Hermione continuava perdida no corredor, literalmente perdida. Andara tantos minutos e entrara em tantos corredores que não sabia mais como voltar para o quarto, já andava em círculos, desesperada. Não gostaria de se atrasar para o casamento quando estava ali, poucos metros do altar. Droga. Murmurava para si várias e várias vezes.

—Hermione! —Gina gritava do outro lado do corredor. —Cadê você?

—Graças à Mérlin, Gina! —Caminhou até a amiga. —Achei que estava perdida!

A ruiva começou a rir.

—Hermione, virando ali é o corredor do seu quarto. A mansão nem é tão grande assim, você está ficando claustrofóbica! —Gina pegou o braço da amiga e empurrou-a para o corredor que mostrara. —Vamos você precisa se vestir, a propósito, gostei bastante dessa flor...

Enquanto Hermione era arrastada para o quarto, Blásio e Harry seguravam Draco na parede oposta, cobrindo-lhe a boca para que não chamasse a garota. Apenas quando puderam ouvir a porta batendo foi que os rapazes soltaram Draco enfurecido.

—Que droga! —Gritou. —Só queria ver como ela estava, seus idiotas!

Harry e Blásio riam enquanto Draco caminhava para longe, ajeitando as mangas da capa-smoking.

—Draco, não ouse ir atrás dela. Gina te estuporaria antes de chegar à porta! —O amigo Sonserino gritou para Draco e não pode evitar as risadas.

O rapaz voltou para o quarto sufocante e bateu a porta. Ela estava tão perto, tão próxima de si e nem sequer podia vê-la, e apenas o som da voz da garota já lhe causara arrepios na pele. Sentou-se na poltrona ao lado da janela e ficou observando os últimos preparativos no jardim, a pouca neve deixara a grama com um toque luminoso que se estendia até o altar com flores igualmente brancas. As cadeiras bem dispostas mostravam o número exagerado de convidados.

Draco caminhava impaciente dentro do quarto, enquanto o som tiquetaqueado do relógio lhe deixava ainda mais nervoso e ansioso, mas foi apenas quando Gina bateu na porta de seu quarto, foi que o rapaz percebeu o quanto aguardava pelo casamento. O dia em que se prenderia para sempre com uma mulher, como Blásio ressaltava.

—Ela está pronta? —Perguntou para a ruiva enquanto caminhavam pela mansão, em direção ao jardim.

—Não, Luna está ajudando-a a entrar no vestido e Harry está esperando para levá-la!

Draco parou na escada. —Potter não está no quarto, está?

Gina riu com toda a preocupação e voltou a puxá-lo.

—Claro que não! —Respondeu. —Mas também, eles passaram praticamente um ano dividindo uma barraca...

Draco ignorou o comentário e seguiu com a ruiva até o jardim, onde alguns convidados começavam a procurar por lugares. Cumprimentou alguns deles, como Pansy e Astória que em especial, seria sua madrinha junto de Blásio. Fora Gina que conseguira um vestido para Astória de última hora, pois a garota só enviara a carta no meio da semana. A garota de cabelos negros e sedosos usava um vestido parecido com o de Gina, mas era cinza com uma fita prateada na cintura fina.

—Não sabia que tinha convidado o Theo! —Astória disse e Draco seguiu seu olhar.

—Me deem um minuto. —Pediu para as amigas e saiu em direção ao rapaz. —Theodore Nott... O que faz aqui?

O rapaz sorriu-lhe.

—Sua futura esposa me convidou, e claro que eu não poderia negar ao pedido!

Draco assentiu.

—Parabéns, Draco! —Disse ao rapaz, esticando-lhe a mão. —Espero que sejam felizes.

Draco hesitou, mas por fim, apertou a mão do amigo, puxando-lhe para um rápido abraço lateral.

—Que bom que veio!

Enquanto Harry assistia a cena do andar de cima da casa e constatava que Draco se tornara outra pessoa desde que conhecera Hermione, isso era certeza. Virou-se para a porta do quarto e bateu três vezes com os nós dos dedos, demorou, mas Luna abriu a porta.

—Harry, faltava fechar o zíper! —Disse, recuando para que o rapaz entrasse. —O que acha?

Hermione que estava de frente para o espelho virou-se para encarar o amigo. E lá estava ela, com o rosto limpo e corado, o cabelo brilhante e bem penteado, com o vestido branco balançando suavemente a cada movimento. Hermione sorria com nervosismo. Nem sequer repararam quando Luna saiu do quarto.

—E então? —Perguntou insegura.

—Hermione... Você está... —Harry piscava sem saber o que dizer. —Maravilhosa! Draco tem muito sorte.

Hermione um largo sorriso e voltou-se para o espelho, como se procurasse a tal “maravilha” em si mesma. O vestido não era volumoso e muito menos cheio de detalhes, bem simples, com o corte justo na cintura de onde uma renda começava a subir como um cardigan costurado ao vestido que chegava a cobrir seus braços até o cotovelo. E nos seios o corte era reto, sem deixar o modelo vulgar. O véu era preso ao coque, de um comprimento médio, batendo no máximo, até as pernas da garota e as bordas eram completamente delicadas.

—Você deixou isso aqui cair! —Harry segurava a pequena flor branca entre os dedos. —Venha, eu prendo para você.

A garota aproximou-se do amigo e abaixou a cabeça, sentindo no exato momento em que o caule da flor fixou-se entre seus fios e o véu. A garota voltou a levantar o rosto e sorriu para Harry, segurando-se pelo ímpeto desejo de lhe abraçar, mas surpreendeu-se quando Harry a puxou para perto. Para um abraço.

—Hermione eu estou tão orgulhoso de você. —Disse escondendo o rosto no pescoço da garota e beijando-lhe o local em questão. —Você está tão crescida!

Hermione riu e afastou-se do amigo.

—Meu pai me diria isso, Harry. —O amigo riu da comparação e concordou. —Mas obrigada!

Da porta irrompeu Rony, ajeitando a gravata borboleta no pescoço e resmungando qualquer coisa, mas ao ver Hermione, calou-se e olhou-a de cima a baixo, com total atenção aos detalhes.

—Certo, eu realmente achei que depois do baile de inverno você nunca mais conseguiria se superar! —Sorriu. —Vou ver se Draco não quer trocar de esposa comigo... Aceita, Hermione?

A garota gargalhou e Rony juntou-se a ela.

—Você está linda! —Concluiu por fim.

—Obrigada! —Repetira aquilo para Gina, Luna, Milla que fora lhe visitar rapidamente, Harry e agora Rony.

—Então, está preparada?

Hermione olhou para si uma última vez no espelho, capturou a varinha sobre a cama e guardou-a em uma dobra sobressalente e invisível no vestido. Olhou para os rapazes e concluiu:

—Pronta!