Divergente's Refúgio - Interativa escrita por MaryDuda2000


Capítulo 37
Análise


Notas iniciais do capítulo

Demorei?! Mais ou menos, porém aconteceram tantas coisas nessa semana que não tive tempo nem cabeça para escrever, devido a alguns problemas pessoais.
Bem, desejo um Feliz Natal a todos! Creio que postarei no mínimo um capítulo antes do Ano Novo.



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POV Lucy

Não entendi muito bem o porquê Caleb queria ir até a fazenda da Amizade, até então elucidar-me com a história de um colega que também era da Abnegação antes do teste e se transferiu para a Amizade. O modo como ele falava era com tal convicção que nem mesmo passou-me pela cabeça que já estávamos nos aproximando da fazenda.

Sua ideia era saber se Estela o conhecia e quem sabe Robert, nome do amigo dele e de Tris, poderia nos ajudar passando informações do que Jeanine tinha em mente. Com certeza, era uma ideia válida, contudo ainda não muito boa. Quero dizer, Caleb era inteligente e sabia o que poderia contar com esse tal “amigo”, mas cá entre nós, esse nome hoje em dia me causa um arrepio, assim como me lembrar de Alek me faz querer quebrar o pescoço daquela vadia. Mas tudo bem! Ela terá seu fim por ser uma porca traidora e eu terei a honra de efetivar isso.

Um barulho grotesco ecoou e interrompeu por completo as palavras de Caleb. De imediato, puxei-o para trás de uma árvore, que por sorte possuía um tronco largo o suficiente para nos ocultar. Um caminhão estacionava aos calmamente na larga garagem de gramíneas.

– O caminhão! – exclamou Caleb num sussurro próximo a minha nuca, fazendo-me arrepiar dos pés a cabeça – Devem ter vindo buscar suprimentos para a cidade.

– Suponho que sim – murmurei. Por sorte, puxei a visão de minha mãe em ter exatidão em visualizar perfeitamente as coisas, por mais longe que estejam. Digamos que num raio de trinta e poucos metros, talvez. Lógico que a distância entre nós e a fazendo não passava de vinte. A forma de um rapaz alto de cabelos curtos ou claros demais sobre a pele pálida passou vagarosamente pela janela, voltando-se a encarar o “vazio” onde, afastados, eu e Caleb nos encontrávamos. – Acho que deve ser o tal de Bryan que a Estela falou. O primo dela.

Não muito custou para que a mesma passasse próxima a janela, carregando um cesto com diversas frutas em seu interior. Seus cabelos estavam presos em um rabo de cavalo frouxo, como de costume, contudo, dessa vez, jogado para o lado, a fim de cobrir uma menção em tom roxo em sua face. Sem sucesso a sua tentativa!

– O que aconteceu com o rosto dela? – perguntou Caleb, novamente em sussurro. Como visto, ele realmente não precisava de óculos como os eventuais membros da Erudição costumam usar.

– Não faço à mínima ideia. – falei em uníssono. Na realidade, o modo como Estela se posicionava em relação ao primo, leva a qualquer um imaginar que de fato, Byan teria batido nela. Não duvido nada! Ela mesma tinha dito que não era para vir aqui quando o caminhão ou Bryan estivesse. Nesse caso, ambos estavam acontecendo – Acho melhor voltarmos mais tarde, Ca! – eu realmente não sei desde quando comecei chamá-lo assim, mas... Er... Esquece!

– Talvez! – refletiu um pouco, hesitou, porém falou em menos de vinte segundos depois – Vamos logo, antes que nos percebam.

Assim que “Bryan” e Estela afastaram-se novamente da janela e notamos que nenhuma atenção dos víveres da fazenda estava para a região em que nos encontrávamos, viramos cautelosamente, propostos a sair o mais rápido possível dali.

POV Scott

Alice está... Bem... Simplesmente... Diferente! Não sei bem como dizer isso. Seu olhar tem estado pouco mais preocupado que de costume. Sinto não ter passado mais tempo com ela nesses últimos dois dias. Quero dizer, ela ficou ao meu lado o tempo todo enquanto eu quebrava a cabeça com aquele pen drive, porém não acho que tenha sido justo com ela.

Agora a misteriosa morte de Josh! Sarah e Violet estão agindo o mais calmamente possível. São pequenas, contudo sabem o que está acontecendo e parecem ter aceitado tudo bem. Já o restante de nós, durante o dia, dispersa por ai e volta ao anoitecer com mais notícias.

– Oi?! – disse baixo próximo a Alice. Nem eu mesmo sei se queria que ela escutasse ou respondesse, mas assim o fez.

– Oi!

– Tudo bem? – solucei.

– Estou! Bem, pelo menos eu acho, né?! – soltou uma risada frouxa.

– Entendo... Está preocupada com Sarah, não é?!

– Também. É... Tudo isso!

Fiquei imediatamente de pé e a puxei pelas mãos, fazendo ficar defronte a mim na mesma posição. Seus fios loiros bagunçaram, caindo um tanto sobre os olhos outros sobre os ombros, o que a fez rir.

