Light of Dawn escrita por Kyo Takashi


Capítulo 26
Capítulo 25: Mercado Negro


Notas iniciais do capítulo

Yo! Aqui estou com um capítulo novo para vocês :D
Espero que gostem



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Finn

Mas eles não vieram. Nenhum dos malditos ‘’generais’’ de Lich veio. Esperei por uma semana inteira e mais alguns dias, mas nada... Mesmo procurando por lugares ou notícias de ataques, não encontrei nada que me levasse a ele

Mas eu não poderia esperar. Teria que ir em busca dele

Era o que eu pensava. Pelo menos, até Marceline saber por parte de Jake, e eu entrar na situação que estava

– Você não vai achar nada procurando. Acredite. E mesmo que achasse, morreria antes de poder sequer ataca-lo – Dizia a vampira

– Nossa, sua sinceridade é comovente – Respondi, girando a lâmina dourado de empunhadura negra no ar. Vestia as roupas de sempre, e minha mochila pendia em minhas costas. Meus cabelos passavam por meu rosto e eram banhados pelo vento, enquanto eu encarava os olhos vermelhos de Marceline. Ela por sua vez, me encarava com sinceridade, como se realmente estivesse preocupada com o assunto – E eu tenho opção? Ou eu vou atrás dele, ou ele vem atrás de mim

– Se você for atrás dele agora, não sabemos o que pode acontecer. Se ficar aqui, pode se tornar mais forte. E ainda há o caso daquele cara das linhas estar por aí

– Se eu o derrotei antes, posso o derrotar agora. Não seria um problema

A vampira riu com escárnio

– Ah não, não pode. Você subestima tanto assim seu inimigo?

Olhei-a por um momento. Ela sabia de algo que eu não sabia? Lembrei-me do pesadelo que tive, entrando dentro da boca do tal em sua face gigante. Ele teria se tornado mais forte, e aquilo era um sinal do forasteiro?

– Como sabe que eu não o derrotarei?

– Porque o seu amiguinho dos chicletes não conseguiu

Arregalei os olhos. Rattleballs? Era dele que ela se referia? Ele havia sido derrotado?

– Do que você tá falando? – Perguntei com a voz hesitante

– Ele foi mandado pela princesa pro mercado negro da cidade dos mercantes atrás de pistas desse tal inimigo, e não voltou. Isso tem umas duas semanas. A missão tinha previsão de acabar em dois dias assim que ele chegasse no lugar – Disse ela, cruzando os braços. Sua expressão, séria

Minha atenção se atiçou. Como ele poderia ser derrotado? E não voltou? Estava morto? A raiva queimava dentro de mim no momento, a raiva de me sentir inseguro, essa insegurança que queimava dentro de mim quando algo ruim acontecia ou estava para acontecer, e eu não queria aceitar

– Só pode ser brincadeira... quem te disse isso?

Ela pausou por um momento. Me olhava

– Jujuba. Ela se atiçou hoje por conta da falta de notícia dele. A espada dele é dezenas de vezes mais rápida que a sua. E aquele golpe dele... aquela estocada é tão rápida, que nem olhos treinados veriam sequer o golpe vindo, atingindo o alvo, e ele voltando para a posição anterior caso ele quisesse de verdade

Cabisbaixo, encarei o chão. Era verdade que Rattleballs era um incrível lutador. A estocada sem sombra de Canela, mesmo incrivelmente potente e veloz, em nada chegava a se igualar ao total potencial do criador. Apertei com força o cabo da espada

Lembrei das convicções que buscava. Nesse momento, caçar o Lich enquanto ele era vulnerável se apagava lentamente enquanto a vontade de ir atrás e ajudar meu amigo crescia em minha consciência. Os mistérios criados pelo Forasteiro em minha cabeça agora se focavam na parte do mestre das linhas. Se ele era controlado por alguém, e fazia o que fazia por causa disso, agora não me importava

– Ei. Posso te ajudar com isso – Disse

Minha visão levantou-se no instante seguinte. Marceline vestia uma regata cinza e calças jeans rasgadas, roupas já normais a serem vistas por mim. Mas não era sua bela aparência que passava por minha cabeça agora

– Você pode ir atrás de Lich se quiser. Não posso te impedir disso. Mas se fizer o que eu disser, posso te ajudar com essa questão

– E como?

