Jovens e Heróis II escrita por Gistar


Capítulo 17
Esperança




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“Eu nunca achei que você fosse boba

Mas querida, olhe para você

Você tem que se levantar, carregar seu próprio peso

Estas lágrimas não vão a lugar algum, baby...”

Eu me sentei novamente no sofá e esperei que eles começassem as explicações.

– Como Esme disse, – Carlisle começou – nós sabemos que Charlie soltou Laurent e podemos ajudá-lo para que as consequências não sejam muito ruins quando isso vier à tona.

– Como vocês sabem disso e como podem ajudar? – perguntei. Realmente eu duvidava muito que alguém pudesse fazer algo contra a sociedade.

– Nós somos agentes da Interpol, Bella. – ele me mostrou o distintivo.

Interpol? Será que a sociedade tem agentes infiltrados lá também?

Ele pareceu perceber minha desconfiança, porque respondeu em seguida.

– Não se preocupe, nenhum dos agentes trabalhando neste caso são americanos, então não há nenhuma possibilidade de serem membros da Skull & Bones. Você está segura conosco Bella.

– Então vocês sabem da influência da sociedade na polícia?

– Acho que nós sabermos sobre o seu pai responde à sua pergunta.

– Então porque ainda não fizeram nada?

– Não é assim que as coisas funcionam, Bella. – Esme respondeu – Nós precisamos de muitas provas e testemunhas. Temos algumas provas, mas as testemunhas sempre acabam desaparecendo...

Mortas, você quis dizer. – respondi – E eles vão me matar também se souberem que estou conversando com vocês.

– Não se preocupe Bella, ninguém sabe que eu sou da Interpol. O meu disfarce de professora da Universidade é perfeito.

– Eles são espertos Esme, vão acabar percebendo se continuarmos nos encontrando.

– Não vão! – Carlisle intercedeu – Nós temos um plano para pegá-los.

– Ótimo! E o que estão esperando? – perguntei sem entender porque eles já não estavam fazendo algo pra acabar com aquela corja.

– Precisamos da sua ajuda, Bella. – Esme disse.

– O que vocês precisam saber? Sou nova na sociedade e não sei muita coisa sobre ela, seria melhor se pedissem ajuda para um dos seniores.

– Não é isso Bella. – Esme negou – Nós sabemos sobre a sociedade. Sabemos que James é um membro e por isso escapou da pena de morte. Que eles ajudaram na sua fuga e estão escondendo-o. Sabemos que foi a sociedade que planejou o sequestro da sua escola para pressionar o seu pai que se negou a libertar Laurent. Sabemos que eles ameaçaram você para que convencesse o seu pai a libertá-lo.

– Então eu não estou entendendo. Se vocês sabem tudo sobre a sociedade, como eu posso ajudá-los?

– Nós precisamos que você descubra onde eles estão escondendo James e Laurent. – respondeu Carlisle.

– Eu não posso fazer isso. Eles nunca vão me dizer, eu sou a última pessoa pra quem Luke vai contar isso.

Os olhares que eles me lançavam diziam outra coisa.

– Bella, você é a única que pode fazer isso. – Esme falou.

– Porque eu? – perguntei.

– Nós soubemos que Luke tem um interesse especial em você. – Esme respondeu.

– Então é isso? Vocês acham que só porque Luke quer me levar pra cama, ele vai me contar onde o James está? Não acredito que vocês estão me pedindo pra fazer isso! – disse e já estava me arrependendo de ter ficado.

– Bella querida, nós jamais lhe pediríamos isso. – Esme falou. – Tudo o que você precisa fazer é ganhar a confiança dele e convencê-lo a lhe dizer onde James e Laurent estão.

– Eu não posso fazer isso, Esme. Eu simplesmente não vou conseguir. É impossível!

Esme se levantou e sentou ao meu lado no sofá.

– Se você não conseguir Bella, nós nunca vamos pegá-los e você, seus amigos e sua família nunca terão paz, nunca se livrarão deles. Nós estamos te dando uma chance, Bella, uma chance de terminar com tudo isso e salvar seus amigos.

– Eu não posso. Eles vão descobrir que eu estou traindo a sociedade e vão me matar.

– Bella, eles só vão descobrir se você contar a alguém.

– Se eu aceitar participar desse plano, eu não vou poder contar a ninguém? Vou estar... sozinha?

– Sim, Bella. Se você contar a alguém vai arriscar jogar tudo por água abaixo. – respondeu Carlisle.

