar, mas minha visão estava embaçada, e eu estava lendo tudo dobrado,então resolvi que precisava dormir um pouco.

Ao acordar de manhã, o mal estar persistia, mas eu não podia ficar em casa, tinha muitas coisas para fazer no colégio e ainda tinha que ir trabalhar depois da aula. O caminho até a escola foi bastante complicado, em alguns momentos eu sentia que ia cair e tinha que me segurar em alguma coisa. Eu sei, é teimosia da minha parte sair de casa nesse estado, mas não é uma virose qualquer que vai me derrubar.

Durante toda a manhã, tentei agir como se tudo estivesse bem. Fiz as coisas normalmente e durante o intervalo, fiquei na sala do conselho revisando alguns papéis.
– Ainda trabalhando, presidente?
– O que faz aqui, Malfoy?
– Eu só estava passando pelo corredor e a vi.
De repente, eu comecei a tossir e ele se aproximou da mesa.
– Está doente? - Inquiriu.
– Não. - Respondi firme.
– Não é o que parece.
– Eu estou ocupada, será que pode me deixar em paz? - Eu já estava começando a perder a paciência.
Ele olhou para os papéis na minha mesa e depois voltou seu olhar para mim.
– Isso é muita coisa, não devia fazer tudo sozinha.
Eu me levantei e no mesmo instante me arrependi, senti uma tontura e quando estava prestes a cair, Scorpius me segurou.
– E ainda quer que eu acredite que não está doente. - Comentou.
Ele estava perto, na verdade perto até demais...
– Me solta. - Falei ríspida. - Eu não preciso da sua ajuda.
– Se é assim... - Sua expressão ficou vazia.

Ele se retirou e eu voltei aos meus papéis. Sabia que tinha sido grossa, mas ele não precisava ficar se intrometendo na minha vida. Depois de concluir, peguei minhas coisas e saí apressada para a estação. Cheguei rápido ao café e depois de me trocar, estava pronta para começar o serviço. Quando ouvi o sino na porta, me virei para cumprimentar o cliente e minha cara quase foi para o chão. O que esse idiota faz aqui? Olhei para os lados e todas as garotas do local pareciam encantadas. Que tipo de brincadeira é essa? Ele só pode estar querendo me provocar, mas não vou dar esse gostinho a ele de jeito nenhum.
– Boa tarde, mestre. - Disse com o maior sorriso que já dei na minha vida.
Observei ele morder os lábios contendo uma risada e aquilo me deixou furiosa. Calma, Rose, se controla. Eu o levei até a mesa e depois de anotar seu pedido fui até a cozinha.
– Rose, você reparou o quão lindo é aquele rapaz que você acabou de atender? - Sarah, minha colega de trabalho perguntou.
– Não é nada demais. - Comentei.
– Como assim? Ele é lindo. -Falou com um olhar sonhador
– É um idiota. - Afirmei.
– Por acaso o conhece? - Questionou.
– Ele estuda na mesma escola que eu.
– Nossa como você é sortuda.
– Nem tanto. - Murmurei.

Depois de levar seu pedido, eu voltei a fazer meu trabalho e a todo instante eu me sentia observada. Ele passou a tarde inteira ali, me observando e eu já estava ficando bastante incomodada com aquela situação.

Quando meu expediente finalmente acabou, eu agradeci a Deus por estar livre, estava saindo quando o vi encostado na parede.
– Por acaso estava me esperando?
– Quero saber até que ponto vai agüentar.
– Não me importo com as suas provocações.
– Eu não estava falando disso. - Ele esticou o braço e sua mão foi para a minha testa. - Está queimando em febre.
– Eu já disse que não preciso da sua ajuda. - Falei com um tom bastante grosseiro.
– Não seja tão teimosa, Weasley. Deveria começar a aceitar ajuda dos outros, garanto que tornaria as coisas bem mais fáceis para você.
Eu ia responder, mas senti uma tontura muito forte e antes de tudo ficar escuro, a última coisa que eu me lembro é de seus braços me envolvendo.

Abri os olhos e ao observar o lugar percebi que estava no meu quarto. Minha mãe estava sentada ao lado da cama e sorria para mim.
– O que aconteceu? - Perguntei.
– Você estava queimando em febre e acabou desmaiando no trabalho, então um jovem muito bonito a trouxe até aqui.
Memórias da discussão que tive com Scorpius vieram a minha mente. Olhei para o meu pescoço constatei que estava usando o cachecol dele.
– Ele é muito gentil, Rose.
Eu assenti.
– Bom, vou deixá-la descansar e nem pense que vai para a escola amanhã, mocinha.

Eu não conseguia parar de pensar no que Scorpius tinha feito por mim, ele foi gentil apesar de eu tê-lo tratado mal e eu sabia que deveria agradece-lo.

Depois que melhorei, fiquei muito feliz de poder voltar a escola. Lily ficou muito preocupada quando eu disse que tinha ficado doente e fez questão de ficar me observando, pois segundo ela eu podia voltar a me sentir mal a qualquer instante. Voltar ao trabalho no conselho me fez sentir renovada, tudo estava bem, mas eu ainda precisava fazer uma coisa. Procurei por todos os lugares da escola, algum sinal de Scorpius até que finalmente o encontrei sentado observando o céu no telhado.
– Malfoy? - Chamei.
Ele me encarou e deu um sorriso.
– Está se sentindo melhor, presidente?
– Sim. Eu já estou bem melhor.
– Fico feliz em saber.
– Malfoy, eu queria te devolver isso. - Falei estendendo uma pequena sacola com o cachecol. - E também te agradecer por ter me ajudado. Se tiver alguma coisa que eu possa fazer para ter compensar...
Ele me encarou malicioso.
– Seja minha empregada particular por um dia.


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