Opostos escrita por Mari


Capítulo 26
26. Minhas Próprias Escolhas.




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Katheryn

Caminho a passos largos até a velha indústria abandonada. Andrew era definitivamente um homem muito bom em se esconder, mas um péssimo homem quando a questão era tentar enfrentar mais uma vez Anthony, que mesmo preso, ainda deixa ele tão irritado. Parece que jamais irá descansar enquanto não vê-lo morto, mas pelos poucos minutos que passei ao lado de Ethan conversando, considerando que o mesmo não queria me beijar apesar de ser a regra do jogo, sei o suficiente para dizer que ele é literalmente como Anthony, e Andrew vai acabar mal. Pela milésima vez. Desço as escadas até um pequeno porão na indústria.

Andrew levanta da cadeira, se aproximando de mim e me dando um leve selinho, sorrio. Tudo bem que Andrew tem idade para ser meu pai, mas não deixa de ser bom na cama. Logan estava encostado no canto da parede, e assim que me vê, sai do porão lutando contra todos os instintos já que Heather estava ali.

— Então, conseguiu alguma coisa? – Pergunta ele me encarando apreensivo.

— Ethan descobriu que é você... Consegui enrolá-lo um pouco com conversa ridícula e consegui pegar o papel que estava em seu bolso direito. Andrew... Ele sabe que está aqui e quando ele voltar para cá, não será muito receptivo com você. – Tiro o papel da minha bolsa entregando a ele, que rapidamente amassa jogando longe, socando a parede e bufando alto.

— Temo que sair daqui... – Murmura.

— Andrew, pelo amor de Deus, vamos embora, esqueça essa sua vingança ridícula... Ethan não tem nada a ver com o seu caso de amor com a mãe dele. Ethan nem existia.

— Você está certa, ele realmente não tinha nada a ver com isso, até matar o meu filho. – Diz ele prestes a gritar comigo.

— Sua relação com seu filho era horrível... Você mesmo planejou matar Dave vez ou outra...

— Eu quero fazer Anthony assistir a morte do próprio filho e principalmente, assistir Blair se apaixonando por mim de novo e me implorando para aceitá-la de volta... – Então ele encara seu quadro de fotos. Há semanas ele tem seguido Sophie e aquilo me assustava, não tive contato com ela no Brasil, mas parecia ser uma ótima pessoa.

— E o que a tal da Sophie tem a ver com isso? – O interrompo em questão de segundos.

— Tudo Katheryn... Pense um pouco: Ethan está completamente apaixonado por ela. E eu farei com que Sophie quebre o coração dele de todas as maneiras possíveis.

Reviro os olhos.

— O seu plano falhou Andrew... Anthony mais cedo ou mais tarde saberá que foi você através do Ethan e quando o mesmo sair da cadeia, não há quem o segure. – Grito tentando fazê-lo abrir os olhos e se dar conta de que mais uma vez perdeu.

— Eu quero todos eles mortos Katheryn... E eu irei continuar achando maneiras de atacá-los até o meu último suspiro. – Ele grita de volta, fazendo uma veia saltar de sua testa. Respiro fundo assentindo enquanto ele esvaziava o local.

Do nada, Heather se aproxima de Andrew.

— Eu já fiz o que queria Andrew... Por que queria me ver de novo? – Pergunta ela confusa, e mal tive tempo de raciocinar, pois em questão de segundos, Andrew apontava a arma para Heather atirando bem no meio de sua testa.

— Talvez Ethan queira um presente de boas vindas. – Diz ele com um sorriso perverso no rosto antes de me conduzir para fora dali.

Sophie

Abro os olhos olhando em cada canto daquele quarto que até ontem era tão apagado, mas tão cheio de vida agora iluminado. Eu procurava uma prova de que a noite passada havia sido bem mais do que um simples sonho. A coberta era o único tecido que cobria meu corpo e algumas peças de roupa se encontravam no chão. Sorrio de imediato ao ver Ethan no canto do quarto arrumando as malas, usando apenas uma calça jeans escura. Levanto-me enrolando a coberta em meu corpo. Meu sorriso desaparece ao ver que Ethan estava bravo. Muito bravo.

— Ethan... Está tudo bem? – Pergunto baixinho e ele se vira me encarando, seu corpo todo parecia se relaxar ao som de minha voz. Um sorriso fofo aparece em seu rosto, mostrando suas velhas covinhas. Ethan se aproxima e eu toco seu rosto ainda não conseguindo distinguir a realidade de um mero sonho.

— Sinto muito não estar do seu lado quando acordou... – Sussurra próximo ao meu ouvido dando uma leve mordiscada no lobo de minha orelha. – Mas precisamos ir.

— Do que está falando?

