Felizes... para sempre? escrita por Enthralling Books


Capítulo 15
- Qual é o plano?


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!!!
Sei que disse para algumas pessoas que postaria na quarta-feira e eu peço mil desculpas pela demora.
O que aconteceu:
1º - Comecei a ler uma fic que tem mais de 200 000 palavras ao todo. Perdi a noção do tempo!
2º - Ontem foi a abertura da Copa e eu assisti com a minha família.
3º - Fiquei meio perdida nesse capítulo, demorei mais do que o costume para criá-lo.

Enfim, espero que gostem!

Votação para o destino do Clarkson encerrada!!!

Enjoy



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– Maxon? – Ouvi a voz de America, carregada de preocupação, me chamando.

– Eu fui deposto? – Perguntei incrédulo.

– Eu sei. É difícil de acreditar que esteja acontecendo.

:::

– Mas não está acontecendo – falei controlando um grito – Ele não pode fazer isso! Ele não tem autoridade para me depor.

– Maxon, não importa se ele tem autoridade ou não. Ele está lá e você está aqui e, se me permite dizer, não vai conseguir voltar ao palácio. Se voltar... – Ela se interrompeu.

– Se voltar o que, America? Ele me mata? É o que você quer dizer? – Aumentei o tom.

– Não. – Ela responde rapidamente, mas depois pensa melhor – Quero dizer, não sei. Acho que ele vai prender você ou talvez te banir sabe-se lá para onde. Ou talvez ele apenas barre você na porta. Não dá pra saber, mas é perigoso, Maxon.

– Eu sou o rei de direito. Ele não pode fazer nada contra mim. – Insisti.

– Ou o que? – America parecia estar perdendo a paciência – Você é cego? O exército está com ele, não com você. E eu aposto que cada um dos conselheiros que você expulsou do Conselho está lá com ele também, não com você. – Era verdade. Se meu pai não tivesse apoio, de nada adiantaria tentar reclamar a coroa. Desisti de tentar me convencer do contrário e apenas enterrei a cabeça entre minhas mãos.

– Eu... – Foi quando eu me dei conta da coisa mais simples – nem tenho para onde ir. Eu vim para o Hospital com uma mala praticamente insignificante, não tenho muitas roupas comigo, nem comida, nem nada. Eu perdi tudo, não foi? – Perguntei encarando-a.

– Tudo não. Você vai para a mansão da minha família. Não se preocupe com as roupas, nem com a comida ou com o resto, a gente dá um jeito. Quando aconteceu comigo, os meus amigos, a minha família e a minha filha foram tudo para mim. Fique feliz que você não está sozinho. – America disse por experiência própria. Não acredito que eu tenha sido capaz de fazer isso com ela.

– Eu estou pagando pelo que fiz com você. – Sussurrei.

– Não é verdade. – America respondeu ainda com aquela estranha distância que eu percebi desde que cheguei.

– É claro que é. Se você não tivesse partido, não estaríamos aqui agora. Nada disso teria acontecido.

– Não adianta chorar pelo passado, Maxon. Aprendi isso do pior jeito. Veja o lado positivo.

– Que lado? – Não acreditava que existisse um lado positivo nisso tudo até America me convencer.

– Você tem sua filha com você depois de onze anos; minha família te ama e vai te ajudar a qualquer custo; May, Nicolleta e Kiah não vão deixar barato o que seu pai fez. Eu posso continuar contando, então pare de se lamentar e saia disso com a cabeça erguida.

– Como você fez? – Perguntei.

– Sim. Como eu fiz. Agora vamos, a imprensa deve estar louca e Nicole também. Sua filha é muito curiosa, sabia?

Seguimos para o quarto em que Nicole estava com America distante e eu no modo automático. Por onde passamos, vimos os repórteres que tentavam a todo custo vir até mim, mas os guardas estavam impedindo e eles tiveram que se conformar em tentar chamar minha atenção. America disse para eu ir para o quarto e foi até eles. Saí da vista dos repórteres, mas queria saber o que ela diria, então fiquei ouvindo atrás de uma coluna.

– Lady America, Lady America, o que tem a dizer sobre o pronunciamento da deposição do Rei Maxon? – Um deles perguntou.

– Lady America, aqui, a senhora acredita que isso tenha alguma ligação com a sua deposição? – Outro perguntou logo em seguida. Muitas perguntas se seguiram após essas, mas America não respondia a nenhuma delas.

