One Less Lonely Girl escrita por LillyJonas


Capítulo 10
Beijo de amigos




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/50363/chapter/10


    Eu parei, já sem ar, e nós sorrimos, eu tinha vontade de beijá-lo de novo, sem me importar de morrer sem ar com o próximo beijo. De repente, ouvimos alguém mexer na maçaneta da porta, e eu rolei pela cama para um lado, e Justin pulou para o outro, caindo no chão, e eu comecei a rir de novo, enquanto ele pedia desesperadamente por silêncio, mas também contendo o riso.
    -Quem está aí? – uma voz masculina perguntou. Graças a Deus tinha trancado a porta, caso contrário, estaria numa situação não muito agradável agora.
    -Hm, é o Justin. – ele disse com uma voz preocupada.
    -Ah, é o David, irmão da Massie. O que você tá fazendo aí? Tem mais alguém com você? – David perguntou, e eu rolei os olhos. Eu iria matá-lo da próxima vez que o visse. Justin fez um sinal apontando pra cama, e eu fiz uma careta.
    -Vou ter que me esconder debaixo da cama?! – perguntei num sussurro, e ele afirmou com a cabeça, com uma expressão como se quisesse pedir desculpas. Eu suspirei e me abaixei, indo praquele lugar escuro e suspeitosamente limpo. Justin abriu a porta, e David entrou.
    -Ah, eu estou aqui porque eu bebi vodca, e não estou acostumado com isso, e comecei a passar mal. E não tem ninguém aqui. – ele disse gentilmente, esperando que David acreditasse nessa desculpa esfarrapada.
    -Tá, que seja. Alguns convidados viram você subir com a Massie, você sabe onde ela está?
    -Erm, não. Ela só veio me acompanhar até aqui, e depois foi ao banheiro, pelo que disse. – Justin disse devagar, e David concordou.
    -Você se importa de eu utilizar esse quarto? – David perguntou e eu arregalei os olhos, com vontade de gritar para o Justin não me deixar ali sozinha com David.
    -Erm... Não... – ele disse parecendo em dúvida, lançando alguns olhares pra debaixo da cama. Ótimo, sou abandonada aqui, sabe-se lá o que David vai fazer, e se eu não quiser que ninguém saiba sobre Justin e eu (porque tenho um namorado, apesar de que parece que ele esconde alguma coisa de mim), eu terei que ficar aqui até David sair.
    -Valeu dude. – ele disse, e eu observava Justin sair, se virando para lançar uma careta aflita pra mim. Argh, isso me deixa brava. Brava porque eu simplesmente não consigo mais odiar o Justin Bieber, é impossível odiar alguém legal e gentil como ele, e isso estava me matando.
    “WTF? Como eu vou fazer pra sair daqui?”, mandei um sms para Justin, desesperada. Graças a Deus aquele velho barrigudo e nojento do meu pai escolheu o pós pago, assim eu poderia gastar o quanto quiser sem me importar com o preço que ele iria pagar depois. Como se isso fosse algum tipo de problema pra ele.
Se o Justin não desse um jeito, e logo, eu sairia daqui, e ia deixar bem claro pra todo mundo que nós temos algum tipo de ‘caso’. Ia ser muita mancada dele se não respondesse à minha mensagem, sinal de que ele pouco se importa comigo, e não liga por ter me abandonado aqui. O celular vibrou um segundo depois, e eu tive que colocar no silencioso, para David não perceber que não estava sozinho no quarto. Ok, isso bastou, eu estava começando a ficar feliz e pensando mais na hipótese de que ele gostava de mim e ligava pra mim.
    “Eu vou dar um jeito, eu prometo. Só espera”. Era o que a mensagem dizia. Ah, que legal, é porque não é você que está debaixo de uma cama desconfortável, sozinha num quarto com o próprio meio irmão que se descobrisse, podia, sem dúvidas, tentar abusar de você, ou até mesmo te matar, dependendo do grau de loucura dele no momento.
    David pegou o celular, que tinha começado a tocar, e se jogou com tudo na cama. Sorte que o colchão não fica muito perto do chão, senão isso teria doído muito.
    -Fala dude. – ele disse ao atender. –Não, ela não se lembra.. – ele disse, suspirando, e eu até segurei a respiração pra poder ouvi-lo melhor (isso porque estávamos sozinhos no quarto, sem um barulho sequer). Será que ele estava se referindo a mim? Ele hesitou e então continuou –Mas por que eu devo forçá-la? Isso não parece justo... Tá, eu sei que eu preciso. – ele continuou e eu comecei a ficar confusa. Primeiro, sobre quem ele estava falando? Segundo, forçar o que? O que não era justo? O que ele precisa? Eu estava boiando, sem entender nada da conversa dele. Talvez fosse alguma coisa importante, ou talvez fosse bobagem, então decidi não me importar. –Tá, eu te ligo depois. Eu estou na festa dela e a minha namorada está aqui, eu preciso ir. – ele disse rudemente e desligou. Então ele estava falando sobre mim, provavelmente. Comecei a sentir um frio na barriga quando comecei a imaginar sobre o que se tratava.