— Eu descobri quem estava tentando nos atingir Sophie... E não estou surpreso em saber que foi ele porque não é a primeira vez... – Encaro-o apreensiva, implorando silenciosamente que continuasse. – Seu nome é Andrew e ele era um dos vários caras apaixonado pela minha mãe. Não conheço muito bem essa história conturbada deles, mas meu pai meio que se apaixonou por ela e eles foram embora juntos... O ódio que Andrew nutriu por meu pai vem de bem antes de eu mesmo nascer, e se expandiu ainda mais depois de eu ter matado o filho dele... – Ethan respira fundo fechando os olhos ao pronunciar o nome da pessoa que atormentava todos os meus mais lindos sonhos. – Dave.

— Certo... – Assenti prendendo a respiração. – Eu vou tomar um banho.

Entro no enorme banheiro do quarto retirando a coberta de meu corpo e ligando o chuveiro no quente. A água escorria em cada extremidade de meu corpo, mas não enrolei tanto no banho, precisávamos ir embora e eu meu corpo se arrepiava até o último fio de cabelo ao pensar no que poderia acontecer nas próximas horas. Saio do banho colocando uma roupa confortável e em questão de minutos já estávamos todos no avião. Benjamim cochilava há horas apoiando a cabeça na palma de sua mão. Já estávamos quase chegando ao nosso país quando o mesmo acorda dando um pulo.

— Cara, eu não me lembro de nada da noite passada. - Murmura gemendo de dor.

— Você ficou com todas as putas da sua casa ao jogar Sete Minutos No Paraíso. – Sussurro.

— Vocês saíram com quem? Não me lembro muito bem de vocês jogando... – Diz baixinho e eu sinto minhas bochechas esquentarem.

— Ethan ficou com Katheryn, mas eles não ficaram de verdade e eu... Bem... Como dizer... É...

— Espera... Que Katheryn? – Pergunta confuso. Ethan e eu arqueamos a sobrancelha.

— Eu pensei que ela fosse uma das putas da casa... Você sabia o nome dela e... – Então o rosto de Ethan se fecha ao ver que Benjamim ficava ainda mais confuso com a informação que recebia e eu parecia ter captado seus pensamentos... Ela havia ido a mando do tal Andrew.

E estávamos correndo contra o tempo, porque aquilo respondia muitas coisas. Heather havia sido sequestrada por ele e estava correndo perigo assim como Sônia.

—/-

Corro desesperadamente até minha casa assim que chegamos, estava tarde, o sol prestes a se pôr e os tons alaranjados e amarelos dançando na extensão do céu. Entro em casa dando de cara com quem eu menos queria ver no momento, o delegado Seymour. Sua camiseta apertava os lugares certos, mostrando parte de seu abdômen tão bem definido e ele estava sério, segurando uma espécie de fichas na mão e acompanhado por dois policiais.

— O que está fazendo aqui? – Pergunto fechando a cara. Meus pais não estavam no cômodo me levando a pensar que o assunto era realmente importante e confidencial.

Ele não diz nada, apenas joga a ficha na mesa de centro, me dando total liberdade de abri-la e ler as informações contidas ali. Encaro-o de esguelha, parte de mim adoraria saber o que havia ali, enquanto a outra parte implorava para que eu não me movesse. Pego a mesma abrindo quase que vagarosamente e engolindo em seco ao ver a lista com inúmeros nomes ali. Uma lista de homicídios. Todos eles cometidos por Ethan ou por seus pais. Não li nada detalhadamente, mas meu consciente recriava a dor que cada família teve ao perder seu ente querido.

Karina Rewl:

23 anos; homicídio.

Drew Horth

19 anos; homicídio.

Luce Calarich

20 anos; homicídio

Christian Blake

17 anos; homicídio

Alexis Tobey

26 anos; homicídio

Scott Tatun

35 anos; homicídio

Dave Porter

17 anos; homicídio

Jogo as fichas no chão e o encaro perplexa, Travis sorri de lado e eu sinto uma dor no peito. Era como se uma avalanche acabasse de cair em cima de mim ou que eu estava cega e finalmente podia enxergar. A família de Ethan era perigosa e provavelmente o Andrew não poderia ter outro motivo maior para acabar com eles considerando que Ethan matou Dave. Dave. Dave. Aquele nome era como uma tatuagem gravada na minha pele. Respiro fundo, tentando deixar com que as lágrimas não caíssem com tanta facilidade.

— Por que está me mostrando isso? – Questiono baixo e Travis dá de ombros, se sentando no sofá da sala sem nunca tirar o olhar pesado de mim.

— Porque você merece mais do que isso, Sophie... Você tem toda uma vida pela frente e só quero que saiba que a partir do momento que escolher ficar ao lado de Ethan, você não vai ter chance de escolher mais nada, não terá chance nem de se arrepender. – Murmura baixinho e então eu sinto as lágrimas escorrerem, e um nó se prender em minha garganta. Eu me sentia um lixo, um pedaço de papel em chamas.

