A Vida Continua - Fase 02 escrita por Andye


Capítulo 8
A Ajuda que Faltava


Notas iniciais do capítulo

Finalmente cheguei em casa e vou poder postar. Estava ficando aflita sem o PC sabendo que hoje é sexta e tenho um compromisso com vocês.
Neste capítulo, a visita misteriosa que apareceu na casa dos Potter e, finalmente, o vislumbre de uma luz no fim do túnel.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/503053/chapter/8

Harry conversava com Gina sobre Rony quando foi atrapalhado pelo som da campainha. Deveria ser uma visita estranha, levando-se em consideração que apenas trouxas batiam na porta convencional, mas pelo adiantar da hora, dificilmente seria um dos vizinhos.

A visita era realmente inesperada, e Harry ficou estritamente agradecido, por saber que uma conversa de aproximadamente duas horas lhe dera informações que ele não conseguia há quase dois meses e ele sabia como auror que o teor das informações eram indispensáveis para as investigações sobre Estella Grey.

– Você aceitaria depor a favor do Rony no Ministério e contar tudo o que sabe sobre esta mulher? – Harry perguntou esperançoso.

– Certamente. Não vim aqui a toa. Eu vou quando for preciso.

– Marcarei o seu depoimento e te mando uma coruja informando o dia. Você irá depor no Ministério. Com isso, poderemos finalmente capturar a Grey.

– Tudo bem. Eu ajudo.

– E vamos precisar de você no julgamento. Neste dia ela vai estar presente. Há algum inconveniente?

– Nenhum. Quero ajudar, já falei, e farei isto.

– Obrigado.

Havia se passado dois dias e estava tudo pronto para o depoimento. O Ministro, Harry e Arthur estavam presentes e muito confiantes de que o terror finalmente estava acabando. Haviam procurado Rony, mas não o encontraram. Era como se ele houvesse sumido do mapa.

– Tenho certeza que eles leram aquela matéria do Profeta Diário - Harry despejou enraivecido.

– Provavelmente, Harry. Mas como eles saberiam? É tudo confidencial - Arthur respondeu.

– Na época de Hogwarts, Skeeter sabia de mais coisas do que contávamos. Talvez aquela besoura velha tenha voltado ao profeta e conseguido liberdade para surrupiar informações.

– Devemos ter todo o cuidado. Qualquer informação a mais pode estragar todo nosso plano.

– É verdade, mas acredito que agora tudo vai melhorar. Temos que ter fé.

Estamos reunidos para esta Assembleia Especial neste dia vinte e um de fevereiro para tratarmos do caso Ronald Weasley.

O Ministro Kingsley começou a falar em uma pequena saleta onde era possível contar cinco Aurores, entre eles Harry e Arthur Weasley, o próprio Ministro, Molly Weasley, um senhor baixinho que anotava tudo o que era dito com uma pena de repetição rápida e um jovem de aproximadamente vinte e poucos anos com cabelos muito claros e a voz arrastada.

– Senhor Malfoy, é por vontade própria que se dispõe a colaborar com o Ministério? - continuou o ministro.

– É sim.

– Promete nos dizer toda a verdade?

– Sim.

– Caso seja descoberto que o senhor mentiu, será punido conforme as leis mágicas do Ministério Londrino.

– Tudo bem.

– Podemos então começar. Senhor Malfoy, de onde conhece Estella Grey?

– Da casa dos meus pais. Era uma das participantes das reuniões em favor do Lord das Trevas.

– E por que resolveu nos contar sobre ela?

– Sei que a família Weasley tem passado por alguns problemas e todos sabem que não somos os melhores amigos, mas decidi ajudar da forma que posso. Sei também que tem sido difícil saber algo sobre ela, e se eu sei, por que não colaborar afinal?

– Onde a viu ou a reconheceu?

– Há dois dias. Graças a uma matéria publicada pelo Profeta Diário, vi a foto da Estella e a reconheci. Soube imediatamente que ela era a causa de todo o problema da família Weasley.

– Por que você acha isto?

– Porque a conheço e sei que ela não perderia a oportunidade de se vingar.

– Se vingar, senhor Malfoy? De quem e por quê?

