Novos Começos escrita por Tenshikass


Capítulo 4
Capítulo 4 - Energia de Sobra.


Notas iniciais do capítulo

para ouvir :)

https://youtu.be/_GOR5gvQwDI



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...

— Bom pessoal, eu sou o Professor Jiraiya, e vou dar aula de literatura para vocês este ano. Vamos começar nos apresentando. Garotas primeiro, por favor. Digam seus nomes, o que vocês mais gostam de fazer, e o que vocês detestam.

Pouco a pouco as alunas foram se apresentando, quando chega a vez de Sakura.

— Olá, pessoal, professor. Meu nome é Haruno Sakura. Eu gosto muito de artes cênicas e jardinagem. E o que eu detesto... Xi, são tantas coisas... não costumo ser paciente.

— É, a adolescência, obrigada querida Sakura, sente-se já entendemos! — Não sei por que ele tinha que me levar até a carteira, na verdade ele fez isso com todas as garotas até agora. 

— Bem, próxima!

— Meu nome é Yamanaka Ino. Gosto de esportes, especificamente a natação e de ficar junto aos meus amigos sempre. E neste momento, detesto a KARIN! — Ino sorria como uma sociopata, eu não entendia por que tanto alvoroço por um esbarrão, mas entendia perfeitamente essa personalidade explosiva.

— Er... Tudo bem, então... Sente-se Ino. Próxima por favor. — Não tenho certeza se o professor saberia lidar com nossos possíveis conflitos em sala.

— Meu nome é Uzumaki Karin. — Ela se levantou e foi para frente do quadro negro, então ela era a prima que Naruto havia me falado. — O que eu mais gosto agora é "Uchiha Sasuke" — Ela piscou em sua direção, ele havia sentado ao meu lado, mas com uma carteira de distância, olhei de canto e o vi dar um sorriso tímido pra Karin e virar o rosto para a janela. "tão íntimos assim?" — E o que eu mais detesto é quando as pessoas entram em meu caminho. — E apontou para Ino.

— Ok Karin... Oh Céus... Agora os Garotos! — O professor suspirou passando as mãos no rosto perplexo.

— Meu nome é Uchiha Sasuke. O que eu mais gosto... música, fotografia... gosto de tocar violão as vezes. E eu detesto muitas, muitas coisas. — E se sentou tão rápido quanto se levantou.

— Mais alguém que eu tenha esquecido? — Perguntou Jiraiya correndo os olhos por uma lista em suas mãos.

— Eu, Professor... — Respondeu uma voz no fundo da sala, era um menino de cabelos muito vermelhos, como os da Karin, olhos azuis claríssimos, me lembraram uma piscina e usava um delineador preto, num estilo gótico, assim como suas roupas completamente pretas, exceto por uma faixa vermelha presa no braço, logo abaixo da manga curta da camiseta. — Meu nome é Sabaku no Gaara. Gosto de música, preferencialmente rock'n'roll, toco bateria. Também curto ficar sozinho para compor. Odeio muitas coisas e muita gente...

— Tudo bem, Gaara, sente-se... Por que eu nunca pego uma turma normal? — Praguejou se sentando na cadeira e olhando uma pequena bagunça se formando no fundo.

— Ei Sakura! — Ino me chamou.

— O que?

— Aquele garoto Gaara...

— O que tem ele?

— É uma gracinha né? — Ela sorriu, olhou para trás e corou de leve.

— Ah, acho que sim, gostei do estilo... Ino, Ino... Não está interessada nele, não é? Você acabou de o conhecer.

— Sakura, o que é isso! Eu não estou interessada nele! Só quero fazer amizade horas...

— Aham! "Quem não te conhece, que te compre!"

— Eaí, Sasuke! Gostando do primeiro dia em uma escola nova? — Karin que estava sentada atrás dele, quase se jogou para frente.

— O que você quer, Karin?

— Eu só quero conversar com você... — Ela passou a mão em seu pescoço, me remexi na cadeira como se tivessem formigas. "qual é a dessa garota?"

— Mas eu não to a fim de conversar, Karin, e já falamos sobre isso. — Ele tirou a mão dela do seu pescoço devagar, e então eu pude ver, uma corrente.

