Harry Potter, quando mais novo — até mesmo depois de “velho” —, sonhava em encontrar alguém com quem pudesse formar uma família. Alguém com quem compartilhar sonhos e conquistas.

Logo, quando ele — de modo totalmente inesperado tanto para o mundo bruxo, quanto para ele mesmo — começou a sair com Draco Malfoy, já sabia que seria algo que não era para durar. Pois Draco, independente de ser incrivelmente irresistível e sexy, não era um cara de relacionamentos longos, menos ainda de sonhar uma vida além das aparências.

Por isso, ao acordar aquela manhã ao lado do loiro que outrora odiava, sabia que havia chegado a hora de terminar. Não porque estivesse insatisfeito com o relacionamento, nem pela existência de outro alguém.

Harry tinha que terminar com Draco, porque ele não sonhava. E Harry, já em seus vinte e cinco anos, não podia esperar mais. Se não fosse atrás de seus sonhos agora, talvez nunca conseguisse realiza-los.

Ele então acordou o outro, que lhe sorriu e disse um bom dia manhoso — seu coração palpitou mais rápido. Harry o fez sentar, disse que precisavam conversar e viu o loiro lhe sorrir condescendente.

Draco também sabia. Sabia que chegaria uma hora em que Harry teria que seguir em frente e ele não o impediria. Não porque não quisesse, nem porque não lhe doeria ver o moreno partir.

Harry tinha que terminar com Draco, porque ele sonhava. E Draco, por mais que amasse o moreno, não iria impedi-lo de ir atrás de seus sonhos. Pois se ele não fosse atrás agora, talvez nunca conseguisse realiza-los.

O loiro sentiu seus olhos pinicarem e sua visão ficou turva. O moreno sentiu seu coração se comprimindo e sua respiração descompassou.

Harry abriu a boca pra falar que acabou, mas o que saiu foi um: “Casa comigo?”.

Draco abriu a boca pra negar, mas acabou gritando um: “Sim! Oh, Merlín, sim!”.

Porque ao contrário do que todos pensavam, Draco sonhava sim. Sonhava em uma vida com Harry, pois só com ele seria feliz.