– Da Hermione Granger. Ela acredita que a Granger foi a responsável pela morte de seu irmão.

– Irmão? Quem é o irmão de Estella Grey?

– Fenrir Greyback. Ou como era conhecido, Lobo Greyback.

O murmurinho foi geral. Todos se assustaram e duvidaram da veracidade do que Draco contava. Era impossível acreditar que a moça fosse irmã do lobisomem, e ainda mais difícil acreditar que ela estivesse em busca de vingança.

– E a Estella Grey é comensal da morte?

– Não propriamente dito. Embora partidária, nunca foi marcada, assim como eu também não fui. Na época éramos menores de idade e não recebemos a marca negra, independente do que faríamos, o Lord das Trevas não permitia menores de idade alistados como comensais.

"Depois o Potter fugiu no sétimo ano e o Lord se viu ameaçado. Ele saiu em busca de uma varinha poderosa, ficou mesmo desesperado e isso causou um grande contratempo para todos e então, nunca fomos marcados."

– E o que ela fez que o faz dizer que seja tão má?

– Ela sempre se aproveitava por não ter a marca e enfeitiçava pessoas sem ser punida. Ninguém jamais poderia imaginar que uma moça tão bela, educada e encantadora fosse partidária do Lord das Trevas.

"Muitas vezes era ela quem atraia crianças ou pessoas maiores para o irmão se divertir. Nunca fui a favor desse tipo de atitude, mas eu estava sob ameaça. Minha mãe também. Não poderia me opor a nada. Não queria ver minha mãe ser mais uma vítima daquelas pessoas."

– Então o senhor afirma que ela é uma bruxa, e perigosa?

– Sim senhor, tão perigosa ou até mais que o próprio irmão morto.

– Senhor Malfoy, como podemos confiar na veracidade de suas palavras? A informação que temos é que ela é um aborto. Não temos registro bruxo a respeito e ela nunca frequentou Hogwarts.

– Ela é tão aborto quanto o senhor e eu, Ministro. Ela nunca frequentou Hogwarts, de fato. A família era perfeita de mais para unir-se com pessoas que não tivessem sangue puro. Aprendeu tudo em casa, com a família Greyback.

"E caso não queiram acreditar, nada posso fazer. Estou fazendo minha parte por minha família. Já conversei com minha mãe e esposa a respeito. Elas estão de acordo, já que minha mãe também sabe quem é a Estella. Investiguem se não acreditarem.

– Por que então sua mãe não a entregou?

– Porque minha mãe já sofreu demais com tudo isto. Nunca foi muito receptiva a mestiços ou nascidos trouxas, mas nunca foi de acordo com as ideias do Lord Voldemort. Ela também nunca foi marcada.

"Nunca concordou com nada, mas ela não iria se expor novamente. Não depois de tudo o que passamos por causa de nosso pai, Bellatrix e toda a balbúrdia de anos atrás. Não permitiria que ela fosse exposta novamente."

– E por que o senhor resolveu entregá-la?

– Pelo que já falei. Sei que persegui e muito o Potter, o Weasley e a Granger, mas me arrependi dessa época.

"As coisas que acreditava serem corretas, na verdade não eram, e essa foi a maneira que encontrei de mostrar que entendi que não é humilhando ou diminuindo as pessoas pelo simples fato de serem diferentes que me tornariam uma pessoa melhor."

“Estella Greyback é tão má quanto o irmão, e jamais perderia a oportunidade de machucar alguém. Enquanto visitava meu pai em Askaban, ele me disse que a morte de Greyback ainda iria provocar muita confusão e que eu poderia esperar que ela iria querer se vingar, e realmente, há algum tempo tenho acompanhado a vida do Wesley no jornal tentando associar alguma coisa.

“Quando vi a imagem de Estella, não tive dúvidas. Ela está por trás de todo o mal que tem acontecido na vida do Weasley. Talvez tenha sido a forma que ela encontrou de vingar-se da Granger, já que ela matou o seu irmão. Deve ter se informado a respeito do que ela mais ama. Como machucá-la e fazê-la sofrer.