— Ah, tudo bem então... — Karin se recostou na cadeira com a cara vermelha de vergonha.

"Será que essa corrente..." Eu não me atrevia a tentar olhar mais uma vez.

...

Na sala ao lado, a mesma pergunta foi feita aos alunos pela professora de Arte, Kurenai.

— Meu nome é Uzumaki Naruto! Eu gosto muito de comer vários tipos de lámen, curto música, toco guitarra e canto. Detesto o tempo que tenho que esperar para comer o lámen, e pessoas que se metem com meus amigos, dattebayo! — Sorri para a Hina, que era a única familiar para mim naquela sala.

— Obrigada, Naruto! Pode se sentar, agora que venha uma garota.

— M-Meu nome é H-Hyuuga Hinata. — Hina estava nervosa, e por isso começava a gaguejar, então eu rabisquei "respire, fale devagar, estou com você" em um papel e segurei na minha frente, ela sorriu e continuou — Eu gosto muito de ler e escrever. Detesto ver meus amigos tristes e minha timidez... — Ela olhou para baixo no fim e juntou as mãos na frente do corpo, por um momento eu quis me levantar e abraçá-la, fiquei automaticamente com a face quente e torci para ninguém estar me olhando.

— Você foi ótima, Hinata, obrigada! Agora para terminar, sobrou mais um garoto! — Um cara alto como o Sagi se levantou, eu nem tinha notado que ele estava do meu lado. Tinha cabelos pretos longos e os olhos idênticos aos da Hinata, porém um pouco mais sombrios que os dela, ele usava o uniforme escolar, calça social preta, uma camisa branca de botões e inacreditavelmente formal, uma gravata verde escura.

— Meu nome é Hyuuga Neji. Eu gosto de estudar, de esportes e de desafios. Detesto estar errado. — "Hyuuga?"

— Certo, interessante... Não gosta de estar errado... Sente-se, Neji. Agora vamos prosseguir com o início da nossa aula.

— Hina — Coloquei a mão em seu ombro e me inclinei para frente. "alguém realmente pode cheirar tão bem assim?"

— Sim? — Ela virou de repente e nossos rostos ficaram praticamente colados, deu pra ver nitidamente o espanto em seus olhos e a face ficar vermelha, com medo de que ela caísse dura no chão, me afastei, mas não sem antes me demorar alguns segundos a encarando.

— Ah, é, então, o Neji... — Falei baixo para que ele não me escutasse.

— Ah... — Ela respirou fundo, ainda estava se recuperando do susto. — Ele é meu primo, se mudou pra cá tem pouco tempo. Não somos muito íntimos.

— Entendi. — Me recostei na cadeira e olhei para o lado, ele estava nos encarando, virei o rosto para frente e fiquei assim o resto da aula, que cara estranho.

...

As primeiras aulas passaram rápidas e mais folgadas por ser o primeiro dia de aula, basicamente alunos conhecendo seus professores e vice-e-versa, no intervalo, decide que finalmente iria conhecer o teatro, era a única escola da região que não tinha apenas um auditório, mas sim um prédio inteiro que recebia o público para peças teatrais aos finais de semana, além daquelas compostas pelos próprios alunos. Ino se recusou a vir comigo: ela queria dar um jeito de conversar com Gaara. Sasuke saiu da sala antes que eu pudesse cogitar a burrice de ficar sozinha com ele. Por fim, decidi não incomodar ninguém e ir sozinha, eu já tenho tempo demais de Sagi dentro de casa, e sabia que o Naruto não perderia a hora de comer por nada, e a Hinata passaria o tempo todo sentada, concentrada escrevendo suas coisas.

— Uau, como é grande... — O lugar era incrível, em formato semicircular, tinha uma galeria no andar superior e 400 cadeiras no andar inferior. O palco era mais espaçoso do que eu imaginara, mal podia esperar para estar nele.

— Eaí, gatinha. — Alguém sussurrou no meu ouvido e eu pulei de susto.

— I-Itachi? Você me assustou!

— Percebi, você estava tão imersa em pensamentos, não quis te interromper chamando de longe.