— Ele nunca pediu para eu ficar. – Arranjo a pior desculpa do mundo, porque Ethan sempre me deixou a escolha de ir embora, de esquecê-lo, mesmo que fosse tão doloroso para ele quanto para mim. Travis sorri debochado.

— A família de Ethan é só um bando de assassinos, Sophie. Eles podem facilmente entrar aqui em sua casa e matar os seus pais sem nenhum remorso... Acha mesmo que na maioria dos casos eles têm motivo para matar alguém?

“– E só por isso achou necessário tirar a vida de alguém?”

“– Há dias que nem motivos eu tenho.”

Eu sabia disso. Eu sabia que nem sempre eles tinham um motivo para sair matando alguém.

— Pare. – Digo baixinho deixando mais lágrimas se espalharem.

— Ethan é só sua primeira paixão platônica. E ele está acabando com você. Sophie, você mudou muito e não é só os seus pais que perceberam isso.

— O que eu devo fazer? – Pergunto e Travis me olha espantado. – Você veio aqui com um propósito, certo?

— Quero que me ajude a prender o Ethan. – Meus pais entram na sala quase que de imediato e entendi que estavam ouvindo toda a conversa da cozinha. O sorriso de meu pai poderia iluminar toda a cidade e minha mãe parecia tão aliviada quanto ele. Será mesmo que eu havia mudado tanto assim por Ethan?

—/-

— Está estranha hoje... Aconteceu alguma coisa? – Pergunta Ethan baixinho. Ele havia me buscado e me levado ao seu apartamento. Estava colocando todas as roupas do guarda-roupa em uma enorme mala e algumas armas na outra.

— Eu não acho que esse plano vai dar certo. Travis estava muito determinado em te ver atrás das grades. – Murmuro e ele se aproxima de mim.

— Vai dar tudo certo. – Diz baixinho voltando a colocar as roupas na mala quando Benjamim entra no apartamento em desespero.

— Eles já estão com as viaturas prontas Ethan. E alguns capangas de Andrew estão do lado de fora, nos terraços de prédios próximos esperando somente você sair daqui. Santiago também está do lado de fora. Ele acha que foi você quem matou Heather. Precisamos ir agora. – Grita Benjamim.

Meus olhos se arregalam. Ethan fecha sua mala e já ia me puxando para fora do apartamento quando dois homens, provavelmente alguns dos capangas de Andrew, apontam a arma em nossa direção. Mas antes que eles destravassem o gatilho, Benjamim caminha até eles usando punhais chineses em ambas as mãos jogando os objetos cortantes no pescoço dos dois. Até que ele tinha uma ótima pontaria. Ethan me puxa correndo até o final do corredor, apertando apressadamente os botões do elevador, que rapidamente se abre e damos de cara com o Travis. Benjamim grita nossos nomes, abrindo uma porta que levava as escadarias do prédio e corro, sendo seguida por Ethan. Um dos policiais estava pronto para atirar em nós dois quando o delegado o adverte. Trais ainda achava que eu estava do seu lado, mas após ir para o apartamento de Ethan eu contei tudo a ele, que rapidamente montou um plano para fugir do prédio repleto de pessoas que queriam acabar com sua vida de dez maneiras diferentes. Eu jamais teria coragem de fazer algo a ele, porque diferente do que todos imaginavam Ethan não era uma paixão passageira. E eu sentia isso em cada toque, beijo e olhar recebido dele. Descemos as escadas respirando pesadamente. O apartamento de Ethan era quase no último andar então ainda tínhamos muitos lances de escada para descer. Ouvíamos tiros de alguns capangas alguns metros acima de nós e eu não tinha ideia de como aquilo não nos atingia. Finalmente chegamos no estacionamento do prédio e corremos até o conhecido carro de Ethan, que rapidamente o liga, pisando fundo no acelerador, apertando alguns botões e aumentando a rapidez do carro. A maioria das ruas da cidade era muito estreita, saímos pelos fundos do estacionamento que pouca gente tinha conhecimento e por esse motivo não havia ninguém tentando nos perseguir.

— Ethan... Eu quero ir com você. – Sussurro o que tanto martelava em minha cabeça.

— Tem certeza? – Agora Ethan não sabia se olhava para o trânsito ou para o meu rosto.

— Não... Mas tenho medo de me arrepender por ter escolhido ficar. – Sou verdadeira ao pronunciar aquelas palavras e o silêncio reina entre nós. Benjamim olhava a paisagem do lado de fora do carro, com o gatilho já destravado pronto para atirar. Duas viaturas aparecem atrás de nós e ele rapidamente abre a janela do carro, atirando com perfeição os pneus dos carros, mais de uma vez para assegurar que eles não podiam mais nos seguir.