– Senhores, por favor. – Ela pediu a atenção deles – Neste momento nós sabemos tanto quanto vocês. O anúncio desta deposição foi uma surpresa para todos nós e não temos muito que dizer a respeito. Depois que soubermos melhor o que está acontecendo e como agir, então comunicaremos aos filhos e filhas de Illéa.

Os repórteres continuaram fazendo perguntas como: “o acidente do seu pai e a deposição do Rei Maxon estão interligados?”, “Podemos esperar uma reconciliação do Ex-Rei com a Ex-Rainha?” e “Quem a senhora acredita que sucederá o Rei Clarkson no trono?”.

– Eu não posso respondê-los quanto a isso neste momento, senhores, e nem deveria. Não se esqueçam de que estamos em um Hospital e meu pai está em coma numa UTI. Se não for pedir muito, podem deixar as perguntas para depois? – Eles pareceram envergonhados, mas não muito já que o trabalho deles é invadir a privacidade dos outros – Agora se me dão licença... – America se vira e vem em minha direção. Quando me vê parece um pouco surpresa, mas nem tanto quanto eu.

– Aquilo foi... – Comecei.

– Pensei ter dito para você ir para o quarto. – Ela comentou e nós voltamos a andar.

– Queria saber o que iria dizer. – Me justifiquei.

– Poderia assistir na televisão. – Falou indiferentemente.

– Não queria perder nada. – E o assunto foi encerrado. Fizemos o restante do caminho em silêncio.

Quando chegamos ao quarto, respirei fundo antes de entrar e, quando o fiz, todos os olhos se voltaram para mim. Nicole foi a primeira a vir em minha direção e me abraçar. Quando ela fez isso, Kenna, Astra e Magda vieram e me abraçaram também. Essas pessoas são a minha família. Mesmo depois de tudo o que aconteceu, tudo o que eu fiz, eles me adotaram à família deles e não me abandonaram. Retribui o abraço como pude e America ficou apenas olhando a cena. O que estava acontecendo com ela afinal?

– Pai, o que vai acontecer agora? – Nicole me encarou.

– Eu não sei, filha.

– Mas eu sei. – Por incrível que pareça, quem disse isso foi Magda – Vocês três – apontou para America, Nicole e eu – vão para nossa casa. Maxon, você veio buscar Nicole para levá-la ao palácio, para que ela não precise estar aqui. Ela continua não precisando, então levem ela pra casa. America, eu sei que você não quer sair do lado do seu pai, mas é melhor você ir também. – Disse autoritária. America apenas assentiu. – Temos os dez guardas italianos, mais dez que vieram do palácio, contando com Aspen, mais os que costumam acompanhar Kenna, Shalom e eu. Tem quase trinta deles aqui. Deixem apenas uns cinco ou seis e vão resolver suas vidas.

– Eu concordo – Kenna disse – Tantos guardas e repórteres no Hospital devem atrapalhar os médicos e enfermeiros. Se vocês forem, a imprensa nos deixa em paz.

– Então nós vamos? – Nicole perguntou olhando para mim e depois para a mãe, esperando uma resposta. Foi America quem respondeu.

– Sim. Também não quero descuidar da sua segurança e agora está tudo muito confuso, então é melhor ficarmos atentos. Mas eu vou ver meu pai mais uma vez antes de ir e vocês tem que me prometer que vão me avisar de qualquer coisa que seja.

Kenna e Magda assentiram e America saiu do quarto, acompanhada da sobrinha e da irmã, que disse que precisava ir à lanchonete. Sentei na cama hospitalar e Nicole deitou no meu colo.

– Ei, vai ficar tudo bem. A gente vai dar um jeito. – Magda assegurou e eu queria muito poder acreditar nela. Algo em sua voz me fez lembrar minha mãe. MINHA MÃE! Eu não a vi ao lado do meu pai no pronunciamento e duvido muito que ela teria concordado com isso. Graças a America, ela perdeu a capacidade de concordar com meu pai em qualquer coisa que ele fizesse. Ela ainda não o enfrentava em tudo, mas ela não ficaria calada quanto a me depor. Temi que algo pudesse ter acontecido a ela, mas não comentaria ali, com Nicole prestando atenção.

– Espero que sim. Magda, eu agradeço de verdade o que estão fazendo por mim, mesmo depois...

