O Celibato de Thalia escrita por MeioSangue


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Aproveitei bem esse fim de semana pra começar a levar minha fic para o "quê" da trama. Espero que gostem de mais um capítulo.

Comentem ;)



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Fora da boate, pude perceber como a noite estava estranhamente parada. As demais casas de show, que quando cheguei estavam lotadas e movimentadas, tinham agora alguns homens vestidos com ternos pretos de frente a suas portas. Um guarda passeava de uma esquina a outra girando seu cassetete negro. A lua já estivera mais brilhante durante outras noites. O ar era ainda mais gélido, chegando a cortar.

Envolvi a mim próprio com meus braços. Ouvi alguns passos atrás de mim, olhei com o canto dos olhos, Clarisse e Chris, Reyna e Nico se juntavam a mim sendo seguidos por Jason e os outros – que lutaram contra Gaia.

Jason tomou a frente, esbarrando em meu ombro acidentalmente.

–Jason! – advertiu Piper quase que em um sussurro.

O garoto segurou o braço de sua irmã que virou o fuzilando com o olhar.

Thalia olhou para a mão de Jason que segurava seu braço, erguendo seus olhos para o do irmão.

“O que ele pensa que está fazendo me segurando dessa maneira”, creio que ela pensava.

–O que está acontecendo Thalia? – a voz do filho de júpiter era calma e autoritária.

A semideusa puxou seu braço para longe do alcance de seu irmão. Bufou e demorou alguns segundos para deixar de encará-lo e focar-se em mim.

–Pergunte para o... Esse... – ela brandiu – Esse Ser! – seu dedo indicador estava a poucos centímetros de meu nariz.

Não pude deixar de dar um passo para trás.

Di Immortales , o que eu fizera para deixar essa garota tão nervosa. Conheci apenas por nome e por sua reputação de estressada. A falta de garotas deveria estar fritando neurônios alheio.

Um filho de Zeus pode ler mentes? Merda! Torçamos para que não.

Olhei para Nico e percebi que todos tinham o foco em mim.

–Théo? – falou Chris como se esperasse uma resposta de mim.

Arqueei as sobrancelhas.

–E-Eu estou tão confuso quanto você – rebati.

Uma rajada de vento, mas forte que as outras me desequilibrou. Pensei ser por conta do álcool em meu sangue, mas então vi que os outros sentiram o mesmo.

Annabeth repousou a mão no ombro esquerdo de Thalia. A ventania era resultado da impaciência e da ira da caçadora.

–Não se faça de idiota! Seu pai tem haver com o assunto, logo, você, que é o único filho dele que está na cidade é o culpado – seu tom de voz era alto.

Os seguranças e o guarda começavam a prestar atenção em nós.

Meu pai. Droga, eu deveria estar mesmo fudido. Quase não ouço falar sobre o vagabundo, e quando escuto, é alguém em acusando de algo que ele fez, mas que a culpa também é minha. Onde está a lógica?

–Thalia, acalme-se – tentou Annabeth.

–As coisas se desequilibraram por... – antes que terminasse de falar, a voz de Clarisse a interrompeu.

–HEY! Se esse assunto tiver algum sentido com o assunto que estou pensando, melhor não discutirmos esse assunto aqui em público – seus olhos percorreram as pessoas na rua.

Thalia olhou e concordou sem dizer nada.

–Você não deveria ter usado tantos assuntos em uma só frase – Annabeth avisou Clarisse.

A filha de Ares bufou enquanto puxava seu namorado para dentro da onde não deveríamos ter saído.

–Não banque o cérebro em um momento desses lora. Não vê que estamos no meio de uma DR.

Um ponto de interrogação ficou visível na face de cada um de nós;

–DR? – perguntou Reyna em um sussurro.

Clarisse revirou os olhos.

–Discussão de Relacionamento. – a voz da menina soou como “isso não é óbvio?”

Thalia ficou ainda mais furiosa.

–Eu não tenho qualquer tipo de relacionamento com esse moleque – seu olhar me contemplou, carregado de sentimentos ruins.

Odiava quando aquilo acontecia, pois me lembrava dos tempos de escola.

–Não desconte em mim a raiva que você está por não ter quem diminua sua testosterona. – deixei escapar.

Todos recuaram como se já soubessem o que estava a vim pela frente.

De azuis, os olhos de Thalia se tornaram cinzas, como um céu em dia de tempestade. Lampejos de luz emanavam do mesmo – descargas elétricas.

Suas mãos estavam envoltas por duas esferas eletrizantes, seu arco veio a cair ao chão.

–Droga. – falou Jason.

A menina ergueu as mãos, e eu já me preparava, mentalizando um escudo – quando se é filho do deus dos sonhos, você acaba vindo com o poder de materializar alguns pensamentos.

Percy investiu na frente da menina que já mirava seu poder em mim.

–Thalia, acalme-se, pense no estrago que você iria causar. Pense no dinheiro que o acampamento gastaria para ressarcir esse lugar. – ele tentava acalma-la.

–Na verdade, tudo isso aqui é feito de magia... Não teríamos que arcar com nada. – Clarisse era a única que mantinha um sorriso no rosto.

Percy falou entre os dentes.

–Não bote pilha javali! Thalia... Pense em Apolo! – sugeriu ele.

No mesmo instante o alvoroço cessou.

–O que o irmão de minha senhora teria haver com isso? – questionou ela.

Percy deixou escapar um suspiro de alívio.

–Exatamente isso que está pensando... Nada. Agora, melhor voltarmos ao acampamento. Vejo que o assunto é sério.