– Vamos?

– Onde, posso saber?

– Não! Não pode!

Ok, ok! Eu não fazia a mínima ideia de onde eu poderia levar Alice nesse exato momento para lhe fazer feliz, porém isso não me importou muito. Ela já estava rindo e suas bochechas coraram um pouco. Na verdade, acho que as minhas também, logo que minha mão começou a suar, no entanto nenhum de nós soltou. Continuamos andando unidos, o que para mim foi uma “surpresa”.

POV Rose

– Eu simplesmente não acredito! – bufei coçando histericamente os cabelos. Bem, eu tinha acreditado, tinha que tentar.

– Se acalme, Rose! – Tanner segurou meu braço, um tanto forte demais. Puxei na mesma hora, o que deixou uma marca não muito bonita.

– Me acalmar? Josh morre e todos ficam abalados. Mas você não! Que frieza!

– Não é isso, só estou falando que...

– Que nada, Tanner! Estava tudo ótimo nesses últimos dias. Até demais!

– Mas o que você...

– “Quer falar” – completei – Você está simplesmente mudado. Não sei porque, porém sinto isso.

– Por favor, Rose. Fica calma!

– Eu estou calma! – gritei. Esse era o sinal completamente oposto ao que se espera, correto?! Mas... – É que... Não sei o que falar. Está tudo acontecendo muito rápido e eu não gostei do modo como você falou de Clary.

– Como eu falei?

– Está defendendo ela com todas as forças como se tivesse certeza que não foi ela quem o matou. – respirei e logo continuei sem deixar que ele sequer comentasse – E ainda por cima você vem em seguida começar a me criticar quando digo que pode ter sido Katherine ou Alek? Por quê? Isso é...

– Eu só estava tentando expor um lado diferente na situação. Por mais que Katherine não seja uma boa pessoa, ainda sim... – interrompi imediatamente.

– Você gosta dela e acredita que mesmo ela tendo se juntado a Robert e sua gangue pervertida que quase me matou junto com Bruce há pouco tempo, ela pode estar sendo acusada injustamente dos atos do “vulto”. Quem você acha então que é o vulto, hein?! Lena? Raven? Dean? James? Kylie? Quem sabe até Alyssa? Bem, do jeito que você fala ou melhor, AGE pode ser qualquer um menos sua ex que quer ver todos mortos para te ter como um cachorrinho atrás dela novamente! – desembestei tudo de uma vez. Briga irracional?! Talvez, mas só eu posso dizer o quão Tanner estava diferente e depois de escutar ele falando a manhã inteira o seu ponto de vista sobre tudo e todos, isso me deixou irritada. Muito mesmo!

Narrador

– Opa! As coisas realmente não estão muito boas hoje! – proferiu Luke, seguindo Mia. Por mais que ambos estivem em um relacionamento atualmente, isso não era motivo para que estivessem o tempo todo de mãos dadas, beijando-se a todo instante dizendo em seguida “eu te amo”. Bom, pelo menos era isso que acreditavam.

– Aham – concordou Mia, vendo Rose esbarrar em seu ombro sem nem mesmo olhar para trás enquanto deixava Tanner ao longe parado, sozinho, estando a bochechas de ambos vermelhas e os olhos de raiva, não só com o outro como consigo mesmo. Isso era possível perceber em diversos ângulos!

– Por que será que... – Luke parou de falar no mesmo momento que viu o sinal de Mia com a mão – O que foi? – murmurou.

Ao contrário do que o rapaz imaginava que ocorreria em seguida, como Mia sair correndo e ele ter que tomar fôlego para alcançar a pequena, ela somente virou-se, dando nada mais que quinze passos e olhando uma cena curiosa, não muito longe de onde se encontravam.

Lucy e uma garota, que curiosamente não era Alek, estavam numa briga constante onde não se podia reconhecer quem batia e quem apanhava. Sendo talvez mais preciso dizer que ambas estavam praticamente medindo forças de punho e não se estapeando ou brigando de verdade.

– O que está acontecendo aqui? – perguntou Luke ao se aproximar como se visse a coisa mais normal do mundo. Encarou por uma fração de segundo Caleb que estava um tanto afastado.

– Acho melhor pararmos agora. – a ruiva riu. Lucy assentiu.

– Isso por acaso foi uma... Brincadeira?! – indagou Mia um tanto incrédula.

– Mais ou menos. – Lucy também se demonstrava desconfiada, o que despertou ainda mais curiosidade dos demais.

– Sou Samantha! – sorriu a ruiva, estendendo a mão para cumprimentar Luke, entretanto, o olhar de Mia foi o bastante para que a mesma a abaixasse em seguida.

– O que foi isso? – questionou Mia.

– Eu e Lucy já nos conhecemos há um bom tempinho – riu – Tentei lhe surpreender, mas ela me derrubou e então começamos a “brigar” – fez o sinal de aspas com os dedos.

