Eu tinha falado para elas não irem mais elas foram mesmo assim. Estava na casa da Zoe, lá agora era como um hotel para wolfbloods, se o meu pai cobrasse pelas diárias estaria rico.

— Onde estão a Maddy e a Jana? - Zoe me perguntou.

— Na floresta. - Respondi.

— Mas já?

— Já. A Jana não ta muito acostumada a esperar pela noite e a Maddy esta aproveitando que não precisa ir a escola.

— Sortudas.

— Nem me fale.

— E aí os bonitões estão prontos para ir na escola? - Meu pai perguntou, mas não esperando um não como resposta.

— Precisamos realmente ir para escola hoje? - Zoe perguntou com a melhor voz de coitada que tinha.

— Bem... - Pareceu funcionar.

— SIM! - Ouvimos a sra. Smith gritar da cozinha.

Pelo jeito não tínhamos escapatória.

***

Faltava algumas poucas horas para nos transformarmos,quando ouvi o som de alguém batendo na porta. Zoe foi abrir.

— Oi querida! - Aquela voz fez meus pelos se arrepiarem. Eu sabia que zoe podia me descobrir, mas mesmo assim continuei escutando escondido.

— Desculpa mas eu não posso te ajudar com sua pesquisa. - Zoe respondeu brava.

— Ah mas eu acho que você vai adorar essa parte.

— Que parte?

— Eu não te falei, minha pesquisa irá ter duas partes, uma sobre o DNA e outra sobre a genealogia. - A doutora disse feliz por conseguir fazer Zoe se interessar pelo assunto. O que me preocupava era mesmo depois do exame de saliva ela ainda querer mais informações da minha irmã. - Eu não sei se você sabe mas eu descobri que você e o Rhidian são irmãos. - Meu corpo gelou.

— Eu já sabia.

— Mas e os pais adotivos do Rhidian?

— Eles não sabem e nem vão saber, né Rebecca? - Zoe disse parecendo a mulher com quem estava conversando.

— Claro, querida. O que realmente quero saber é sobre você. Seu pai, sua mãe, sua vida antes de vir para cá. Me conte primeiro da sua mãe.

Fiquei preocupado com essa parte de contar sobre a família, Zoe também por que só conseguia ouvir seu batimento cardíaco.

— Ela era uma mulher incrível e mesmo não querendo que eu soubesse eu sabia que ela trabalhava muito para me sustentar. - Zoe falou perfeitamente aquilo que podia falar. Mas a doutora sempre queria mais.

— Eu conversei com seu vizinho. - Ela disse.

— Tudo que ele disse é mentira! - Zoe já estava com a voz alterada.

— Eu acredito em você. Sei que ela não era um... monstro.

— Ele era louco. - Ouvi um rosnado.

— Um louco bem convincente. Uma pergunta, onde está o corpo da sua mãe? - Um silêncio profundo inundou a casa.

— EU NÃO SEI, E MESMO QUE SOUBESSE NUNCA IRIA TE CONTAR, NÃO VOU DEIXAR VOCÊ FAZER EXPERIÊNCIAS NELA! - Zoe gritou já chorando. Eu sai da cozinha e fui na sala.

— Deixe minha irmã em paz! - Falei. Quando olhei nos olhos da Zoe vi suas pupilas amarelas, encostei sua cabeça em meu ombro. - Vai embora!

A doutora abaixou a cabeça e saiu, mas eu sabia que ainda teria que expulsá-la mais vezes.Quando não consegui mais dizer onde a doutora estava ouvi Zoe engolir o choro.

— Onde esta? - Se eu não conhecesse Zoe tão bem não saberia do que ela estava falando.

— A polícia de Beacon Hills não quis se profundar no caso, eles tinham uma testemunha que ouviu o tiro e outra que o viu. Levaram logo o corpo para o cemitério. Daí eu paguei para cremarem o corpo. Não se preocupe, a Rebecca não pode fazer mais nada agora.