Ela finalmente parecia ter se estabilizado, voltado ao seu consciente. Mas a fúria em seus olhos, eu ainda conseguia sentir. Ela não os tirava de mim.

O mais assustador em Thalia, é que a garota pode estar na maior enrascada que for, mas ela continua a encarar seu oponente diretamente nos olhos. E o peso que eles têm...

–Antes que as coisas voltem a se desengatar, vou mandar uma mensagem de íris para Argos. – falou Leo correndo para o banheiro.

Demorou cerca de uma hora até que Argos apontasse com a van do acampamento no final da quadra.

Minha visão já havia voltado ao foco e agora eu enxergava as horas em meu relógio perfeitamente, a dislexia quase não me atrapalhou. 04:27 am. Wou! Como as horas passaram de pressa.

Argos percebendo a intriga que ainda pairava no ar, manteve os olhos – seu corpo é repleto deles – focados no volante.

Caminhei até a porta, e nem percebi que Thalia fazia o mesmo. Pensei em deixa-la passar na frente, mas esse não era o momento mais apropriado para ser cavalheiro. Passei a frente.

Reyna entrou logo em seguida – ela iria passar o final de semana com Nico, junto a nós, gregos. Nico ao seu lado. Chris e Clarisse. Não reparei nos outros que entraram, pois fui sensato o bastante para manter a cabeça baixa. Nunca pensei que o carpete de um carro fosse tão interessante.

Assim que o carro arrancou, olhei pela janela e acidentalmente vi que Thalia ia no banco ao lado de Argos.

Já fazia cerca de quinze minutos que estávamos dentro da van quando Percy tentou quebrar o gelo entre todos. Sua fala veio tão repentina que todos nos assustamos. Ele estava ao banco atrás de mim.

–A festa estava realmente ótima, principalmente quando... – Annabeth o interrompeu.

–Não tente cabeça de alga.

A voz de Percy foi morrendo aos poucos.

O silêncio sempre me incomodava, mas desta vez, havia me surpreendido.

Pude ver o Velocino de Ouro reluzindo no galho mais baixo do Pinheiro de Thalia. O dragão Peleu se espreguiçava. Apesar das circunstâncias, era bom estar voltando para casa.

–Tenho tempo de ir a meu chalé? – perguntei aleatoriamente assim que descemos do carro.

Ninguém respondeu até a filha de Zeus se pronunciar. Sua voz estava mais calma, mas ainda era repreensível.

–Não. O assunto é realmente sério.

Concordei com um movimento de cabeça.

Todos se dirigiram para a Casa Grande. Thalia virou para trás e repreendeu.

–Não me levem a mal pessoal mas, - ela voltou-se para mim – o assunto é entre mim e esse garoto. Jason, falarei com você, com todos vocês mais tarde.

Olhei para Nico e balancei a cabeça como se quisesse dizer que estava tudo bem.

Nico era meu melhor amigo no acampamento. No começo, confesso que fiquei com receio por saber do... Lance, que ele tinha em relação à Percy. Depois de mais algum tempo conversando, ele me explicou do que havia se tratado.

Sua personalidade estranha e solitária, me lembravam de meu primeiro melhor amigo, que também fora meu sátiro, Diogho. Se sua morte não houvesse acontecido, bom, não seria eu que estaria aqui hoje.

Esperei que Thalia estivesse cerca de dois metros e meio a minha frente e só então a acompanhei.

Ela subiu os poucos degraus que levavam até a varanda da Casa Grande com passos pesados.

Abriu as portas de madeira em supetão.

Quíron e o Sr. D. – o deus Dinísio – estavam sentados em frente a uma mesa jogando cartas.

–Thalia que bom vê-la. – saldou Quíron. – Théo, pelo visto a festa foi óti... – ele enfim pareceu perceber como se encontrava a situação. – Receio que vocês não nos trazem boas notícias.

Sr. D. permanecia com os olhos em suas cartas.

–Isso são maneiras de entrar em um recinto em que eu esteja presente Thabata Grey?

Thalia suspirou.

–Desculpe-me Dionísio. E Quíron, realmente, não trazemos boas notícias.

O rabo de Quíron balançava, igualmente como acontecia quando o mesmo ficava nervoso.

Quíron é um centauro: da cintura para cima um homem grisalho, e a parte traseira, um corcel branco.

–A deusa Ártemis está bem? – perguntou Sr.D. agora, com seus olhos na menina.

Thalia desabou-se em uma cadeira vaga na mesa de ambos.

–Estaria se o pai desse... – ela fez uma pausa cerrando os punhos, procurando uma palavra para demonstrar o quanto estava com desprezo em relação a mim. – Campista, não existisse.

Os dois homens olharam para mim. Fiquei tão sem jeito, que creio que até meus brancos cabelos se tornaram vermelhos.

–Théo? – perguntou Quíron.

Estava para abrir a boca a fim de me defender quando o deus do vinho me interrompeu.

–Vá direto ao assunto Senhorita Green. - ele tinha um tosco hábito de errar o nome dos semideuses.

Thalia trocava olhares entre Quíron e o Sr.D.

Rachel, uma menina linda menina de cabelos ruivos, olhos verdes, vestias sempre manchadas de tintas e rosto respigado por sardas – e também nosso Oráculo – abriu as portas, e disse no mesmo instante e com as mesmas palavras o que Thalia usou como resposta.

–O Arco de Ártemis foi roubado! – as duas tinham alarmes em suas vozes.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo, postarei lá por quinta ou sexta... até lá o/
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