– Esquece isso. Todos sabemos o que aconteceu e aprendemos a lidar com isso. O importante é que vocês conseguiram ficar unidos mesmo que America e minha neta tenham estado todo este tempo longe. E agora estamos todos juntos. Eu sei que não é como esperávamos, mas... – Ela se perde em pensamentos e eu entendo que não sou o único que não queria estar naquela situação.

– Eu sinto muito pelo Shalom. Eu tenho certeza de que ele vai ficar bem. – Digo convicto.

– Sei que sim. Ele é forte. – Ela parecia estar tentando convencer a si mesma disso.

Percebo que Nicole dormiu e mesmo com tudo acontecendo, dou um pequeno sorriso. Minha filha está dormindo no meu colo pela primeira vez depois de muito tempo. A última vez que isso aconteceu, ela só tinha uma semana de vida.

Aproveitei esse momento para perguntar o que estava martelando na minha cabeça há algum tempo.

– Por que America está distante? Pensei que fosse pelo pai, mas acho que tem mais alguma coisa.

– Você não suspeita o que seja? – Ela me olha incrédula.

– Não. Foi alguma coisa que eu tenha feito? – Tentei vasculhar em minha memória, mas nada veio.

– Foi uma coisa que você disse e a hora em que você disse. – Continuei sem entender.

– O que?

– Tenta se lembrar. Se não conseguir, pergunte a America. – Ela diz enquanto se levanta da poltrona em que estava e eu fico ainda mais confuso – Mas eu vou te dar uma dica: Nunca questione a proteção, o carinho, ou o amor de uma mãe. – Magda dá um beijo na testa de Nicole e sai do quarto.

Foi quando eu me dei conta. “Foi uma coisa que você disse e a hora em que você disse”.

FLASHBACK ON

– DROGA, AMERICA! VOCÊ O PERDOOU! QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA EXPOR MINHA FILHA AO PERIGO DESTA FORMA? Onze anos. Por onze anos eu fiquei longe da minha filha para a segurança dela. Apenas para receber uma ligação dizendo que ela foi sequestrada às vistas da própria mãe. Que tipo de mãe é você, America?

FLASHBACK OFF

Estávamos ambos nervosos naquele dia e eu a culpei pelo que aconteceu. Ainda acho que ela não deveria ter perdoado aquele desgraçado, mas sei que, se ela sequer imaginasse a hipótese de que Nicole seria sequestrada, ela teria feito qualquer coisa para impedir.

Eu praticamente joguei os fatos na cara dela, com minha voz carregada de nojo, sem me preocupar que estava sendo difícil para ela também, que Nicole também é sua filha. Onde eu estava com a cabeça quando perguntei que tipo de mãe ela era? America é o tipo de mãe que se afastou da família, do país e de tudo que já conheceu e se mudou para o outro lado do mundo apenas para que nossa filha estivesse segura.

Imerso em pensamentos, não percebo quando ela entra no quarto.

– Maxon? – Olho para ela – Já se passou uma hora. Está na hora de irmos.

– Me desculpe – Falei de uma vez. Ela me olhou confusa.

– Desculpar? Do que está falando?

– Quando Nicole foi sequestrada, eu não deveria ter falado com você daquele jeito. – Ela pareceu entender a que eu me referia.

– Não tem que pedir desculpas pela forma como você pensa. E eu não deveria mesmo tê-lo perdoado – sussurrou a última parte.

– Não, você não deveria tê-lo perdoado. – Ela me encarou – Mas isso não muda o fato de que você fez e faz tudo o que está em seu alcance por nossa filha. Você é uma ótima mãe e eu peço desculpas se eu fiz você pensar que não.

– Você não entende. Não era só por isso. – America se sentou, e abaixou a cabeça.

– Então o que mais? – Perguntei, depois de assegurar que Nicole ainda estava dormindo. America hesitou, mas resolveu falar.

– Você disse que ela foi sequestrada às minhas vistas e me perguntou que tipo de mãe eu era. Eu sou o tipo de mãe que assistiu a morte de quatro filhos. O tipo de mãe que não pôde protegê-los e o tipo de mãe que também não conseguiu proteger Nicole. O pior foi saber que você estava certo. Se alguma coisa tivesse acontecido com ela eu não teria me perdoado. Eu me odiaria. – A essa altura já estava em lágrimas.