"E acredito que deveriam proteger a Granger. Ela deve está correndo risco de vida. O Profeta Diário ajudou me fazendo reconhecer a Estella, mas provavelmente atrapalhou os planos dela, já que ela deve ter lido as suposições de quem escreveu e as afirmações do Potter."

– Que tipo de feitiço o senhor acredita que esteja sendo usado em Ronald Weasley.

– Não posso dar certeza. Mas provavelmente imperius. Ela usava muito com trouxas e bruxos. Era uma das que mais gostava, e ainda mais observando como o Weasley tem se comportado.

– Senhor Draco Malfoy, está disposto a repetir este depoimento diante do Ministério e da acusada?

– Sim! Estou à disposição do Ministério.

– Tudo bem então. Diante das acusações e da testemunha aqui presente, eu declaro Estella Greyback procurada no mundo mágico, tendo como acusações iniciais Cárcere Bruxo e Dominação de Auror por Magia das Trevas.

"Os Aurores têm toda a liberdade para traçar metas e planos de captura, e o Ministério deverá estar sempre presente e a disposição para ajudar nas investigações. Declaro também que a senhora Hermione Granger Weasley deve ficar sob proteção Ministerial até a captura e averiguação dos fatos relatados contra a acusada. Esta audiência está encerrada."

O interrogatório terminou sem mais delongas. Harry estava estritamente agradecido ao inimigo de infância, que agora o ajudava sem pedir absolutamente nada em troca. Rumaram imediatamente ao departamento dos Aurores, a fim de planejarem como abordariam Estella Greyback.

–--

– Então meu amor, como foi?

– Tudo bem, Astoria. Tudo como deveria ser.

– Estou muito feliz por você, Draco. - ela sorria acariciando o rosto do loiro - Muito orgulhosa. Com certeza tomou a decisão correta.

– Não quero mais criar inimigos na minha vida, Astoria. Amo você e o nosso filho. Não suportaria que alguém os fizesse mal e comecei a entender o amor e a proteção mútua que aquela família sempre teve.

“Infelizmente, nunca tive este amor e esta proteção. Esses bons ensinamentos e o exemplo de uma família feliz. Você bem sabe que meu pai sempre me tratou mal, e a única esperança que tive foi a minha mãe.

“Quando o Lord me obrigou a matar o professor Dumbledore e ameaçou meus pais se não o fizesse, comecei a entender que havia coisas mais importantes que riqueza, poder e glória. Não suportaria jamais ver minha mãe ser torturada ou perder você ou nosso bebê."

"E o Potter e o Weasley me ajudarem a entender isto quando me ajudaram a sair daquele fogo em Hogwarts depois de tudo o que eu havia feito contra eles. Isso apenas me provou que existem coisas mais importantes na vida e essa é a minha oportunidade de provar que mudei de verdade."

– Estou muito orgulhosa de você, Draco. Mas não vamos falar mais disso, tudo bem? Eu amo você, meu amor, e seria capaz de confiar a minha vida em suas mãos, pois sei que faria de tudo para protegê-la.

– Também te amo demais, Astoria, e não quero que nosso filho cresça da mesma forma que eu cresci. Quero dar para ele exemplo, e não quero que ele sinta vergonha ou medo de mim como senti do meu pai, e muito menos, não quero que um dia ele precise me visitar em Askaban, preso por praticar maldades sem limites.

– Você não é como seu pai, meu amor. Nunca foi e jamais será. Nosso filho será amado demais. Seremos bons pais, e você será exemplar. Tenho certeza que ele irá se orgulhar demais de você... Sempre!

– Te amo, Tory, demais.

– Também te amo, Draco. E sempre será assim.

–--

– Precisamos de um plano em caráter de urgência.

O departamento de Aurores estava movimentado. O depoimento de Draco Malfoy havia ajudado, e muito, a entender o que acontecia. Corriam contra o tempo e traçavam metas para capturar Estella e salvar Rony.

– Vamos montar guarda na casa dos Granger. Precisamos precaver o pior - Kingsley iniciou.

– Podemos fazer uma escala, mas antes falarei com Hermione a respeito para que ela não seja pega de surpresa e se negue a aceitar a guarda - Harry observou lembrando-se do estado da amiga.