— Mas tudo bem se aproximar sorrateiramente e me matar do coração, entendi, o que quer aqui? "como é que esses meninos ficam tão altos assim?"

— Você.

— Oi? "OIIIIII??????"

— Você. Eu só estava procurando companhia pra passar o intervalo, meus colegas de classe me deram o cano hoje.

— Ah, hm, tudo bem, mas e o seu irmão? Quer dizer, eu ainda nem comi nada. "graças a deusa, essa conversa já estava estranha demais só por estar acontecendo"

— Eu sei, quer dizer, eu vi que veio direto pra cá, então eu peguei uns sanduíches pra gente comer, vamos nos sentar lá fora?

— Tá, claro, obrigada. "ele ignorou totalmente minha pergunta, ok, pode acordar agora, Sakura, que droga é essa?"

Nos sentamos em uns bancos próximos ao prédio do anfiteatro, ele parecia ser ainda maior por fora, queria passar todo tempo possível naquele lugar.

Para minha surpresa, a conversa foi agradável e natural, Itachi não parecia ser o completo babaca que eu pensava, ou que ele mostrava ser às vezes.

— Achei que não gostasse de mim. — Perguntei e me arrependi logo em seguida.

— E não gosto. — O encarei perplexa, sincero como um tapa na cara. — Brincadeira, não me olhe tanto assim, pode não acabar bem. — Tremi e voltei a encarar meu pão. — Mas é sério, estou brincando, sei que não somos próximos nem nada, porém você é amiga do meu irmão, não tenho nada contra você. Agora, já você...

— O que?

— Sei que me detesta. — Ele riu, e esticou os braços acima da cabeça, se espreguiçando, seus cabelos caíam pelos ombros e desciam acima do peitoral, ele era musculoso, não de um jeito exagerado, mas notável mesmo por baixo da camisa, dava pra entender por que as garotas piravam na dele.

— Eu não detesto, não tenho uma opinião formada, na verdade. "talvez eu tenha receio por saber que você é um 'Don Juan' de caráter duvidoso"

— Ah, verdade? Então assim eu fico mais tranquilo, quer dizer que tenho chance de formar uma impressão boa em você.

— Talvez. "duvido"

— Ah, cuidado. — Do nada ele tocou meu rosto, deslizou as mãos pela minha bochecha, segurou uma mecha do meu cabelo e a colocou atrás da minha orelha, tudo isso olhando tão fundo nos meus olhos que era como se estivesse tentando enxergar minha alma, pela primeira vez eu notei como aqueles olhos negros brilhavam. — Desculpa — Ele disse quando viu que eu já estava, basicamente, roxa. — Tinha um pouco de cabelo atrapalhando você.

— Eu tenho que ir, esqueci que nem peguei um armário ainda, obrigada pela comida, tchau! — Eu nem sei se ele entendeu tudo que eu cuspi depressa enquanto saí quase correndo.

— Tchau, gatinha! — Ainda pude ouvir ele gritar, quando eu virei uma esquina que dava para o prédio principal, bati em alguém.

— Opa!

— Perdão, Sasuke! "Maldição, maldição, maldição."

— Tudo bem, o que aconteceu? Você parece nervosa.

— Eu to bem, não foi nada. "seu irmão pirado, pirou!"

— Certo, já conheceu o teatro? Estou indo pra lá.

— Já! É perfeito, você vai gostar... — Me lembrei de olhar seu pescoço: a corrente.

— Perfeito como o... Odeão? Em Atenas, é isso? — Fiquei surpresa, a memória dele sempre me surpreendia, parecia não dar a mínima às vezes, mas lembrava de coisas específicas demais.

— É isso sim. Nem chega perto de um anfiteatro, mas pra uma escola, é incrível.

— Se você aprovou, não tem erro. Bem, nos vemos depois? "e é agora que ela vai sorrir, dizer sim, e fugir."

— Claro, até depois. — Sorri e saí antes que ele puxasse mais conversa.

— Até. "bingo, rs"

...

— Fala aí irmãozinho, tem um tempinho? — Itachi estava me esperando na saída do teatro.

— O que você quer agora?

— Relaxa, nada demais. Queria saber se você tem o contato da Sakura, e-mail, telefone.

