O Guardião e a Raposa escrita por Nemui


Capítulo 3
Pesadelo ou...


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna! Eu sei que deveria ter trazido esse capítulo ontem mas não deu tempo...estou tendo aulões a noite para um simulado do ENEM...
Por isso demorei um pouquinho...mas um dia a mais de curiosidade não mata ninguém não é mesmo?! :D
Espero que gostem e quero ver os comentários heim U.U
Jya ne!



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– Miyuki! Pare de jogar neve no seu irmão! – Gritei me aproximando de Miyuki, uma menina de cabelos rosados compridos de 8 anos e de seu irmão Arashi, de 6 anos com um cabelo azulado curto.

– Yuki! Não precisa ser tão rígida com eles, sabe que são crianças... – Uma voz conhecida se aproxima de mim e das duas crianças, hum homem mais alto que eu de cabelo esbranquiçado e comprido.

– Se eu não fizer nada esses dois vão acabar se matando um dia! – Digo pegando Arashi no colo.

– Mamãe, quando é que vamos ver o vovô? – Arashi me perguntou com uma cara de cachorrinho pidão.

– Isso é com o seu pai... – Coloco ele de volta no chão.

– Talvez em duas semanas vamos poder pegar o vovô sem nenhum compromisso, ele está quase entrando de férias agora que seu tio vai ficar no lugar dele. – O homem ao meu lado se agacha e bagunça um pouco os cabelos do pequeno, que sorri e no mesmo instante corre para perto da irmã jogando um jato d’água nela.

– Arashi! Você vai pagar por isso! – Miyuki se irrita e começa a correr atrás do irmão com uma bola de neve na mão.

– Que sorte não é?! – Ele falou se erguendo novamente, passa o braço direito ao redor de meus ombros e eu deito minha cabeça sobre seu peito.

– Tenho que concordar, nunca pensei que teria uma família assim... – Digo sorrindo e percebi que minhas bochechas estavam quentes, eu devia estar bem vermelha.

– Yuki... – Ele chama meu nome em um tom suave e gentil, olho em sua direção e nossos rostos começam a se aproximar.

– Ame... – Sussurro e nossos lábios se tocam...

............

– ALGUÉM ME AJUDE! – Gritei me levantando da cama, olhei ao redor e eu estava novamente no quarto da casa de Ame, mas tinha alguma coisa errada, eu estava numa posição normal e com uma coberta grossa acima de mim. – “Mas de onde veio isso?!” – Pensei me distraindo do sonho que acabei de ter, olhei para a porta e a encontrei semi aberta, isso é mais suspeito ainda, o mais estranho é que minha boca estava com uma sensação boa e ao mesmo tempo triste.

Tentei me distrair disso saindo da cama e arrumando tudo, mas o sonho e aquela sensação não saíram da minha cabeça, vesti a mesma roupa de ontem – é a única que eu tenho mesmo – fui direto pra sala e percebi que ainda era bem cedo, o sol estava começando a iluminar o céu e por mais estranho que pareça, a chuva ainda não tinha parado.

– “Ótimo! E agora? Ainda vou ter que ficar presa aqui?!” – Me perguntei olhando pela janela que tomava a parede quase toda.

– Você acordou mais cedo do que eu esperava. – Congelei só de ouvir aquela voz cheia de indiferença.

– B-Bom dia pra você também... – Digo tentando não lembrar de nada do que eu pensei antes – tarde de mais.

– O café da manhã já está posto, se quiser se servir fique a vontade. – Eu me volto para a mesa atrás do sofá e mais próxima da cozinha.

– Você... – Fico impressionada com aquilo, seria praticamente um café colonial lá em casa, pães, bolos, frutas, café, chá, leite e chocolate quente tudo numa só refeição.

– Eu já comi então não se preocupe comigo. – Diz folheando um jornal na exata posição de ontem.

– “Ele nunca sai do lugar?!” – Me pergunto, olhei no relógio de parede redondo na parede da cozinha e vejo que já são 9:30 da manhã, eu tinha que voltar logo pra casa antes que minha mãe desse um treco e metesse investigadores no mato pra me procurarem.

– Você... – Ouvi Ame novamente com o mesmo tom de indiferença. – Não tá com uma cara muito boa, não dormiu direito?! – Ele perguntou no mesmo tom me olhando sem nenhuma expressão definitiva, mas parecia uma cara de quem não liga pra nada.

– M-Mais ou menos... – Disfarço. – Não tenho o costume de dormir fora de casa. – Explico me sentando a mesa enquanto admiro os detalhes da louça que ele usa.

– Que estranho...que eu saiba as Raposas da Chuva não tem o costume de viver muito em casas por isso preferem amplos espaços, achei que fosse por isso que sua casa ficasse no meio de um campo. – Ele folheia novamente o jornal, aquela cara já estava me deixando irritada.

– S-Sim é verdade, mas nem todas são assim, não herdei esse jeito curioso da minha mãe, mas acho que sou mais reservada assim como meu pai era. – Comento e sem que percebesse, uma imagem de meu pai surgiu em minha mente, da última vez em que o vi, ele estava servindo à Capital como General, ele não era uma Raposa da Chuva, mas era muito querido por elas.

– Seu pai...não era uma Raposa? – Agora mostrando interesse, ele olha pra mim surpresa – sim eu sou uma mestiça e daí?! – fiquei com raiva no mesmo instante.

– Não quero falar sobre isso. – Falo me segurando para não perder o controle.