– Tenho uns contatos no mercado negro. Aliás, tenho o melhor dos contatos. Se alguém sabe das coisas que tem acontecido por lá, é ele. Se vier comigo, e fazer alguns serviços para ele, pode te dar as melhores informações e até te ensinar algumas coisas

Normalmente, eu hesitaria em ajudar alguém do mercado negro. Mas não naquele momento. Não naquele dia. Não com um amigo desaparecido e a angústia crescendo dentro de mim

– Quando começamos?

...

Vestia uma camisa negra colada em meu corpo, com apenas as mangas negras longas à mostra devido a camisa azul por cima. Meus antebraços eram cobertos por braçadeiras, terminando em luvas meio-dedo negras. Minha bermuda terminava pouco abaixo de meus joelhos, onde botas de couro as prendiam. E no meio das tralhas, havia achado uma única ombreira, que havia ficado legal em meu ombro direito

Já a vampira de nada diferia da aparência anterior, tirando o fato de estar vestindo uma jaqueta com espinhos nos ombros

Passávamos pelas vielas mais escuras das ruas. O dia nublado já estava se pondo, com o sol caindo por trás dos casarões do distrito rico da cidade. Assim que o astro maior deu seu reino para a lua, saímos e passamos a ir pelas maiores vias. Continuamos assim até a população partir de nobres bem vestidos, para mercadores comuns, e para mercenários. Eles não me encaravam por muito tempo... minha aparência devia ser comum para eles. Porém para Marceline, deixavam sua visão pairar por alguns bons segundos. Eles a conheciam?

Um deles tentou se aproximar. Encarei-o com a feição mais séria que pude, e no segundo seguinte, percebi que ele andava em outra direção

Paramos em frente a um bar. O movimento dentro dele era aparente, podendo-se ouvir o burburinho de dentro mesmo nas ruas mal pavimentadas de fora

– Vai rolar uma bebida antes de ir? – Perguntei

Ela virou-se para mim. Analisava-me de cima a baixo como se não tivesse feito isso antes. Sorriu e falou

– Não. O cara ta aí dentro

Na hora, um calor cobriu-me. Pela descrição de Marceline, ele era alguém muito importante dentro do mercado negro. Teria que causar uma boa primeira impressão, e nem havia me preparado. Lembrei-me de quando eu e Jake pegamos PB na pegadinha, me fingindo de alguém diferente. Eu era bom nisso

Por um momento, lembrei-me do anel que eu vinha usando desde que voltei para Ooo, e que de uns tempos para cá, nem havia mais o colocado. Naquela noite, eu o usava. Suas marcas desenhadas negras ao redor do aro interior eram bonitas, e o prateado do metal contrastava com o negro tecido da luva meio dedo. O usava na mão esquerda

Acalmei minha postura, descendo os ombros. Mudei o peso de uma perna para outra, parecendo despreocupado pensava eu. Baguncei meu cabelo que ainda jazia longo e apertei ligeiramente os olhos. É, acho que serviria

– Bora?

Marceline empurrou a porta, que rangeu, mas seu barulho foi abafado pelo de dentro. O espaço era grande. Parecia por fora o maior bar dentro desse distrito de mercenários. Várias mesas postas ao longo do lugar, e um balcão que não se limitava muito, tendo um espaço bom no canto, onde várias bebidas eram postas em horizontal. O homem que servia as bebidas era barbudo e baixinho de aparência idosa, mas lavava copos mais rápido do que já vi golpes de espada acontecerem. Os outros presentes iam de homens carrancudos e corcundas, mulheres com tatuagens que cobriam partes do corpo, jovens atléticos e outros

Ninguém, a não ser uma única pessoa parou para olhar-nos. Esse único ser estava no fundo do bar, em uma mesa encostada na parede. Suas costas recostadas nos tijolos e suas pernas esticadas pelo banco. Botas de couro que iam até pouco abaixo de seus joelhos e calças escuras, com um cinto em diagonal com compartimentos que deveriam conter qualquer tipo de coisa. Seu sobretudo negro caía pelos cantos, fechando-se em seu peito onde uma camisa negra jazia. A aba de seu chapéu fedora caía na linha de cima de seus olhos dourados, abertos em uma expressão de quem não liga para nada, acompanhados de seus ondulados cabelos pretos, que caiam entre sua visão e nos cantos do rosto. Era ele. Não havia dúvida

Andamos pelo assoalho quebradiço até a mesa em que estava, e sentamo-nos

– Então – Ele suspirou – Quem é o cara?