— E se eu tiver, porque daria a você, pervertido? "fala sério"

— Eu já disse que não sou nenhum pervertido, é só que estávamos juntos agora a pouco e eu esqueci de pedir.

— Juntos? "então foi isso."

— Almoçamos juntos, algum problema?

— Entre todos e nenhum, não sei bem o que achar disso. Você e o irmão dela se odeiam, o que você está querendo? "tem todos os problemas do mundo, e você sabe quais são, qual é."

— Nada, oras! Não posso mais falar com uma garota? E ela não é nenhuma estranha.

— Pra você deveria ser, se você aprontar qualquer coisa Itachi, eu não vou deixar barato, entendeu?

— Tudo isso porque você nunca teve coragem de chegar nela?

— Seu babaca — Segurei ele pelo colarinho, e ele segurou firme o meu punho, em termos de briga eu não perdia em nada pra ele, até porque, foi com ele que eu aprendi. Mas antes de qualquer coisa se agravar, Naruto nos alcançou, e nos soltamos.

— Itachi! Tudo em cima?

— Tudo perfeito, Naruto! Como se eu fosse um novo homem. — Ele não tirava olhos de mim, ele entendeu tudo e decidiu que ia comprar essa briga. Se virou e saiu andando.

— Então tá, né! Não vou nem perguntar, porque eu sei que é confusão! — Naruto riu, e olhou para mim. — E então, você viu o lugar? A acústica é boa?

— É ótima, vai ser melhor que a garagem com certeza. — Eu estava inquieto, queria ir atrás do Itachi, mas achei melhor não dar o gosto de ele me arrumar uma suspensão e acabar ficando com o caminho livre.

— Legal, dattebayo! E como foram as primeiras aulas? Eu já estou triste com a lista de leituras. — Começamos a caminhar em direção ao prédio principal de volta as salas.

— Foram boas, mas sua prima não sai do meu pé.

— Ah, Karin. — Ele sorriu um pouco desconfortável, conhecia como ninguém o gênio da Uzumaki. — Logo ela desencana, deixa ela perceber você b-a-b-a-n-d-o na Saki. — Ele fez uma cara boba mandando beijinhos pra mim.

— Deixa de bobeira, eu não sei do que você tá falando, idiota.

— Sabe sim, e sabe que eu sei, e eu sei que ela não sabe de você, mas ela também é totalmente na sua.

— Até parece, ela não suporta nem estar no mesmo espaço que eu. Não faz nem dez minutos que ela quase morre por um diálogo de um minuto. 

— Mas agora vocês estão na mesma escola, na mesma sala, e eu já ouço sinos de casamento.

— Talvez esses sinos estejam vindo da Hinata. "te peguei"

— Nos vemos na saída, então? Vamos voltar juntos pra casa! — Ele saiu andando na minha frente, com os braços no alto cruzados atrás da cabeça, para não me deixar ver seu rosto, estava mesmo rolando alguma coisa que ele não queria me contar.

"Ela gosta de mim?" Os dois eram extremamente próximos, e eu sempre senti uma pontada de inveja disso, admito, mas esse comentário tinha sido atoa, ou era porque ele realmente sabia? Não adiantava nada ficar pensando nisso, para todos os efeitos, ela continua sem dar a mínima pra mim.

...

O dia termina, Sasuke vai para casa com Naruto, Ino acompanha Hinata, Sagi e Sakura vão para o centro fazer compras no supermercado antes de irem para casa.

— Sagi... Se eu contar uma coisa, você me promete que não vai surtar?

— Sim, pode dizer.

— Almocei com o Itachi hoje.

— Eu vou quebrar a cara daquele-

— Eu acabei de fazer você prometer! Não foi nada demais, é sério.

— Nada é "nada demais" pra ele!

— A-ah claro, não vou deixá-lo se aproximar tanto... "tipo arrumar meu cabelo enquanto eu como."

— Ele não é o tipo de cara pra você! Tipo, ele gosta de sair com várias garotas, não se relaciona com uma por muito tempo, ele não ama de verdade Sakura...

— Assim como você?

— É! Q-Quer dizer, N-Não! De onde tirou isso? — De todos os seus encontros com alguém diferente pelo menos duas vezes por mês. — Eu sou muito diferente! — Sua voz vacilou.