– Desculpa, não queria me intrometer. – Ele diz voltando a olhar para o jornal, terminando o café da manhã, a chuva diminuiu e o gelo estava derretendo. Dando 11 horas já estava me arrumando para sair, agora que o céu já estava limpo e só algumas gotas caíam das calhas da casa.

– Obrigado por me acolher na sua casa, desculpe o incomodo. – Falo educadamente antes de sair.

– Não foi incomodo nenhum, foi até algo bom ter alguém pra conversar por um momento. – Ele sorri gentilmente, devo ter ficado vermelha na mesma hora.

– Então...tchau... – Viro as costas me despedindo dele, saio da casa e começo a rumar meu caminho.

– Espero poder te ver outra vez! – Escutei ele gritar isso depois de uns 30 metros de distância entre nós.

– Quem sabe?! – Respondo, por algum motivo – não perguntem – me senti mais tranquila com ele dizendo aquilo.

Mais dois dias se passaram e eu finalmente cheguei em casa, entrei e gritei.

– Cheguei! – Avisando a minha mãe que não precisava mais ficar que nem uma louca.

– Yuki! Até que enfim! – Ela pulou em mim num abraço beeem apertado, pensei que meu coração fosse sair pela boca.

– M-Mãe! Tá me esmagando! – Falei torcendo para não perder o fôlego. Ela pode ser bem desesperada as vezes.

– Mas você demorou de mais nessa viagem. O que houve? – Aquela cara de preocupação não vai sair dela até que eu explique tudo, mas tenho um certo receio de contar que eu fiquei uma noite na casa de Ame – ela vai surtar.

– Eu avisei que levaria 5 dias pra voltar. – Tento cortar o assunto na esperança de que ela esquecesse disso.

– Mas você sempre leva menos tempo do que diz em suas viagens. – Ela começa a suspeitar. Me dirijo para a sala. – Então encontrou o ladrão das redondezas?

– Nada! Encontrei uma vila abandonada que chove gelo, tive que esperar uma noite e até quase meio dia pra que a chuva passasse. – Me jogo no sofá.

– Agora eu entendi. – Ela leva alguns segundos para entender que eu acabei de voltar de uma viagem longa. – Garota sai já do sofá e vá tomar um banho.

– To indo! – Me levanto e vou imediatamente para o banheiro, acho que levei uma hora lá dentro. – “Eu tinha mesmo que esquecer uma roupa pra me trocar não é?!” – Reclamo em pensamento, me enrolo na toalha, deixo o cabelo preso em um coque e abro a porta.

O coque sempre me deixa desconfortável por causa das orelhas, mas no momento não tenho outra opção. Sai do banheiro e escutei alguém falando com minha mãe na sala, voltei minha atenção para lá e minha espinha gelou – travei completamente.

– Tenho certeza de que ela vai ficar surpresa com isso! – Minha mãe falava em tom meloso e alegre. Ame estava ao lado da minha mãe sentado no sofá conversando com ela, extremamente sério ele parecia ter vindo me desafiar novamente.

Antes que pudessem me ver corri para o quarto, meu coração e respiração estavam mais acelerados que nunca e eu continuava gelada pelo susto.

– “S-Será que ele me viu?!” – Pensei enquanto sentia meu coração quase parar e acelerar num segundo.

– Yuki! Tem visita pra você! – A voz alegre e fininha da minha mãe me deixou com mai raiva ainda. A possibilidade dele ter me visto de toalha deixou meu rosto vermelho – completamente vermelho!

Tranquei a porta do quarto, corri para o guarda roupas e peguei um short jeans e uma camiseta amarela clara, vesti e saí do quarto imediatamente.

– Mas o que você tá fazendo aqui? – Perguntei de cara, eu realmente não quero papo com ele. Fui em direção à sala, só o sofá ficou entre nós.

– Boa tarde pra você também! – Ele solta um sorriso irônico – dejavu ao contrario, fui eu que dei bom dia pra ele da última vez.

– Ainda não me respondeu. – Cruzo os braços.

– Eu vim aqui pra falar com sua mãe e... – Ele começa a ficar nervoso e agitado, desvia o olhar e ainda olhando pra ele, vi que estava ficando um pouco vermelho – gelei, isso é muito estranho – e também começou a mexer com a mão esquerda numa mexa da franja.

– “Agora to ficando com medo.” – Meu coração acelerou, me lembrei do sonho que tive e do jeito estranho que acordei – tinha que lembrar né?!

– E-Eu...e-eu também queria te p-pedir...uma coisa... – Ele estava com a voz falhando e tremula – medo – todo instante ele me olhava e desviava o olhar.

– F-Fala de uma vez! – tento apressá-lo, acho que devia ter ficado quieta. Ele deu um suspiro e começou a ficar mais calmo, finalmente me olho nos olhos bem mais sério que antes.

– Eu quero que você vá novamente em minha casa...mas dessa vez...como minha parceira. – Ele disse isso extremamente sério e com um olhar quase frio, mas que mostrava ansiedade, minha espinha gelou de novo, meus olhos devem estar bem abertos agora e meu coração quase parou, pensei que fosse desmaiar, torcendo por isso na verdade, mas não tive a sorte de desmaiar nesse momento.

– V-Você... – Não consegui falar mais nada que isso, minha boca travou e as palavras fugiram de mim completamente, na cabeça só um monte de por quês me rondavam. – “E-Ele...ele acabou de...me pedir...em...casamento?????”

Continua...


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Notas finais do capítulo

O.O
C-Casamento? E olha que não tem nem uma semana que eles se conhecem...Pensa no desespero da Yuki!!! Bem...como diz no finalzinho...
Continuaremos com a história então não posso dizer nada :X
Espero seus comentários...Jya ne!