    -Serviço de quarto. – um menino de aproximadamente 16 anos abriu a porta com um carrinho gigante sem nada entrou. Hum, que suspeito, ele era bonito demais pra trabalhar num hotel onde a maioria são velhos já aposentados que não tem o que fazer da vida nessa idade.
    -Eu não pedi serviço de quarto. – Dave disse, rude e impaciente.
    -Pediu sim, alguém desse quarto fez uma ligação... – o menino falou, após hesitar brevemente.
    -Ah, merda... Justin. Tá, entra aí, mas não demora. – Ele disse, pensando na possibilidade de Justin ter chamado o serviço de quarto, e caminhou até o banheiro. Os passos do menino estavam se aproximando da cama e meu coração começou a acelerar, ninguém podia saber que eu estava ali! Mesmo se ele for um funcionário insignificante que não ganha nem um salário mínimo nesse hotel e que não conhece ninguém. Talvez eu esteja o julgando mal. Ele se ajoelhou e levantou o lençol, e eu arregalei os olhos, assustada.
    -Shh! – ele disse, fazendo sinal e apontando pro carrinho. Eu não estava entendendo nada, até ler a mensagem nova do Justin.
    ‘Ryan a caminho’
    Eu suspirei, quem era Ryan? Era o menino que acabou de entrar? As coisas estavam tão confusas. Entrei no carrinho, me sentindo apertada e claustrofóbica e quando saímos do quarto, puxei sua calça pra baixo, o que fez ele parar e olhar pra mim, parecendo se decidir se ria ou me xingava.
    -Quem é você? – eu disse assustada e ele riu.
    -Vai me agradecer depois. – ele disse, fazendo um sinal pra mim sair do carrinho, e assim eu fiz.
    -Ah, você é o Ryan?
    -Você se lembra? – ele perguntou e eu o encarei confusa.
    -Erm, não. – eu disse e dei um sorriso tímido.
    -Bem, Justin está te esperando no jardim, quer que eu te acompanhe? – ele perguntou fazendo uma cara maliciosa e eu ri.
    -Por favor. – eu disse, enquanto ele estendia o braço e passava o meu por lá, os cruzando. Ryan parecia legal, o único que não ligava pro que aconteceu comigo e me tratava normal, independente de tudo, e o que era mais tranqüilizante, é que parecia que ele queria ser apenas meu amigo. Ou talvez já fosse.
    Ele me acompanhou até uma porta de vidro imensa e luxuosa, a abriu, se despediu e saiu, lançando um olhar malicioso para o Justin quando o olhou.
    -Desculpe por te deixar lá. – ele disse parecendo tímido, jogando o cabelo pro lado.
    O jardim era lindo, tinha um toque europeu, uma fonte no meio de todas as árvores, bancos  e flores. A grama parecia ter sido aparada há pouco tempo, o lugar tinha cheiro de rosas e o barulho da água na fonte me acalmava. Era simplesmente... Romântico.
    -Tudo bem. – eu disse, me sentando no banco de madeira do lado de umas orquídeas, e Justin se sentou ao meu lado logo depois.
    -Sabe, o que aconteceu no quarto... – ele disse, sorrindo desconfortavelmente, passando a mão pelo cabelo liso castanho. Eu sorri e meus olhos brilharam. –Na verdade, não era pra ter acontecido, eu... Sinto muito... Eu terminei com a minha namorada há pouco tempo por causa das turnês, e não dá para ter algum tipo de relacionamento agora... Não me ache um idiota e nem me odeie, mas... Desculpe. – ele disse e meu sorriso caiu. Eu tinha vontade de gritar, sair correndo e me esconder, de tanta vergonha. E o pior era que o lugar, o clima e ele eram o que mais iludiam, quem chama alguém pra um lugar super romântico pra dizer coisas terríveis assim? Eu não me importaria se mergulhasse naquela fonte e desaparecesse pra sempre. E o fato de eu estar usando roupas que o preço pago podiam provavelmente alimentar um pequeno país por alguns meses, realmente não me abalava.
    -Tudo bem, eu sei disso. Não deveria mesmo ter acontecido,  eu... Tenho um namorado. – eu disse quando percebi que ele estava esperando alguma resposta de mim. Eu acho que já tinha comentado sobre o namorado estúpido com ele, e ele nem pareceu se importar. Era um desafio saber o que ele pensava, eu não fazia idéia do que ele ia falar, fazer... Ele era espontâneo, e eu, de algum jeito, amava isso.
    -Que bom que você me entende. – ele disse sorrindo, olhando diretamente para os meus olhos e me encarando de uma forma doce e gentil. Viu? Eu não faço idéia do que ele pense, ele me surpreende a cada momento.
    -É, não foi nada, só... Um beijo... De amigos. – eu disse. Por mais que isso doesse em mim, e sim, estava doendo porque infelizmente eu estava começando a sentir algo forte por ele, eu tive que dizer. Era como se uma parte de mim dissesse ‘eu te amo, me beije de novo’, enquanto a parte mais forte, provavelmente meu orgulho, estava dizendo ‘eu não ligo, somos amigos e amigos se beijam’. Ah tá.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

me desculpem pela demora, mais o nyah também não tava ajudando >—< q
como eu disse, essa fic vai ser atualizada frequentemente, e sintam-se livres para mandar suas opiniões, sugestões etc
obg aos que acompanham a fic, são vocês que fazem essa fic continuar