– Não foi você quem me disse que não adianta chorar pelo passado e que temos que ver o lado positivo? Nicole está segura conosco e ela te adora. Já passou. E sobre os nossos outros filhos, eu queria que tivesse sido diferente, mas sei que você não tinha como evitar o que aconteceu. Foi um problema de saúde, não foi culpa sua. – Ela me avaliou pensativa, mas depois assentiu, enxugou as lágrimas e se levantou.

– Temos que ir. Não adianta ficar revirando o passado de qualquer jeito. Eu vou ao banheiro, pode acordar nossa filha? – Ela me olhou e sorriu. Essa é minha America!

– Deixa comigo. – Sorri também.

America entrou no banheiro e eu comecei minha missão.

– Nicole, acorda, filha. – Tentei.

– Só mais cinco minutos, mãe – Ela resmungou. Sorrio.

– E eu tenho cara de ser sua mãe? Vamos, acorda. – Ela abre os olhos e sorri quando me vê. Qualquer pequeno ato era uma novidade para nós e eu podia ver que ela estava tão feliz quanto eu de estarmos juntos. – Vamos embora desse Hospital e a viagem é de quase uma hora. Se quiser beber água ou ir ao banheiro, a hora é agora.

Ela se levanta e vai ao banheiro assim que America sai. Aproveito o tempo que temos sozinhos pra resolver o assunto que ficou pendente.

– Você me perdoa pelo que eu falei? Eu estava nervoso. Nunca diria aquilo em situações normais. – Digo me aproximando dela, que abaixa os olhos por um segundo antes de me olhar outra vez.

– Sei disso. E se isso é tão importante pra você, eu o perdoo.

Eu puxo-a para um abraço e fico mais tranquilo quando ela corresponde. Adeus distância, você não faz falta nenhuma. Murmuro um obrigado, mas ela se limita a me abraçar mais forte.

– Senti sua falta – Admito.

– Eu também senti a sua.

Continuamos abraçados por um tempo, até eu sentir outro braço na minha cintura.

– Abraço em família? – Nicole pergunta.

– Não. – Respondo e elas me olham confusas – Sanduíche de Nicole.

Puxo Nicole para ficar no meio e abraço America. Quando ela percebe o que estou fazendo, me abraça com mais força para apertar nossa filha. Rimos enquanto ela reclama e tenta se desvencilhar.

Rápido demais temos que encarar a realidade. Vamos os três em direção à saída do Hospital e uns vinte guardas fazem nossa escolta até o carro. Os repórteres até tentaram nos entrevistar, mas não respondemos a nenhuma pergunta.

No carro, Nicole e America ficaram perto das janelas e eu fiquei no meio abraçando as duas. Aspen foi no banco do carona e Avery estava dirigindo dessa vez. Ao que parece, ficamos sem motoristas já que eles não queriam confrontar o “rei”. Quando perguntei de onde vieram os carros, Aspen respondeu que um era de Kota, outro de James e o outro alugado. Cortesia de Magda ao que parece. Tento não ficar incomodado com isso, mas não há nada que eu possa fazer. Nicolleta garantiu tudo o que os soldados italianos precisassem, porque eles também alugaram carros e seguiram atrás de nós.

Quando chegamos à mansão da família de America, eu cumprimento a todos, mas Nicole é quem mais chama atenção. Ela abraça a todos eles, que dizem que sentiram falta dela. Eles combinavam de se encontrar na Inglaterra, então todos já se conheciam muito bem.

Me acomodei em um quarto no segundo andar, America em frente ao meu e Nicole à direita ao de America. O quarto não era tão grande quanto o meu no palácio, mas era um pouco maior do que os quartos das Selecionadas, o que significa que era bem grande.

Tomei um banho demorado para pensar em tudo o que tinha acontecido comigo em menos de vinte e quatro horas. Estava enrolado na toalha e saindo do banheiro quando ouço uma batida na porta.

– Maxon? Posso entrar. – A voz é de America. Sorrio.

– Pode. – Autorizo. Quando America vê que eu estou só de toalha vira o rosto na hora.

– Por que não disse que estava ocupado?

– Você não perguntou – Dei de ombros tentando parecer indiferente.

– Achei que iria querer saber de uma coisa. Me encontre na sala em vinte minutos, é importante.

Ela não me deu chance de perguntar o que era, apenas saiu do quarto.

Coloquei uma das poucas roupas que eu trouxe, arrumei o cabelo de qualquer jeito e desci com pressa. America já estava na sala, mas ainda faltavam uns dez minutos.