– Faremos uma escala, então. Potter, você vai hoje, fala com a Senhora Weasley e monta guarda. Amanhã, Longbotton, depois Halps e Hunter.

"Weasley, Smith, Lewis, Price, Collins e Foster, dividam-se em duplas e encontrem o Weasley. Tragam ele em segurança.

"Cook, Moore, Bennett, Harvey, Carter, Thompson e Baker, capturem essa mulher. Espalhem-se e virem os mundos de pernas para o ar se for preciso. Vamos agir o mais discreta e rapidamente possível."

–--

– Harry, definitivamente não acho que isto seja necessário. – Hermione estava inconformada com o fato de precisar ser vigiada.

– Mione, não posso te contar agora, mas recebemos informações de que você corre risco de vida. Por favor, não dificulte nosso trabalho.

– Harry, isto é absurdo. Por que alguém tentaria me matar? Nunca fiz nada contra ninguém.

– Mione, por favor, não posso te explicar agora, mas não complique nossa situação. Precisamos que você seja vigiada. Você precisa de proteção vinte e quatro horas por dia, e se puder, lance um feitiço anti-aparatação aqui também.

– Hermione minha filha – o senhor Granger meteu-se – Você deve, sim, aceitar a ajuda.

– Mas papai. Isto não é necessário. Não sei de que forma estou correndo risco.

– Hermione – agora sua mãe falava – Conhecemos o Harry e temos certeza absoluta que ele nunca colocaria sua vida em risco ou iria te expor sem motivos.

– Sem nada mais, Harry. Aceitamos a proteção do Ministério. – O senhor Granger foi definitivo e Hermione não o pode mais contestar.

– Tudo bem, mas nada de feitiços na casa dos meus pais.

– Certo, Hermione - Harry suspirou cansado - Depois vemos isto então. Você aceitar a proteção já é muito bom.

– Mesmo que ache desnecessário.

– Tudo bem - Harry mudou de assunto - Está muito bem, minha amiga.

– Obrigada - ela sorriu e mesmo que tivesse uma pulga enorme atrás da orelha, sabia que o amigo não revelaria nada e preferiu não se preocupar demais com o que acontecia.

Os dias se passavam tranquilos e Hermione tinha cada vez mais certeza que a proteção que o Ministério a impunha era sem noção ou necessidade. Não entendia como poderia estar correndo risco de vida.

Harry não explicara nada e ela senti-se prisioneira em sua própria casa. Às vezes tinha a sensação que a época de Voldemort voltara, mas logo em seguida balançava a cabeça fortemente, tentando afastar os pensamentos infelizes de sua mente.

A barriga de quase treze semanas começava a arredondar e ela tinha a cada dia mais vontade de ver tudo isso terminado para poder desfrutar de sua gravidez com Rony. Não sabia, de fato, o que estava acontecendo, mas sabia que Rony não agia por si, e sim, que estava enfeitiçado.

Acariciava a barriga enquanto pensava que há alguns dias sentia-se estranha. Como se estivesse sendo observada por alguém. Imaginava que a intromissão do Ministério em sua vida a estava deixando louca, vendo e ouvindo onde não havia nada.

Resolveu depois de alguns dias de proteção Ministerial, sair com a mãe para um shopping trouxa a fim de comprar mais coisas para o bebê e foi seguida, como era de se esperar, por um Auror que fazia sua vigília. O do dia era Neville, e ela gostava quando seus amigos estavam por perto, lhe fazia sentir menos só e tão distanciada do mundo mágico.

– Tem certeza que não quer entrar e tomar um chá, Neville? Já está pronto. Mamãe acabou de passar. – Hermione tentava, sem resultados, convencer Neville.

– Hermione, eu estou aqui á trabalho, e não para tomar um chá. - Neville sorria animado com a insistência da amiga.

– Mas...

Neville parou de sorrir no momento em que percebeu a expressão aterrorizada de Hermione. Sacou a varinha imediatamente e virou-se ficando tão pasmo quanto ela.

– Ron?! - Hermione exclamou pasma.

– Hermione, podemos conversar?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por favor, não me odeiem por parar o cap aqui kkkkk