Já tinha visto a Dr. Whitewood várias vezes na casa de Zoe, mas nenhuma com ela desmaiada com um lobo em cima e duas garotas em volta desesperadas.

— O quê aconteceu? - Perguntei.

Jana e Zoe olham para mim e balançam o ombro, um sinal de que nem elas faziam ideia do que estava, acontecendo. Maddy parou de rosnar na forma de lobo e voltou ao normal.

— Precisamos levá-la à algum lugar, antes que acorde. - Ela disse.

— Você esta louca? - Zoe falou.

— Ei, não era eu que quase estava me transformando na frente dela. - Maddy olha brava para Jana.

— Eu não a nocautei. - Disse Jana.

— Da para vocês pararem de culpar uma à outra? Agora já ta feito. Temos que levá-la à algum lugar. - Falei.

— Na casa dela? - Perguntou Jana.

— Não sabemos onde é.

—Que tal no meio da floresta? - Falou Maddy.

— Não! - Respondemos juntos.

— E se deixarmos ela no meio da rua sem sua bolsa e jóias e escrevermos um bilhete assim: da próxima vez não reaja.

— Daí quando encontrá-la vão achar que foi assaltada... - Eu comecei a entender o que Zoe queria dizer.

— ... E as pessoas mesmo vão por na cabeça dela o que aconteceu, talvez quando acordar nem se lembre de nada e acredite que realmente aconteceu um assalto. - Continuou Jana.

***

Escolhemos uma rua a caminho da casa da Zoe, caso ela se lembrasse do porquê saiu de casa.

— O que faremos com as coisas dela? - Perguntou Maddy.

— Levamos pra casa e depois queimamos, não queremos provas de nada. - Respondeu Zoe. Ela parecia uma ladra, e até assassina, profissional.

Jana colocou o bilhete na testa dela escrito:da próxima vez não reaja, com uma letra que realmente parecia de um garoto que não ligava pra nada.

Comecei a ouvir passos.

— Eu acho que esta na hora de irmos.

As três viraram para mim e confirmaram com a cabeça. Decidimos se esconder atrás de uma casa ali perto, era um pouco longe, mas a pessoa que encontrou a "vítima"dos ladrões gritava.

— Ai, meu Deus! Não acredito. Socorro!

Corremos de volta para a casa de Zoe e por preocupação tranquei a porta. As três garotas que antes discutiam freneticamente, agora estam sentadas no lugar, sem falar uma palavra.

— E aí! Que tal nós queimarmos as coisas da nossa "vítima"?

Elas se entre olharam e a Jana e a Maddy foram as primeiras a sair do sofá e pegar a sacola em cima da mesa.

— Eu e Jana arrumamos o fogo, já que somos wolfbloods selvagens natas. - Maddy disse e abraçou a Jana.

Afirmei com a cabeça eme sentei ao lado da Zoe.

— O que deu em você? - Pergunto.

— Eu estou um pouco receosa se fizemos a coisa certa.

— Mas foi sua a ideia.

— Mas... Talvez, ela não mereça tudo o que recebeu.

— Você sempre esta com dó dela ou esta tentando protegê-la. O que você sente por ela?

— Nada, mas... Quer saber? Uma coisa esta na minha cabeça, que a minha mãe podia ter matado nosso vizinho, porque já ouvi tantas histórias de humanos que foram mortos por descobrir sobre os wolfbloods. Mas ela não quis. Por quê? Pelo mesmo motivo que eu não quero que nada de tão ruim aconteça com a doutora.

— E qual seria esse motivo? - Pergunto curioso.

— Nós amamos os humanos demais, pois mesmo depois de suas burradas nunca faria nada fatalmente mortal com eles, mesmo depois de ter matado minha mãe.