– E então? – Pergunto me sentando ao lado dela – O que queria me dizer?

– Aspen vai poder te explicar melhor do que eu. Temos que esperá-lo voltar.

– Onde ele foi? – Pergunto.

– Resolver uns assuntos – Responde vagamente, mas eu não a pressiono sobre isso.

– E então? – Ela fala esperando que eu continuasse.

– E então o que? – Ela me encara.

– Como nós ficamos? Quero dizer, nenhum de nós é mais o mesmo e onze anos é muito tempo. Eu não quero que fique um clima estranho entre nós e sempre vamos ser uma família, mas eu preciso saber o que você quer.

– Eu estou feliz com o que já temos. – Respondo tentando analisar sua reação.

– Ah... – America murmura com a cabeça baixa. É o suficiente para mim.

– Mas não acho que basta. – Ela me encarou outra vez – Nós dois mudamos e onze anos é muito tempo, mas ainda sinto o mesmo. Acho que, se você quiser, podemos tentar outra vez. – Minha vez de esperar uma resposta.

– Sabe o que é engraçado? – Ela desvia do assunto – Eu tive oportunidades para me casar de novo fora de Illéa, mas sempre me lembrava da minha promessa de que voltaria. Ainda assim eu poderia ter seguido em frente. Já você causaria uma guerra civil se tentasse.

– Não é engraçado. Por que comentou sobre isso?

– Porque não importa o que aconteça, nós vamos sempre estar inegavelmente unidos um ao outro. – Ela responde olhando para mim.

– O que você quer, Ames? Responde com todas as letras. – Peço.

Ela não me responde, apenas me beija. Ficamos assim por muito tempo, interrompendo apenas quando nos falta ar, então olhamos um para o outro e recomeçamos a sessão de beijos.

Eu sei que mesmo com a situação de Illéa, eu poderia me adaptar a viver assim. Com minha filha perto de mim e com minha esposa em meus braços outra vez.

Quando os beijos começam a ficar mais intensos e desesperados ouvimos uma tosse na porta. Aspen nos olhava divertido.

– Vocês deviam procurar um quarto.

America sai de cima do meu colo. Quando foi que ela chegou lá mesmo?

– Conte a ele. – America pede, ignorando o último comentário dele.

– O que está acontecendo? – Pergunto.

– O quintal está cheio de guardas. – Ele responde.

– Isso eu já sei. O que mais?

– Não, você não está entendendo. Tem quase uns trezentos homens no quintal. Como você não escutou? – Eu olho para America.

– Estava meio ocupado.

– Hum, sei... São guardas do palácio, Maxon. Estão desertando.

– O que? Por quê?

– Porque ninguém quer voltar a viver no sistema do seu pai. Mesmo sem America aqui os projetos para integração das castas continuaram graças a você, e o povo não quer voltar ao que era antes.

– Nem todos. – Observei – Se meu pai não tivesse apoio, não estaria no meu trono.

– Estão convencendo as pessoas. Fazendo uma verdadeira campanha de conscientização para o povo te odiar, está mais para lavagem cerebral, chame do que quiser. Boa parte está ouvindo.

– Mas boa parte também está ao seu favor – America comenta. – Se não fosse assim, não teriam tantos guardas no quintal.

– É o seguinte: Maxon me nomeou Guardião da Família Real e, pra mim, a verdadeira Família Real está aqui nesta casa. – Aspen faz menção de continuar, mas eu o interrompo.

– Onde está minha mãe, Aspen? – Pergunto.

– Eu... Soube que ela está presa. – Ele admite.

– Presa?!

– Não em uma cela ou algo assim. Está isolada em um quarto. Ninguém entra, ninguém sai. O próprio Clarkson leva a comida dela, por não confiar nas criadas.

Fico estático e America acaricia meu braço tentando me confortar. Aspen continua com o assunto que eu interrompi.

– Se Clarkson tem um exército, eu posso conseguir outro. Eu posso tomar o palácio. Mas não vai adiantar de nada se o povo te odiar. – America e eu nos entreolhamos, mas ela quebra o silêncio.

– Então... Qual é o plano?

Continua...


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Notas finais do capítulo

O que acharam???
Espero por vocês nos comentários, ok?
Cof...cof...Indireta...cof...cof...comentem...cof...cof

Vou ali beber uma água, que a tosse atacou aqui.
Beijos e até o próximo capítulo.



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