— Diferente como? — Insisti.

— Eu me apaixono sim... — Sussurrou corando de leve.

— Eu sabia, hahaha! — Pulei na frente dele o fazendo se atrapalhar todo com as sacolas.

— Sabia do que louca?

— Ko-nan. — Frisei cada sílaba com um sorriso malicioso para provocá-lo.

— K-Konan? Está louca mesmo, só pode! A-Aquela garota não é normal, e os amigos dela também não! — Sua voz vacilou novamente, seu rosto era como ver duas esmeraldas no meio de uma sopa de tomate.

— Claro, só porque você levou um tremendo fora dela, não quer dizer que ela não seja normal! Agora os amigos dela... Sem comentários...

— Não precisa me lembrar disso... Essas férias foram as piores! — Ele forçou passagem e continuamos andando, um pouco depressa demais.

— Ah Sagi! Se você fosse menos... Como dizer... "pegador"? Ela teria pensado em sair contigo irmãozão. — Tentei amenizar e só piorei tudo, mas não menti.

— Olha, eu não gosto dela! Só queria pegar e pronto... "e lá vem o mentiroso em 3...2..."

— Mentiroso!

— O que foi? Itachi mexeu mesmo com a tua cabeça, né Rosinha?

— Não muda de assunto. E não me chame disso. Dá pra ver no seu olhar, que você está APAIXONADO!

— Não to não! "droga, pequena intrometida"

— Está sim! E você não disse que não era igual ao Uchiha Itachi? "Touche!"

— Eu DEFINITIVAMENTE não sou igual a ele. Ok. Confesso... Eu gosto dela sim, demais até! Pronto, satisfeita?

— Plenamente, Sir! — Fiz uma reverência me curvando para frente e girando as mãos em sua direção.

— Se você usasse metade dessa energia pra encarar o Sasuke e se resolver com ele, o mundo agradeceria.

— Eu não sei do que você tá falando, imbecil. — Corei, e me calei, achei que ele ia continuar falando, mas ele só riu vitorioso e continuou andando em silêncio. "Xeque-Mate"

...

Me joguei na cama depois de um banho refrescante, ainda bem que apesar da noite quente, o vento soprava pela janela. Embora tenha sido um dia agitado reencontrando o pessoal e andando pelos prédios da escola nova, não me sentia cansada, eu só conseguia pensar na corrente no pescoço dele. Será que era aquele colar? Não poderia ser, ele tinha jogado fora, na minha frente. Olhei pela janela e um arrepio tomou conta do meu corpo, uma memória atravessou a minha mente: Sasuke costumava se sentar no galho de árvore que chegava até a minha janela, ele ficava ali, lendo mangás quando eu estava doente e não podia sair para brincar. Sorri, mas uma lágrima brotou em meus olhos e eu a senti escorrer pela minha face. Já tínhamos passado por muita coisa, nos conhecíamos desde muito pequenos e eu talvez nem saiba determinar quando foi que me vi apaixonada. Ah sim, completamente apaixonada. No fundo eu sabia que era uma bobagem ainda estar magoada por uma coisa que aconteceu há muito tempo, e que agora parecia insignificante diante do que eu sentia e nunca diminuiu, e do que nos aconteceu nos últimos dois anos: a morte da sua mãe, e do meu pai, pouco tempo depois. Mas porque eu quem tinha que gastar "energia para se resolver com ele", como Sagi disse? Eu sempre gastei energia demais fazendo de tudo pra que ele me notasse, pra não ser uma chata no pé dele, mas também não o deixar sozinho por saber o quanto era difícil pra ele socializar. Eu tentei mostrar meus sentimentos, e ele pisou neles, pelas minhas costas e depois seguiu a vida como se não fosse nada, agora aparece e tudo bem dizer que sentiu saudades?

 DROGA! — Joguei longe um travesseiro que atingiu o espelho no fundo do quarto. — Dessa vez, ele que gaste energia por mim, se quiser.

Não me lembro a que horas eu dormi depois de ficar encarando o teto e a janela, mas quando o despertador tocou de manhã, eu já estava de pé.


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Notas finais do capítulo

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