– Também, você queria o quê? – Lucy acabou de arrumar os longos cabelos lisos e os jogou para trás, colocando as mãos na cintura em questionamento – Nem lembro de você direito e do nada você pula em cima de mim.

– É! Esqueci o quão você é desconfiada! – revirou os olhos – Pois bem! Vamos?! – Samantha tocou os ombros de Mia e Lucy que se entreolharam. A ruiva simplesmente deu de ombros de seguiu em frente saltitante.

– De onde você conhece a Louca? – perguntou Luke.

– O pai dela era amigo do meu pai na Franqueza.

– E vocês são colegas? – Caleb tentou diminuir o máximo a relação de ambas.

– “Conhecidas”! – Lucy deu de ombros, segurou a mão do rapaz e saiu, deixando Mia e Luke sozinhos novamente.

POV Helena

Josh! Ai! Mais um parente se foi! Tudo bem que eu não ficava colada com aquele idiota, mas mesmo assim ainda era meu primo e ver que ele, o único que ainda tinha por perto da minha família, morreu pelas mãos de uma desgraçada como a Clarissa que além de se fingir de santa é sobrinha de Jeanine me deixa ainda mais raivosa.

Não sei como, mas eu tenho certeza absoluta que foi ela. Aqueles cortes na roupa e arranhões no pescoço não são nada. E daí que suas unhas sejam pequenas? Josh podia muito bem ter lutado com ela anteriormente dela o atingir. Uma facada no ombro! Golpe perfeito para ele caso estivessem lutando.

Pode parecer loucura, porém eu simplesmente me recuso a acreditar que isso tenha sido algo de Katherine ou Alek. As duas podem ser umas vadias irritantes que dá vontade de quebrar em milhões de pedaços cada osso daquelas peles flácidas, mas não seriam burras o suficiente para deixar Clary viva.

– Olá! – uma ruiva sorridente tocou meu ombro. Instantaneamente me virei e deferi um soco em sua face. Ao mesmo momento seu nariz ficou vermelho, porém não sangrou – Um “desculpa” seria aceito, ok?!

– Ninguém mandou você chegar assim do nada.

– Ai, foi mal! – ela encostou as costas na árvore a minha frente – Por acaso alguém morreu para você estar tão nervosinha assim?

– Sim. Foi você quem matou? Senão, suma da minha frente!

– Aquele loirinho?! – ela mexia na unha, quando se surpreendeu com minhas mãos em torno de seu pescoço, pressionando-a contra a árvore.

– O que você sabe sobre isso? – bufei.

– Calma! – ela pediu tentando retirar minhas mãos antes que minhas unhas perfurassem sua garganta. Seu rosto ficava vermelho aos poucos – Eu... – gaguejava – Vi um vulto.

– Tá de parceria com a Clarissa também, ruivinha?! – apertei ainda mais quando enquanto sua respiração ficava descontrolada. Ela chutava minhas pernas, porém a pequena dor física parecia se misturar a minha indignação nada vez mais.

– Nem sei quem é. – tentou respirar – Eu vi um rapaz no chão já e um vulto.

– E a menina? Hein?! Uma garota de cabelos castanhos cacheados? Viu? – ela simplesmente negou com um movimento brusco com a cabeça, sendo que se eu não a tivesse soltado, teria partido em dois seu pescoço – De onde você vem? – perguntei sem nem mesmo olhá-la, recompondo-me.

– Eu fui exilada do outro acampamento. Me falaram que era para procurar abrigo com os “perdedores” de Quatro. Você os conhece? – inquiriu rouca.

– Do bando de piriguetes de Katherine? – ela sorriu e assentiu – Mais algum recado? Seu amiguinho Dimitry também está no grupo, vive andando para cima e para baixo com Reyna. Quem sabe eles te aceitem?! Aliás, só mais uma pergunta: seu nome é?

– Tá bom! – respirou fundo – Vamos com calma! – revirei os olhos. Essa é a única palavra que ela sabe?! Calma?! – Sou Samantha. Fico feliz em te conhecer...

– Helena – retruquei.

– Quanto a Katherine, depois que Robert sumiu...

– Ele morreu! Luke o matou! – interrompi fazendo sinal para que continuasse.

– Ela assumiu o comando e tem um plano de matar todos vocês em breve, mas não sabe quando. Alek é agora o seu braço direito. Não nos demos muito bem, então ela me pôs para fora e disse para procurar abrigo com os “perdedores” de Quatro.

– Ok, ok! Agora chispa daqui em cinco segundos ou... – não foi preciso eu continuar. Samantha já estava se afastando vagarosamente, mas em passos largos e firmes.


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Notas finais do capítulo

Gente, estranha essa briga de Rose e Tanner, não é?! Bem, casais rs Nem tudo são flores!
Desafio da música. Já sabem, né?! (sem ser o próximo capítulo, o outro, assim terão bastante tempo para pensarem na música).
Bem, até o próximo! rs