Ele perguntava para a vampira, como se eu não estivesse ali

– Finn. Meu nome é Finn – Respondi em seu lugar

Ele me encarou

– E esse tal de Finn tá aqui por quê? – Ele voltou a olha-la

– Ele tá atrás de um cara – Disse a vampira, cruzando os braços

O homem soltou uma pequena risada, olhando para baixo

– Ah, tá, deixa eu adivinhar – Ele pousou a mão no queixo, onde uma rala barba passava – Tá atrás do Marionetista né? Um cara com os olhos verdes, gorro, parecendo fantasma...

Como ele sabia? Seus olhos pareciam normais e ele não aparentava ser mágico, ou sequer ter conexão com magia. Sua voz era calma, contida, apesar de sua suposta posição importante no ramo

– É... esse mesmo

– Foi mal Marceline, mas também queria saber onde o maldito tá

Ele... também estava? Seja lá o que ele tenha feito, mas esse cara das linhas também tinha arranjado problemas com o mercado negro

– É uma pena. Também vai ser uma pena um exército de mortos vivos, com o triplo de integrantes que esse mercado negro surgir do chão e levar tudo isso aqui abaixo

Seu olhar mudou. Olhava tenso para a rainha dos vampiros, seus ombros mudaram de posição, e ele apertou mais forte a mão contra a caneca que segurava

– Olha, eu não sei de nada – Insistiu

– Minha fome por almas não é saciada desde que devorei a essência do Rei Vampiro, Victor

Seu nome... Victor. Não o conhecia, mas ele pelo visto sabia da fama de Marceline, tanto que se acalmou. Tirou os pés do banco, pisando contra o chão, e curvando as costas no ar. Iria negociar não é?

– Tá. Te dou alguma informação sobre o seu amigo das linhas verdes. Desde que me sirva por um ano

Um baque. Os dedos de Marceline tornaram-se lâminas que cravaram na madeira da mesa. Victor as encarou por alguns segundos, estático

– Tá bom, tá bom. Só preciso que alguém faça uma coisa pra mim, e parece que os covardes da minha corja não querem. Pode ser?

As garras se retraíram com um sorriso da vampira, que me olhou logo em seguida

– É, acho que dá. Qual a missão?

Ele se acalmou

– Ir pra uma vila perto daqui desse reino mercantes. Algumas coisas tem acontecido lá. O bastardo do Absalom já tá metendo o nariz onde não é chamado. Gostaria que você fosse lá e resolvesse o problema

– O que tem acontecido lá?

– Olha, é uma vila que antes era calma. Ela vivia de comércio com esse reino e plantações. Óbvio que não podia faltar conexão com o mercado negro. Porém algo tem atacado os moradores e alguns dos nossos homens lá. Queria que você fosse verificar – Ele fez uma pausa, tomando um gole de sua bebida – E por sinal, Absalom notou. Ganancioso como ele é, ocupou a cidade com alguns ‘’capangas’’ dele, e provavelmente sabe de algo que nós não sabemos. Se é ele, viu alguma forma de ganhar com aquele lugar

Olhava a minha volta. Ninguém naquele bar parecia querer prestar muita atenção em nós. Isso era bom. Será que eram todos do bando desse cara? Victor... Marceline pode o assustar, mas eu podia sentir que ele era algo mais. Mas... não... era só impressão

– Certo, me diga o lugar e eu te entrego um resultado


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Notas finais do capítulo

Yo! O que acharam?
Finn achou um novo aliado? O que esse homem Victor esconde
Mas por agora. O que essa vila esconde?



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