– Bella – Esme começou – Querida, eu sei que isso é muito difícil para você, arriscar a sua vida e a das pessoas que você ama. Mas eu sei que você pode fazer isso. Eu não te pediria isso se não tivesse certeza de que você é capaz. Acho que você mais do que ninguém quer terminar com isso e colocar essas pessoas na cadeia onde é o lugar delas. Pense bem Bella, eu sei que as consequências desse plano vão ser ruins se ele der errado, mas pense que se ele der certo, tudo isso, todo o seu sofrimento vai terminar.

Eu queria muito isso. Sentia-me de alguma forma culpada porque Charlie estragara tudo e sentia que eu tinha que consertar aquilo. Eu devia isso aos meus amigos, devia isso ao Jake e ao Mike. Agora eu tinha uma oportunidade para fazer isso, para acabar de vez com aquela Irmandade da Morte. Eu tinha medo, muito medo. Eu sabia que se aceitasse participar daquilo seria tudo ou nada. Mas eu sabia que não havia outro jeito. Embora Edward insistisse que havia outra forma de sair dessa, eu sabia que ele apenas estava lutando contra o desespero e o fato de que nunca conseguiríamos ser livres sem ajuda. E agora eu tinha uma, mas eu teria que fazer isso sozinha. Sem a ajuda dos meus amigos, sem o apoio de Edward. Eu não sabia como fazer isso, ou se eu iria conseguir, mas eu estava desesperada e tinha que tentar.

– Tem razão Esme. Eu quero terminar com isso, vou fazer o que puder para ajudar.

Esme sorriu e me abraçou.

– Que bom, Bella. Tenho certeza que vai dar tudo certo. Você é uma garota forte e determinada quando quer alguma coisa.

– Mas vocês vão ter que me prometer que se... acontecer algo comigo ou se der errado, vocês vão proteger minha família e os meus amigos.

– Não se preocupe Bella, nós vamos ficar de olho em todos. – afirmou Carlisle.

– Agora Bella, é importante que ninguém saiba do nosso plano, ele é o mais importante de tudo. Não importa o que aconteça, você deve colocá-lo sempre em primeiro lugar se quer que ele dê certo, entendeu?

– Entendi, Esme. Eu não vou esquecer isso. Mas se ninguém vai saber do plano, como eu vou explicar a Edward e aos meus amigos a minha... amizade com o Luke? Eles sabem que o odeio e vão desconfiar.

– Eu tenho certeza de que você é capaz de lidar com isso Bella, e quando tudo isso acabar eles saberão o motivo de você ter feito o que fez e a perdoarão.

É claro que esse plano tinha falhas. Eu não sabia até onde eu teria que ir com o Luke para conseguir as informações e temia que se eu fosse longe demais, acabasse perdendo Edward para sempre.

– Para que tudo dê certo, - ouvi Esme continuar - só vamos nos falar novamente fora da Universidade quando você conseguir as informações de que precisamos. Até lá, ninguém pode desconfiar que a nossa relação vai além da de professora-aluna, certo?

– Certo. O que eu faço quando tiver as informações?

Ela pegou um dos livros e me estendeu.

– Fique com esse livro e quando tiver as informações, me devolva. Assim eu saberei e ninguém desconfiará de nada.

Eu peguei o livro.

– Alguma pergunta?

Eu ergui os olhos do livro e olhei para Esme.

– Precisa ser o Luke? Não tem outra pessoa que possa dar essa informação? – perguntei, ainda com um fio de esperança.

– Você não gosta dele. – Esme disse e não era uma pergunta. – Mas infelizmente não há outra pessoa mais suscetível a nos fornecer esta informação.

– É como nós dissemos Bella, se houvesse outra forma jamais lhe pediríamos isso. – afirmou Carlisle.

– Ok. Eu vou conseguir essa informação. – disse determinada.

– Todas as nossas esperanças estão com você, Bella. – Esme disse.

Eu saí da casa de Esme segurando a bolsa com os livros que pedira e o que ela me emprestara e que me acompanharia até eu conseguir as informações de que precisava.

Ouvi um estrondo e olhei para o céu onde as nuvens negras avançavam ameaçadoras. Era como eu me sentia agora, como se tivesse que atravessar nuvens negras de tempestade antes de ver novamente a luz do sol e respirar o ar limpo.

A chuva começou a cair e eu apressei o passo, mas ela acabou me pegando antes que conseguisse entrar no campus. Era uma chuva fria e eu tremi quando fiquei molhada, mas isso não me importava. Agora eu tinha esperanças de que havia encontrado um caminho para a liberdade e aquele meu sofrimento não ia durar muito.

Porque nada dura pra sempre, nem mesmo aquela chuva fria de novembro.


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