Então eu penso em meus pais. Foi algo tão imediato que mal tive noção do por que estar pensando neles justamente nesse momento crucial, mas no fundo eu sabia que era pelo simples motivo de estar escolhendo ir. Sem despedidas. Como se eu e Ethan fossemos ficar para sempre juntos quando sabia que era provável que tudo aquilo poderia acabar daqui alguns anos, ou meses, ou até mesmo hoje. Pela primeira vez eu estava sendo realista. Pensando no futuro e não no agora. Voltando a ser a velha Sophie antes de conhecer o idiota, bruto e inconsequente Ethan Gavin Brian. E eu começo chorar, porque eu não queria ir embora, mas também não queria que ele fosse. Afinal, não importava quando nosso amor acabaria, eu ainda estava apaixonada por ele e vê-lo ir embora definitivamente acabaria comigo vagarosamente. Como quando perdi um grande amigo meu. Ele tinha ido embora com os seus pais. Não me lembro de seu rosto ou até mesmo o seu nome e aquilo me machucava até hoje, mesmo que eu não o veja desde que eu era pequena. Já estávamos saindo da cidade quando Ethan me encara e para o carro na hora.

— Ethan... – As palavras pareciam não querer sair e Ethan segura meu rosto delicadamente com as mãos, me obrigando a encarar aqueles olhos cinza que eu tanto admirava.

— Eu sei... Sophie, eu...

— Não prometa. Apenas volte. – Murmuro interrompendo-o. Seus dedos passeiam pelas minhas bochechas enxugando as lágrimas que escorriam no local e ele sorri.

— Ethan, precisamos ir agora. – Grita Benjamim ao ver algumas viaturas de aproximando.

Mas ele não respondia Benjamim, apenas me encarava como se decorasse cada canto do meu rosto. Como se fosse à última vez que tivesse a chance de fazer isso, mas parte de mim acreditava que aquela jamais seria a última vez. Seus lábios se aproximam dos meus suavemente, pedindo passagem e aproveitei para me lembrar do gosto de seus lábios sobre os meus. De seu toque em minha pele que me deixava em chamas e principalmente, da curva de suas covinhas ao sorrir. E então eu abro a porta do carro e saio dali, vendo-o desaparecer ao longe. Pego meu celular ligando para Adam que rapidamente atende.

— Sophie?

— Será que pode me buscar Adam? Estou na entrada da cidade. – Desligo o celular assim que ele diz estar a caminho.

Em questão de segundos vejo várias viaturas indo na mesma direção que Ethan havia ido com seu carro e torço mentalmente para que ele tenha conseguido ir embora e já esteja bem longe daqui. Um carro preto, bastante parecido com o de Adam se aproxima e para em minha frente. Blair e Anthony dessem do carro se aproximando de mim e eu recebo um abraço de urso da mãe de Ethan, desabando em choro. Me sentia como uma janela de vidro que acaba de ser atingida e foi estilhaçada em milhões de pedaços. Eles não dizem nada, esperando calmamente que eu pare de chorar e questione o porquê de estarem ali.

— Mas vocês não estavam...

— Fomos soltos hoje de manhã. Já cumprimos nossa pena e dissemos a Adam que queríamos te ver... – Murmura Blair me interrompendo e sorrindo abertamente. – Acho melhor te levarmos para casa.

Anthony já ir abrir a porta do carro quando eu o paro e encaro seus olhos cinza, tão parecidos com os de Ethan e mais uma vez sinto vontade de chorar, mas respiro fundo, encarando-os com seriedade.

— Eu quero ser como vocês. – Digo baixinho.

— Como é? – Anthony parecia ter entendido muito bem, mas precisava ter certeza.

— Foi isso mesmo que ouviu. Eu cansei de ser essa menininha frágil que precisa se sentir sempre em segurança. Eu quero ser meu próprio porto seguro Anthony. – Falo um pouco mais alto dessa vez. – Quero ser como vocês. – Repito arrancando um sorriso de lado dele que rapidamente assentiu abrindo a porta do carro para mim. E eu entro no automóvel sabendo que a partir de agora...

Eu faço minhas próprias escolhas.

"Você está em um carro com um menino bonito, e ele não vai dizer que te ama, mas ele te ama. E você sente como tivesse feito algo terrível, como roubar uma loja de bebidas ou ingerir pílulas, ou cavado uma cova no chão, e você está cansada. Você está em um carro com um menino bonito e está tentando não dizer a ele que o ama, e está tentando engolir tal sentimento, e você está tremendo, mas o curso acabou e ele te toca, como em uma oração, onde não existem palavras, e você sente seu coração criando raízes nesse corpo. Como se tivesse descoberto algo que você não tinha nem sequer dado um nome para isso."

— Richard Siken.


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